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Coletânea Vade Dica OAB-1 pdf-2

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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
Apresentação
Caros leitores e estudantes, esta obra digital do Projeto Exame de 
Ordem (PEO), o Vade PEO, oferecido pelo Gran Cursos Online, 
faz parte de uma coleção do curso que reúne teoria, resolução 
de questões objetivas e subjetivas, peças, entre muitas dicas. Tudo 
realizado pela lavra da seleta equipe de professores do Projeto, 
com cuidadoso esmero e atualização de informações. 
Trata-se de um grupo esquematizado de dicas de todas as disci-
plinas do Exame de Ordem, com sugestões de temas para estudo, 
entre outros tantos detalhes que não podem passar ao largo de 
quem estuda para a OAB.
Eis, então, parte do compêndio da coleção VADE PEO. Material 
ímpar e vitrine sem igual da competência e capacidade técnica de 
nossos professores.
Boa leitura!
Forte abraço 
Prof. Marcelo Borsio
Coordenador Científico 
Projeto Exame de 
Ordem
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
Sumário
1ª FASE – PROJETO EXAME DE ORDEM:
Direito Tributário: Professor Marcelo Borsío ..................................................................... 8
Direito Civil: Professora Raquel Bueno .......................................................................12
Direito Penal: Professor Flávio Daher ..........................................................................19
Ética/Estatuto da OAB: Professora Daniela Menezes ................................................21
Direito Civil: Professor Eduardo Galante ...................................................................24
Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino .............................................34
Direito Ambiental: Professor Felipe Leal ...................................................................39
Direito Civil: Professora Roberta Queiroz ..................................................................42
Direito Internacional: Professor Luciano Favaro ......................................................50
Direito Penal: Professor José Carlos ............................................................................ 57
Direitos Humanos: Professor Luciano Favaro ...........................................................63
Direito Penal – Professor José Carlos ......................................................................... 70
Direito Constitucional: Professor Luciano Dutra ........................................................ 75
Direito Tributário: Professor Mauro Moreira ........................................................................... 79
Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino ................................................. 83
Direito Empresarial: Professor André Ramos ............................................................93
Direito Ambiental: Professor Felipe Leal .............................................................................96
Direito Tributário: Professor Marcelo Borsio ............................................................98
Direito Administrativo: Professor Emerson Caetano ...................................................100
Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino .................................................. 110
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .................................................................115
Direito do Consumidor: Professora Patrícia Dreyer ..................................................... 119
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..............................................................................122
Direito do Consumidor: Professora Patrícia Dreyer .....................................................127
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ...........................................................................130
Direito Civil: Professora Roberta Queiroz .............................................................................135
Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ...................................................................... 140
Ética Profissional: Professora Daniela Menezes ..................................................... 152
Direito Ambiental: Professor Felipe Leal ................................................................. 156
Direitos Humanos: Professor Luciano Favaro ......................................................... 158
Direito Constitucional: Professor Luciano Dutra ...................................................... 163
4 grancursosonline.com.br
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..............................................................................169
Direito Tributário: Professor Mauro Moreira .............................................................................173
Direito Empresarial: Professor André Ramos .......................................................... 179
Direito Administrativo: Professor Gustavo Scatolino ................................................ 181
Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ........................................................................ 186
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................ 193
Direito Civil: Professora Anelise Muniz ......................................................................... 196
Direito Processual Civil : Professor Erick Vidigal .................................................... 201
Direito Penal : Professor Marcelo Ferreira ........................................................................... 203
Direito Civil : Professor Rodrigo Costa .....................................................................206
Direito Constitucional : Professor André Alencar .................................................. 213
Direito Penal: Professor Anderson Costa ..............................................................................219
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
2ª FASE – DIREITO CIVIL:
Direito Civil: Professora Patrícia Dreyer .......................................................................... 222
Direito Civil: Professora Anelise Muniz ........................................................................... 228
Direito Civil: Professora Roberta Queiroz ...................................................................... 232
Direito Civil: Professora Anelise Muniz ........................................................................... 238
Direito Civil: Professor Eduardo Galante ........................................................................246
Direito Civil: Professora Raquel Bueno ........................................................................... 256
Direito Civil: Professor Rodrigo Costa ............................................................................. 262
Direito Civil: Professor Eduardo Galante ........................................................................ 267
Direito Civil: Professora Patrícia Dreyer .......................................................................... 277
Professora Roberta Queiroz ............................................................................................... 283
Professor Eduardo Galante ................................................................................................. 289
Professora Raquel Bueno .................................................................................................... 297
Professor Rodrigo Costa ...................................................................................................... 305
Professora Roberta Queiroz ................................................................................................312
Professor Rodrigo Costa .......................................................................................................317
Professora Patrícia Dreyer ....................................................................................................321Professora Roberta Queiroz ............................................................................................... 326
Professora Anelise Muniz .....................................................................................................331
Professora Raquel Bueno .................................................................................................... 335
Professora Roberta Queiroz ...............................................................................................344
Professora Patrícia Dreyer ...................................................................................................348
Professora Anelise Muniz .....................................................................................................351
DIREITO PENAL:
Direito Penal: Professor Flávio Daher ............................................................................355
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem .................................................................... 357
Direito Penal: Professor José Carlos ..............................................................................363
Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ....................................................................367
Direito Penal: Professor Felipe Leal ...............................................................................370
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..................................................................373
Direito Penal: Professor Bruno de Mello ......................................................................377
Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ....................................................................379
6 grancursosonline.com.br
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
Direito Penal: Professor Felipe Leal ...............................................................................382
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ..........................................................................384
Direito Penal: Professor Felipe Leal .....................................................................................387
Direito Penal: Professor Flávio Daher .................................................................................389
Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira ..........................................................................393
Direito Penal: Professor José Carlos ....................................................................................396
Direito Penal: Professor Felipe Leal ..................................................................................... 401
Direito Penal: Professor Anderson Costa ......................................................................... 403
Direito Penal: Professor Flávio Daher ................................................................................ 405
Direito Penal: Professor José Carlos ................................................................................... 408
Direito Penal: Professor Flávio Daher ................................................................................. 412
Direito Penal: Professor Flávio Milhomem ........................................................................ 415
Direito Penal: Professor Bruno de Mello ........................................................................... 418
Direito Penal: Professor Marcelo Ferreira .......................................................................... 419
DIREITO DO TRABALHO:
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ................................................................. 423
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................426
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ........................................................................430
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................433
Direito Penal: Professor Felipe Leal .................................................................................... 435
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ...............................................438
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................440
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ................................................................. 444
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ................................................................. 448
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ........................................................ 451
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ................................................................. 453
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ..........................................................................458
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................462
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ....................................................... 466
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................469
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ........................................................474
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio ..........................................................................477
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ...........................................................................481
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................483
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................488
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................490
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ................................................... 493
Direito do Trabalho: Professor José Gervásio .............................................................................497
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa .............................................................................500
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh ........................................................504
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ....................................................507
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa .............................................................................509
Direito do Trabalho: Professor Stevão Gandh .........................................................511
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar .................................................... 514
Direito do Trabalho: Professor Hugo Sousa ...........................................................................516
Direito do Trabalho: Professor Leandro Alencar ....................................................520
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
1ª FASE – PROJETO EXAME DE ORDEM
DIREITO TRIBUTÁRIO: PROFESSOR MARCELO BORSIO 
Prezados alunos, vamos passar algumas dicas que vêm caindo na prova da 1ª 
Fase da OAB em tributário. A cada parágrafo uma dica diferente.
1. A regra da lei tributária é a lei ordinária (ler todo o artigo 97 do CTN – hipó-
teses), mas há hipóteses constitucionais (ler todo o artigo 146 da CF) que são ma-
térias de lei complementar. Há tributos federais que são veiculados por lei com-
plementar: Imposto sobre Grandes Fortunas, Empréstimo Compulsório, Impostos 
Residuais, Contribuições Sociais Residuais. Decore o mnemônico: AS FORTUNAS 
COMPULSÓRIAS SÃO RESIDUAIS. As matérias cabentes à lei complementar não 
poderãoser objeto de medida provisória. Decore mais isso: as leis de regras ge-
rais do ICMS e do ISS são complementares. A do ITCMD (até hoje não editada) 
nas hipóteses em que haja algum elemento de conexão de que possa decorrer 
tributação em país estrangeiro.
Isso poderá ocorrer, por exemplo, quando o doador possuir domicílio ou re-
sidência no exterior, os bens inventariados estiverem localizados no exterior ou o 
próprio inventário for realizado fora do Brasil. É também da lei complementar a 
lei que confere (até hoje não editada) remissão e anistia das contribuições sociais 
para a seguridade social.
2. Decore esse quadro para memorizar alíquotas máximas e mínimas e quem define:
RESOLUÇÃO DO SENADO
ALÍQUOTAS 
MÁXIMAS
ALÍQUOTAS 
MÍNIMAS
ITCMD –
ICMS ICMS
– IPVA
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
LEI COMPLEMENTAR 
116/03
ADCT DA CF
ALÍQUOTA
MÁXIMA
ALÍQUOTA 
MÍNIMA
ISS-QN ISS-QN
3. O princípio da anterioridade tributária guarda pertinência com o postulado 
da não surpresa tributária. As normas da legalidade e da anterioridade tributárias 
constituem cláusulas pétreas que não podem ser retiradas do ordenamento jurídi-
co nem mesmo por emenda constitucional. O princípio da anterioridade tributária, 
consagrado na CF, não se confunde com a própria ideia de anualidade tributária. 
Para verificar a não surpresa no princípio da anterioridade pode ser feita assim:
Anterioridade Tributária → 1º PASSO – leve para 01 de janeiro; 2º PASSO – 
veja quantos dias tem;
1. se tiver 91 dias – PERMANECE 01 DE JANEIRO;
2. se tiver menos de 91 dias – SOMAM-SE OS 90 DIAS e o dia seguinte é o da 
exigência (03 de outubro é o grande dia!!!)
Tanto o aumento de alíquota quanto a redução de benefício fiscal implicam o 
aumento de tributo. Submetendo-se à observância do princípio da anterioridade. 
Ag Reg RE 564.225, setembro de 2014. O afastamento de aplicação de norma 
que diminuiu a base de cálculo do ICMS é aumento indireto de tributo, avocan-
do-se a anterioridade.
Eis as exceções ao princípio da anterioridade:
A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, 
I (E Compulsório CALA e GUE), 153, I (Imp. Importação), II (Imp. Exportação), IV 
(IPI) e V (IOF); e 154, II (IEG); e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I (E Compulsório CALA e GUE), 153, I (Imp. Importação), II 
(Imp. Exportação), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (IEG), nem à fixação da base de cál-
culo dos impostos previstos nos arts. 155, III (IPVA), e 156, I (IPVA).
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGISIMAL PARA AS CONTRI-
BUIÇÕES SOCIAIS DA SEG SOCIAL E PREVIDENCIÁRIAS → PIS, COFINS, 
CSLL, PIS E COFINS IMPORTAÇÃO, além das contribuições previdenciárias sobre 
a folha de salários e demais remunerações (INSS) → 90 DIAS (3 meses não), após 
a publicação da lei que instituiu ou modificou.
E as demais contribuições? As CIDEs, as para as Categorias Profissionais 
(CRM, CRC etc) → aplica-se a elas a Anterioridade Comum (Exercício, Anual) + 
Noventena (surpresa) = Regra Geral.
4. Guarde isso que José Afonso da Silva ensina sobre o princípio da isonomia 
tributária: Não basta, pois, a regra de isonomia estabelecida no caput do art.5º. 
O constituinte teve consciência de sua insuficiência, tanto que estabeleceu que 
é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão da ocupação profis-
sional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurí-
dica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II). Mas também consagrou a 
regra pela qual, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art.145, §1º). (…) 
Aparentemente, as duas regras se chocam. Uma veda tratamento desigual; outra 
autoriza. Mas em verdade ambas se conjugam na tentativa de concretizar a jus-
tiça tributária”.
5. Como corolário da isonomia tributária, tem-se o non olet, devendo haver 
abstração da licitude ou ilicitude da atividade exercida. O tributo deve incidir so-
bre atividades lícitas e sobre as ilícitas e imorais. Non Olet – traficante paga IR, 
por que tem renda. Casa de prostituição paga IPTU.
Outros exemplos de non olet:
a) IPTU incide em imóvel considerado urbano em APA, com ocupação ilegal .
b) ITBI incide para o adquirente de imóvel, mesmo que o negócio tenha sido 
celebrado por pessoa absolutamente incapaz.
c) ICMS incide no valor da NF, independente de ter havido o pagamento do 
preço.
grancursosonline.com.br 11
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
d) ISS incide sobre empresa em face de terraplanagem realizada, mesmo que 
não qualificada para tal.
e) ISS sobre casa de bingos (atividade considerada ilícita atualmente).
Por enquanto é isso. Voltamos mais adiante na Regressiva 100 dias OAB 1ª 
Fase!
Forte abraço!
Marcelo Borsio
Marcelo Borsio – Delegado da Polícia Federal. Possui 
graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, é mestre e doutor em Direito Previdenciá-
rio pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 
Pós-Doutor em Direito da Seguridade Social pela Uni-
versidade Complutense de Madrid. Especialista em Di-
reito Tributário pela PUC-SP. Autor de algumas obras 
no tema, inclusive com o Prof° Luiz Flávio Gomes, pa-
lestrante pelo país, professor e coordenador de Pós-
Graduação de Direito Previdenciário e da Prática Previdenciária. Coordenador 
Pedagógico do Projeto Exame de Ordem.
12 grancursosonline.com.br
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
DIREITO CIVIL: 
PROFESSORA RAQUEL BUENO 
1ª DICA – o parentesco pode ser natural ou civil, conforme derive da con-
sangüinidade ou de outra origem (adoção, socioafetividade ou afinidade). Ao 
tratar de ascendentes e descendentes, fala-se em parentesco em reta, que não 
tem limitação de graus e se refere ao vínculo por meio do qual uns descendem 
dos outros. Já na linha denominada colateral ou transversal, busca-se um tronco 
comum e o parentesco inicia-se no segundo grau (irmãos). Os irmãos podem ser 
bilaterais, também chamados de germanos, ou unilaterais. Quando unilaterais, 
podem ser somente por parte de pai (consangüíneos), ou somente por parte de 
mãe (uterinos).
Noutro giro, os parentes colaterais podem ainda ser de terceiro grau (tios/
sobrinhos), ou de quarto grau (primos). Já o parentesco por afinidade se refere à 
relação havida entre o cônjuge/companheiro, com os parentes do outro cônjuge 
ou companheiro, limitando-se aos ascendentes, descendentes e irmãos do outro. 
Segundo o Código Civil vigente, na linha reta, a afinidade não se extingue com a 
dissolução do casamento ou união estável (artigo 1595, §2º), justificando o ditado 
popular que diz que sogro e sogra são para a vida toda!
2ª DICA – Estabelece a lei do bem de família legal (Lei n. 8.009/90), em seu 
artigo 5º, parágrafo único, que havendo a existência de dois bens imóveis, utili-
zados como residência, a impenhorabilidade do bem de família legal recairá so-
bre aquele de menor valor, uma vez que a referida legislação visa a proteção do 
direito de moradia, e não a proteção da família, em si mesma considerada. Neste 
sentido, pode invocar tal benefício a pessoa solteira, separada/divorciada, viúva, 
nos termos da Súmula 364 do STJ.
Ademais, em recente decisão, o Colendo STJ, no julgamento do Recurso Es-
pecial n.: 1608415/SP, deu a melhor interpretação à norma supramencionada (in-
terpretação sistemática e teleológica), conforme se depreende da ementa abaixo 
reproduzida: “RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PENHORA. BEM 
DE FAMÍLIA. PROPRIETÁRIA DE OUTROS BENS. LEI N. 8.009/1990. IMÓVEL DE 
grancursosonline.com.br 13
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
RESIDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CONSTRIÇÃO. 1. Na origem,os embargos 
à execução foram julgados improcedentes e o Tribunal estadual manteve a pe-
nhora sobre o bem de família da recorrente, reconhecendo a existência de outro 
bem de sua propriedade de menor valor. 2. A jurisprudência deste Tribunal é firme 
no sentido de que a Lei n. 8.009/1990 não retira o benefício do bem de família 
daqueles que possuem mais de um imóvel. 3. O parágrafo único do artigo 5º da 
Lei n. 8.009/1990 dispõe expressamente que a impenhorabilidade recairá sobre o 
bem de menor valor na hipótese em que a parte possuir vários imóveis utilizados 
como residência, o que não ficou demonstrado nos autos. 4. Recurso especial 
provido. (REsp 1608415/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEI-
RA TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe 09/08/2016)”
3ª DICA – No estudo do regime de bens, deve-se destacar o polêmico re-
gime da separação obrigatória de bens. As hipóteses que obrigam a incidência 
deste regime constam do artigo 1.641 do CC/02. Quem se casa neste regime 
também se submete à necessidade de outorga/vênia conjugal, nos termos do 
artigo 1.647 do CC/02, sendo tal outorga somente dispensada no caso do regime 
de separação absoluta (convencional) de bens, e no regime de participação final 
nos aquestos, quando houver tal liberação expressa na escritura pública de pacto 
antenupcial.
Pois bem, no regime da separação obrigatória de bens não haverá a neces-
sidade de pacto antenupcial. Além disso, tal regime pode ser afastado, mediante 
autorização judicial, antes ou depois de celebrado o casamento, com exceção do 
inciso II, que trata de pessoas maiores de setenta anos, havendo intensa polêmica 
nesta temática. Neste contexto, parte da doutrina (Maria Berenice Dias e Paulo 
Lôbo, por exemplo) entende que a obrigatoriedade do regime de separação de 
bens para pessoas maiores de setenta anos é inconstitucional, sendo imposição 
violadora da dignidade humana, além da autonomia da vontade (autonomia pri-
vada), sem falar do Princípio da Intervenção Mínima nas relações familiares.
Acerca desta temática, oportuna a contribuição do ex-Ministro do Excelso 
STF Antônio Cezar Peluso, quando ainda Desembargador do Tribunal de Justiça 
do Estado de São Paulo, no voto proferido acerca do tema, na Apelação Cível 
n. 007. 512-4/2-00 – 2ª CDPriv – de 18 de agosto de 1998: “ (…) Lei que, com o 
14 grancursosonline.com.br
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
propósito racional de guardar o patrimônio dalgumas pessoas contra as fraque-
zas da submissão amorosa, priva-as a todas de exercitarem a liberdade jurídica 
de dispor sobre seus bens e de pautarem suas ações por razões íntimas, res-
sente-se de nexo de proporção entre o objetivo legítimo, que está na tutela dos 
casos particulares de debilidade senil, e o resultado prático exorbitante, que é, 
no fundo, a incapacitação da ampla classe das pessoas válidas na mesma faixa 
etária. Ou seja, inabilita e deprecia quase todos, por salvar uns poucos, que, aliás, 
têm outros meios jurídicos para se redimir dos enganos das paixões crepuscula-
res. […] O alcance irracional e injusto da mesma norma vulnera ainda princípios 
constitucionais, até com gravidade maior, sob outro ponto de vista, que é o da 
mutilação da “dignidade” da pessoa humana em situação jurídica de casamento, 
porque, desconsiderando-lhe, de modo absoluto e sem nenhum apoio na obser-
vação da realidade humana, o poder de autodeterminação, sacrifica, em nome 
de interesses sociais limitados e subalternos o direito fundamental do cônjuge de 
decidir quanto à sorte de seu patrimônio disponível, que, não ofendendo direito 
subjetivo alheio nem a função social da propriedade, é tema pertinente ao redu-
to inviolável de sua consciência. É muito curta a razão normativa para a invasão 
tamanha. A lei, aqui, é modo exemplar de intrusão estatal lesiva do direito à inti-
midade (right of privacy, ou , como se usa dizer, direito à privacidade), enquanto 
dimensão substancial da pessoa humana e objeto de tutela constitucional explí-
cita (art. 5º, X, da Constituição Federal) e implícita (art. 5º, LIV).”
Por fim, destaque-se que em eventual separação/divórcio, na definição da 
partilha, aplica-se a Súmula 377 do STF, segundo a qual: “no regime de separa-
ção legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.” 
Recomenda-se também a leitura dos Enunciados 125, 261 e 262 das Jornadas de 
Direito Civil, acerca deste assunto.
4ª DICA – É possível a responsabilidade civil decorrente de condutas lícitas?
Por incrível que pareça sim, mas nas hipóteses expressamente previstas em lei. 
Ouso falar do nosso artigo 188 e do artigo 930 do CC/02, que estabelece ser pos-
sível a responsabilidade civil decorrente de condutas lícitas, mais precisamente 
nas hipóteses de legítima defesa real e estado de necessidade agressivo. Quando 
o dano atinge o próprio causador da situação extrema de legítima defesa/estado 
grancursosonline.com.br 15
COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
de necessidade, restará afastado o dever de indenizar. Mas quando o exercício 
da legítima defesa/estado de necessidade atinge terceiros, há responsabilidade 
civil e o dever de indenizar, mesmo a conduta sendo lícita, resguardado o direito 
de regresso contra o verdadeiro causador da situação. Aqui não há espaço para 
a legítima defesa e estado de necessidade putativos, uma vez que, nesses casos, 
não resta afastado o dever de indenizar, posto que a conduta continua sendo 
ilícita, tratando-se de uma falsa percepção da realidade por parte do ofensor.
5ª DICA – Dentro das formas de aquisição originária da propriedade imóvel, 
destaca-se a acessão natural. Entre suas espécies, destaque para a aluvião (artigo 
1.250 do CC/02) e avulsão (artigo 1.251 do CC/02). Tratando-se de propriedades 
ribeirinhas, cortadas por rios não navegáveis, a aluvião é o acréscimo paulatino 
de terras a uma determinada propriedade ribeirinha (aluvião própria), ou ainda 
o ressecamento parcial do álveo (leito do rio), aumentando uma propriedade 
ribeirinha (aluvião imprópria). Já a avulsão é o desprendimento notório de por-
ção considerável de terra, de uma propriedade ribeirinha, em direção a outra, 
em virtude de eventos naturais. Neste caso, o dono da propriedade defasada 
pode requerer a restituição de sua porção de terra, ou a indenização equivalente, 
tratando-se de um caso de responsabilidade civil objetiva. De qualquer forma, o 
prazo decadencial para o exercício de uma das condutas acima (remoção/inde-
nização) é de um ano.
6ª DICA – A guarda no Brasil divide-se essencialmente em duas possibilida-
des: guarda unilateral (guarda exclusiva do pai/mãe, resguardado ao não guar-
dião o direito de visitas) e guarda compartilhada, sendo esta preferencial, uma 
vez que atende ao maior e melhor interesse da criança/adolescente, estabelecen-
do um período maior de convivência da prole com o núcleo familiar materno e 
paterno. Neste contexto, a guarda compartilhada pode ser requerida por ambos 
os pais, em ação própria, ou de forma incidental em ação de separação/divórcio 
ou reconhecimento de união estável.
Pode também a guarda compartilhada ser concedida de ofício pelo juiz, mes-
mo quando conflituosa a relação dos genitores. Todavia, importante destacar o 
último posicionamento do Colendo STJ, acerca desta matéria, conforme julga-
do ora reproduzido: “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍ-
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LIA. GUARDA COMPARTILHADA. DISSENSO ENTRE OS PAIS. POSSIBILIDADE. 1. 
A guarda compartilhada deve ser buscada no exercício do poder familiar entre 
pais separados, mesmo que demande deles reestruturações, concessões e ade-
quações diversas para que os filhos possam usufruir, durante a formação, do ideal 
psicológico de duplo referencial (precedente). 2. Em atenção ao melhor interesse 
do menor, mesmo na ausência de consenso dos pais, a guarda compartilhada 
deveser aplicada, cabendo ao Judiciário a imposição das atribuições de cada um. 
Contudo, essa regra cede quando os desentendimentos dos pais ultrapassarem o 
mero dissenso, podendo resvalar, em razão da imaturidade de ambos e da aten-
ção aos próprios interesses antes dos do menor, em prejuízo de sua formação e 
saudável desenvolvimento (art. 1.586 do CC/2002). 3. Tratando o direito de família 
de aspectos que envolvem sentimentos profundos e muitas vezes desarmonio-
sos, deve-se cuidar da aplicação das teses ao caso concreto, pois não pode haver 
solução estanque já que as questões demandam flexibilidade e adequação à hi-
pótese concreta apresentada para solução judicial. 4. Recurso especial conhecido 
e desprovido. (REsp 1417868/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 10/06/2016)”
7ª DICA – o que fazer quando um imóvel está encravado, sem acesso à via 
pública? Para responder esta questão, entra em cena o direito de vizinhança one-
roso denominado passagem forçada. Por meio dela o sujeito encravado (situação 
de encravamento natural e absoluto), pode compelir qualquer de seus vizinhos a 
lhe ceder passagem, mediante indenização, tratando-se de verdadeira desapro-
priação parcial de interesse particular. Tal instituto é contemplado no Código Civil, 
no artigo 1.285. (ver também Enunciado 88 da I Jornada de Direito Civil).
Mas atenção! Não confundir o direito de passagem forçada com o direito real 
de servidão de passagem, posto que este é direito real sobre coisa alheia, inci-
dente apenas sobre bens imóveis de titulares diferentes, denominados de imóvel 
serviente e dominante, sendo que o titular do primeiro sofre restrições em bene-
fício do segundo, de forma voluntária, a título gratuito ou oneroso. Sobre a po-
lêmica da distinção, segue julgado do Colendo STJ: “RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
POSSESSÓRIA. INTERDITO PROIBITÓRIO. PASSAGEM FORÇADA. SERVIDÃO DE 
PASSAGEM. DISTINÇÕES E SEMELHANÇAS. NÃO CARACTERIZAÇÃO NO CASO. 
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
SERVIDÃO NÃO SE PRESUME E DEVE SER INTERPRETADA RESTRITIVAMENTE. 1. 
Apesar de apresentarem naturezas jurídicas distintas, tanto a passagem forçada, 
regulada pelos direitos de vizinhança, quanto a servidão de passagem, direito 
real, originam-se em razão da necessidade/utilidade de trânsito, de acesso. 2. 
Não identificada, no caso dos autos, hipótese de passagem forçada ou servidão 
de passagem, inviável a proteção possessória pleiteada com base no alegado 
direito. 3. A servidão, por constituir forma de limitação do direito de propriedade, 
não se presume, devendo ser interpretada restritivamente. 4. Recurso especial 
provido. (REsp 316.045/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEI-
RA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 29/10/2012)”.
8ª DICA – O usufruto é um direito real sobre coisa alheia de uso e fruição, que 
cria a coexistência de, no mínimo, dois sujeitos: o nu proprietário (titular de uma 
propriedade transitoriamente limitada, e possuidor indireto da coisa) e o usu-
frutuário (no qual se concentra as prerrogativas de domínio de uso e fruição da 
coisa, além da posse direta). Regra geral, o usufruto recai sobre bens infungíveis, 
mas pode também recair sobre bens fungíveis, quando é chamado de usufruto 
impróprio ou quase usufruto. Tal direito pode decorrer da lei ou da vontade das 
partes, podendo também ser instituído a título gratuito ou oneroso. Outro ponto 
relevante é que o direito real de usufruto não pode ser cedido/transferido, nem 
a título gratuito, nem oneroso, nem por ato inter vivos/causa mortis, devido ao 
seu caráter personalíssimo. Mas seu exercício pode ser cedido (artigo 1.393 do 
CC/02).
Além disso, o Brasil não admite o usufruto sucessivo, mas admite o usufruto 
simultâneo (que contempla duas ou mais pessoas as mesmo tempo). No caso 
de usufruto simultâneo, caso uma das pessoas venha a falecer, sua quota parte 
retorna ao nu proprietário, só podendo se falar em direito de acrescer do usu-
frutuário remanescente caso haja previsão expressa neste sentido (artigo 1.411 do 
CC/02).
9ª DICA – Dentre as excludentes da responsabilidade civil, destacam-se o 
caso fortuito e a força maior, contempladas no Código Civil, em seu artigo 393 
(ver também Enunciado 443 da V Jornada de Direito Civil). Conceitua-se o caso 
fortuito e a força maior dentro de uma perspectiva de situação inevitável e/ou 
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
imprevisível. Todavia, no estudo do caso fortuito, a doutrina diferencia o fortuito 
interno do fortuito externo, sendo que, somente este último tem o condão de 
quebrar o nexo causal, excluindo a responsabilidade civil (ver Súmula 479 do Co-
lendo STJ).
Sobre o tema, oportuna a contribuição de Nelson Rosenvald, Cristiano Chaves 
de Farias e Felipe Peixoto Braga Netto, ao afirmarem: “(…) Essa distinção entre for-
tuito interno e externo foi introduzida no direito brasileiro por Agostinho Alvim, 
sendo o fortuito interno aquele que se relaciona com a pessoa do devedor ou da 
empresa e com a organização que eles imprimam ao negócio. Em contraparti-
da, o fortuito externo, também conhecido como força maior, é um fato que não 
guarda conexão com estas pessoas, tratando-se de um acontecimento externo a 
elas.” (in Curso de Direito Civil: Responsabilidade Civil, volume 03, 2ª edição, São 
Paulo: Atlas, 2015, p. 383).
10ª DICA – O Brasil admite testamento na modalidade oral? Excepcional-
mente sim! Fala-se em modalidade de testamento especial militar NUNCUPATIVO 
(artigo 1.896 do CC/02), que se refere aos sujeitos do artigo 1.893 do CC/02, em-
penhados em combate ou feridos, que poderão, em virtude da excepcionalidade 
desta situação, manifestar sua última vontade perante duas testemunhas. Não 
confundir com o casamento nuncupativo, que exige a presença de seis testemu-
nhas (artigo 1.540 e 1.541 do CC/02).
Raquel Bueno – Formada em Direito pela Universida-
de Católica de Brasília, Especialista em Direito Civil e 
Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes-RJ, 
Mestranda em Direito na Universidade Católica de Bra-
sília, professora de Direito Civil da graduação da Uni-
versidade Católica de Brasília e IESB, da pós graduação 
em Direito Civil da UniEvangélica de Anápolis-GO e 
professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran 
Cursos Online. Advogada.
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DIREITO PENAL: 
PROFESSOR FLÁVIO DAHER 
Prezados(as) examinandos(as), na dica de hoje vamos abordar as diferenças 
entre omissão própria e omissão imprópria, além das caractéristicas de crimes 
omissivo e comissivo. Vejamos:
Diferenças entre Omissão Própria e Omissão Imprópria
Os crimes podem ser praticados por ação ou omissão:
AÇÃO (CRIME COMISSIVO): Está descrito em tipos proibitivos, isto é, tipos 
através dos quais o direito penal protege bens jurídicos proibindo algumas con-
dutas. O agente pratica o crime desobedecendo a proibição. 
OMISSÃO (CRIME OMISSIVO): o crime omissivo está previsto em tipos man-
damentais, através dos quais o direito penal protege bens jurídicos determinando 
a realização de condutas. O agente deixa de agir como determinado pela norma.
• A norma mandamental pode decorrer:
a- DO PRÓPRIO TIPO PENAL: são tipos penais que tem a expressão “deixar 
de” – CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS. Ex: artigos 135 e 269 do CP.
b- DE UMA CLÁUSULA GERAL: (art.13, § 2º, CP). CRIMES OMISSIVOS IMPRÓ-
PRIOS OU COMISSIVOS POR OMISSÃO.
2º – A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir 
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
1. a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
2. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
3. c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-
tado.
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CRIME OMISSIVO PRÓPRIO CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO
1-Dever genérico de agir; 
(recai sobre todos).
1- Dever específico de evitar o resultado 
(dever específico – recai sobre pessoa 
especial: o garantidor)
2- Existe subsunção DIRETA – 
FATO / NORMA. O dever de 
agir deriva da própria norma 
fundamental. A omissão está 
descrita no tipo penal incrimi-
nador.
2- Existe subsunção INDIRETA. O dever 
de agir deriva de cláusula geral. O art.13, 
§2º, CP. A sua omissão não está escrita 
no tipo. Como tinha dever de evitar, vai 
responder como se tivesse praticado por 
tipo COMISSIVO.
3- Não admite tentativa.
3- Admite tentativa. No crime omissivo 
impróprio vai responder como se tivesse 
provocado o resultado.
4- Natureza Jurídica: Ausência 
de ação esperada.
4- Natureza Jurídica: uma realidade onde 
falta a causalidade. O agente responde 
penalmente porque não evita resultado 
que estava obrigado evitar. (NEXO NOR-
MATIVO – NEXO DE EVITAÇÃO)
Flávio Daher – Delegado de Polícia Federal no DF. 
Mestre em Direito Constitucional pela UNIFRAN-SP. 
Doutorando em Direito Penal pela UNICEUB. Professor 
de Cursos Preparatórios. Autor de Obras com o Profes-
sor Luiz Flávio Gomes.
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ÉTICA/ESTATUTO DA OAB: PROFESSORA DANIELA MENEZES 
5 em 1: Ética Profissional
Analisando os assuntos mais cobrados na disciplina de Ética Profissional, iden-
tificamos temas fundamentais para o seu estudo com a leitura do Estatuto da 
Advocacia e da OAB, do Regulamento Geral e do Código de Ética.
Lembrando à vocês que o Novo Código de Ética será cobrado no XXI Exame 
de Ordem, por isso, temos que começar a estudar as novas alterações, ok?
A título de curiosidade, o novo Código de Ética estabeleceu novas regras so-
bre publicidade na internet e telefonia, questões sobre os honorários, o exercício 
da advocacia pública, o tratamento com os clientes, o sigilo profissional e os pro-
cedimentos para o julgamento das infrações disciplinares.
Os princípios basilares da publicidade são: o caráter informativo, a discrição e 
sobriedade, não configurando a captação de clientela ou mercantilização da pro-
fissão, sendo vedado a publicidade em rádio, cinema, televisão, veículos e redes 
sociais.
São admissíveis: a circulação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre 
matéria cultural, envio de mensagens, por meios eletrônicos, desde que a desti-
natários certos, sem o oferecimento de serviços ou captação de clientela.
O novo Código de Ética teve a preocupação com os advogados públicos na 
execução das atividades profissionais, visando à busca pela solução ou redução 
de litígios.
A advocacia pro bono é a prestação gratuita, eventual e voluntária da presta-
ção de serviços jurídicos à instituições sociais sem fins econômicos, sempre que 
os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional.
Com relação a instauração do processo disciplinar, o Novo Código de Ética 
manteve os padrões do antigo código, com a ressalva de que a denúncia anôni-
ma não é considerada fonte inidônea.
Assim, o processo disciplinar continua ocorrendo em função do conhecimen-
to do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em virtude de comuni-
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cação da autoridade competente. A representação será formulada ao Presidente 
do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito ou verbalmente 
e, neste caso, será reduzida a termo.
• Os temais mais cobrados pela FGV são:
• Sociedade de advogados 
• Inscrição 
• Direito dos advogados 
• Honorários Advocatícios 
• Infrações e Sanções Disciplinares 
• Conselho Seccional 
• Conselho Federal 
• Impedimentos e Incompatibilidades 
• Processo disciplinar 
• Estágio Profissional 
• Instrumento de mandato 
• Publicidade 
• Sigilo Profissional 
• Relações com o cliente
Dentre os assuntos mais cobrados, vamos revisar sobre os poderes dos advo-
gados – substabelecimento?
O substabelecimento é o compartilhamento de poderes entre advogados ou 
a transferência de poderes de um advogado para outro. A diferença entre com-
partilhar ou transferir está no tipo de substabelecimento, podendo ser com reser-
vas ou sem reservas de poderes. O substabelecimento, sem reservas, precisa do 
consentimento do cliente, devido a retirada do advogado do processo.
Melhor dizendo, o substabelecimento sem reservas, é a transferência total de 
poderes do advogado para outro, retirando-se totalmente da atuação no processo.
Já o substabelecimento com reservas ocorre quando o advogado compartilha 
os poderes com outro advogado, sendo dispensado o consentimento do cliente, 
pois trata-se de ato privativo do advogado, podendo inclusive, substabelecer a 
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estagiários.
Lembre-se que o instrumento de procuração e o substabelecimento são do-
cumentos escritos e essenciais para o exercício do advogado na via judicial e 
extrajudicial.
Procuração Substabelecimento
Cliente à Advogado Advogado à Advogado
Tipo: com reservas ou sem reservas
sem reservas: é obrigatório o consentimento do 
cliente / outorgante.
Aguardo vocês no próximo encontro!
Bons estudos,
Professora Daniela Menezes.
Daniela Menezes – Advogada. Mestranda em Políti-
cas Públicas pelo Uniceub, Professora Substituta do 
Uniceub, Advogada, Formação e Capacitação de Juíza 
Arbitral do Brasil, Europa e Mercosul.
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DIREITO CIVIL: 
PROFESSOR EDUARDO GALANTE 
Olá pessoal. Tudo bem? Fortalecidos para a caminhada da aprovação no Exa-
me de Ordem? Bem… Sou o Professor Eduardo Galante e estou aqui para trazer 
algumas dicas para a 1ª fase do Exame de Ordem sobre a disciplina Direito Pro-
cessual Civil.
Mas antes mesmo de iniciarmos, gostaria de deixar uma mensagem cujo con-
teúdo representa o que deve ser a nossa caminhada para aprovação: “Espalhem, 
transmitam o positivismo, sonhem, acreditem no otimismo, procurem, busquem 
a conquista, examinem-se, achem o real valor da vida! Reflitam sobre suas ações. 
Amem intensamente, respeitem opiniões, neutralizem o negativismo, sejam alma, 
mente e coração, mas com os pés cravados ao chão, auto avaliem-se… e vivam!”.
É com essa concepção que temos que nos preparar para o Exame. A dedica-
ção de vocês, as muitas horas de estudo, a confiança nesse projeto de vida, tudo 
isso em breve terá como resultado a aprovação de todos. Podem ter certeza: 
os nomes de vocês estarão na lista de aprovados da primeira fase do Exame de 
Ordem. Da parte do nosso projeto não faltará dedicação e nem instrumentos 
didático-pedagógicos para que você estabeleça metas e estratégias máximas.
Uma boa maneira de iniciarmos essa preparação é utilizarmos a técnica de 
estudo que preconiza a aprendizagem por meio de sínteses (resumos ou dicas).
Com o intuito de contribuir decisivamente com o seu sucesso o GRANCUR-
SOS oferece excelentes cursos que os ajudarão em todas as fases do Exame.
Como forma de demonstrar o meu comprometimento com vocês, em espe-
cial com os seus estudos, apresento hoje uma série de dicas de Direito Processual 
Civil elaborada com base em pontos recorrentes e importantes da disciplina. Va-
mos lá.
1ª) Pode-se conceituar a jurisdição como: Função do Estado, pela qual ele, no 
intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral 
e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos.
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
2ª) A competência é, conforme definição clássica, a medida da jurisdição. Ela 
quantificará a parcela de exercício de jurisdição atribuída a determinado órgão, 
em relação às pessoas, à matéria ou ao território.
3ª) As sentenças estrangeiras são, portanto, emanações de um poder sobe-rano externo. O mecanismo pelo qual a autoridade brasileira outorga eficácia à 
sentença estrangeira, fazendo com que ela possa ser executada no Brasil, deno-
mina-se HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA, que hoje é da compe-
tência do Superior Tribunal de Justiça.
4ª) A Constituição Federal, ao formular a estrutura do Judiciário, estabelece a 
distinção entre a justiça comum e as especiais: a trabalhista, tratada no art. 111; a 
eleitoral, nos arts. 118 e ss.; e a militar, no art. 122. A Justiça do Trabalho é compos-
ta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), pelos Tribunais Regionais do Trabalho 
(TRTs) e pelos juízes do trabalho. A eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 
os Tribunais Regionais Eleitorais, os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. A militar 
é dividida em Justiça Militar da União e dos Estados: a da União é composta pelo 
Superior Tribunal Militar e os Conselhos de Justiça, Especial e Permanente, nas 
sedes das Auditorias Militares; a dos Estados, Distrito Federal e Territórios, pelo 
Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar, nos Estados em que o efetivo for 
igual ou superior a 20.000 integrantes, e pelos juízes auditores e pelos Conselhos 
de Justiça, com sede nas Auditorias Militares. A competência das justiças especiais 
é apurada de acordo com a matéria discutida (ratione materiae). A das justiças 
comuns é supletiva: abrange todas as causas que não forem de competência das 
especiais.
5ª) A justiça comum pode ser federal ou estadual. A competência da primeira 
é dada ratione personae, pela participação, no processo, como parte ou inter-
veniente, das pessoas jurídicas de direito público federais e empresas públicas 
federais (art. 109, I, da CF) ou ratione materiae, já que o art. 109 enumera temas 
pertinentes às justiças federais. É composta por juízes e Tribunais Regionais Fede-
rais. O que não for de competência das justiças especiais, nem da Justiça Federal, 
será atribuído, supletivamente, à Justiça Estadual. Cabe-lhe o julgamento de to-
das as causas que não pertencerem a uma e outras.
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6ª) Cabe aos Estados organizar sua respectiva justiça, respeitados os dispositi-
vos da CF: em cada qual haverá os juízos e tribunais estaduais, cuja competência 
é dada em conformidade com as Constituições Estaduais e leis de organização 
judiciária. Tanto a Justiça Federal quanto a estadual terão ainda os seus respecti-
vos juizados especiais e colégios recursais.
7ª) Em posição de destaque acima dos órgãos de primeiro e segundo graus 
de jurisdição, tanto estaduais como federais, há o Superior Tribunal de Justiça, 
criado pela CF de 1988 (arts. 104 e ss.), cuja função precípua é resguardar a lei 
federal infraconstitucional. E, sobre todos, o Supremo Tribunal Federal, guardião 
máximo da Constituição Federal, cuja competência é estabelecida no seu art. 102.
8ª) REGRAS GERAIS PARA A APURAÇÃO DE COMPETÊNCIA: Neste item, for-
mularemos algumas regras que devem ser observadas por aquele que deseja 
apurar onde determinada demanda deve ser proposta. São seis os passos, su-
geridos por Nelson Nery Junior: I) Se a ação pode ou não ser proposta perante 
a justiça brasileira, o que exige consulta aos arts. 21 a 23 do CPC; II) Sendo da 
justiça brasileira, se não se trata de competência originária do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, o que exige consulta aos arts. 102, I, e 
l05, I, da Constituição Federal; III) Se a competência não é de alguma das justiças 
especiais, conforme arts. 114, 121 e 124 da Constituição Federal; IV) Não sendo de 
competência das justiças especiais, verificar se a competência é da justiça comum 
federal ou estadual, lembrando que será da primeira nas hipóteses do art. 109 
da CF; V) Qual o foro competente, o que exige consulta ao CPC ou a lei federal 
especial; VI) Qual o juízo competente, nos termos das normas estaduais de orga-
nização judiciária.
9ª) TIPO DE TUTELA COGNITIVA: CONDENATÓRIA, CONSTITUTIVA E DECLA-
RATÓRIA: Dentre as ações de conhecimento, é possível identificar três tipos fun-
damentais: a condenatória, a constitutiva e a declaratória, conforme o tipo de 
tutela postulada. Nas três, pede-se sempre uma sentença: as declaratórias são 
mais simples que as demais, porque nelas o juiz se limita a declarar a existência 
ou inexistência de uma relação jurídica. O que se pretende obter é uma certeza 
jurídica sobre algo que, até então, era fonte de dúvidas, incertezas ou insegu-
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rança. A sentença declaratória não impõe obrigações’ aos litigantes, por isso não 
constitui título executivo, mas torna certa uma situação jurídica que, embora já 
existisse, não era reconhecida. Por exemplo: quando houver dúvida a respeito da 
paternidade de alguém que queira saná-la, bastará que ajuíze ação declaratória, 
na qual o juiz decidirá se, afinal, o autor é ou não filho do réu. Já a tutela consti-
tutiva é aquela cuja finalidade é modificar, constituindo ou desconstituindo, uma 
relação jurídica. Um exemplo é o das ações de separação judicial ou divórcio, 
que objetivam desconstituir a sociedade conjugal ou o casamento, respectiva-
mente. Tal como as ações declaratórias, as constitutivas não visam a formação 
de um título executivo. Por seu intermédio, o que se busca é a modificação de 
uma situação jurídica indesejada. As ações constitutivas podem ser positivas ou 
negativas. As primeiras são as que criam relações jurídicas até então inexistentes; 
as segundas as que as desconstituem. O que caracteriza a sentença constitutiva 
é a criação de um estado jurídico distinto do anterior. Por fim, a ação condenató-
ria é aquela que visa a formação de um título executivo judicial, que atribuirá ao 
autor a possibilidade de valer-se da via executiva, tornando realidade aquilo que 
lhe foi reconhecido. Sua finalidade é compelir alguém ao cumprimento de uma 
obrigação inadimplida. A ação condenatória tem por objetivo não a satisfação 
imediata e plena do direito postulado, mas a formação de título que permita apli-
car a sanção executiva.
10ª) PROCESSO E PROCEDIMENTO: Enquanto o processo engloba todo o 
conjunto de atos que se alonga no tempo, estabelecendo uma relação dura-
doura entre os personagens da relação processual, o procedimento consiste na 
forma pela qual a lei determina que tais atos sejam encadeados.
11ª) NULIDADES: No processo civil, também são admitidas as nulidades abso-
lutas e relativas, mas o tratamento dado é diferente do que se dá no direito civil, 
pois ambas se sanam, se tomadas as providências necessárias para isso. Todas as 
nulidades processuais, em princípio, podem ser sanadas, porque o processo não 
é um fim em si, mas meio para se alcançar a proteção aos direitos materiais. As 
nulidades absolutas são as que decorrem de vícios relacionados com a estrutura 
do processo e da relação processual. As que não dizem respeito a esses aspectos 
são relativas.
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
12ª) CAPACIDADE DE SER PARTE: É a aptidão de ser parte em um processo, de 
figurar na condição de autor ou réu. Como o processo é um instrumento que visa 
tornar efetivos os direitos, todos os titulares de direitos na ordem civil terão ca-
pacidade de ser parte (portanto, todas as pessoas, físicas e jurídicas). Mas o CPC 
vai além, estendendo a capacidade de ser parte a alguns entes despersonaliza-
dos, que não são pessoas, porque há certas circunstâncias em que eles podem 
ter necessidade de comparecer em juízo, como a massa falida, o condomínio, a 
herança jacente ou vacante, o espólio e o nascituro. Mas só excepcionalmente, 
quando houver previsão legal, os entes despersonalizados terão capacidade de 
ser parte. O processo não poderá ter desenvolvimento válido e regular se nele 
figurar alguém que não a tenha.
13ª) PRESSUPOSTOS PROCESSUAISNEGATIVOS: Para que o processo pos-
sa ser válido, é indispensável que determinadas circunstâncias estejam ausentes. 
Entre elas, a coisa julgada, a litispendência, a perempção e o compromisso de 
arbitragem. A presença de qualquer delas implicará a extinção do processo sem 
resolução de mérito. Vale lembrar que a perempção é a perda do direito de ação 
como consequência de, por três vezes anteriores, o autor ter dada causa à extin-
ção do processo, sem resolução de mérito, por abandono.
14ª) CAPACIDADE DE SER PARTE: Todas as pessoas, sem exceção, têm capa-
cidade de ser parte, porque são titulares de direitos e obrigações na ordem civil. 
A regra abrange as pessoas naturais ou físicas e as jurídicas, de direito público 
ou privado. O art. 75 do CPC trata da representação das pessoas jurídicas e dos 
entes despersonalizados, que têm capacidade de ser parte. A lei processual es-
tende a capacidade de ser parte a alguns entes despersonalizados, por entender 
conveniente para a postulação ou defesa de determinados interesses em juízo. 
Conquanto eles não tenham personalidade civil, têm, ao menos, personalidade 
processual. Entre outros exemplos, podem ser citados: a) Massa falida; b) Espólio;
1. c) Herança jacente e vacante; d) Condomínio; e) Sociedade sem persona-
lidade jurídica; f ) Nascituro: é aquele que, conquanto já concebido, ainda não 
nasceu.
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COLETÂNEA – VADE DICA – OAB
15ª) DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES: A sucessão das 
partes ou de seus procuradores, que pode ocorrer por ato Inter vivos ou mortis 
causa, vem regulada nos arts. 108 a 112 do CPC. Os arts. 109 e 110 tratam da su-
cessão de partes, o primeiro por ato inter vivos e o segundo em caso de morte. 
Os arts. 111 e 112 tratam da alteração de procurador, seja por vontade da parte, 
seja por vontade do próprio advogado. A sucessão por ato inter vivos ocorrerá 
nas hipóteses de alienação de coisa litigiosa, que, por sua importância, será estu-
dada em item próprio.
16ª) LITISCONSÓRCIO: O litisconsórcio é a pluralidade de partes no polo ati-
vo, no passivo, ou em ambos, do mesmo processo. Daí falar-se, respectivamente, 
em litisconsórcio ativo, passivo e misto (ou bilateral). Haverá um único processo 
com mais de um autor ou de um réu. Trata-se de fenômeno bastante comum no 
processo civil, que ocorre talvez na maior parte dos processos. Litisconsórcio ne-
cessário É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e 
o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litiscon-
sortes necessários. São duas as razões para que exista. A primeira é a existência 
de lei impondo a sua formação.
17ª) LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO, UNITÁRIO, SIMPLES: Litisconsórcio facul-
tativo é aquele cuja formação é opcional: no momento da propositura da deman-
da, o autor tinha a opção entre formá-lo ou não. Litisconsórcio unitário é aquele 
em que a sentença forçosamente há de ser a mesma para todos os litisconsortes, 
sendo juridicamente impossível que venha a ser diferente. Só existe quando, no 
processo, discute-se uma relação jurídica una e incindível, como o contrato e o 
casamento, que não pode desconstituir-se para um dos participantes, e não para 
outro. Litisconsórcio simples é aquele em que existe a possibilidade de a sentença 
ser diferente para os litisconsortes. Quando o litisconsórcio é facultativo, a sua 
formação depende da vontade do autor ou autores. Quando o litisconsórcio é 
necessário, não há opção do autor entre formá-lo ou não: o autor deverá incluir 
todos no polo ativo ou passivo. É possível que os litisconsortes, ativos ou passi-
vos, constituam o mesmo procurador, ou procuradores diferentes. No segundo 
caso, terão todos os prazos processuais para se-manifestar nos autos em dobro, 
por força do art. 229 do CPC, desde que não integrantes do mesmo escritório e 
que o processo não seja eletrônico, pois nesses casos o prazo será simples.
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18ª) INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: O Código de Processo Civil trata de nume-
rosas hipóteses de terceiros que podem ingressar no processo em andamento. A 
intervenção implicará que aquele que não figurava até então no processo passe 
a figurar. Só há intervenção de terceiros se o terceiro ingressa em processo em 
andamento. A denunciação da lide e o chamamento ao processo só cabem em 
processo de conhecimento, porque a sua finalidade é constituir, no mesmo proces-
so, título executivo contra o terceiro, seja ele alguém em relação à qual uma das 
partes tenha direito de regresso, como na denunciação, seja o afiançado ou os de-
vedores solidários, no chamamento. As demais espécies de intervenção cabem em 
qualquer tipo de processo, inclusive no de execução. DAS DIVERSAS FORMAS DE 
INTERVENÇÃO: Assistência: A assistência é forma típica de intervenção de terceiros, 
porque pressupõe o ingresso no processo de alguém que até então não figurava. 
Denunciação da lide: É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada 
tanto pelo autor quanto pelo réu, diversamente do chamamento ao processo, que 
só pode ser requerido pelo réu. Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a 
formação de um processo autônomo. Chamamento ao processo: É forma de inter-
venção de terceiros por meio da qual o réu fiador ou devedor solidário, originaria-
mente demandado, trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, 
o afiançado ou os demais devedores solidários. Do incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica: autoriza o juiz a estender, em determinadas situações, a 
responsabilidade patrimonial pelos débitos da empresa aos sócios, sem que haja a 
dissolução ou desconstituição da personalidade jurídica. O amicus curiae é o tercei-
ro que, conquanto não tenha interesse jurídico próprio, que possa ser atingido pelo 
desfecho da demanda em andamento, como tem o assistente simples, representa 
um interesse institucional, que convém seja manifestado no processo para que, 
eventualmente, possa ser considerado quando do julgamento.
19ª) MP E PROCESSO CIVIL: a intervenção do Ministério Público no processo civil, 
regulamentada pelos arts. 177 a 181 do CPC. Os arts. 177 e 178 mostram que ele pode 
atuar em um processo em duas qualidades: como parte ou fiscal da ordem jurídica. 
Cada uma delas será examinada nos itens seguintes. COMO PARTE: O membro do 
Ministério Público tem capacidade postulatória e pode propor ações no âmbito de 
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suas atribuições. O art. 129, III, da CF autoriza o Parquet a “promover o inquérito civil e 
a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente 
e de outros interesses difusos e coletivos”. COMO FISCAL: A outra qualidade em que 
o Ministério Público pode intervir no Processo Civil é a de fiscal da ordem jurídica. O 
art. 178 do CPC enumera em três incisos um rol apenas exemplificativo, quais são as 
hipóteses: Quando houver interesse público ou social; Quando houver interesse de in-
capazes; Nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e urbana.
20ª) O CPC dá excepcional importância à SOLUÇÃO CONSENSUAL DOS 
CONFLITOS. Dentre outras, há duas providências determinadas pelo legislador, 
que visam diretamente facilitar e favorecer a autocomposição. A primeira delas 
é a instituição de uma audiência de tentativa de conciliação já no início do pro-
cedimento comum, antes que o réu tenha oportunidade de oferecer resposta. A 
segunda é a inclusão de mediadores e conciliadores como auxiliares da justiça. 
Determina o art. 165, caput, do CPC que os tribunais criarão centros judiciários 
de solução consensual de conflitos, a quem competirão duas tarefas essenciais: a 
de realizar as sessões e audiências de conciliação e mediação; e a de desenvolver 
programas destinados a auxiliar, orientar e estimulara autocomposição. O art. 
165, §§ 2º e 3º, esclarece a atuação do conciliador e do mediador. O primeiro atua 
preferencialmente em casos em que não houver vínculo anterior entre as partes; 
e o segundo, quando houver esse vínculo. É ele que determinará a atuação de 
mediador ou de conciliador.
21ª) PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO, CONCILIADOR E MEDIADOR: são princí-
pios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: 
confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independên-
cia e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e 
validação. 
I – Confidencialidade- dever de manter sigilo sobre todas as informações ob-
tidas na sessão, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública 
ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como ad-
vogado dos envolvidos, em qualquer hipótese; 
II – Decisão informada – dever de manter o jurisdicionado plenamente infor-
mado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido; 
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III – Competência – dever de possuir qualificação que o habilite à atuação 
judicial, com capacitação na forma desta Resolução, observada a reciclagem pe-
riódica obrigatória para formação continuada; 
IV – Imparcialidade – dever de agir com ausência de favoritismo, preferência 
ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no 
resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito e 
jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente; 
V – Independência e autonomia- dever de atuar com liberdade, sem sofrer 
qualquer pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou in-
terromper a sessão se ausentes as condições necessárias para seu bom desenvol-
vimento, tampouco havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível; 
VI – Respeito à ordem pública e às leis vigentes – dever de velar para que 
eventual acordo entre os envolvidos não viole a ordem pública, nem contrarie as 
leis vigentes; 
VII – Empoderamento – dever de estimular os interessados a aprenderem a 
melhor resolverem seus conflitos futuros em função da experiência de justiça vi-
venciada na autocomposição;
VIII – Validação- dever de estimular os interessados perceberem-se recipro-
camente como serem humanos merecedores de atenção e respeito”. O art. 167 
do CPC cuida de recrutamento de conciliadores e mediadores. Não se exige que 
sejam advogados, nem que tenham bacharelado em direito. Caso o conciliador 
ou mediador seja advogado, ele e a sociedade de advogados a que pertence 
(Enunciado 60 da ENFAM) ficarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos 
em que desempenhem as suas funções. O art. 168 faculta às partes, de comum 
acordo, escolher o conciliador ou o mediador. O art. 169 estabelece que o conci-
liador e o mediador fazem jus à remuneração, conforme tabela fixada pelos tribu-
nais, observados os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
O art. 174 prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criem 
câmaras de mediação e conciliação para a solução consensual de conflitos no 
âmbito administrativo.
Bem pessoal… Acredito que com essas dicas vocês terão condições de fomen-
tar os seus estudos para enfrentar a 1ª fase do Exame de Ordem.
ESTUDAR E TRANSFORMAR!
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OBRAS CONSULTADAS PARA ELABORAÇÃO DO PRESENTE RESUMO: 
• Novo Código de Processo Civil Comentado, José Miguel Garcia Medina, 
2015.
• Novo Código de Processo Civil Anotado, ESA/OAB-RS, 2015.
• Novo Código de Processo Civil Anotado, Cassio Scarpinella Bueno, 2015.
• Novo Código de Processo Civil Comparado, Elpídio Donizete, 2015.
• Novo Código de Processo Civil anotado e Comparado para Concursos, Si-
mone D. Figueiredo, 2015.
Eduardo Galante – Mestre em Direito pela Universi-
dade São Carlos, mestrando em Educação pela Univer-
sidade da Cidade de São Paulo – UNICID, especialista 
em Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Consti-
tucional, Direito Administrativo e em Direito Penal pela 
Faculdade Processus. Graduado em Direito e em Se-
cretariado. Professor de cursos de pós-graduação e de 
graduação em faculdades de Brasília, tendo ministrado 
disciplinas, como: Direito Civil, Direito Processual Civil, 
entre outras. Ministra cursos preparatórios para concursos públicos e para o Exa-
me da Ordem. É professor em cursos de extensão e de atualização na área jurí-
dica. Palestrante, instrutor e consultor para certames públicos. Servidor Público 
há 25 anos.
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DIREITO ADMINISTRATIVO: 
PROFESSOR GUSTAVO SCATOLINO 
Caros examinandos e examinandas,
Daremos continuidade a Regressiva “100 dias para a OAB” com dicas impor-
tantes para o estudo do Direito Administrativo:
SEGURANÇA JURÍCIA, CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E REGISTRO 
DE APOSENTADORIA PERANTE O TRIBUNAL E CONTAS
O princípio visa a dar maior estabilidade às relações jurídicas, mesmo àquelas 
que a princípio apresentam ilegalidade.
Como a sociedade prefere a segurança das relações jurídicas, ao invés da sua 
instabilidade, houve a fixação do prazo decadencial de 5 anos, salvo comprovada 
má-fé, para a Administração anular seus atos, conforme prevê o art. 54, da Lei n. 
9.784/99. Dessa forma, após 5 anos da edição de um ato administrativo, mesmo 
havendo ilegalidade nesse ato, não há mais, salvo comprovada má-fé, possibili-
dade de a Administração corrigir esse ato através da anulação.
Segundo Almiro Couto e Silva, à medida que o tempo vai passando, eventuais dú-
vidas sobre a legalidade do ato administrativo vão, gradativamente, perdendo relevo 
diante da crescente e sempre mais robustecida confiança na sua legalidade.1
Questão que merece análise detalhada se refere ao prazo para registro de 
aposentadoria perante o TCU. Conforme a súmula vinculante n. 3, do STF, “nos 
processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e 
a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade 
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.
1 SILVA, Almiro e Couto. O princípio da segurança jurídica (proteção à confiança) no Direito Público Brasileiro e do direito da 
Administração Pública de anular seus próprios atos administrativos: o prazo decadencial do art. 54 da Lei do Processo 
Administrativo da União (Lei n. 9.784/99). In: Revista Brasileiro de Direito Público – RBDP, Belo Horizonte, ano 2, n. 6, p. 
48-49, jul./set., 2004.
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De acordo com essa súmula, na análise pelo TCU de processos que ele deva 
fazer o registro se for resultar em determinação de anulação ou revogação, pri-
meiro deve se conferir ao interessado a oportunidade para o exercício do con-
traditório e ampla defesa, antes da referida anulação ou revogação. Entretanto, a 
súmula faz exceção ao registro inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Nes-
ta hipótese não haverá direito ao contraditório e da ampla defesa perante o TCU
O STF entende que o registro de aposentadoria é ato complexo. Sendo 
assim, só está realmente formado o ato com a conjugação da vontade dos dois 
órgãos (órgão do servidor e TCU). Enquanto o servidor tem a concessão de 
aposentadoria apenas perante seu órgão de origem, esse ato ainda não está 
formado, pois apenas com o registro perante o TCU é que estará finalizado.2 Na 
verdade, o TCU não aprova um ato já pratica, mas sim participa da própria for-
mação do ato, que só estará finalizado com a aquiescência da Corte de Contas.
Assim, o TCU não está submetido ao prazo de 5 anos para fazer o 
registro da aposentadoria. Esse é o entendimento que prevaleceno STF, mas 
veremos que o Supremo Tribunal Federal possui alguns acórdãos (MS n. 24.448 
e 25.116) no sentido de que o TCU tem que fazer o registro dentro de um prazo 
razoável, posição que, em alguns casos, já vem sendo perfilhada pelo STJ.
Entretanto, deve-se ter atenção. O TCU não está submetido ao prazo de 5 
anos para o registro de aposentadoria, que se trata de ato complexo, mas para 
outros atos que não têm essa natureza está esse Tribunal sujeito ao prazo de-
cadencial, a exemplo de atos que concedem incorporação de gratificação ou 
adicional.
No Mandado de Segurança n. 26.117/DF, Relator Min. Eros Grau, o STF enten-
deu que se operou a decadência para anulação do ato pelo TCU. Tratava-se de 
ascensão funcional interna de servidor no órgão de lotação em que o órgão de 
controle somente julgou as contas depois de mais de 10 anos. Entendeu-se que 
não consubstancia ato complexo a ascensão funcional.
2 Apesar do STF entender que o registro de aposentadoria é ato complexo, entendemos que seria caso de ato composto, pois 
o ato do TCU apenas aprova, confirma outro ato. Entretanto, para fins de concurso deve ser adotada a posição do STF 
no sentido de que é ato complexo.
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Em outro julgado proferido pelo STF, entendeu-se que o ato de revisão de 
aposentadoria também está sujeito ao prazo decadencial de 5 anos. Após o aper-
feiçoamento da aposentadoria, que ocorre com o registro perante o TCU, esse 
Tribunal tem o prazo de 5 anos para fazer a revisão do ato de concessão inicial. 
E, ainda, deve conceder contraditória e ampla defesa previamente.
Dissemos, anteriormente, que o STF tem posição no sentido de que o TCU 
não deve garantir o contraditório e a ampla defesa, se resolver negar registro 
de aposentadoria, conforme entendimento da súmula vinculante número 3. 
Entretanto, um novo paradigma vem sendo traçado no Supremo, exigindo a ob-
servância desses princípios quando o TCU não analisa o registro inicial em tempo 
razoável3. Tem-se adotado como período razoável para análise do ato o prazo de 
5 anos, entre a concessão do ato e o registro pela Corte de Contas, em razão do 
art. 54, da Lei n. 9.784/99. É o que se depreende da seguinte decisão:
A inércia da Corte de Contas, por sete anos, consolidou, de forma positiva, 
a expectativa da viúva, no tocante ao recebimento de verba de caráter alimentar. 
Este aspecto temporal condiz, intimamente, com o princípio da segurança jurídica, 
projeção objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana e elemento concei-
tual do Estado de Direito. O prazo de cinco anos é de ser aplicado aos processos 
de contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de 
aposentadorias, reformas e pensões. Transcorrido in albis o interregno quinquenal, 
é de se convocar os particulares para participar do processo de seu interesse, a fim 
de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla defesa (inciso LV, do art. 5º) 
(MS 24.448/DF, DJ 14/11/2007, Informativo 488). (ver também MS 25116)4
Em outro julgado, proferido pelo PLENO do STF, decidido por maioria (infor-
mativo 599), foi concedido o mandado de segurança para anular acórdão do TCU, 
para o fim de ser assegurada a oportunidade do uso das garantias constitucionais 
do contraditório e da ampla defesa. Na situação dos autos, a Corte de Contas ne-
gara registro a ato de aposentadoria especial de professor, por considerar indevido
3 O termo a quo do prazo de 5 anos para que o Tribunal de Contas da União – TCU examine a legalidade dos atos concessivos 
de aposentadorias, reformas e pensões, conta-se a partir da data de chegada do processo administrativo na própria Corte 
de Contas. MS 24781/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 2.3. 2011. (MS-24781) – Infor-
mativo n. 618 STF.
4 REsp 1098490/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2009, DJe 27/04/2009
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o cômputo de serviço prestado sem contrato formal e sem o recolhimento das 
contribuições previdenciárias. Não obstante admitindo o fato de que a relação jurí-
dica estabelecida no caso se dá entre o TCU e a Administração Pública, o que, em 
princípio, não reclamaria a audição da parte diretamente interessada, entendeu-se, 
tendo em conta o longo decurso de tempo da percepção da aposentadoria até a 
negativa do registro (cinco anos e oito meses), haver direito líquido e certo do im-
petrante de exercitar as garantias do contraditório e da ampla defesa. Salientou-se 
a necessidade de se fixar um tempo médio razoável a ser aplicado aos processos 
de contas cujo objeto seja o exame da legalidade dos atos concessivos de aposen-
tadorias, reformas e pensões, e afirmou-se poder se extrair, dos prazos existentes 
no ordenamento jurídico brasileiro, o referencial de cinco anos.
Essa é a nova orientação que vem se firmando no STF, no sentido de se con-
ceder direito ao contraditório e da ampla defesa, quando a anulação do ato de 
aposentadoria ocorre depois de tempo razoável de sua concessão: em média, 5 
anos.
Sob esse fundamento, o Supremo aplicou orientação firmada no MS 25.116/DF 
(v. Informativo 599) para anular acórdão do TCU, a fim de ser assegurada a opor-
tunidade do uso das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
Tratava-se, na espécie, de mandado de segurança impetrado contra atos do TCU 
e do Coordenador-Geral de Recursos Humanos do Ministério dos Transportes, 
que implicaram no cancelamento da pensão especial percebida pela impetrante. 
Tendo em conta que ela vinha recebendo a pensão há quase 10 anos, de forma 
ininterrupta, entendeu-se que o seu benefício não poderia ter sido cessado, sem 
que lhe fosse oportunizada manifestação. Vencidos os Ministros Celso de Mello 
e Cezar Peluso, Presidente, que concediam a ordem totalmente, pronunciando 
a decadência, e os Ministros Ellen Gracie e Marco Aurélio que a denegavam. MS 
25403/DF, rel. Min. Ayres Britto, 15.9.2010. (MS-25403-Informativo 600).
Assim, percebe-se que, paulatinamente, o STF vem desenhando um novo mo-
delo sobre a garantia do direito ao contraditório e da ampla defesa nos atos de 
anulação de aposentadoria, reforma ou pensão. Em razão dessa nova orientação, 
que vem se consolidando no STF, inevitavelmente a súmula vinculante n. 3 deverá 
ter sua redação alterada, ou, até mesmo, será objeto de cancelamento.
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Por fim, não podemos deixar de fazer a crítica referente à edição de súmulas 
vinculantes, sem debate aprofundado sobre o tema; assim como aconteceu com 
a súmula vinculante n. 13, que dispõe sobre o nepotismo, entre outras. Novamen-
te sem examinar diversos precedentes antes de consolidar o entendimento, o STF 
edita súmula que já não é mais aplicada conforme está disposta.
Na sua prova, então, atenção
Regra 1 Direito ao contraditório e ampla defesa no TCU
Regra 2 TCU deve observar prazo de 5 anos na análise dos atos adminis-trativos
Obs 1!
Concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão TCU não 
precisa conceder contraditório e ampla defesa previamente, 
SALVO se entre a data da concessão pelo órgão e registro pelo 
TCU decorreu prazo maior do que 5 anos.
Obs 2! Na revisão da concessão inicial tem que observar prazo de 5 anos e contraditório e ampla defesa previamente.
Obs 3! Havendo má-fé não há que se falar em prazo de 5 anos (art. 54, Lei n. Lei n. 9.784/99)
Gustavo Scatolino – Atualmente é Procurador da Fa-
zenda Nacional. Bacharel em Direito e Pós-graduado 
em Direito Administrativo e Processo Administrativo. 
Ex-Assessor de Ministro do STJ. Aprovado em vários 
concursos públicos, dentre eles, Analista Judiciário do 
STJ, exercendo essa função durante 5 anos, e Procura-
dor do Estado do Espírito Santo.
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