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XXIV Exame de Ordem Comentários sobre a prova da 2ª fase (1)

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2 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Civil
SUMÁRIO
DIREITO CIVIL ...........................................................................................3
Anelise Muniz – Peça Prático-Profissional .......................................................3
Raquel Bueno – Questões 01 e 02 .................................................................7
Roberta Queiroz – Questões 03 e 04 ...........................................................12
DIREITO PENAL ........................................................................................15
Cristiane Damasceno – Peça Prático-Profissional ...........................................15
Cristina Tubino – Questões 01 e 02 .............................................................17
Flávio Daher – Questões 03 e 04 ................................................................19
DIREITO CONSTITUCIONAL .......................................................................22
Aragonê Fernandes – Peça Prático-Profissional ..............................................22
Aragonê Fernandes – Questões 01, 02, 03 e 04 ............................................23
DIREITO TRIBUTÁRIO ...............................................................................26
Maria Christina Barreiros – Peça Prático-Profissional ......................................26
Celso Correia – Questão 01 ........................................................................27
Maria Christina Barreiros – Questão 02 ........................................................28
Celso Correia – Questões 03 e 04 ...............................................................28
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................30
Lisiane Brito – Prova Prático-Profissional ......................................................30
Lisiane Brito – Questões 01, 02, 03 e 04 ......................................................34
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................36
Hugo Sousa – Peça Prático-Profissional ........................................................36
Rogério Dias – Questões 01 e 02 ................................................................40
Leandro Alencar – Questões 03 e 04 ...........................................................42
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
3 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Civil
DIREITO CIVIL
ANELISE MUNIZ – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Inicialmente a Prova Prático-Profissional foi bem tranquila, tratando-se de EM-
BARGOS À EXECUÇÃO, com fundamento nos artigos 914 e seguintes do Código de 
Processo Civil. Seguem os comentários:
1. Endereçamento: primeiramente o candidato deverá fazer os EMBARGOS À 
EXECUÇÃO dirigidos ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 1ª Vara Cí-
vel da Comarca da Capital do Estado de São Paulo/SP. 
2. Indicar: distribuição por dependência nos autos processo nº...
3. Qualificação: Marilene, devidamente qualificada nos autos do processo em 
epígrafe na Ação de Execução de Título Executivo Extrajudicial que lhe move Breno, 
também devidamente qualificado nos autos do processo, vem, por intermédio de 
seu advogado..., com endereço profissional à..., OAB..., mandato anexo, à presen-
ça de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 914 e seguintes do Código de 
Processo Civil, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUS-
PENSIVO pelos fatos e fundamentos jurídicos que se passa a expor:
PROFESSORA ANELISE MUNIZ
Mestranda em Educação pela UNICID – Universidade Cidade de São 
Paulo (2016). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políti-
cas Públicas, Avaliação e Qualidade – Geppaq, sob a orientação da 
Professora Dra. Cristiane Machado. Bacharel em Direito pelo Centro 
Universitário do Distrito Federal – UDF. Especialista em Direito Pro-
cessual Civil pelo ICAT/UDF. Especialista em Didática do Ensino Su-
perior pelo UDF. Licenciatura em Pedagogia (em curso). Ex-coorde-
nadora do Núcleo de Práticas Jurídicas na Justiça Federal de Brasília/
DF. Professora de graduação no UDF em Direito Civil e Processo Civil 
e Direito Previdenciário. Professora orientadora de monografia. Pro-
fessora do GRAN CURSOS ONLINE em Carreiras Jurídicas/Concursos 
Públicos e 1ª e 2ª Fases do Exame da OAB em Direito Civil e Processo 
Civil. Advogada atuante nas áreas de Direito Civil, Processo Civil e 
Direito Previdenciário. Professora da Escola Superior de Advocacia do 
Distrito Federal – ESA/OAB. Membro do Conselho da OAB/DF do Exa-
me de Seleção da OAB. Ex-chefe de gabinete no TRF da 1ª Região.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
4. DOS FATOS
A título apenas exemplificativo
Marilene, ora embargante/executada, foi citada e intimada em ação de execu-
ção de título extrajudicial ajuizada por Breno, ora embargado/exequente, que alega 
fazer jus a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstancia-
do em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por Marilene e duas 
testemunhas e vencido há mais de um mês.
Ocorre que Breno, ora embargado, indicou à penhora três contas bancárias, um 
carro e o imóvel em que a embargante reside com sua família. Alegou, ainda, que 
a executada estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual este d. juízo 
deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros da embargante.
Entretanto, a verdade dos fatos é que a embargante manteve relacionamento 
com o embargado e, durante o tempo em que estavam juntos, o embargado insistiu 
que a embargante assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos 
necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado, 
induzindo-a a erro e agindo com dolo.
É importante também informar a Vossa Excelência que a Embargante não pos-
sui muito e, com isso, assinou acreditando estar apenas declarando que Breno, ora 
embargado, ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais 
alegava fazer jus perante o INSS.
É oportuno, ainda, pontuar que, inclusive, uma das pessoas que assinou como 
testemunha é uma vizinha sua, que sabe que o embargado a induziu a acreditar 
que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício.
Esclarece que, quando o relacionamento acabou, o embargado se tornou agressi-
vo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, 
na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um homem ressentido.
Por fim, também é importante pontuar a Vossa Excelência que a embargante 
está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
em uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamen-
tal para a subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um trata-
mento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias.
Eis o breve relato dos fatos.
5. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A título apenas exemplificativo
Tendo a embargante assinado o suposto título executivo extrajudicial, acre-
ditando estar apenas declarando que o embargado ainda não tinha recebido R$ 
15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus perante o INSS, mas as-
sinando na verdade uma confissão de dívida, com fundamento no artigo 917, inciso 
I, do CPC, deve ocorrer a desconstituição do título executivo, pois a embargante 
foi induzida a erro pelo embargado, que cometeu dolo para obter o título executivo 
da embargante, nos termos do artigo 145 do Código Civil, em virtude de se basear 
em negócio jurídico viciado. Assim, deve ocorrer a anulação e a consequente des-constituição do título executivo e, com isso, a liberação de todos os bens que foram 
penhorados da embargante.
Cabe, ainda, pontuar que, nos termos do artigo 833, inciso X, c/c o artigo 917, 
incisos II e VI, ambos do CPC, este d. juízo deve reconhecer a impenhorabilidade 
dos valores depositados na conta-poupança da embargante até o limite de 40 (qua-
renta) salários mínimos, bem como, nos termos do artigo 1º da Lei n. 8.009/1990, 
deve ocorrer a desconstituição da penhora do imóvel, uma vez que a embargante 
nele reside com sua família e, portanto, trata-se de bem de família.
DA CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO
Cabe ainda, nos termos do artigo 919, § 1º, do CPC, a suspensão do processo 
executivo, uma vez demonstrados os requisitos para a concessão da tutela provi-
sória, decorrentes da necessidade dos valores para o tratamento médico da mãe da 
embargante, bem como garantida a execução por penhora.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
6. DOS PEDIDOS
A título apenas exemplificativo:
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) o acolhimento da concessão da tutela provisória para suspender o processo 
executivo;
b) a procedência de todos os pedidos elencados para anular o negócio jurídico, 
bem como a desconstituição do título executivo e, consequentemente, a liberação 
de todos os bens penhorados da embargante;
c) entretanto, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, que re-
conheça a impenhorabilidade dos valores depositados na conta-poupança da em-
bargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como a liberação da 
penhora do imóvel, por tratar-se de bem de família;
d) a condenação nas custas e honorários sucumbenciais a serem suportados 
pelo embargado;
e) a juntada da guia das custas devidamente recolhidas;
f) a intimação do advogado..., no endereço...
Protesta prova o alegado, por todos os meios de prova admitidos em direito, em 
especial pela oitiva da testemunha abaixo arrolada.
Atribui-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Nestes termos, 
requer deferimento.
São Paulo, Data...
ADVOGADO...
OAB...
ROL DE DOCUMENTOS
...
ROL DE TESTEMUNHAS
Vizinha...
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
RAQUEL BUENO – QUESTÕES 01 E 02
QUESTÃO 01
Maria Clara e Jorge tiveram uma filha, Catarina, a qual foi registrada sob filiação de 
ambos. Apesar de nunca terem se casado, Maria Clara e Jorge contribuíam parita-
riamente com o sustento da criança, que vivia com Maria Clara. Quando Catarina 
fez dois anos de idade, Jorge ficou desempregado, situação que perdura até hoje. 
Em razão disso, não possui qualquer condição de prover a subsistência de Catarina, 
que não consegue contar apenas com a renda de sua mãe, Maria Clara, filha única 
de seus genitores, já falecidos. Jorge reside com sua mãe, Olívia, que trabalha e 
possui excelente condição financeira. Além disso, Catarina possui um irmão mais 
velho, Marcos, capaz e com 26 anos, fruto do primeiro casamento de Jorge, que 
também tem sólida situação financeira. Com base em tais fatos, responda aos itens 
a seguir, justificando e fundamentando a resposta.
a) Olívia e Marcos podem ser chamados a contribuir com a subsistência de Catari-
na? A obrigação deve recair em Olívia e Marcos de forma paritária?
Precipuamente, a obrigação alimentar dos filhos compete aos pais, respeitando-se 
o trinômio necessidade, possibilidade e razoabilidade/proporcionalidade. Tal obri-
gação, todavia, pode ainda ser atribuída aos avós (obrigação alimentar avoenga, 
PROFESSORA RAQUEL BUENO
Formada em Direito pela Universidade Católica de Brasília, especia-
lista em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Men-
des-RJ; mestranda em Direito na Universidade Católica de Brasília; 
professora de Direito Civil da graduação da Universidade Católica de 
Brasília e do IESB, da pós-graduação em Direito Civil da UniEvangé-
lica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do 
Gran Cursos Online. Advogada.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
de natureza subsidiária e complementar). Os irmãos só serão atingidos em caráter 
duplamente subsidiário, caso os responsáveis legais anteriores não tenham condi-
ções de assumir tal obrigação. Neste sentido, estabelece o Código Civil:
“Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e exten-
sivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em 
falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a 
ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em con-
dições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau ime-
diato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer 
na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as 
demais ser chamadas a integrar a lide.”
Tal entendimento é também corroborado pela jurisprudência do Colendo STJ, con-
forme os precedentes abaixo colacionados:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL POR ALIMENTOS. OBRI-
GAÇÃO ALIMENTAR AVOENGA. CARÁTER COMPLEMENTAR E SUBSIDIÁRIO DA PRESTA-
ÇÃO. EXISTÊNCIA DE MEIOS EXECUTIVOS E TÉCNICAS COERCITIVAS MAIS ADEQUA-
DAS. INDICAÇÃO DE BEM IMÓVEL À PENHORA. OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA 
MENOR ONEROSIDADE E DA MÁXIMA UTILIDADE DA EXECUÇÃO. DESNECESSIDADE DA 
MEDIDA COATIVA EXTREMA NA HIPÓTESE.
O propósito do habeas corpus é definir se deve ser mantida a ordem de prisão civil dos 
avós, em virtude de dívida de natureza alimentar por eles contraída e que diz respeito às 
obrigações de custeio de mensalidades escolares e cursos extracurriculares dos netos. 
2- A prestação de alimentos pelos avós possui natureza complementar e subsidiária, 
devendo ser fixada, em regra, apenas quando os genitores estiverem impossibilitados 
de prestá-los de forma suficiente. Precedentes. 3- O fato de os avós assumirem es-
pontaneamente o custeio da educação dos menores não significa que a execução na 
hipótese de inadimplemento deverá, obrigatoriamente, seguir o mesmo rito e as mes-
mas técnicas coercitivas que seriam observadas para a cobrança de dívida alimentar 
devida pelos pais, que são os responsáveis originários pelos alimentos necessários aos 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
menores. 4- Havendo meios executivos mais adequados e igualmente eficazes para a 
satisfação da dívida alimentar dos avós, é admissível a conversão da execução para o 
rito da penhora e da expropriação, que, a um só tempo, respeita os princípios da menor 
onerosidade e da máxima utilidade da execução, sobretudo diante dos riscos causados 
pelo encarceramento de pessoas idosas que, além disso, previamente indicaram bem 
imóvel à penhora para a satisfação da dívida. 5- Ordem concedida, confirmando-se a 
liminar anteriormente deferida. (HC 416.886/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TER-
CEIRA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 18/12/2017)
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR AVOENGA. RES-
PONSABILIDADE COMPLEMENTAR E SUBSIDIÁRIA DOS AVÓS. PRESSUPOSTOS. 1. A 
obrigação alimentar dos avós apresenta natureza complementar e subsidiária, somente 
se configurando quando pai e mãe não dispuserem de meios para promover as necessi-
dades básicas dos filhos. 2. Necessidade de demonstração da impossibilidadede os dois 
genitores proverem os alimentos de seus filhos. 3. Caso dos autos em que não restou 
demonstrada a incapacidade de a genitora arcar com a subsistência dos filhos. 4. In-
teligência do art. 1.696 do Código Civil. 5. Doutrina e jurisprudência do STJ acerca do 
tema. 6. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp 1415753/MS, Rel. Ministro PAULO DE 
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 27/11/2015)
Logo, os alimentos que deveriam ser pagos pelo pai, Jorge, deverão ser adimplidos 
pela avó paterna, Olívia, respeitando-se suas possibilidades.
b) Quais as medidas judiciais cabíveis para resguardar o direito de subsistência 
de Catarina, considerando a necessidade de obter com urgência provimento que 
garanta esse direito?
A menor impúbere, devidamente representada por sua genitora, deverá promover 
Ação de Alimentos Avoengos, com pedido liminar de fixação de alimentos provi-
sórios, com base na Lei de Alimentos (Lei n. 5478/1968, artigos 2º, 3º e 4º), ou, 
ainda, promover pedido de tutela provisória de urgência antecipada antecedente 
(artigo 303 do CPC vigente), cujos requisitos são a probabilidade do direito invo-
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
cado (neste caso, a prova do parentesco que gera a obrigação alimentar); o perigo 
de dano ou risco ao resultado útil do processo, perigo este presumido por se tratar 
de uma questão de subsistência da menor e a ausência de risco de irreversibilidade 
do provimento jurisdicional antecipado.
QUESTÃO 02
Marcos estacionou seu automóvel diante de um prédio de apartamentos. Pouco 
depois, um vaso de plantas caiu da janela de uma das unidades e atingiu o veícu-
lo, danificando o para-brisa e parte da lataria. Não foi possível identificar de qual 
das unidades caiu o objeto. O automóvel era importado, de modo que seu reparo 
foi custoso e demorou cerca de dez meses. Dois anos e meio depois da saída do 
automóvel da oficina, Marcos ajuíza ação indenizatória em face do condomínio do 
edifício. De acordo com o caso acima narrado, responda fundamentadamente às 
questões a seguir.
a) Considerando que o vaso de plantas caiu da janela de apenas um dos apar-
tamentos, pode o condomínio alegar fato exclusivo de terceiro para se eximir do 
dever de indenizar?
O condomínio não pode alegar fato exclusivo de terceiro, devendo ser responsa-
bilizado, conforme o Enunciado 557 da VI Jornada de Direito Civil, que preceitua 
que “nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio 
edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, 
assegurado o direito de regresso.” Assim, o condomínio será responsabilizado, po-
dendo exigir o regresso caso identificada a unidade de onde caiu o vaso de plantas, 
tratando-se de responsabilidade civil objetiva pelo fato da coisa, atribuível ao habi-
tante da unidade de onde a coisa caiu (CC/02 – Art. 938. Aquele que habitar prédio, 
ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
11 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Civil
lançadas em lugar indevido.) Corroborando tal entendimento, segue precedente do 
Colendo STJ, cuja ementa se encontra abaixo transcrita:
RESPONSABILIDADE CIVIL. OBJETOS LANÇADOS DA JANELA DE EDIFÍCIOS. A REPA-
RAÇÃO DOS DANOS É RESPONSABILIDADE DO CONDOMÍNIO. A impossibilidade de 
identificação do exato ponto de onde parte a conduta lesiva, impõe ao condomínio arcar 
com a responsabilidade reparatória por danos causados à terceiros. Inteligência do art. 
1.529, do Código Civil Brasileiro. Recurso não conhecido. (REsp 64.682/RJ, Rel. Ministro 
BUENO DE SOUZA, QUARTA TURMA, julgado em 10/11/1998, DJ 29/03/1999, p. 180)
b) Após a contestação, ao perceber que a pretensão de Marcos está prescrita, pode 
o juiz conhecer de ofício dessa prescrição se nenhuma das partes tiver se manifes-
tado a respeito?
Por se tratar de matéria de ordem pública, o magistrado pode sim reconhecê-la de 
ofício, mas como sua manifestação é posterior à contestação, deverá assegurar o 
contraditório, sob pena de violação do Princípio da Vedação da Decisão Surpresa 
(CPC – Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se ma-
nifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.) Tal en-
tendimento é ratificado também pelo artigo 487, parágrafo único, do CPC vigente. 
Ressalte-se que a pretensão em tela encontra-se prescrita porque aplicável o prazo 
de três anos a contar do evento danoso (responsabilidade civil extracontratual), nos 
termos do artigo 206, § 3º, V, do Código Civil. Como o carro ficou no conserto 12 
meses (1 ano) e a ação foi promovida dois anos e meio depois da saída do veículo 
da oficina, percebe-se que o prazo trienal foi alcançado.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
ROBERTA QUEIROZ – QUESTÕES 03 E 04
QUESTÃO 03
Após se aposentar, Álvaro, que mora com sua esposa em Brasília, adquiriu de Va-
lério um imóvel, hipotecado, localizado na cidade do Rio de Janeiro, por meio de 
escritura pública de cessão de direitos e obrigações. Com a intenção de extinguir 
a hipoteca, Álvaro pretende pagar a dívida de Valério, mas encontra obstáculos 
para realizar o seu desejo, já que a instituição credora hipotecária não participou 
da aquisição do imóvel e alega que o pagamento não pode ser realizado por pes-
soa estranha ao vínculo obrigacional. Diante dessa situação, responda aos itens a 
seguir.
a) Qual é a medida judicial mais adequada para assegurar o interesse de Álvaro? 
(Valor: 0,85)
Questão bem tranquila e que foi abordada nas aulas. Trata-se de uma tentativa 
de pagamento de obrigação por terceiro, que não é parte na relação obrigacional 
entre Valério e o Banco. O Código Civil permite o cumprimento da obrigação por 
meio de terceiro, seja interessado ou não no cumprimento da obrigação, conforme 
o disposto no artigo 304 e seguintes. (Qualquer interessado na extinção da dívida 
PROFESSORA ROBERTA QUEIROZ
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Brasília em de-
zembro de 2005; especialista em Direito Processual Civil pela Uni-
versidade do Sul de Santa Catarina em novembro de 2009; mes-
tranda em Direito na Universidade Católica de Brasília, com enfoque 
em Direito Público; docente nas disciplinas de Direito Civil, Direito 
Processual Civil e Direito Administrativo desde 2007; docente titular 
do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília; professora 
de cursos preparatórios para concursos; advogada atuante na área 
de Direito Privado e Direito Administrativo desde 2006.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Civil
pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração 
do devedor; parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o 
fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.)
Como Álvaro não conseguiu efetuar o pagamento de forma consensual, deverá, 
mesmo sendo terceiro, ingressar com ação de consignação em pagamento, meio 
mais adequado à extinção da dívida, conforme disposição do artigo 334 e seguintes 
do Código Civil, bem como 539 do CPC/2015. 
b) Qual o foro competente para processar e julgar a referida medida? (Valor: 0,40)
Como o imóvel está hipotecado, presume-se que o lugar do pagamento da obriga-
ção para com o credor hipotecário seja o lugar do imóvel, Rio de Janeiro. Assim, a 
referida ação de consignação em pagamento deveser ajuizada no Rio de Janeiro, 
visto que o artigo 540 do CPC dispõe que essa demanda deve ser proposta no lugar 
do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, 
salvo se a demanda for julgada improcedente.
QUESTÃO 04
Pedro, maior com 30 (trinta) anos de idade, é filho biológico de Paulo, que nunca 
reconheceu a filiação no registro de Pedro. Em 2016, Paulo morreu sem deixar 
testamento, solteiro, sem ascendentes e descendentes, e com dois irmãos sobrevi-
ventes, que estão na posse dos bens da herança. Diante da situação apresentada, 
responda aos itens a seguir.
a) Qual o prazo para propositura da ação de investigação de paternidade e da pe-
tição de herança? (Valor: 0,85)
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
14 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Civil
A questão aborda tema igualmente trabalhado em aula. É importante observar que 
a ação para reconhecimento de filiação, por sua natureza declaratória e por envol-
ver estado de pessoas e dignidade humana, é imprescritível, ou seja, não se sujeita 
a prazo para ajuizamento. A respeito do tema, tem-se o artigo 27 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente, que preleciona que o reconhecimento do estado de filia-
ção é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado 
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de 
Justiça.
Nessa mesma linha, a súmula 149 do STF estabelece que, embora a ação de inves-
tigação de paternidade seja imprescritível, não o é a ação de petição de herança. O 
entendimento sumulado, apesar de divergência, é considerado majoritário, estan-
do a ação de petição de herança sujeita ao prazo prescricional de 10 anos previsto 
no artigo 205 do CC, contando-se do trânsito em julgado da ação de investigação 
de paternidade, conforme entendimento do STJ assentado no informativo 583 – 
Resp 1.475.759/DF.
b) É possível cumular os pedidos de reconhecimento da paternidade e do direito 
hereditário no mesmo processo? (Valor: 0,40)
Para apuração da possibilidade de cumulação de pedidos em sede de inicial, é preci-
so observar a disposição do artigo 327 do CPC, que dispõe que é lícita a cumulação, 
em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre 
eles não haja conexão. Porém, conforme o mesmo dispositivo, tem-se que os re-
quisitos de admissibilidade da cumulação são: os pedidos sejam compatíveis entre 
si; seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; seja adequado para todos 
os pedidos o tipo de procedimento.
Assim, conforme o caso em tela, há cumprimento dos requisitos de cumulação, 
podendo esta ocorrer.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Penal
PROFESSORA CRISTIANE DAMASCENO
Mestranda em Direito Constitucional pela EDB/IDP; pós-graduada 
em Direito Processual Penal pela Universidade Gama Filho; formada 
em Direito pelo UniCEUB. Advogada, Conselheira da OAB/DF, pro-
fessora de Direito Penal e Processo Penal da Escola de Direito de 
Brasília – EDB/IDP. Coordena as atividades jurídicas de atendimento 
prisional do NPJ/EDB-IDP.
DIREITO PENAL
CRISTIANE DAMASCENO – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
O examinando deve interpor um recurso de Agravo em Execução, com fun-
damento no Art. 197 da Lei de Execução Penal – Lei n. 7.210/1984. Prevê o 
Art. 197 da LEP que das decisões proferidas pelo juiz em sede de Execução Penal 
caberá o recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Embora a Lei de Execução Penal traga a previsão do recurso cabível, ela não 
estabeleceu, de maneira expressa, qual seria o procedimento a ser adotado para 
tramitação desse recurso. Prevaleceu, então, no âmbito da doutrina e da jurispru-
dência, que o procedimento a ser adotado seria semelhante àquele previsto para o 
recurso em sentido estrito. Assim, é necessária a elaboração de uma petição de 
interposição, direcionada ao Juiz da Vara de Execuções Penais de Belo Hori-
zonte-MG, acompanhada das respectivas Razões, estas endereçadas ao Tribunal 
de Justiça de Minas Gerais, órgão competente para o julgamento do recurso. 
Considerando que o procedimento a ser seguido pelo agravo de execução é seme-
lhante ao do recurso em sentido estrito, deverá, na petição de interposição, ser 
formulado pedido de retratação por parte do magistrado, com fundamento no 
art. 589 do CPP. Em caso de não acolhimento, deve haver requerimento para o 
encaminhamento do feito para instância superior.
Em relação ao prazo, absolutamente pacificado o entendimento de que seria 
de 5 (cinco) dias, na forma da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal. Assim, a 
petição de interposição deveria ser datada em 1 de dezembro de 2017.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
16 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Penal
Nas razões de recurso, deveria o candidato requerer a concessão do benefício do 
livramento condicional, argumentando que a fundamentação apresentada pelo juiz 
da Vara de Execução Penal foi inadequada para indeferimento do pedido formulado.
Em um primeiro momento, deveria ser destacado que o crime de associação 
para o tráfico não é hediondo, tendo em vista que não está previsto no rol trazido 
pelo Art. 1º da Lei n. 8.072/1990, tampouco é a ele equiparado. Posteriormente, 
deveria ser rebatido o fundamento apresentado pelo magistrado, no sentido de que 
Lucas é reincidente. Isso porque o art. 63 do Código Penal disciplina que somente 
haverá reincidência se o novo crime (no caso, a ameaça) for cometido após o trân-
sito em julgado definitivo de sentença condenatória de crime anterior. Não foi esse 
o caso do réu, pois a ameaça foi cometida antes do trânsito em julgado definitivo 
da sentença relativa à associação para o tráfico. Por fim, é também inadequado o 
argumento do juiz pela indispensabilidade da realização do exame criminológico. 
Desde a Lei n. 10.792/03, não existe mais obrigatoriedade de realização de exame 
criminológico para fins de obtenção da progressão de regime ou do livramento con-
dicional. Basta, para o livramento, que seja atestado comportamento satisfatório 
durante a execução da pena. Apesar disso, nada impede que, no caso concreto, 
entenda o magistrado pela necessidade de sua realização.
Por não se tratar de delito hediondo, a progressão de regime deve ser contabi-
lizada com a regra de um sexto, nos termos do art. 112 da LEP.
Contudo, deverá a decisão que o determina ser fundamentada nas particulari-
dades da hipótese concreta, não sendo suficiente a simples afirmação da gravidade 
em abstrato do delito, na forma da Súmula 439 do STJ. No caso, não houve fun-
damentação idônea, pois simplesmente foi mencionado que delito de associação 
criminosa era crime hediondo, o que foi amplamente recachado. Ademais, a gravi-
dade em abstrato não é fundamentação robusta para ensejar medida mais gravosa 
ao condenado, nos termos da súmula 718 do STF.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Penal
PROFESSORA CRISTINA TUBINO
Formada no UniCEUB em 2000, é advogada há 15 anos, mestre e pós-graduada em Direito 
Penal, com atuação nas áreas Penal e de Família. É Conselheira Seccional, membro da Co-
missão de Ciências Criminais e da Comissão de Prerrogativas.
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
CRISTINA TUBINO – QUESTÕES 01 E 02
QUESTÃO 01
• A APELAÇÃO, que terá como fundamento o artigo 593, inciso I, do CPP, deve-
rá buscar a ABSOLVIÇÃO de Arnaldo com base em dois fundamentos: a falta 
da prova da materialidade e, em segundo lugar, a ausência de condição de 
procedibilidade da ação penal.
Inicialmente, para que seja imputada a tipificação do artigo129, parágrafo 
2º, inciso IV, do Código Penal, é indispensável a juntada aos autos do Exame 
de Corpo de Delito da vítima a fim de comprovação da natureza da lesão. 
Determina o artigo 158 do CPP que, quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o competente exame, direto ou indireto, não podendo supri-lo 
a confissão do acusado.
Assim, em que pese a informação da existência da confissão judicial, essa não 
poderá suprir os exames que não foram juntados. Mesmo com testemunhas 
informando terem visto um soco, não puderam afirmar a existência de lesão 
e sua natureza não poderia ser presumida. Desta forma, deve ser requerida 
a absolvição de Arnaldo pela dúvida, na forma do artigo 386, incisos II e VII, 
do CPP.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
18 de 42www.grancursosonline.com.br
Direito Penal
Em um segundo momento, mesmo que se admitisse a existência de uma 
lesão, sem os competentes exames para se falar em uma lesão de natureza 
gravíssima, se fosse imputada uma lesão de natureza leve, na forma do artigo 
129, caput, do CP, se tornaria indispensável a Representação da Vítima, na 
forma do que determina o artigo 38 do CPP. Sua ausência impede até mesmo 
o início da ação penal por falta de condição de procedibilidade.
• No caso de mantidas a condenação e a sanção penal impostas, em sede de 
apelação, seria possível requerer a aplicação do artigo 77 do Código Penal. 
Há a informação de que Arnaldo é primário e de bons antecedentes, de for-
ma que preenche os requisitos do dispositivo mencionado na forma de seus 
incisos I, II e III.
Caso não preenchesse os requisitos acima mencionados, em face da informa-
ção de que o acusado teria nascido em 01/02/1943, ou seja, contando com 
mais de setenta anos até mesmo na data do fato (11/01/16), poderia ser 
beneficiado pelo parágrafo segundo do mesmo dispositivo legal.
QUESTÃO 02
• Diante do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, a medida ca-
bível a fim de rever a decisão é a REVISÃO CRIMINAL prevista no artigo 621, 
incisos II e III, do CPP.
• O argumento a ser apresentado se refere à ATIPICIDADE da conduta impu-
tada ao acusado, uma vez que, para a tipificação do artigo 217-A, há a ne-
cessidade de que a vítima seja menor de 14 anos, tendo sido posteriormente 
comprovado que Maria não era. Assim, a falta de adequação típica faz com 
que haja a ATIPICIDADE FORMAL.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Penal
PROFESSOR FLÁVIO DAHER
Delegado de Polícia Federal lotado na DELEFIN/SR/DPF/DF, mestre 
em Direito Constitucional e doutorando em Direito Penal. Professor 
de cursos preparatórios e pós-graduação em todo Brasil. Palestrante 
do IBCCRIM.
FLÁVIO DAHER – QUESTÕES 03 E 04
QUESTÃO 03
• A infiltração feita diretamente, sem autorização judicial, não tem validade, 
conforme o art. 10 da Lei n. 12.850/2013: “Art. 10. A infiltração de agentes 
de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia 
ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado 
de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de 
circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabe-
lecerá seus limites”.
• O delito imputado aos réus (Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, 
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa) deve obede-
cer aos requisitos do art. 1o da Lei n. 12.850/2013, ou seja, ao CONCEITO 
LEGAL DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: “considera-se organização crimi-
nosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e 
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo 
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, median-
te a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional”. Conforme o grifo, as 
infrações penais que ensejam a aplicação da Lei n. 12.850/2013, pela ade-
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Penal
quação ao conceito de organização criminosa, são aquelas cuja pena seja 
superior a 04 anos; o delito efetivamente praticado (receptação simples) tem 
pena máxima de 04 anos, não sendo superior a esse patamar, estando fora 
do conceito elaborado da denúncia.
QUESTÃO 04
• A hipótese é de evidente estado de necessidade de terceiro. Conforme o Art. 
314 do CPP: “a prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz 
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas 
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal”. Obs.: o candidato poderia 
ser levado a elaborar o seguinte raciocínio: conforme a dicção do art. 310, 
II, do CPP, a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva só tem 
efeito se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP, que, por sua 
vez, só subsistem nas situações de admissão do art. 313 do CPP, que, em seu 
inciso I, elenca a necessidade de o delito ser doloso e com pena superior a 
quatro anos. No caso, o enquadramento realizado pela Polícia (art. 32 da Lei 
n. 9605/2008) recaiu em delito cuja pena máxima é de um ano, e essa então 
seria a razão impeditiva da conversão. No entanto, o patamar de quatro anos 
para decretação da prisão preventiva cede nas seguintes hipóteses (algumas 
com divergência doutrinária, mas não a hipótese da reincidência dolosa – jus-
tamente a da questão): a) reincidência dolosa (art. 313, inciso II, do CPP); 
b) garantia de medidas protetivas de urgência para vítimas em situação de 
vulnerabilidade (art. 313, inciso III, do CPP); c) descumprimento de medidas 
cautelares alternativas à prisão (art. 282, § 4º, do CPP); d) conversão da pri-
são em flagrante (art. 310, II, do CPP); e) dúvida sobre a identificação civil 
(art. 313, § único, do CPP).
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Penal
• A tese de defesa cabível para a hipótese é, como já dito acima, o estado de 
necessidade de terceiro, estando presentes todos os requisitos: Perigo Atual; 
Situação de Perigo Não Causada Voluntariamente pelo Agente; Inevitabili-
dade do Dano; Salvaguarda de direito próprio ou alheio; Inexigibilidade de 
Sacrifício do Interesse Ameaçado; Inexistência do Dever Legal de Enfrentar 
o Perigo; Conhecimento da Situação de Fato Justificante. Obs.: ataque de ani-
mal em regra (ataque espontâneo do animal) não configura agressão injusta 
(autorizado de legítima defesa), e sim situação de perigo, autorizadora de 
Estado de Necessidade, a não ser que o animal tenha sido utilizado como ins-
trumento para ataque de pessoa humana (provocação do ataque pelo dono), 
aí sim teremos a Legítima Defesa.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Constitucional
PROFESSOR ARAGONÊ FERNANDES
Juiz de Direito do TJDF; ex-Promotor de Justiça do MPDF; ex-As-
sessor de Ministros do STJ; ex-Analista do STF; aprovado em vários 
concursos públicos. Professor de Direito Constitucional em variados 
cursos preparatórios para concursos.
DIREITO CONSTITUCIONAL
ARAGONÊ FERNANDES – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Diante da situação narrada, o instrumento adequado realmente é o mandado de 
segurança. Isso porque ele tem caráter residual e não seria caso de impetração de 
Habeas Data ou de Habeas Corpus.
A propósito, é bom dizer que não estava em jogo o direito de locomoção (ir, vir 
e permanecer), mas sim o direito de reunião, previstono artigo 5º, XVI.
O requisito da legitimidade ativa está preenchido, uma vez que o sindicato está 
legalmente constituído e é um dos legitimados listados tanto no artigo 5º da CF 
quanto na LMS.
Avançando, dentro de tais parâmetros, o MS deve ser coletivo, e não individual.
Por outro lado, agiu erradamente a autoridade coatora ao negar a realização do 
evento, pois o direito de reunião não exige autorização, bastando a comunicação 
prévia para evitar frustrar outra reunião anteriormente marcada.
Assim, está adequada a fundamentação lançada pela Banca Examinadora.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Constitucional
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
ARAGONÊ FERNANDES – QUESTÕES 01, 02, 03 E 04
QUESTÃO 01
A resposta padrão disponibilizada pela banca está adequada. A título de acréscimo, 
caberia apenas exigir pontuação aos candidatos que indicassem estar a resposta 
amparada no entendimento do STF.
Isso porque na ADI 826 o STF firmou a seguinte compreensão:
O caput do art. 195 da Constituição do Estado do Amapá estabelece que “o plano 
diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e social e de 
expansão urbana, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório para os Municí-
pios com mais de cinco mil habitantes”. Essa norma constitucional estadual esten-
deu, aos Municípios com número de habitantes superior a cinco mil, a imposição 
que a CF só fez àqueles com mais de vinte mil (art. 182, § 1º ). Desse modo, vio-
lou o princípio da autonomia dos Municípios com mais de cinco mil e até vinte mil 
habitantes, em face do que dispõem os arts. 25, 29, 30, I e VIII, da CF e o art. 11 
do ADCT.
[ADI 826, rel. min. Sydney Sanches, j. 17-9-1998, P, DJ de 12-3-1999.]
Então, tanto no item A quanto no item B, devem ser pontuadas as respostas que 
façam alusão à orientação do STF sobre o tema.
Mais uma vez, incidem aqueles parâmetros por nós ensinados no sentido de a res-
posta completa trazer uma abordagem acerca do que dispõe a lei, do que dispõe a 
Constituição, do que dispõe a jurisprudência sobre haver algum princípio aplicável; 
e sobre o que dispõe a doutrina.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Constitucional
QUESTÃO 02
Sem reparos à resposta padrão oferecida pela banca, exceto na parte em que dei-
xou de pontuar as respostas que contemplassem as fases do processo de formação 
de novos Estados (1ª – plebiscito com a população envolvida e 2ª – edição de lei 
complementar federal).
De fato, é possível a fusão, incorporação, anexação e o desmembramento. Recen-
temente, inclusive, foi tentado o desmembramento do Estado do Pará, que daria 
lugar a três Estados: Pará, Carajás e Tapajós. Como a população rejeitou a criação 
na consulta plebiscitária, a ideia foi abortada.
Avançando, na letra B não haveria de se falar em secessão, procedimento vedado 
em uma Federação. O que existiu foi uma reorganização interna do território na-
cional, o que é possível tanto com a formação de novos Estados quanto de novos 
Municípios.
Na letra C, também está correta a resposta padrão, quando destacou que os Esta-
dos são dotados da competência legislativa remanescente ou residual.
QUESTÃO 03
Na letra A, a resposta padrão oferecida pela banca está de acordo com a jurispru-
dência do STF. É que o caso hipotético apresentado, em verdade, diz respeito à 
orientação do Tribunal quando discutiu o patamar considerado como condição de 
miserabilidade para o deferimento do benefício da Assistência Social denominado 
de BPC – Benefício de Prestação Continuada.
Sobre o tema, num primeiro momento, o STF confirmou a constitucionalidade, 
atentando para a realidade da época, mas, alguns anos mais tarde, diante da nova 
situação, alterou a interpretação da norma sem que tivesse ocorrido a modificação 
formal do texto. Incidiu, assim, a mutação constitucional.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Constitucional
Quanto ao item B, é importante destacar que deveria ser pontuada a afirmação 
segundo a qual o próprio STF e o Legislativo na função típica de legislar não ficam 
vinculados à decisão anterior, como forma de evitar o fenômeno da fossilização da 
Constituição.
QUESTÃO 04
Não há reparos à resposta padrão tanto na letra A quanto na letra B.
De fato, aplicou-se na letra A a regra da inelegibilidade reflexa, bem assim a Sú-
mula Vinculante 18, segundo a qual o rompimento do vínculo conjugal no curso do 
mandato não afastaria a inelegibilidade.
Considerando que os cargos pretendidos (Senador e Governador) estão no âmbito 
de atribuição (e não jurisdição, como dispõe a Constituição) de sua ex-companhei-
ra, a inelegibilidade está caracterizada.
Na letra B, indagou-se julgado relevante do STF. É que o Tribunal entendeu que, na 
hipótese de morte, não persistiria a inelegibilidade, pois não haveria brechas para 
o falecido continuar “dando as cartas” à frente da Administração, valendo-se de um 
fantoche (divórcio apenas no papel, para fugir da limitação constitucional).
MEUS COMENTÁRIOS:
Prova bem feita, com nível de exigência alto. A questão 1 se apresentou como um 
ponto fora da curva, cobrando assunto atinente à Ordem Econômica e Financeira, 
o que não é muito usual nos Exames de Ordem.
No mais, alguns retoques apenas no espelho de correção, que deveria abranger a 
orientação do STF sobre os pontos.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Tributário
PROFESSORA MARIA CHRISTINA BARREIROS
Pós-graduada em Direito Público, Civil e Processo Civil. Doutoranda 
pela UMSA. Professora na Faculdade Processus nas disciplinas de Di-
reito Administrativo, Constitucional, Tributário e Estatuto e Ética para 
OAB na graduação, pós-graduação, no Exame de Ordem, 1ª e 2ª 
Fases, e preparatórios para concursos públicos há 12 anos. Professo-
ra na AMAGIS – Escola da Magistratura do DF há 3 anos. Advogada 
especialista em Direito Tributário, Cível, Constitucional e Administra-
tivo.
DIREITO TRIBUTÁRIO
MARIA CHRISTINA BARREIROS – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
1. Endereçamento Justiça Estadual – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Di-
reito da ... Vara de Fazenda Pública da Comarca do Município do Estado Abc.
2. Indústria Alfa e o supermercado Beta
3. Fundamento 165, I, CTN e 166 CTN
4. Nome Repetição de indébito
5. Réu... estado Abc
6. Fatos
7. Cabimento (pagamento indevido com necessidade de restituição 165, I, e 166 
CTN) e tempestividade (5 anos – 168, I, CTN)
8. Preliminar
9. Correção do pagamento indevido, Súmula 162 STF e juros do trânsito em jul-
gado 167, parágrafo único, CTN e Súmula 188 STJ.
10. Direito RE 593849, tese: “É devida a restituição da diferença do Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais no regime de subs-
tituição tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior 
à presumida.” 150, parágrafo 7, da CF; 166 CTN e Súmula 546 STF.
11. Pedidos
A) citação
B) cabimento é tempestividade
C) correção e juros
D) julgue procedente para restituir
E) custas e honorários
F) provas 319, VI
G) dispensada a audiência de conciliação 319, VII, CPC 
H) Valor da causa
Nestes termos, pede deferimento 
Local, data
Advogado
OAB
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Tributário
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
CELSO CORREIA – QUESTÃO 01
QUESTÃO 01
a) Não, o imposto é indevido. O art. 3º do CTN prevê que os tributos não cons-
tituem sanção por ato ilícito. Logo, não é válida a criação de adicional quetenha 
como fato gerador a existência de multas e, portanto, infrações de trânsito. Ade-
mais, o art. 155, § 6º, da Constituição Federal permite que o IPVA tenha alíquotas 
diferenciadas “em função do tipo e utilização”, mas não há autorização semelhante 
na hipótese de má conservação ou prática de infrações de trânsito.
b) Uma vez que Caio não tem meios para garantir a execução, o meio cabível é 
exceção de pré-executividade. Nos termos da Súmula 393 do STJ: “A exceção de 
pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias co-
nhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória”.
PROFESSOR CELSO CORREIA
Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela Universi-
dade de São Paulo e graduado em Direito pela Universidade Federal 
de Alagoas. Atualmente, chefe de gabinete de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal. Professor do mestrado e da graduação da Universi-
dade Católica de Brasília e da pós-graduação lato sensu do Instituto 
Brasiliense de Direito Público. Ministra disciplinas nas áreas de Direito 
Tributário, Direito Constitucional e Direito Financeiro. Autor dos livros 
“Tributação e Direitos Fundamentais” (Saraiva, 2012), “O Avesso do 
Tributo”(Almedina, 2016) e “Os Impostos e o Estado de Direito” (Al-
medina, 2017, no prelo), além de dezenas de artigos e capítulos de 
livros em revistas e obras especializadas.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Tributário
MARIA CHRISTINA BARREIROS – QUESTÃO 02
QUESTÃO 02
a) Não. O imposto sobre produtos industrializados deve obediência ao princípio da 
noventena e, portanto, não poderia ser cobrado no mês subsequente. Art. 150, II, 
c e parágrafo 1º, da CF.
b) Sim. A alteração do prazo de vencimento/recolhimento do tributo por não con-
figurar criação ou majoração de tributo não deve obediência aos princípios da an-
terioridade e noventena. SV 50 e Súmula 669 STF.
CELSO CORREIA – QUESTÕES 03 E 04
QUESTÃO 03
a) Sim, é devido IPI. O STF, revendo orientação anterior, firmou posição no sentido 
de que o IPI (art. 153, IV) é devido na importação, ainda que para consumo pró-
prio. A orientação foi firmada no seguinte julgamento:
“IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IMPORTAÇÃO DE BENS PARA 
USO PRÓPRIO – CONSUMIDOR FINAL. Incide, na importação de bens para uso pró-
prio, o Imposto sobre Produtos Industrializados, sendo neutro o fato de tratar-se 
de consumidor final.”
(RE 723651, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Julgamento: 04/02/2016)
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Tributário
b) Sim, é devido ICMS. A EC 33/2001 alterou o artigo 155, inciso IX, alínea “a”, da 
Constituição para permitir a cobrança de ICMS “sobre a entrada de bem ou mer-
cadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja 
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade”. Em 2002, a 
matéria foi regulada pela Lei Complementar n. 114. Vê-se que, no caso, a lei es-
tadual é posterior à emenda e à lei complementar e, portanto, válida. No mesmo 
sentido, o STF firmou a seguinte tese de repercussão geral, no RE 439796, tema 
171: “Após a Emenda Constitucional 33/2001, é constitucional a incidência de ICMS 
sobre operações de importação efetuadas por pessoa, física ou jurídica, que não 
se dedica habitualmente ao comércio ou à prestação de serviços.” Vale mencionar 
também a Súmula Vinculante 48 do STF: “Na entrada de mercadoria importada do 
exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.”
QUESTÃO 04
a) Sim, correto, porque, embora a Lei n. 8.397/1992, no art. 1º, determine que “o 
procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do crédito”, 
o parágrafo único deste artigo estabelece que “o requerimento da medida cautelar, 
na hipótese dos incisos V, alínea “b”, e VII, do art. 2º, independe da prévia consti-
tuição do crédito tributário.” O art. 2º, V, “b”, prevê como hipóteses de cabimento 
da medida os casos em que “notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao 
recolhimento do crédito fiscal [...] põe ou tenta pôr seus bens em nome de tercei-
ro”.
b) Não foi adequado, uma vez que o art. 11 da Lei n. 8.397/1992 prevê prazo de 
60 dias contados da constituição definitiva. O artigo mencionado estabelece que 
“quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento preparatório, de-
verá a Fazenda Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de ses-
senta dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera 
administrativa.” Portanto, 60 dias, não 90.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Administrativo
PROFESSORA LISIANE BRITO
Professora de Direito Administrativo, especialista em preparação para 
concursos públicos. Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão Go-
vernamental pela UNIP. Advogada inscrita na OAB/MG desde 1997. 
Graduada em direito pela Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga 
experiência como docente, tendo ministrado aulas de Direito Admi-
nistrativo nos principais cursos preparatórios do país. Já participou 
de bancas examinadoras e elaboração de questões para processos 
seletivos. Atua como advogada e consultora de empresas na área de 
Licitações e Contratos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
LISIANE BRITO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
1) DEFINIÇÃO DA PEÇA 
Deverá ser elaborado um RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, previsto no 
Art. 105, II, da CF/88. Trata-se de recurso contra acórdão do Tribunal de Justiça 
do estado Alfa, que denegou a Segurança.
O Recurso Ordinário Constitucional só é cabível em caso de decisão denega-
tória do Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data e Mandado de 
Injunção.
Sendo a decisão proferida por Tribunais de Justiça, o Recurso Ordinário será ju-
gado pelo STJ.
A petição inicial, entretanto, será dirigida ao tribunal que proferiu a decisão (juí-
zo a quo), e esse remeterá os autos ao juízo ad quem. Não compete ao Tribu-
nal de Justiça fazer qualquer análise dos pressupostos do recurso.
Importante: Deverá ser redigida uma folha de rosto, requerendo ao juízo a 
quo que remeta o recurso à instância superior, para julgamento. Depois será elabo-
rado o recurso, endereçado ao STJ, no qual serão tratados os argumentos jurídicos.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Administrativo
Dispositivos legais aplicáveis:
CF/88, art. 105, II, “b”; CPC, Art. 1027
PEÇA PROCESSUAL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRI-
BUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ALFA
...
(10 LINHAS)
...
FELIPE, nacionalidade, estado civil, profissão, RG n., ... e CPF..., residente e do-
miciliado na Rua ..., nos autos do Processo n. ..., em que litiga com o estado Alfa, 
já qualificado no feito, vem por seu advogado infrafirmado, com procuração anexa 
e endereço profissional na Rua ..., para onde serão encaminhadas as intimações do 
feito, propor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, em face da decisão proferi-
da nos autos, requerendo a remessa ao Superior Tribunal de Justiça.
Requer, ainda, a juntada da comprovação de pagamento. Nesses termos, pede 
e espera deferimento.
Local, data 
Advogado 
OAB n.
 ( QUEBRA DE PÁGINA) 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
--------
--------
RECORRENTE: FELIPE 
RECORRIDO: ESTADO ALFA
DAS RAZÕES DO RECURSO
O Recorrente impetrou Mandado de Segurança objetivando, em síntese, a ga-
rantia de seu direito subjetivo de ser nomeado após o transcurso do prazo de vali-
dade de concurso público para o provimento de cinco cargos de médicoda Secre-
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Administrativo
taria de Saúde do estado ora recorrido.
A Ação foi julgada improcedente pelo Tribunal a quo. 
DO CABIMENTO
É cabível o presente Recurso Ordinário Constitucional, com fulcro no art. 107, 
II, “a”, do Código de Processo Civil e art. 105, II, “b”, da Constituição Federal, por 
se tratar de acórdão denegatório do presente Mandado de Segurança.
DO MÉRITO
Conforme explicitado, o RECORRENTE requereu a proteção a seu direito subje-
tivo de nomeação para o cargo de médico da Secretaria de Saúde do ora RECOR-
RIDO pelo fato de ter sido aprovado em concurso público, dentro do número de 
vagas, e ter tido sua nomeação preterida.
O ora RECORRIDO nomeou aprovados em novo concurso realizado dentro do 
prazo improrrogável de concurso anterior, desrespeitando o direito do RECORREN-
TE, aprovado dentro do número de vagas, de ser nomeado. O Tribunal a quo dene-
gou a segurança, sob a alegação de que não cabe ao Poder Judiciário se imiscuir em 
matéria de concurso público, por se tratar de atividade sujeita à discricionariedade 
administrativa, sob pena de violação do princípio da separação de Poderes.
Foram opostos embargos de declaração, rejeitados sob justificativa de não ha-
ver omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada.
Ocorre que não procedem as razões de decidir do acórdão ora impugnado, pois 
não se tratava de decidir sobre as regras do concurso ou matéria submetida à dis-
cricionariedade da Banca Examinadora, mas sobre uma violação ao direito líquido e 
certo do impetrante de ser investido no cargo para o qual fora aprovado dentro do 
número de vagas previsto no edital do concurso público.
Por outro lado, é evidente a inconstitucionalidade decorrente da preterição do 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Administrativo
RECORRENTE, mediante a convocação dos aprovados em concurso posterior, den-
tro do prazo de validade do certame anterior, o que veio a violar o previsto no Art. 
37, inciso IV, da CRFB/88.
O RECORRENTE tem o direito público subjetivo de ser nomeado após o transcur-
so do prazo de validade do certame, pois foi aprovado dentro do número de vagas 
previsto no edital.
Não se pode ignorar, ainda, a grave violação do princípio da proteção da con-
fiança ou da boa-fé, em decorrência da frustração das legítimas expectativas do 
RECORRENTE de ser investido no cargo, de acordo com as regras previstas no edi-
tal do certame de que resultou aprovado.
Com efeito, a Administração Pública do estado ora RECORRIDO tem o dever de 
cumprir o disposto no edital para o qual o RECORRIDO foi aprovado, face aos prin-
cípios da vinculação ao instrumento convocatório e da legalidade estrita.
Dessa forma, imperativa a reforma da decisão recorrida, pelos fatos e funda-
mentos apresentados. 
DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer que seja o presente recurso conhecido e provido, deter-
minando a reforma da decisão do Tribunal a quo, para que seja proferida nova de-
cisão, concedendo a segurança e determinando a nomeação do RECORRENTE no 
cargo público para o qual foi aprovado, de acordo com as normas constantes do 
próprio edital.
Requer, ainda, a juntada da comprovação do preparo.
Requer, por fim, a condenação do RECORRIDO ao pagamento das custas pro-
cessuais e honorários advocatícios.
Local, data
ADVOGADO
OAB n.
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Direito Administrativo
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
LISIANE BRITO – QUESTÕES 01, 02, 03 E 04
QUESTÃO 01
ITEM PONTUAÇÃO
A) Sim. Em sede de motivação dos atos administrati-
vos, a Lei que rege o Processo Administrativo no âmbito 
da Administração Pública Federal – Lei n. 9.784/1999, 
em seu artigo 50, § 1º, estabelece que a motivação 
deverá ser explícita, clara e congruente, podendo con-
sistir na declaração de concordância com laudos, rela-
tórios e pareceres, que nesse caso passam a ser parte 
integrante do ato.
0,10/0,10/0,40
B) Sim. Na medida em que a prova testemunhal (depoi-
mento de Ana) foi suficiente para que João fosse penali-
zado com a demissão.
O artigo 174 da Lei n. 8.112/1990, ao tratar da Revi-
são do Processo Administrativo disciplinar, dispõe que 
esse poderá ser revisto a qualquer tempo, desde que 
surjam fatos novos, não aventados à época, bem como 
circunstâncias capazes de justificar a inadequação da 
penalidade.
0,05/0,15/0,45
QUESTÃO 02
ITEM PONTUAÇÃO
A) Sim. De acordo com a Lei n. 12.462/2011, que trata 
do Regime Diferenciado de Contratações, poderá ser 
adotado esse regime nas contratações de obras e ser-
viços de engenharia destinados à construção de presí-
dios. É o que dispõe o Art. 1º, inciso VI, da referida Lei.
0,10/0,40
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito Administrativo
B) Sim. A Lei n. 12.462/2011, que trata do Regime 
Diferenciado de Contratações, estabelece, em seu Art. 
9º, § 1º, que poderá haver a opção pela “contratação 
integrada”, na qual a elaboração dos projetos básico e 
executivo ficam a cargo do contratado.
0,05/0,10/0,10/0,50
QUESTÃO 03
ITEM PONTUAÇÃO
A) Sim. De acordo com o disposto na Constituição da 
República de 1988, em seu Art. 37, XVI, alínea “c”, será 
lícita a acumulação de dois cargos de profissionais da 
área de saúde, desde que haja compatibilidade de horá-
rios.
0,10/0,10/0,45
B) Não. A decisão contrariou o disposto na Súmula 377 
do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual aquele 
candidato portador de visão monocular tem o direito de 
concorrer, em concursos públicos, às vagas reservadas 
aos portadores de deficiência.
0,10/0,50
QUESTÃO 04
ITEM PONTUAÇÃO
A) Sim. A responsabilidade civil do Estado, nos termos 
da Constituição da República de 1988, impõe que res-
ponderá por perdas e danos a pessoa jurídica de direito 
público pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros.
O caso em tela aponta a omissão do Estado no dever de 
guarda da integridade física de um detento. Diante dessa 
situação, ficando comprovado o nexo causal entre o fato 
administrativo omissivo e o resultado danoso (morte do 
detento), deverá o Estado responder civilmente, con-
forme estabelecido no Art. 37, § 6º, da Constituição 
federal de 1988.
0,10/0,10/0,45
B) Sim, o Estado deve responder por danos morais 
causados ao detento mantido sob péssimas condições, 
pois nesse caso houve omissão do dever de zelar pela 
integridade física e moral do referido detento. É o que 
dispõe o Art. 927 do Código Civil Brasileiro, combinado 
com o Art. 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988.
0,10/0,50
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Direito do Trabalho
PROFESSOR HUGO SOUSA
Advogado. Professor de Direito e Processo do Trabalho há mais de 15 
anos no DF. Professor de Cursos Preparatórios para Concurso.
DIREITO DO TRABALHO
HUGO SOUSA – PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Foi prolatada sentença nos autos da ação 9.876, movida por Maria das Graças 
em face da sociedade empresária Editora Legal Ltda., que tramita perante a 100ª 
Vara do Trabalho de Goiânia/GO. Na demanda, a reclamante informou ter sido em-
pregada da ré de agosto de 2015 a janeiro de 2017, quando pediu demissão. Houve 
regular contestação e instrução. Na sentença, o juiz julgou improcedente o pedido 
de dano existencial pela extensa jornada alegadamente cumprida e procedente o 
pedido de uma hora extra com adicional de 80% pelo intervalo intrajornada violado, 
uma vez que a sociedade empresária concedia apenas 30 minutose que, a despeito 
de haver nos autos autorização do Ministério do Trabalho para a redução, isso não 
seria previsto em lei. Julgou, ainda, improcedente o pedido de horas de prontidão, 
porque a trabalhadora não permanecia nas instalações da empresa fora do horário 
de trabalho, e procedente o pedido de reintegração, porque a empregada com-
provou documentalmente que, por ocasião da ruptura do contrato, estava grávida. 
O juiz julgou procedente o pedido de horas de sobreaviso, porque a trabalhadora 
permanecia com celular da empresa permanentemente ligado, inclusive fora do 
horário de serviço, e deferiu adicional de insalubridade em grau médio (30% sobre 
o salário mínimo), porque ficou comprovado por perícia que a autora manuseava 
produtos químicos na editora para realizar as impressões. O magistrado julgou pro-
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
cedente o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado, que não foi feito 
pelo empregador, conforme comprovado pelo Cadastro Nacional de Informações 
Sociais (CNIS), e julgou improcedente o pedido de adicional de transferência, por-
que a alteração de local de trabalho não gerou mudança de domicílio da autora. Na 
sentença, publicada em setembro de 2017, o juiz ainda julgou procedente em parte 
o pedido de adicional noturno porque comprovado, pelo depoimento do preposto, 
que a autora trabalhava das 16.00h às 23.00h, motivo pelo qual condenou a ré a 
pagar o adicional de 25% entre 22.00h e 23.00h. O magistrado também deferiu 
a integração ao salário do valor do plano dental concedido gratuitamente à recla-
mante, com as repercussões daí advindas, ao argumento de que isso não poderia 
ser confundido com plano de saúde (este sim, que não sofreria integração). Docu-
mentos juntados pelas partes: contracheques, cartões de ponto, TRCT, autorização 
do Ministério do Trabalho para a redução do intervalo e CNIS. Como advogado (a) 
contratado (a) pela sociedade empresária e considerando que a sentença não pos-
sui vícios nem omissões, elabore a peça jurídica em defesa dos interesses dela.
Pois bem, a prova possui complexidade mais elevada, a exemplo do que ocor-
reu com a primeira fase, tanto pela extensão, como em decorrência das matérias 
envolvidas.
O primeiro ponto é definir a peça processual, que no caso é, sem dúvidas, Re-
curso Ordinário, uma vez que se trata de decisão terminativa proferida por juiz 
singular na fase de conhecimento, nos termos do art. 895 da CLT.
O candidato deveria atentar para o juízo competente, 100ª Vara do Trabalho, 
em relação à petição de apresentação, e para o TRT 18ª Região para a peça em que 
as razões seriam apresentadas.
É aconselhável fazer menção às custas e ao depósito recursal, uma vez que se 
trata de recurso a ser interposto pela empresa, sendo também necessário fazer 
menção ao octídio legal. Em seguida, como estratégia, tomar os pontos nos quais 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
a empresa foi condenada. São eles:
a) Deferimento de 1 hora extra com adicional de 80% em razão da concessão 
de apenas 30 minutos de intervalo intrajornada, em que pese autorizado pelo MTE, 
porém, segundo a sentença, sem autorização legal;
b) Estabilidade gestante, uma vez que, quando da ruptura do contrato, estava 
grávida;
c) Horas de sobreaviso, pois o empregado permanecia com celular constante-
mente ligado mesmo fora do horário de trabalho;
d) Insalubridade em grau médio, pois a perícia comprovara que a autora manu-
seava produtos químicos, deferiu 30% sobre o salário mínimo (grau médio);
e) Recolhimentos previdenciários do período de vínculo;
f) Adicional noturno 25% de 22 às 23h;
g) Integração do valor do plano odontológico.
Fixados os pontos em que a Sociedade Empresária ficou sucumbente, o próprio 
comando já indicou o caminho a percorrer, devendo ser lembrado que o texto 
da lei a reger a situação é anterior à Lei n. 13467/2017.
Em relação ao item “a”, o adicional deferido está incorreto, valendo o limite 
legal, uma vez que não houve menção a norma especial a deferir 80%, art. 71, 
parágrafo 4º. No particular divirjo da fundamentação no art. 7º, XVI, da CF/88, 
pois o intervalo não concedido não tem natureza jurídica de horas extras, por isso 
a fundamentação quanto ao percentual é o parágrafo 4º do art. 71 da CLT. Por ou-
tro lado, o parágrafo terceiro permite a fixação em 30min, valendo salientar que o 
juiz só não deferiu por falta de previsão legal, presumindo-se, pois, que os outros 
elementos estariam presentes, vale, portanto, a impugnação.
Quanto ao item “b”, a empregada pediu demissão, e não houve pedido de nuli-
dade a respeito do pleito da empregada, logo não há que se falar em estabilidade 
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
(art. 10, II, b, do ADCT) ante o pedido de demissão que não foi anulado.
Seguindo, o item “c” merece impugnação, pois não basta portar celular. É ne-
cessário que haja limitação na liberdade de locomoção do empregado, e não foi 
esse o fundamento da sentença, que se assentou apenas no uso do celular. Incide 
na hipótese a súmula 428, I, do TST, ou seja, é a possibilidade de ingerência, pelo 
empregador, do período de descanso do empregado que gera o direito ao adicional, 
o que não pode ser presumido somente pelo uso do celular.
No item “d”, somente é possível impugnar o adicional, pois não há elementos 
para combater a perícia.
Grau médio 20%, conforme art. 192 da CLT.
Os recolhimentos previdenciários não são de competência da JT, conforme Sú-
mula 368 do TST e Vinculante 53 do STF.
Por derradeiro, o adicional noturno é de 20%, art. 73 da CLT, e o plano odontoló-
gico não possui natureza salarial, conforme art. 458, parágrafo 2º, IV, da CLT – no 
mesmo inciso, inclusive, trata-se tanto do plano de saúde como do odontológico, a 
matéria aqui é salário in natura.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
QUESTÕES ESCRITAS DISCURSIVAS
ROGÉRIO DIAS – QUESTÕES 01 E 02
QUESTÃO 01
Um supermercado contratou, por escrito, uma empresa de reformas e construções 
para ampliar o refeitório no qual os seus funcionários se alimentam, para, assim, 
dar-lhes maior conforto e segurança. A obra demorou dois meses. Tempos depois, 
em agosto de 2017, o supermercado recebeu a citação para uma demanda, pois 
um dos pedreiros que trabalhou na obra em questão postulou o pagamento de ho-
ras extras da empresa de reformas, com responsabilidade subsidiária do supermer-
cado.
Diante dessa situação e considerando que você foi contratado (a) para zelar pelos 
interesses do supermercado em juízo, responda às indagações a seguir.
a) Informe que tese jurídica você defenderia em favor do seu cliente para tentar 
evitar a condenação. 
Com base no entendimento do TST, por meio da OJ n. 191 da SDI-1 do TST e levan-
do em consideração que não se trata de uma construtora ou incorporadora, não há 
que se falar em condenação, haja vista a ausência de previsão legal para a respon-
sabilização do dono da obra.
b) Se, na ação, houvesse também pedido de recolhimento do INSS do período tra-
balhado na obra, que preliminar você, por cautela, suscitaria?
Seria suscitada a incompetência absoluta, pois a Justiça do Trabalho não tem com-
petência para julgar o referido pedido. No que tange às contribuições previdenci-
árias, com base no entendimento da súmula vinculante 53 do STF, a competência 
PROFESSOR ROGÉRIO DIAS
Advogado. Mestre em Ciência Política. Área de concentração em Di-
reitos Humanos,Cidadania e Violência pelo Centro Universitário 
UNIEURO. Especialista em Direito do Trabalho e Processual do Traba-
lho pela Universidade Gama Filho. Especialista em Direito Público pela 
Universidade Católica de Brasília. Graduado em Direito pelo Centro 
Universitário IESB. Professor do Centro Universitário UniCEUB das 
disciplinas Direito do Trabalho e Processual do Trabalho. Professor da 
Universidade Católica de Brasília das disciplinas de Direito do Traba-
lho e Processo do Trabalho. Professor em cursos preparatórios para 
concursos públicos e da OAB.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança 
a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da con-
denação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados, bem 
como no entendimento do TST por meio da súmula 368, I.T.
QUESTÃO 02
Lino foi empregado da sociedade empresária Calçados de Borracha Ltda. por qua-
tro anos, atuando internamente como empacotador e, depois, como auxiliar de 
máquinas. Trabalhava de segunda-feira a sábado, das 6h às 12h, com pausa de 15 
minutos. Após ter sido dispensado por alegação de justa causa, Lino ajuizou recla-
mação trabalhista requerendo o pagamento de adicional de periculosidade, pois se 
deslocava para a empresa e dela retornava de motocicleta, conforme fotografias 
que juntou aos autos, tendo comprovado, documentalmente, ser proprietário de 
uma motocicleta e ter autorização escrita da empresa para estacioná-la no pátio 
da ré. Lino ainda informou que a empresa custeava 40% da mensalidade do curso 
supletivo que ele frequentava, conforme recibos que juntou, requerendo, então, a 
integração desse valor ao seu salário como utilidade, com pagamento dos reflexos 
devidos. Diante da situação retratada, como advogado(a) contratado(a) para de-
fender a sociedade empresária, responda às indagações a seguir.
a) Em relação ao pedido de adicional de periculosidade, que tese você advogaria? 
Justifique.
No caso em tela, trata-se de empacotador e posteriormente de auxiliar de má-
quinas, e não de motociclista, para que haja o pagamento do referido adicional. 
Conforme o artigo 193, parágrafo 4°, da CLT, somente aqueles que exercem suas 
funções utilizando-se de motocicletas terão direito ao adicional de periculosidade.
b) Em relação ao pedido de integração dos 40% da mensalidade do curso supleti-
vo, que tese você advogaria? Justifique.
Não será considerada como salário educação, em estabelecimento de ensino pró-
prio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, 
anuidade, livros e material didático concedidos pelo empregador, conforme previsto 
no artigo 458, parágrafo 2°, inciso II, da CLT.
XXIV EXAME DE ORDEM – COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA DA 2ª FASE
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Direito do Trabalho
LEANDRO ALENCAR – QUESTÕES 03 E 04
QUESTÃO 03
• O aluno deveria se lembrar da preliminar de coisa julgada, prevista no art. 
337, VII, do CPC. Ademais, seria interessante mencionar a OJ n. 132 da SDI-
-II do TST, que dispõe no sentido de que o acordo homologado judicialmente, 
em que o empregado dá plena e ampla quitação, sem ressalva, alcança as 
parcelas objeto da inicial, bem como todas as demais parcelas referentes ao 
contrato de trabalho extinto, de modo que a propositura de nova reclamação 
trabalhista violaria a coisa julgada.
• O aluno deveria responder que o segundo processo movido por Sebastiana 
seria extinto sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, V, do CPC.
QUESTÃO 04
• O aluno deveria responder que não seria possível a interposição de Recurso 
Ordinário, tendo em vista que, nos termos do art. 831, p. único, da CLT, o 
termo de conciliação lavrado valerá como decisão irrecorrível.
• O aluno deveria responder novamente o cabimento da preliminar de coisa 
julgada, utilizando como fundamentação o art. 337, VII, do CPC e a OJ n. 132 
da SDI-II do TST.
PROFESSOR LEANDRO ALENCAR
Graduado em Direito, especialista em Direito e Processo do Trabalho 
pelo Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP, com atualização 
em Direito e Processo do Trabalho em cursos livres; professor do 
curso Prática Trabalhista, pesquisador em diversos temas do Direito 
do Trabalho, inclusive trabalho infantil, discriminação no ambiente de 
trabalho e precarização da relação empregatícia.
	Direito Civil
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	Direito do Trabalho
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	LEANDRO ALENCAR - Questões 03 e 04
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