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O Comportamento Operante Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) B. F. Skinner Nasceu em 20 de março de 1904 na Pennsylvania. Pai era advogado Sua mãe o criou segundo padrões muito exigentes de educação. Graduou-se em língua inglesa no Estado de Nova York Estudos Formou-se em Letras; Em seguida decidiu tornar-se um escritor, mas escreveu pouco; Sua produção, desde o período que ele chamou de seu "ano negro", consistia de uma dúzia de pequenos artigos de jornais e alguns modelos de veleiros. Encontro com a Ciência Comportamental Em uma viagem para Nova York teve acesso a livros de John B. Watson e Ivan Pavlov. Com 24 anos Skinner matriculou-se no curso de pós graduação no Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard. Obteve o Doutorado em três anos. Vida adulta Skinner continuou produzindo até a morte, com 86 anos. No porão da sua casa construiu a Caixa de Skinner, um ambiente controlado para proporcionar reforçamento positivo. Gostava de escrever e dizia que essa atividade proporcionava bastante reforço positivo. Com 78 anos escreveu um trabalho intitulado “Autogerenciamento intelectual na velhice”, descrevendo suas experiências como um estudo de caso. Fim da vida Em 1989, Skinner foi diagnosticado com leucemia, tendo expectativa de dois meses de vida. Oito dias antes de morrer ele apresentou um trabalho em uma convenção, em Boston. Nela atacou veemente o crescimento da psicologia cognitiva, que desafiava sua forma de Behaviorismo. Na tarde anterior à sua morte, trabalhava no seu último artigo (A psicologia pode ser uma ciência da mente?), outra acusação contra o movimento cognitivo que ameaçava suplantar a sua visão de psicologia. Comportamento Reflexo Até agora estudamos o comportamento reflexo ou respondente Pois o organismo responde ao ambiente. O respondente não abarca toda a complexidade do comportamento humano É um tipo de comportamento que tem sua origem na história evolutiva das espécies e é caracterizado pela relação entre um estímulo eliciador e uma resposta. Comportamento Operante Porém há um tipo de comportamento caracterizado por outra propriedade: sua causa está nas modificações que são operadas no mundo É o comportamento que produz consequências (modificações no ambiente) e é afetado por elas. Comportamento Operante Como as consequências do que fazemos nos mantêm no caminho ou nos afasta delas. Aprendizagem: ler, falar, raciocinar, andar e ser quem somos (personalidade). Assim é o comportamento operante, um tipo especial de responder que é sensível às conseqüências que produz. Condicionamento Operante A maior parte do nosso comportamento produz consequências no ambiente ESTENDER O BRAÇO ALCANÇAR O INTERRUPTOR PEDIR PARA ACENDER A LUZ LUZ ACESA As consequências do nosso comportamento vão influenciar suas ocorrências futuras. O comportamento operante tem um componente derivado da seleção natural, que é tal sensibilidade às conseqüências. Pedir o saleiro sal Pedir o saleiro não obter Existe uma variedade infinita de possibilidades: uma conseqüência pode ser produzida de qualquer forma, seja por um toque de mãos ou por um pedido, e a forma como se produziu aquela conseqüência tenderá a se repedir no tempo. O conceito de operante é muito relevante para a ciência como um todo, pois contraria uma proposição científica que influenciou a psicologia por muito tempo. Em geral, entendia-se que um comportamento só poderia ser causado por algo que o precedesse. As consequências afetam qualquer comportamento: adequado ou inadequado socialmente Exemplos DIRIGIR EM ALTA VELOCIDADE ADMIRAÇÃO DOS AMIGOS FAZER BIRRA GANHAR UM BRINQUEDO A noção de reforço A resposta produz consequência e é controlada por elas. Quando uma consequência aumenta a probabilidade de ocorrência futura de uma determinada resposta – chamamos de reforço. As probabilidades de ocorrência futura de um determinado tipo de resposta aumentam. Isto é, os reforços fortalecem certas respostas. As probabilidades de ocorrência futura de um determinado tipo de resposta aumentam. Isto é, os reforços fortalecem certas respostas. (Resposta) (Consequência) AÇÃO REFORÇO (mudança no organismo) (Estímulo do ambiente) Aumenta a probabilidade Elogio da mãe Criança falar pela 1ª vez Mamãe O Organismo EMITE uma resposta que PRODUZ uma consequência. Quando o estímulo é chamado de reforçador Quando a consequência é um reforço Temos que olhar para a relação!! Comida pode ser reforçadora ou até mesmo aversivo. Não existem reforçadores per si. A noção de reforçador expressa uma relação funcional entre a atividade do indivíduo e seu meio. Vimos até aqui... Que comportamento operante descreve uma relação sujeito ambiente (resposta-estímulo) específica. O que caracteriza esta relação é que a resposta produz alterações no ambiente e é sensível a isto. Esta caracterização de comportamento operante envolve necessariamente, então, dois elementos: (a) a produção de alterações no ambiente e (b) a sensibilidade a essas alterações. Vimos até aqui... As alterações produzidas pelo responder de um organismo são denominadas consequências. Chamamos de conseqüências quaisquer eventos produzidos pelas respostas de um organismo. As conseqüências podem alterar o responder e quando alteram podem fortalecer a resposta que as produziu. Quando estas consequências retroagem, fortalecendo estas respostas (aumentando sua probabilidade de voltar a ocorrer), são chamadas de reforçador (ou estímulo reforçador). Reforçadores Naturais ou Arbitrários NATURAL ou INTRÍNSECO Quando a consequência reforçadora é produto direto da própria resposta. ARBITRÁRIO ou EXTRÍNSECO Quando a consequência é produto indireto da resposta. Depende da própria resposta E de outros eventos. Empurrar a maçaneta abrir a porta Pedir um beijo ganhar um beijo Natural- Intrínseco Arbitrário- Extrínseco Reforçadores Naturais ou Arbitrários Nem sempre o reforço natural é possível As vezes a consequência natural é muito atrasada Exemplo: Estudar, Dietas... Conhecimento é uma conseqüência intrínseca Enquanto que um comentário aprovador do professor é uma conseqüência extrínseca de estudar Outros Efeitos do Reforço Além de aumentar a probabilidade da resposta que o produziu... 1-Diminuição da frequência de outras respostas Exemplo rato: Inicialmente cheira, se coça, explora a caixa.. Depois que a pressão na barra produz água: Diminui a frequência de se coçar, explorar, cheirar... Outros Efeitos do Reforço Além de aumentar a probabilidade da resposta que o produziu... 2-Diminuição da variabilidade na topografia da resposta reforçada Exemplo rato: Inicialmente com a pata esquerda, direita, cabeça.. Depois: sempre igual Extinção Operante E quando as consequências deixam de ocorrer? Quando suspendemos o reforçamento, a resposta deixa de ocorrer Ou seja: Diminui a probabilidade. A suspenção do reforço é chamada de Extinção Operante. E o resultado é a gradual diminuição na frequência da resposta. Extinção Operante Skinner (1953) afirma: “Naquilo que é chamado ‘extinção operante’, uma resposta torna-se cada vez menos frequente quando o reforçamento não mais acontece.” (p.69) Três aspectos devem compor a definição de extinção: (a) uma relação entre resposta e reforço já estabelecida, (b) a quebra desta relação, (c) as alterações no responder produzidas por esta ruptura (comportamento) (estímulo) AÇÃO CONSEQUÊNCIA Diminui a probabilidade No passado produzia Resistência à Extinção Exemplo: Maria está acostumada a ligar para João, seu namorado, e ele atender o telefone imediatamente. Certo dia Maria liga para João e ele não atende. Extinção: quebra da relação. Será que a Maria vai parar de ligar na primeira vez ? Resistência à Extinção Exemplo: Uma criança fazendo birra A criança se joga no chão em um local público e começa a gritar e a chorar. Os pais, preocupados com a situação constrangedora, rapidamente buscam fazer algo para cessar o escândalo: pegam a criança no colo e lhe dão atenção ou lhe fornecem algum brinquedo ou doce. Quando a criança se jogou no chão ela alterou o mundo ao seu redor, os pais se aproximaram e consequenciaram o seu comportamento. Se a criança voltar a apresentar o comportamento de birra no futuro, aumentando à probabilidade dessa classe de respostas, podemos afirmar que seu comportamento foi reforçado. Mas o que acontece quando as respostas operantes deixam de produzir as consequências que as mantêm? Quando o reforçador deixa de seguir a resposta ocorre o que denominamos de extinção operante. E quando os pais não mais derem atenção à criança quando ela se joga no chão, chora e grita? Um pai que já passou por uma situação como esta provavelmente dirá que a birra irá piorar: a criança vai gritar mais alto, chorar mais enfaticamente e até mesmo emitir novos comportamentos como agarrar os pais ou agredir alguém próximo. Uma impressora que já utilizamos algumas vezes e sempre funcionou adequadamente (a. Relação já estabelecida entre resposta). Certo dia, a impressora não funciona e não é possível obter as páginas impressas (b. Ocorre a quebra desta relação). O que acontece em seguida? Tentamos mais algumas vezes imprimir o material, passamos a apertar o botão de imprimir com mais força, batemos algumas vezes na impressora, desligamos e ligamos a impressora e o computador (c. Ocorrem alterações no responder produzidas pela quebra da relação). Resistência à extinção Tempo- ou número de vezes- que um organismo continua emitindo uma resposta após a suspenção do reforço. Características: Aumento da taxa de respostas Variação na topografia Emissão de comportamentos previamente reforçados Voltando ao exemplo da criança: Ela não apenas se joga no chão, mas agarra os pais, agride alguém que esteja próximo, arremessa algum objeto. Aumento na magnitude da resposta: a criança grita mais alto, chora mais alto, se joga no chão com mais força. Vamos chamar este efeito da extinção de EFEITOS EMOCIONAIS (Frustração, raiva, ansiedade...) Fatores que influenciam a resistência à extinção Número de reforços anteriores Custo da resposta (se for mais difícil, desisto mais rápido) Esquemas de reforçamento (ex: jogos) Aprendizagem- Modelagem Alguns comportamentos demorariam muito para acontecer espontaneamente. Algumas variações são mais difíceis. Exemplo: Aprender um instrumento musical. Outro exemplo: fala A- aga- àgua Modelagem É um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento. O resultado final é um novo comportamento. https://www.youtube.com/watch?v=cFoDe9KoK74 Modelagem Consiste em liberar consequências reforçadoras contingentes (próximas no tempo) à resposta, de modo que reforce diferencialmente, através de aproximações sucessivas, àqueles comportamentos próximos ao comportamento final desejado. Imagine que queira ensinar sua gata a abrir uma porta encostada. A ração será o reforço. Comportamentos próximos ao de empurrar a porta são reforçados gradualmente: passar ao lado da porta; olhar em sua direção; encostá-la levemente; levantar-se apoiando levemente nela, etc. Modelagem Devemos reforçar comportamentos mais próximos àqueles ao de empurrar a porta. Se o gato passa a encostar na porta, você não mais reforçará se ele apenas olhar em direção. Reforçar aquelas repostas que serão úteis para estabelecer o comportamento-alvo e extinguir outras, que não se relacionam ao comportamento-alvo é um processo chamado de reforçamento diferencial. Quando mudamos gradualmente o requisito de exigência para reforçar o comportamento chamamos de reforçamento de aproximações sucessivas. Modelagem Conceitos importantes: Reforçamento diferencial Reforçamento de aproximações sucessivas Relação temporal entre o comportamento e o reforço
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