Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Capacidade do agente Este item nós já estudamos na aula sobre Pessoa Física; Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável - lícito é aquilo que é possível para o Direito. - possível significa possibilidade material. - determinado ou determinável: dependerá do nível de individualização do objeto. O determinado é aquele que tem gênero, quantidade e qualidade. Já o determinável só terá gênero e quantidade. Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei # em regra geral, o negócio jurídico tem forma livre ou vinculada? Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Exceção: forma vinculada, cogente ou necessária Pode decorrer da: Vontade ou convencional: é quando as partes, de forma convencional, regulam a forma do negócio. “Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato”. Lei ou legal ”Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País”. # e se eu desobedecer essa forma vinculada, seja por força da vontade ou por força da lei? Consentimento válido É livre e desembaraçado. Este consentimento pode ser manifestado, a princípio, de qualquer maneira. # seria possível consentir através do silêncio? Contrato de doação (art. 539, CC) # o que acontece caso eu desrespeite um dos itens da validade? 8.2.3 Teoria das Invalidades Premissas: I.As nulidades nunca são implícitas (exigem sempre texto de lei) II.Não há nulidade sem prejuízo III. As invalidades se dividem em: Absolutas/ nulidades Relativas/ anulabilidades 8.3 Nulidades Absolutas Hipóteses: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Art.166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Características: O ato nulo atinge interesse público; 2.Pode ser arguida pelas partes, por terceiro interessado, pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, ou, até mesmo, pronunciada de ofício pelo Juiz ex ofício; ATENÇÃO! apesar de o juiz poder reconhecer ex ofício a nulidade, ele não tem permissão para supri-la (corrigir), ainda que a requerimento da parte (art. 168 p.u, CC/02). Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 3. A ação declaratória de nulidade é decidida por sentença de natureza declaratória de efeitos “ex tunc”; 4. A nulidade, segundo o novo Código Civil, pode ser reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando a prazo prescricional (imprescritível) ou decadencial. 5. Não admite confirmação (ratificação), mas pode ser convertido; 8.4 Nulidade Relativa (Anulabilidade) Hipóteses: Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Características: 1. O ato anulável atinge interesses particulares, legalmente tutelados (por isso a gravidade não é tão relevante quanto na hipótese de nulidade); 2. Somente pode ser arguida pelos legítimos interessados; 3. A anulabilidade somente pode ser arguida, pela via judicial, em prazos decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 (regra supletiva) anos, salvo norma específica sem sentido contrário (art. 178 e 179). Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. 4. Admite confirmação expressa ou tácita (ratificação); 8.5 Princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos I) Conversão Substancial É uma medida sanatória por meio da qual aproveitam-se os elementos materiais de um negócio jurídico inválido, convertendo-o em negócio válido de fins lícitos. Está prevista no art. 170 e consiste na recategorização de determinado negócio para outro de diferente espécie, respeitadas determinadas circunstâncias. Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. Obs.: Enunciado 13, CJF: 2 requisitos Subjetivo: é o aproveitamento da manifestação de vontade originária Objetivo: é o aproveitamento dos elementos materiais do negócio originário no novo negócio II) Ratificação (Saneamento, Convalidação Ou Confirmação): Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. Esta convalidação do negócio anulável sem prejuízo à terceiro, poderá se dá de 2 formas: Expressa/direta: se dará com a direta intervenção/participação do assistente convalidando aquele ato. Tácita/indireta III) Redução do Negócio Jurídico Permite uma invalidade parcial. Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. Ex.: contratos coligados Plano de Eficácia A eficácia trabalha com os efeitos do negócio. a regra geral é que o negócio jurídico existente e válido, produza os seus efeitos automaticamente. Elementos acidentais/acessórios/secundários a) Condição – art. 121, CC A condição é um evento futuro e incerto que deriva exclusivamente da vontade das partes envolvidas no negócio e subordina os seus efeitos. Obs.: incerteza subjetiva (imprópria) Classificações: Suspensiva x Resolutiva Condição suspensiva: é aquela que enquanto não for implementada deixa em suspenso os efeitos do negócio. Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Condição resolutiva: extingue o direito após a ocorrência do evento futuro e incerto, ou seja, cessa para o beneficiário a aquisição dos direitos anteriormente garantidos. Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. II) Lícita x Ilícita Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes (puramente potestativa). Obs.: não confundir a condição puramente potestativa com a condição simplesmente ou puramente potestativa b) Termo É o evento futuro e certo. I) Inicial (a quo) x Final (ad quem) Termo Inicial: é aquele que marcará o início do exercício de um direito. Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Termo Final: é aquele que marcará o término do exercício de um direito. O lapso de tempo entre o termo inicial e o termo final é chamado de prazo. II) Forma de Contagem: Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. § 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. § 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia § 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. § 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. c) Modo ou Encargo É o ônus que deverá ser cumprido pela parte para que tenha um bônus que entenda superior. Ex.: doação onerosa Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 8.6. Defeitos do Negócio Jurídico 8.6.1. Vícios de Consentimento (de vontade) a) Erro ou Ignorância É uma falsa ou equivocada percepção da realidade. Este erro apenas vai gerar a anulação do ato se ele for um erro principal ou essencial ou determinante: Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. O erro acidental ou acessório: Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. O erro acessório não gera consequências para o Direito. b) Dolo É o induzimento malicioso para que alguém pratique um ato contra sua própria vontade. Dolo principal: Este dolo gerará a anulação do negócio jurídico. Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Dolo acessório: Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. c) Coação Coação Absoluta Na coação física tem uma ameaça física. Obs.: o CC não regula a coação absoluta, a doutrina que vai nos dizer quais seriam as consequências desse ato: Inexistência do ato: não haveria sequer manifestação de vontade Nulidade absoluta do ato Coação Psíquica É a ameaça emocional para que alguém pratique um ato contra sua vontade. Obs.: a ameaça deve ser injusta – contrária à lei (art. 153, CC) Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. d) Lesão Especial É um instituto que tem por objetivo igualar as partes de um negócio jurídico, fazer com que haja justiça contratual e equivalência material das prestações. Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Para que haja a lesão são necessários 2 requisitos cumulativos: Objetivo: é a manifesta desproporção entre as parcelas pactuadas no momento da celebração do negócio jurídico; Subjetivo: premente necessidade ou inexperiência de uma das partes. Obs.: Enunciado 150, CJF: não exige o dolo de aproveitamento # uma vez verificada a lesão, quais são os caminhos possíveis? Revisão – art. 157, §2º CC Anulação – era. 171, CC e) Estado de Perigo Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. # o que fazer uma vez verificado o estado de perigo? O CC nos diz que a consequência será a anulação do ato. Porém, a doutrina no Enunciado 148, CJF afirma que antes de anular devemos tentar revisar, em analogia a lesão. 8.6.2 Vícios Sociais a) Fraude Contra Credores É a prática maliciosa ou de má-fé do devedor através de atos que dilapidam seu patrimônio com o objetivo de salvá-lo de uma execução por dívidas. - 03 requisitos cumulativos para configuração da fraude contra credores: a) Anterioridade do Crédito b) Eventus Damni: dano ao credor c) Consilium Fraudis: má-fé b) Simulação (art. 167, CC) É uma declaração enganosa de vontade. Classificação: Simulação absoluta Na simulação absoluta pratica-se um ato “que não terá nenhum efeito prático”, cujo objetivo é lesar a terceiro ou burlar a lei. Dissimulação Na dissimulação você pratica um negócio jurídico simulado que é nulo e deixa “por baixo/dissimulado um negócio jurídico real cujos efeitos você vai ter que analisar. Obs.: reserva mental (art. 110, CC) Configura-se a reserva mental quando uma das partes deixa escondida a sua intenção de cumprir com o pactuado. A reserva mental a priori é desprovida de consequência para o Direito. Contudo, é possível que esta reserva mental seja externada e assim, aquele que teve conhecimento dessa reserva mental não poderá exigir o cumprimento da obrigação.
Compartilhar