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AULA 14 PARASITO

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Larva Migrans Visceral (LMV)
É uma síndrome causada pela migração prolongada de larvas de nematódeos (principais: Toxocara canis e Toxocara cati), comum aos animais, no organismo humano. Se ocorrer migração dessa larva para globo ocular ela passa a se chamar larva migrans ocular (LMO). 
INFECÇÃO DO HOSPEDEIRO DEFINITIVO (animais)
Ocorre pela ingestão de ovos contendo L3.
Resistência – elas migram para tecidos e permanecem em quiescência.
Cadelas podem infectar fetos.
INFECÇÃO NO HOMEM
Ingestão de ovos contendo L3, que pode ocorrer pela ingestão de água ou alimentos contaminados. No intestino delgado ocorre a eclosão desses ovos, e as larvas atravessam a parede intestinal e caem na circulação, podendo atingir vários tecidos corporais, onde realizam migrações.
A maioria das larvas que migraram é destruída, formando granulomas no local. Porém algumas larvas podem se encistar, mantendo sua viabilidade por anos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A severidade das manifestações clínicas irá depender da quantidade de larvas. Na maioria dos casos o quadro apresentado é subclínico e sem diagnóstico. A infecção é autolomitante, com duração total de 6 a 18 meses.
LMV
Quadro clássico – hepatomegalia, hipereosinogilia sanguínea e linfadenite.
Pulmões – tosse, dispnéia, anorexia.
SNC – manifestações neurológicas como encefalite, meningite e convulsões.
Veiculação de patógenos.
 
LMO
Ocorre quando pequenos números de ovos foram ingeridos. Não apresentam hipereosinofilia e a resposta imunológica é menos intensa. Corte histológico – Larva migrans visceral
Lesão unilateral, com vários aspectos clínicos podendo levar a perda de visão.
Causa granulomas, hemorragias, catarata.
DIAGNÓSTICO
Anamnese, sintomas e imunodiagnóstico.
Eosinofilia persisitente, aumento de IgE e IgM, hepatomegalia – são fatores de suspeita.
Exame oftalmológico.
ELISA
Granulomas oculares →
 
TRATAMENTO 
LMV
Albendazol 2X/dia, 5dias.
Ivermectina dose única.
Tiabendazol 3g/dia, 3 dias.
Tratamento de sintomas – oxigenoterapia, anti-histamínicos, corticóides.
LMO
Mais usados são corticóides.
Métodos de tratamento oftalmológicos específicos no caso de granulomas.
Anti-helmínticos tem pouca eficácia.
EPIDEMIOLOGIA
Presença de animais em locais públicos como praias e parques, falta de práticas de higiene quanto às fezes de cães e gatos e contato de crianças com esses resíduos em areia de praças e locais acessíveis a cãos de rua. Falta de higiene em relação ao consumo de alimentos, tratamento de água.
Crianças mais acometidas. Há poucos casos em relação ao número de animais, porém há uma grande oviposição e resistência dos ovos no ambiente.
Strongyloides stercoralis
É um parasita cosmopolita, mais frequente em regiões tropicais, ele é agente etiológico da estrongiloidíase e seu ciclo biológico é complexo, com diferentes formas morfológicas.
MORFOLOGIA
Fêmea partenogenética parasita
1,7 a 2,5mm X 0,03 a 0,04mm. Corpo cilíndrico e filiforme com extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Cutícula externa e esôfago filarióide. Útero com ovos que são eliminados na mucosa já com larva rabditóide (ovovivípara).
Fêmea de vida livre
0,8 a 1,2mm X 0,05 a 0,07mm, aspecto fusiforme, cutícula, extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Esôfago rabditóide. Útero com ovos em diferentes graus de evolução. Receptáculo seminal.
Macho de vida livre
0,7X0,04mm, aspecto fusiforme com extremidade anterior arredondada e posteriormente recurvada ventralmente. Espículos auxiliares na cópula, gubernáculo. A –Fêmea parasita de Strongyloides stercoralis
Strongyloides stercoralis - Fêmea e macho de vida livre
Ovos
Parede fina e transparente, idênticos aos dos ancilostomídeos. Os originários da fêmea parasita medem 0,05x0,03mm e os da fêmea de vida livre 0,07 x 0.04mm. Raramente observados nas fezes.
Andressa Valcanover
Aula 14 de Parasitologia
Larvas rabditódes
Esôfago rabditóide, 0,02 x 0,15mm. Vestíbulo bucal curto, primórdio genital nítido, cauda pontiaguda. As originárias da fêmea parasita e da fêmea de vida livre são indistinguíveis.
Larva rabditóide de Strongyloides stercoralis
Esôfago rabditóide, vestíbulo bucal curto, primórdio genital evidente.
Larvas filarióides
Medem de 0,35 a 0,5 X 0,01 a 0,03mm, esôfago filarióide, cutícula fina e hialina. Vestíbulo bucal curto, cauda entalhada. Forma infectante.
Larva filarióide de Strongyloides stercoralis.
Detalhes do esôfago filarióide e da cauda entalhada.
HABITAT
As fêmeas partenogenéticas localizam-se na parede do intestino (jejuno), mergulhadas na mucosa. Nas formas graves podem se localizar desde o piloro até o intestino grosso.
CICLO BIOLÓGICO
As larvas triplóides penetram ativamente na mucosa oral, pele (pés descalços), mucosa esofágica ou gástrica. Algumas delas morrem, entretanto, outras chegam aos vasos linfáticos e venosos, seguindo posteriormente para coração e pulmões. Já nos capilares alveolares, sofrem uma transformação para larva L4 e chegam à faringe. Podem ser eliminadas por expectoração ou serem engolidas, alojando-se no seu hábitat natural, que é o intestino. No intestino maturam-se na forma adulta e alimentam-se do bolo alimentar, produzindo assexuadamente numerosos ovos clones (e, portanto todos fêmeas). As larvas com 0,3 milímetros saem dos ovos ainda dentro do lúmen intestinal e só depois são expulsas com as fezes. As larvas excretadas com as fezes são infecciosas. Pode ocorrer então o ciclo biológico direto (partenogenético) ou o indireto (de vida livre/sexuado). Os dois ciclos são monoxênicos.
Ciclo biológico direto ou partenogenético: As larvas rabditóides triplóides (3n) no solo ou sobre a pele da região perineal, após 24 a 72 horas, transformam-se em larvas filarióides infectantes.
Porém se tiverem boas condições na terra onde foram depositadas, desenvolvem-se em formas adultas femininas de vida livre alimentando-se de detritos orgânicos. Nessa forma livre podem acasalar com machos (que são sempre de vida livre), produzindo sexualmente ovos que se desenvolvem em larvas (geneticamente diversas e não clones). As larvas descendentes machos continuam a viver livremente na terra, mas as larvas femininas apesar de também serem capazes de sobreviver na terra, se tiverem oportunidade infectam o ser humano. 
Ciclo biológico indireto ou sexuado: Aqui a larva rabditóide vai ser eliminada nas fezes e dar origem a machos e fêmeas de vida livre, dependendo das condições climáticas e condições do solo, o macho fecundará a fêmea, ocorrendo a cópula no solo. A fêmea fecundada vai eliminar os ovos (3n) no solo, e esses ovos fecundados vão dar origem a uma larva rabditóide. A eclosão do ovo e liberação da larva ocorrem no solo, a transformação da larva L1 em L2 e L3 também. As larvas rabditóides evoluem para larvas filarióides (3n) infectantes. As larvas filarióides podem permanecer no solo por até quatro semanas. O mais frequente é o ciclo biológico direto, pois no indireto se ocorrer umainsolação, por exemplo, a larva pode morrer. 
O que que determina a ocorrência de um ciclo ou de outro? É a constituição genética cromossômica dos ovos eliminados. Existem 3 tipos de ovos: 
Triploide (3n) - ciclo direto - larva rabditoide 
Diploide (2n) - dá origem a fêmea – ciclo indireto 
Haploides (n) - dá origem ao macho – ciclo indireto 
TRANSMISSÃO
Primoinfecção: Larvas filarióides infectantes (L3) penetram na pele do hospedeiro.
Auto-infecção interna: Acontece em paciente imunodeprimidos ou que tenham ficado expostos à infecção durante um longo período de tempo. Ocorre uma segunda ecdise de larvas rabditoides para filarióides (L3) ainda no intestino do paciente, essas larvas penetram na mucosa intestinal e voltam a adentrar vasos sanguíneos, repetindo o ciclo parasitário.
Hiperinfecção: Geralmente ocorre em pacientes imunodeprimidos, tanto em imunodepressão iatrogênica, que é por uso de corticoides ou outros medicamentos por muito tempo, quanto em imunodepressão natural, que é por doenças como hiv, neoplasias, etc. Então em pacientes que são imunodeprimidos pode acontecer uma estrongiloidíase disseminada para vários órgãos do organismo, geralmente ela é fatal.
Auto-infecção externa: Às vezes a pessoa defeca e não tem uma higiene apurada, ficando então restos de fezes nos pelos perianais e a larva fica na região perianal e acaba penetrando via ânus. Pode acontecer também em crianças que usam fraldas e a mãe demora pra trocar, então as fezes ficam ali nas fraldas e se tem a larva rabditóide ela se transforma em filarióide ali nas fezes presentes na frauda e penetra via ânus. Crianças mais velhas que defecam nas roupas íntimas e demoram para trocar também podem desenvolver a auto-infecção externa.
A larva currens causa a strongyloidiasis cutânea e ocorre por meio de auto-infecção, essa larva fica migrando na região subcutânea, provocando lesões lineares em forma de fio.
IMUNIDADE
Em imunodeprimidos a infecção pode se disseminar e tornar-se fatal;
Alguns indivíduos são imuno competentes e podem se curar espontaneamente com altos títulos de anticorpos;
Altos níveis de eosinofilia;
IgE e IgG.
Geralmente quase todas as helmintíases que estudamos apresentam um quadro de eosinofilia, quando se pede um hemograma os eosinófilos do paciente estarão aumentados, assim como irão apresentar aumento de imunoglobulina E e imunoglobulina G.
PATOGENIA
Relacionada com carga parasitária, estado nutricional e imune do hospedeiro.
Em infecções pequenas o paciente pode ser assintomático.
Em casos de infecções médias a maciças ou crônicas a pessoa irá apresentar sintomas:
Sintomas gerais: anemia (microcítica e hipocrômica), diarréia, astenia, tonturas, insônia, tonturas, emagrecimento, desidratação, eosinofilia.
Cutânea: penetração das larvas causa pouca reação mas em penetrações maciças ou reinfecções a pessoa terá sintomatologia local como eritema, edema, prurido e pápulas. Larva migrans, se for na pele, cutânea, e se for na região perianal, larva currens.
Pulmonar: depois que houve a penetração, através da via sanguínea ocorre a infecção no pulmão, coração e faringe, provocando tosse, a pessoa deveria eliminar a larva, mas o que geralmente acontece é a deglutição dela, que se transforma em adulto no intestino. Dependendo da carga parasitária, quando a larva está passando pelo pulmão pode provocar edema pulmonar, hemorragias, infiltrado inflamatório, síndrome de Löeffler(pneumonia). Outros parasitas podem causa síndrome de Loeffler, pois fazem ciclo de Loss, como o Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis, Ancylostoma duodenale e Necator americanos. Então esses 4 helmintos vão fazer ciclo de Loss e dependendo da carga parasitória podem causar essa síndrome. Em casos graves podem causar edema pulmonar e insuficiência respiratória.
Intestinal: depois a larva irá se estabelecer no intestino e causar sintomas parecidos com outras parasitoses como diarreia, tontura, náuseas, vômitos, emagrecimento, e o que é mais importante, a anemia, esse parasita faz hematofagismo, e consume uma grande quantidade de sangue, levando a pessoa ter um quadro de anemia microcítica e hipocrômica. A ação mecânica leva à enterite catarral, que é uma grande produção de muco pelo intestino. Pode causar infecção bacteriana secundária que vai agravar mais ainda o quadro. A auto-infecção pode ocorrer levando a casos mais graves, gerando um quadro de hiperinfecção, uma disseminação desse parasita, principalmente nos imunocomprometidos.
Disseminada: pacientes imunocomprometidos, por vezes fatal. Grande número de larvas no intestino alcançam a circulação e se disseminam, podendo ser encontradas nos rins, pulmão, fígado. Diarréia severa, pneumonia, meningite e morte.
Como vai ter um grande número de parasitas eles se disseminam para outros lugares que não o intestino, como o rim, pulmão, fígado, levando a um quadro mais grave podendo causar meningite e morte.
DIAGNÓSTICO
Clínico: difícil devido à semelhança com outras parasitoses. Dor semelhante à úlcera gastroduodenal. A pessoa terá uma dor no hipocôndrio superior direito, no fígado.
Laboratorial: deve-se pedir pesquisa de larvas, no laboratório existem duas técnicas para isso (Baermann ou Rugai).
Pesquisa de larvas nas fezes: Baermann ou Rugai.
BAERMANN - Enche-se o funil com água aquecida a 40-45 °C. Abre-se a pinça de Mohr, deixando escorrer uma pequena quantidade de água para evitar a formação de bolhas de ar na haste e no tubo de látex. Coloca-se de 8 a 10 g de fezes sobre uma gaze dobrada quatro vezes até que as fezes fiquem submersas. Deixa-se em repouso durante uma hora. A larva procura água morna, ai ela sai das fezes, e você colhe um pouco do líquido que estava no funil e olha no microscópio, se você olhar sem corante a larva estará viva, ao colocar corante ela morre. A larva inclusive não pode ser coletada com conservantes, se não ela morre. Essa é o método Barmann, que é com funil.
RUGAI – Você tem o cálice de sedimentação do HPJ, coloca água morna dentro, em torno de 42ºC, e faz a mesma coisa que no método anterior, não precisa nem fazer a trouxinha com a gaze, pega-se o próprio frasco coletor de fezes, tira a tampa, faz a trouxinha e coloca no cálice as fezes em contato com a água. A larva irá procurar a água aquecida. Depois de um tempo pega-se com um canudinho um pouco da água desse cálice e observa-se no microscópio. 
Pesquisa de larvas nas secreções. As larvas passam pelo pulmão, então a pessoa terá secreção, vai tossir.
Coprocultura. Cultura de larvas, não é muito feito em rotinas, mas existe métodos para isso.
Intradermorreação. Não é muito utilizado, pois é pedido exame da larva nas fezes ou exames imunológicos. Essa intradermorreação é semelhante a reação de Montenegro, injeta-se no braço antígenos de strongyloides e se espera em torno de 24hrs, após esse tempo é realizado a leitura de uma papulazinha.
Imunológicos: ELISA, IFI
EPIDEMIOLOGIA
Possui distribuição geográfica mundial;
As larvas filariódes possuem pequena longevidade, de alguns dias a semanas;
Homem é a única fonte de infecção, então não é uma zoonose;
Temperatura e umidade (deve ser de 70% para cima) precisam ser favoráveis para o desenvolvimento das larvas, se houver insolação direto elas morrem;
Possui diferentes tipos de infecção e transmissão.
PROFILAXIA
Educação sanitária;
Saneamento básico;
Alimentação adequada;
Bons hábitos de higiene (para prevenir a auto-infecção).
TRATAMENTO
Tiabendazol – forma líquida para crianças e comprimido para adultos, com eficácia de 90%. Pode surgir anorexia, náuseas, diarréia. Não é eficaz em imunodeprimidos.
Cambendazol – Líquido ou comprimido em dose única. Eficácia de 95-100%. Náuseas, tonturas e diarreia podem aparecer como efeitos colaterais. Contra-indicado na gravidez, lactação, hepatopatias e insuficiência renal. Não atuam contra larvas (repetir após 15dias). Só atua em adultos, mas pode ter larvas passando pelo pulmão que ainda irão se transformar em fêmeas partenogênicas, o que torna o medicamentonão tão eficaz.
Albendazol – três dias consecutivos. Atua contra larvas, devendo-se observar o processo de cura. Pequena eficácia. Contra-indicado na gestação.
Ivermectina em fase de testes. É o melhor que se usa, atua na fêmea e nas larvas.
A profe disse não saber se vai cobrar em prova ou não essa parte de artópodes, vamos torcer que não!! Kkkkk.
ARTRÓPODES: pilho, pulga. 
PIOLHO
Nome científico: Pediculus Humanus Capitis (piolho de cabeça), Pediculus Humanus Corporis (piolho de corpo) e Phthirus púbis (piolho de pelos púbicos/piolho chato).
Popularmente conhecido como piolho, temos diversas espécies deles, mas para nós os mais importantes são o Pediculus Humanus Corporis, que atingem pelos do corpo, o Pediculus Humanus Capitis, que é o piolho da cabeça e o Phthirus púbis, que é o piolho de pelos púbicos.
A questão problemática do piolho é a vergonha, se a criança está na escola e a professora manda um bilhetinho para a mãe avisando que o filho está com piolho, a mãe se sente ofendida porque pensa que isso é o mesmo que dizer que ela não lava direito seu filho e nem tem os cuidados adequados de higiene.
IMPORTÂNCIA
São ectoparasitas, hematófagos, paurometábolos (ovo-ninfa-adulto), causam pediculose e podem veicular algumas outras doenças como tifo, que é assintomático; febre das trincheiras, transmitida por rickettsias, que são uma forma intermediária entre bactérias e vírus; e febre recorrente. 
MORFOLOGIA
É um inseto sem asas, mas que pula em contato direto com as pessoas, ele possui 3 pares de patas e ganchos semelhantes a pinças.
O seu ovo fixa-se ao fio de cabelo através de uma substância pegajosa, assumindo a forma vulgarmente conhecida como lêndea. As lêndeas também podem ser encontradas aderidas as fibras dos tecidos das roupas, assim como o próprio inseto.
É bem fácil de fazer diagnostico entre piolho macho e fêmea, a extremidade posterior da fêmea é diferenciada, e o piolho macho tem um pênis bem avantajado. 
Seu aparelho bucal é do tipo sugador-picador, sendo, portanto, hematófago. Ao picar o couro cabeludo, o piolho além de sugar o sangue, libera uma pequena quantidade de saliva, responsável pelo prurido no couro cabeludo. Em consequência disso, podem ocorrer lesões, na região, fundionando como uma porta de entrada para agentes infecciosos.
Os ovos são operculados. Os piolhos não passam pelo estagio de larva, ele passa de ovo aos vários estágios de ninfas.
O corporis é um pouquinho maior que o capitis. O corporis tem de 3 a 5 mm e o capitis em torno de 3mm. Um vive no corpo e outro na cabeça. 
As lêndeas têm de 0-7 mm e são mortas quando estão longe da base do cabelo. 
 
CICLO
O seu ciclo é autoxênico (ou seja, todas as suas formas evolutivas do inseto são encontradas em apenas um hospedeiro) e tem início com a ovipostura. Os ovos necessitam de 4 a 14 dias para completarem a incubação. Após a eclosão, surgem as ninfas, que atingem o estádio adulto em 2 semanas. A maturidade sexual nos adultos ocorre em 4 horas, com cópula imediata. Sobrevivem de 3 a 4 semanas; ovipostura de aproximadamente 300 ovos.
O inseto passa por um ciclo de vida paurometábolo (metamorfose gradual) com cinco fases. A primeira fase é a de ovo (a lêndea do piolho), que é posto perto da base dos pelos (até um centímetro acima do couro cabeludo), pois para a eclosão dos ovos precisa de calor. As fêmeas adultas põem cerca de 4 ovos por dia ou cerca de 88 ovos ao longo da sua vida.
As lêndeas ficam firmemente presos à haste do cabelo, cerca de 0,6 cm acima da raiz do cabelo. As lêndeas aderidas aos fios vão se afastando, à medida que os cabelos crescem, de modo que aquelas situadas além de 0,7cm da base do cabelo seriam lêndeas mortas ou já eclodidas, uma vez que os ovos necessitam do calor da cabeça para eclodir. Eles são muito pequenos e difíceis de ver. Sua cor varia entre o bege mais ou menos amarelado e o castanho médio. As lêndias que estão próximas do couro cabeludo estão vivas, as que vão se afastando do couro cabeludo vão se resfriar, então as mais longes provavelmente estarão mortas. São frequentemente confundidos com caspa, crostas ou resíduos de fixador de cabelo. Levam normalmente 8 a 9 dias para eclodir em ninfas, as quais se tornam insetos adultos depois de 9 a 12 dias a partir da eclosão do ovo. As três fases seguintes são de ninfa (primeiro, segundo e terceiro estágios). Da primeira ninfa ao piolho adulto, passam-se cerca de 15 dias. O último estágio é o do inseto adulto, reprodutivamente maduro.
O tempo total de vida do piolho pode chegar a quarenta dias, desde que tenha um hospedeiro. Fora dele, o inseto sobrevive apenas cerca de oito horas, e a viabilidade das lêndeas também é comprometida.
CRENDICES
O piolho não tem nada a ver com o tipo de cabelo, se a pessoa tem cabelo comprido, curto, escura ou claro. A verdade é que as pinças dos piolhos possuem maior afinidade por cabelos que têm uma fibra mais espessa, possui relação com a textura da fibra. No entanto, hoje em dia com o uso dos condicionadores de cabelo, isso torna mais difícil para o piolho fixar. 
Sobre o uso de boné, se eu tirar o boné e deixar ele resfriar, quem usar depois não pega.
PATOGENIA
Prurido, muita coceira, irritação da pele, pode ocorrer infecção bacteriana por estreptococcus porque a pessoa vai coçar e vai se machucar, podendo ter penetração de bactérias; pode ocorrer também a alopécia, que é a queda de cabelos ou pelos.
Infecções severas: depende muito da condição social e de higiene do paciente, em um quadro muito severo, pode causar anemia, por causa do hematofagismo.
TRANSMISSÃO
Os ovos do corporis são encontrados nas dobras das roupas. Hoje em dia é muito difícil encontrar o corporis pois todos tomam banho todos os dias e trocam de roupa, e ele precisa de calor no corpo para que tenha a eclosão do ovo. É mais comum em regiões de clima frio pois as pessoas tomam menos banho e trocam menos de roupa, sendo comum nos soldados em guerra e em mendigos.
Já o capitis tem relação com a genética do cabelo, está mais relacionado com a espessura da fibra de cabelo e com hábitos de higiene pessoais, como lavar o cabelo, passar condicionador e usa secador de cabelo, pois o ar quente pode matar o piolho.
TRATAMENTO
É feito à base de inseticidas piretroides de uso local. Depois da aplicação, o medicamento deve permanecer na cabeça protegida por uma touca durante algumas horas.
A aplicação deve ser realizada durante cinco dias consecutivos e repetida de sete a dez dias depois para atacar os ovos que ainda não haviam eclodido na fase inicial do tratamento, que deve ser estendido para toda a família e/ou parceiros, mesmo que assintomáticos. É importante que, nas escolas, sem exceção, os alunos que estiveram em contato com a criança afetada sejam tratados concomitantemente.
O kit de tratamento tópico já vem com pente fino para remover as lêndeas mortas. Já existem medicamentos por via oral contra a pediculose.

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