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Antigo Testamento Historia de Israel Gilvan Nascimento

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APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO
A Serviço do Mestre!
Antigo
Testamento
A História de Israel
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APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO 
A SERVIÇO DO MESTRE! 
 
 
 
 
 
GILVAN NASCIMENTO 
PROFESSOR 
BACHAREL EM TEOLOGIA 
LICENCIANDO EM GREGO 
 
ANTIGO TESTAMENTO 
A HISTÓRIA DE ISRAEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2008 
 
APRESENTAÇÃO 
ANTIGO TESTAMENTO 
A HISTÓRIA DE ISRAEL 
Esta apostila trata-se de uma compilação, com base em várias fontes 
bibliográficas, as quais estarão sendo citadas ao término desta obra. 
Tenho aqui o objetivo de contribuir com a capacitação dos cristãos, para o 
exercício de suas funções eclesiásticas, aplicando tais conhecimentos e assim 
aprimorando seu serviço para o Reino de Deus. 
 
"E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E 
andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo". 
(Lv 26.11,12) 
 
 
 
Salvador 
2008 
 
Sumário 
 
Apresentação ............................................................................................ 05 
Os Livros do Antigo Testamento .................................................................. 06 
Visão Panorâmica do AT (Os Livros e suas Cronologias) .................................. 07 - 10 
Noções de Geografia Bíblica (O Fértil Crescente)............................................. 11 - 19 
Diversas Teorias do Gênesis ........................................................................ 20 - 30 
 
A Torah 
O Pentateuco ............................................................................................ 31 - 33 
 
História de Israel 
O Gênesis (Os Patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó).......................................... 34 - 35 
O Êxodo (Israel Nômade – O Tabernáculo) ................................................... 35 - 41 
Levítico (Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas) ........................... 42 - 44 
Números (Os Recenseamentos dos Judeus) .................................................. 44 - 45 
Deuteronômio (Repetição das Leis) .............................................................. 46 - 47 
A Conquista de Canaã – Josué (Tribos) ......................................................... 48 - 49 
Os Juízes (Libertadores) ............................................................................. 50 - 51 
Monarquia - Saul, Davi, Salomão e outros reis (Divisão) ................................. 52 – 56 
Os Cativeiros (Assírio e Babilônico) .............................................................. 57 – 59 
 
 
 
 
 
Os Livros Sapienciais 
Introdução ................................................................................................ 60 
O Livro de Jó ............................................................................................. 61 - 62 
Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão .................................. 63 - 70 
 
Os Profetas 
Introdução ................................................................................................ 71 - 72 
Pré-cativeiro Assírio ................................................................................... 73 
Pré-cativeiro Babilônico .............................................................................. 73 
Durante Cativeiro Babilônico ....................................................................... 73 
Pós-cativeiro Babilônico .............................................................................. 73 
Reconstrução de Jerusalém ......................................................................... 74 
 
O Período Interbíblico 
Introdução e Cenário ................................................................................. 75 
Alexandre o Grande ................................................................................... 76 
Antíoco Epifânio ......................................................................................... 76 
A Revolta dos Macabeus ............................................................................. 77 
Os Romanos ............................................................................................. 78 
Diversas Contribuições (Romana, Grega e dos Judeus) ................................... 79 - 82 
 
Um Pouco de Atualidade 
O Conflito: Israel x Palestinos ..................................................................... 82 - 83 
 
Conclusão ................................................................................................. 84 
Bibliografia ............................................................................................... 85 
 
5 
Apresentação 
O Antigo Testamento é uma obra verdadeiramente divina porque foi 
inspirada por Deus e porque nos apresenta, pode-se dizer, em cada uma de suas 
páginas, a ação de Deus sobre os homens. Ao mesmo tempo, porém, é uma obra 
profundamente humana, porque é destinada aos homens, fala uma linguagem humana e 
nos apresenta na sua história, os homens tais quais são com suas deficiências e rebeldias 
contra os desígnios divinos, não costumando encobrir as faltas dos seus heróis. Mas, ao 
lado do escândalo aparece a correção. 
O estudo do Antigo Testamento é fundamental para o cristão que deseja se 
tornar um obreiro aprovado, pois se observa um progresso vital do Antigo ao Novo 
Testamento, como do embrião que se desenvolve num organismo perfeito. Deste, deriva 
uma conseqüência importante para a sua correta interpretação, pois as suas instituições 
deviam ter alguma semelhança com as do Novo; eram as suas imagens antecipadas que 
no Novo Testamento recebem a sua conclusão. 
A melhor forma de conhecer a história de Israel é fazendo um estudo 
cronológico dos livros do AT, conforme os fatos ocorreram. No entanto, a cronologia 
bíblica, assim como toda cronologia antiga, é quase toda incerta. As datas eram contadas 
baseadas em fatos e eventos importantes dentro de cada povo. Assim, não existia um 
calendário geral para controle do tempo, antes cada povo possuía o seu. 
Os escritores bíblicos, por sua vez não registravam datas, apenas citavam os 
acontecimentos. Geralmente as datas, quando citadas, tomavam por base eventos 
particulares como construção de cidades, coroações de reis, etc. 
O trabalho de estudiosos, juntamente com as descobertas arqueológicas, 
vem ajudando a precisar as datas da história antiga, inclusive à bíblica. 
Sendo assim, não podemos considerar como exata a cronologia bíblica, pois 
se trata de uma ciência auxiliar da história, onde suas datas devem ser tomadas apenas 
como aproximadas. Mas, essa aproximação é o suficiente para que tenhamos melhor 
compreensão dos acontecimentos do que se fizermos uma leitura na seqüência em que 
os livros estão dispostos em nossa Bíblia. 
“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis 
os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando“. 
 (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6) 
6 
Os Livros 
 
O Antigo Testamento O Tanach 
O Pentateuco: 
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, 
Deuteronômio. 
A Torah: 
Corresponde ao nosso Pentateuco, inclusive 
possui a mesma seqüência de livros. 
Livros Históricos 
Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II 
Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e 
Ester. 
Os Neviym: 
Estão subdivididos em duas partes:Os Profetas anteriores: Josué, Juízes, 
Samuel e Reis. 
Os Profetas posteriores: Isaías, Jeremias 
e Ezequiel, mais os dozes profetas menores. 
Livros Poéticos 
Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e 
Cantares de Salomão. 
Livros Proféticos 
Profetas Maiores: 
Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e 
Daniel. 
Profetas Menores: 
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, 
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, 
Ageu, Zacarias e Malaquias. 
Os Kethuvym: 
Estão subdivididos em três partes, 
representadas pelos seguintes livros: 
Os Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó; 
Os Megilloth: Rute, Cantares, Eclesiastes, 
Lamentações e Ester; 
Os Históricos: Daniel, Esdras-Neemias e 
Crônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Visão Panorâmica 
 
1. Gênesis � (4004-1689 a.C.) Suas narrativas compreende um período de 
aproximadamente 2315 anos. 
 
 - O princípio, criação dos céus, da terra, dos animais e dos homens; 
 - A era Patriarcal: Abraão, Isaque e Jacó; 
 - Os descendentes de Jacó (Israel); 
 - Finaliza com José e sua morte. 
 
2. Êxodo � (1706-1490 a.C.) Compreende um período de 216 anos. 
 
 - Inicia com a morte de José; 
 - Nascimento e vida de Moisés; 
 - Libertação do Egito após 430 anos de cativeiro 
 - Leis e a construção do Tabernáculo (utensílios, vestes, especiarias) 
 
3. Levítico � Compreende um período de menos de um ano no Monte Sinai. 
 
 - Israel em adoração por meio dos rituais. 
 
4. Números � (1490-1451 a.C.) Período de 39 anos. 
 
 - Recenseamento (Contagem do povo); 
 - A ordenação ao serviço; 
 - 39 anos de peregrinação. 
 
5. Deuteronômio � (1451 a.C.) Período de dois meses. 
 
 - Recordação da lei; 
 - Chamada à obediência; 
 - Advertência ao cuidado. 
 
 
 
 
 
 
8 
Livros Históricos: 
 
6. Josué � (1451-1427 a.C.) Suas narrativas compreende um período de 
aproximadamente 24 anos. 
 
 - Alguns reconhecem como Hexateuco; 
 - Guerras, Conquistas e Herança (Divisão da terra); 
 
Período dos Libertadores 
 
7. Juízes � (1425-975 a.C.) Compreende um período de aproximadamente 400 anos de 
governo dos juízes. 
 
 - Total de 12 Juízes; 
 - Tema: Pecado, Servidão, Arrependimento e Salvação; 
 
 Obs.: O Livro de Rute da tribo de Moabe, filho de Ló refere-se ao período de 
Gideão, um dos 12 Juízes. 
 
 
Período dos Reis 
 
8. Samuel � (1171-1019 a.C.) Período de 152 anos. 
 
 - Período de transição: 
 * Juízes para Reis; 
 * Tribal para Monarquia; 
 * Governo de Deus (Teocracia) para o Governo do Homem. 
 
 - Os primeiros reis foram: Saul, Davi e Salomão. 
 
9. Reis � (1015-589 a.C.) Período de 426 anos, até o cativeiro Babilônio. 
 
 - Inicia-se com a velhice de Davi para o reinado de Salomão; 
 - Morte de Salomão e Divisão do Reino; 
 - Os primeiros profetas: Aías, Homem de Deus, Elias, Eliseu e Isaias. 
 
 As Crônicas � (1056-536 a.C.) Período de aproximadamente 520 anos. 
9 
 
 - Da Morte de Saul até o decreto do rei Ciro. 
 
 Obs.: Os livros de Crônicas são registros oficiais dos reis, e por isso repetem 
muitas das narrativas já apresentadas em Reis e Samuel, alem de antecipar alguns fatos 
que seriam mais bem compreendidos após a leitura dos livros pré-exílio babilônio. 
 
Samuel e Reis Crônicas 
Fala de Judá e Israel Fala mais de Judá 
Um capítulo sobre a Arca Três capítulos sobre a Arca 
Fala do pecado de Davi Não fala 
Ênfase no trono Ênfase no templo 
 
 
10. Escritos � São livros que suas histórias estão inseridas nos diversos períodos acima. 
 
 - Jó (O livro mais antigo, talvez escrito por Moisés quando esteve no deserto); 
 - Salmos (Orações/cânticos citados por diversos homens em diversas situações); 
 - Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Escritos pelo rei Salomão); 
 
 Obs.: Como o nosso maior propósito, na primeira parte desta disciplina, o Antigo 
Testamento I, é compreender a história de Israel, não estudaremos os livros poéticos. 
 
11. Os Profetas � Esses livros também se encaixam dentro do período dos Reis, e 
somente serão estudados na disciplina Antigo Testamento II. 
 
Reconstrução de Jerusalém 
 
- Esdras � Reconstrói a cidade. 
- Neemias � Reconstrói os muros da cidade; 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Noções de Geografia Bíblica 
A Geografia Bíblica é de suma importância, pois auxilia no estudo e 
compreensão da Bíblia. Muitas passagens obscuras da Bíblia tornam-se claras quando 
analisadas pela geografia bíblica. A Bíblia possui um vasto acervo geográfico, pois a cada 
passo são mencionados, terras, montes, rios, cidades, mares e outras citações 
geográficas. 
A Geografia é o palco terreno e humano da revelação de Deus à 
humanidade. Ela, juntamente com a cronologia, auxilia-nos a situar a mensagem bíblica 
no tempo e espaço. Também ao localizar os fatos e os acontecimentos torna a leitura 
agradável, pois dá vida e cor ao desenrolar o plano de Deus para com os homens. Ë mais 
fácil o ensino da Bíblia quando podemos apontar e descrever os locais citados no texto. 
(Ex: Lc 10.30; Dt 1.7) 
O conhecimento da geografia, das terras, povos e nações circunvizinhas ao 
povo escolhido esclarece fatos e ensinos contidos na Bíblia. 
A Bíblia - É a fonte principal de estudo da geografia bíblica. Ela faz menção 
em seu texto de inúmeros lugares, acidentes geográficos, povos, nações, etc. A Palavra 
de Deus contém capítulos inteiros dedicados a assuntos de natureza geográfica. 
Exemplo: Gn 10, Ez 45 - 48. 
Um dos problemas encontrados pelos estudantes da Bíblia é que grande 
parte dos países, cidades e regiões inteiras possuem hoje nomes diferentes. Exemplos: a 
Pérsia é o atual Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje 
a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo é hoje a Iugoslávia, e assim por diante. 
 
 
11 
O Fértil Crescente 
 
O Senhor é o grande arquiteto do universo, em Gênesis observamos que 
toda a criação de Deus foi feita a partir do poder de sua Palavra “Deus disse: Haja Luz 
(Gn 1.3)”, então houve luz, assim também foram nas outras criações, porém Deus, na 
criação do homem usando a argila do solo o modelou e insuflou em suas narinas um 
hálito de vida e o homem se tornou ser vivente (Gn 2.7). Aí vimos que o único ser no 
qual Deus modelou e soprou do seu Espírito fomos nós homens, assim Ele nos fez 
diferente de todos os outros seres, ou seja, a sua imagem, conforme sua semelhança 
(Gn 1.26). O próprio Deus afirma isso em Jó 38.8-11. E também o Salmista Davi afirma 
ser Deus o grande criador (Sl 24.1,2). 
Localização e Limites de Israel 
Israel está localizado no continente asiático a 30ª de latitude Norte. Em toda 
sua extensão ocidental, é banhado pelo Mar Ocidental. Nos tempos bíblicos, Israel 
limitava-se ao norte com a Síria e a Fenícia; a leste com parte da Síria e o deserto 
arábico; ao sul com a Arábia; e a oeste com o Mar Mediterrâneo. No entanto, como 
constantemente os israelitas tinham suas fronteiras alargadas ou diminuídas, estes 
limites variavam frequentemente. 
12 
As Planícies 
As Planícies se referem a uma porção de terra, relativamente plana e 
geralmente de baixa altitude. A nação de Israel está dividida nas seguintes Planícies: 
Acre, Dotã, Moabe, Sarom, Filístia, Sefelá e Planície do Armagedom. 
Eventos: Quando da divisão das terras, a Planície do Acre coube à tribo de 
Aser (Js 19.25-28). Na Planície de Dotã, achavam-se os irmãos de José, 
quando o venderam aos midianitas (Gn 37.17). Na Planície de Moabe os 
israelitas foram impedidos de entrar, sendo assim obrigados a irem pelo 
deserto (Dt 2.8,9). A Planície de Sarom era conhecidapelos seus lírios e 
flores exóticas (Ct 2.1,2; Is 35.2). Já a Planície do Armagedom está 
associada a um grande evento escatológico (Ap 16.16). 
Os Vales 
Vale é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras 
superfícies. Segundo podemos verificar no relato de Moisés (Dt 11.10,11), a terra de 
Israel era uma terra de montes e vales. Israel possuía os seguintes Vales: Jordão, 
Jezreel, Acor, benção, Cedrom, Hinom, Aijalom, Escol, Hebrom, Sidim, Soreque, Elá e 
Vale de Siquém. 
Eventos: Frequentemente pode-se encontrar água subterrânea nos Vales, 
durante os meses de estio (Gn 26.17-22). 
Foi no Vale de Acor que Acã foi apedrejado em conseqüência de sua cobiça 
(Js 7.24-26). No Vale da Benção o rei Josafá venceu uma coligação formada por Amom, 
Moabe e Edom (2Cr 20.26). No Vale de Hinom o rei Davi derrotou aos filisteus duas 
vezes (2Sm 5.17-25 e 1Cr 11; 14.9-16), aqui também servia de palco para que as 
crianças fossem sacrificadas ao deus Moloque (1Rs 11.7; 2Rs 16.3). No Vale Aijalom 
Josué ordenou que o sol se deter-se (Js 10.12-50). O Vale de Escol refere-se ao local 
onde os espias de Moisés levaram os cachos de uvas (Nm 13.22-24). O Vale de Hebrom 
foi palco de inúmeras experiências de Abraão (Gn 18.1-15; Gn 23.2). No Vale de Sidim 
Abraão resgata seu sobrinho Ló (Gn 14.1-24), e refere-se ao local de Sodoma e Gomorra 
(Gn 14.10; 18.24,28; 19.23-28). 
 
 
13 
Os Montes 
O Monte é uma notável elevação de terreno acima do solo que o cerca. Via 
de regra é menor que uma montanha, e maior que um outeiro. Os montes serviram de 
palco para o salmista Davi (Sl 125. 1,2). 
Os Montes de Judá: localizam-se ao sul de Efraim. Citarei apenas os mais 
importantes montes dessa região: Sião, Moriá, das Oliveiras e Monte da Tentação. 
Eventos: O profeta Joel se refere ao Monte Sião como monte da santidade 
do Senhor (Jl 3.17), também temos salmos acerca desse monte (Sl 137). No monte 
Moriá Abraão ofereceu seu filho em obediência a Deus (Gn 22.11-13). No Monte das 
Oliveiras encontra-se o Jardim Getsêmani, local onde Jesus enfrentou um dos momentos 
mais dolorosos de seu ministério. E no Monte da Tentação, após o batismo de Jesus, Ele 
foi levado pelo Espírito Santo para ser tentado. 
Montes de Efraim: Região montanhosa de Efraim abrange a área ocupada 
pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma parcela dos benjamitas. Os 
Montes são: Ebal e Gerizim. 
Eventos: Nesses Montes (Ebal e Gerizim) eram proferidas as maldições e 
bênçãos respectivamente (Dt 11.29), conforme fosse o proceder dos homens 
– bênçãos para os que andassem retamente e maldições para os que 
transgredissem as leis divinas. No Monte Ebal, foram erguidas as pedras de 
memorial à entrada de Canaã (Js 8.30-32; Dt 27.1-4). No Monte Gerizim, 
Jotão proferiu uma parábola contra Abimeleque (Jz 9.7-21). 
Obs.: Esses ocupam uma posição estratégica, pois para se alcançar 
qualquer parte da Terra Santa, é necessário primeiramente passar por 
ambos os montes. 
Montes de Naftali: Refere-se a todo conjunto montanhoso do Norte de 
Israel. Após conquista de Canaã, foram destinados as tribos de Aser, Zebulom, Issacar e 
Naftali. Mas passou a ser chamado apenas de Montes de Naftali, pois estes ficaram com 
uma área mais extensa. Os Montes são: Carmelo, Tabor, Gilboa e Monte Hatim. 
Eventos: Foi no Monte Carmelo que Elias desafiou os quatrocentos profetas 
de Baal (1Rs 18.19). E Oséias no Monte Tabor profetizou contra o santuário 
pagão que havia sido construído sobre ele (Os 5.1). No monte Gilboa 
14 
morreram Saul e seu filho Jônatas (2Sm 1.21) e no Monte Hatim acreditam 
ter sido sobre ele que Cristo proferiu o Sermão da Montanha. 
Montes Transjordanianos: Também conhecidos como Montes do Planalto. 
São eles: Gileade, Basam, Pisga e Monte Peor. 
Eventos: O Monte Basam é comparado por Davi com o Monte de Deus (Sl 
68.15). No cume do Monte Pisga Moisés contemplou a terra prometida (Dt 
34.1,6) e no Monte Peor Balaão se colocou para amaldiçoar os filhos de 
Israel (Dt 4.3). 
Monte Hermom: Este monte domina toda a Terra Santa. Foi mencionado 
poeticamente por Davi (Sl 133.3). Mas os israelitas tinham muitas reservas sobre esse 
monte, pois ali ficava o santuário-mor de Baal. Segundo a tradição, foi nele que Jesus 
transfigurou-se diante de seus discípulos. 
Monte Sinai: Na verdade é uma península montanhosa que mede 35.000 
km2, localizada entre os golfos de Sues e Acaba. Aqui Moisés foi comissionado por Deus, 
para libertar Israel do jugo egípcio, e também mais tarde entregou a Lei (Êx 19; Nm 10). 
Nas Sagradas Escrituras, esse monte recebe três nomes: Sinai, Horebe e Monte de Deus. 
Os Desertos 
A terra da promessa de Deus para Abraão compõe-se 50% do deserto do 
Neguev. Se no norte a neve aparece, a seca no sul é uma constante. Porém, nem 
sempre os desertos de Israel têm as mesmas características que encontramos nos 
desertos do restante do mundo. Além disso, o moderno Estado de Israel está vencendo a 
aridez de seu território, transformando-o em um jardim regado, como novos povoados 
agrícolas. Os principais desertos mencionados nas Sagradas Escrituras são: Sinai, Judéia 
e Jericó. 
Sinai: A península do Sinai localiza-se na faixa árida que cruza o norte da 
África e sudoeste da Ásia, ocupando uma área triangular de 61.000 km2 em pleno 
território egípcio. 
Judéia: Refere-se às áreas localizadas desde o Leste dos Montes de Judá 
até ao Rio Jordão e ao Mar Morto. Este subdivide-se em vários desertos: Maon, Zife, En-
Gedi, Técoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve diversas vitórias sobre os 
moabitas e amonitas. Também esse foi o palco dos profetas Amós e João Batista. 
15 
Jericó: Esse deserto localiza-se no território benjamita, formando um longo 
desfiladeiro de aproximadamente 15 km que desce de Jerusalém a Jericó. Jesus utilizou-
se dessa área como cenário para a Parábola do Bom Samaritano. Bete-Áven e Gabaom 
são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom Josué obteve vitória sobre os 
habitantes de Canaã. 
A Hidrografia 
A hidrografia é a ciência que estuda todos os corpos de água que há na 
superfície do globo. 
Em Israel 75% dos recursos hídricos são destinados a irrigação, e o restante 
é destinado às indústrias e às cidades. Para compensar a má distribuição de água, o 
governo israelense concluiu em 1964, o Conduto Nacional que abastece o centro e o sul 
de Israel. Deixando assim de irrigar o Norte do País, pois este já possui recursos hídricos 
naturais. 
Os Mares 
Para os hebreus, o “mar” compreendia qualquer grande massa de água. 
Porém, de acordo com o Aurélio, corresponde a “massa de águas salgadas do globo 
terrestre...”. Em Israel encontramos: O Mediterrâneo, o Mar Morto, Mar da Galiléia e Mar 
Vermelho. 
Mar Mediterrâneo: Nas Escrituras o Mediterrâneo aparece com outros 
nomes, a saber: Mar Grande, Mar Ocidental, Mar dos Filisteus e Mar de Jafa. Possui uma 
extensão de 4.500 km e uma superfície de três milhões de quilômetros quadrados. Suas 
águas banham a Europa Meridional, a Ásia Ocidental e a África Setentrional. Na costa 
ocidental de Israel o Mediterrâneo possui águas rasas, tornando impossível a 
aproximação de navios de grandes calados. Por isso não era usado pelos judeus como via 
de transporte. Assim sentiam-se eles isolados pelo Mediterrâneo. Mas, por outro lado ali 
formava uma vastíssima área defensável à nação hebréia. Jope era o único porto do 
Grande Mar utilizado pelos israelitas. Entretanto, por causa dos seus arrecifes e bancos 
de areia, eram procurados com pouca freqüência. O Mediterrâneo teve sua importância 
reduzida em 1869, ano em que foi viabilizado o Canal de Suez. 
Mar Morto: Está localizado na foz do Rio Jordão, entreos montes de Judá e 
Moabe. Em virtude da sua alta densidade de sal (300 partes de sal para cada mil de 
água), é chamado de Mar Salgado pelos escritores bíblicos (Js 3.16). O Mar Morto 
constitui-se na mais profunda depressão da Terra, encontra-se a mais de 400 metros 
16 
abaixo do nível do Mediterrâneo. Possui 80 Km de comprimento por 17 de largura e 
ocupa uma área de 1.020 Km2. Nessa região ocupada pelo Mar Morto, ficavam 
provavelmente Sodoma e Gomorra (Gn 19). Sendo esse, o símbolo da conseqüência do 
pecado. Mas, dessas águas, Israel extrai riquezas avaliadas em trilhões de toneladas de 
cloreto de magnésio; cloreto de sódio; cloreto de cálcio; cloreto de potássio e brometo de 
magnésio. Nessa região a temperatura pode chegar a 50º centígrados, levando o Mar 
Morto a parecer um gigantesco tacho em ebulição. 
Mar da Galiléia: Possui 24 km de comprimento por 14 de largura e uma 
profundidade média de 50 metros, encontra-se quase 230 metros abaixo do nível 
Mediterrâneo. Não é propriamente um mar. Trata-se na verdade de um grande lago de 
água doce alimentado pelo Rio Jordão. Mas por causa do seu tamanho é assim chamado. 
Em sua margem oriental, encontram-se altas montanhas. Já em seu lado ocidental, 
acham-se férteis planícies e importantes cidades como Genezaré, Betsaida, Tiberíades, 
Cafarnaum, Corazim e Magdala. 
Mar Vermelho: Recebe esse nome por concentrar em suas águas uma 
grande quantidade de alga conhecida como trichodesmium erythraeum que, ao morrer, 
assume uma tonalidade marrom-avermelhada. É apresentado nas Escrituras como Mar 
de Junco. E embora não pertença à Terra Santa, está estritamente ligado a história do 
povo israelita. 
Mar Adriático: Localizado entre a península italiana e a balcânica, o 
Adriático é um dos pequenos mares que formam o Mediterrâneo. Tomou esse nome 
emprestado da antiga cidade romana de Ádria. Abrange uma área de aproximadamente 
130.000 km2, com extensão de 800 km e largura média de 180 km. 
Mar Cáspio: Ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico, e possui uma rica 
bacia petrolífera. Embora não tenha saída para outros mares e receba águas de vários 
rios, entre os quais o Volga e o Terek, o Mar Cáspio vem apresentando um lento, porém 
contínuo decréscimo de seu nível. 
Mar Negro: Embora não seja citado nas Sagradas Escrituras, o Mar Negro 
aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade com as terras que 
serviram de cenário à História Sagrada. 
 
 
17 
Os Rios 
Segundo o Aurélio, um rio é: “Um curso de água natural, de extensão mais 
ou menos considerável, que se desloca de um nível mais alto para outro mais baixo, 
aumentando progressivamente o seu volume até desaguar no mar, num lago, ou noutro 
rio, e cujas características dependem do relevo, do regime de águas, etc”. 
Na Terra Santa os recursos hídricos são escassos e uma das maiores 
preocupações do governo israelense é manter estável o abastecimento de água no país. 
Dos rios existentes em Israel, somente o Jordão merece, de fato esse nome. Os outros 
deveriam ser chamados de arroios e riachos. 
A Bacia do Mediterrâneo: É composta pelos seguintes rios: Belus, Quisom, 
Caná, Gaás, Serec e Besor. 
Rio Belus: Corre ao sudoeste do território asserita, e caminha em direção 
ao Mediterrâneo. As águas do Belus são despejadas na baía do Acre, nas 
proximidades da cidade de Acco. Durante dois terços do ano, o rio 
permanece seco, constituindo-se num dos numerosos wadis da região. Hoje, 
esse rio é chamado de Namã por israelenses e árabes. 
Rio Quisom: Corresponde ao maior rio da bacia do Mediterrâneo e o 
segundo em importância para Israel. Nasce em Esdraelom e recebe 
inúmeras vertentes durante o seu curso. Ao contrário do Rio Belus, o 
Quisom é perene; suas águas não secam nem no verão. 
Rio Caná: Nasce nas imediações de Siquem, atravessa a planície de Sarom 
e suas águas são despejadas no Mediterrâneo. Constituía-se em fronteira 
natural entre as tribos de Efraim e Manassés. Esse rio também é um wadi, 
pois possui água apenas nos meses chuvosos. 
Rio Gaás: As águas desse rio banham a planície de Sarom, e desembocam 
no Mediterrâneo nas imediações de Jope. Josué foi sepultado no monte 
Gaás. 
Rio Sorec: O Sorec despeja suas águas no Grande Mar, entre Jope e 
Ascalom, ao norte do antigo território filisteu. Suas nascentes ficam nas 
montanhas de Judá a sudoeste de Jerusalém. 
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Rio Besor: Atualmente é chamado de Sheriah. Mas, não é propriamente um 
rio, e sim um ribeiro que se acha nas imediações de Ziclaque, no Sul de 
Judá. É o mais caudaloso dos wadis que deságuam no Mediterrâneo. 
A Bacia do Jordão: Formada pelos rios Jordão, Querite, Cedrom, 
Iarmuque, Jaboque e Arnom. Alguns desses afluentes são bastante pequenos, quase 
inexpressivos. 
Rio Jordão: O Jordão possui três fontes: Banias, Dan e Hasbani. Elas não 
nascem em território israelense; começam a correr a partir do monte 
Hermom, localizado na Síria. Apesar de sua importância, com apenas 252 
km de extensão, o Jordão é um rio pequeno, mas de beleza exuberante 
conforme descreveu Ló (Gn 13.10,11). Possui águas escuras e barrentas e o 
clima nessa área é quente e sufocante. 
Rio Querite: O Querite é mais um wadis existente na Terra Santa, mais 
precisamente na Transjordânia. Para alguns estudiosos ele não passa de um 
filete de água, que na maior parte do ano, jaz-se completamente seco. 
Nesse rio é registrado a experiência de Elias com Deus, quando do momento 
de sua fuga de Jezabel (1Rs 17.3-5). 
Rio Cedrom: O Rio Cedrom nasce a 2,5 km de Jerusalém, e corre para o 
sudoeste. Este separa o Monte das Oliveiras do Monte Moriá. Por ele Davi 
passou quando fugia de seu filho (2Sm 15.23). 
Rio Iarmuque: Esse rio não é mencionado nas Sagradas Escrituras. Mas, 
quando da conquista de Canaã, este serviu de fronteira entre a tribo de 
Manassés e a região de Basã. Após deslizar pelos montes, o rio penetra no 
Jordão, a 200 metros abaixo do nível do mar. 
Rio Jaboque: O Rio Jaboque nasce ao Sul da Montanha de Gileade e no 
passado servia de fronteira entre as tribos de Rubem e Gade. Em suas 
imediações, o patriarca Jacó lutou com o Anjo do Senhor. 
Rio Arnom: O Arnom nasce nos montes de Moabe e desemboca no Mar 
Morto. Durante séculos, esse afluente serviu de fronteira natural entre os 
moabitas e amorreus. Mais tarde, com a conquista de Canaã, passou a 
separar os israelitas dos moabitas. Nas épocas de chuva, esse rio é 
volumoso. Entretanto, depois da primavera, começa a secar. Isaias 
profetizou tomando esse rio de exemplo (Is 16.2). 
19 
Lagos 
Geograficamente, os lagos são constituídos de grandes massas de água 
concentradas em depressões topográficas, cercadas de terra por todos os lados. Esses 
geralmente são alimentados por riachos ou rios. 
Na Terra Santa encontramos apenas o Lago de Merom, e conforme registra 
o livro de Josué, é chamado de águas de Merom (Js 11.57). Esse é formado pelas águas 
do Jordão, tem 10 km de comprimento por 6 de largura e está localizado a 2 metros 
acima do Mediterrâneo. 
Golfo Pérsico 
Localizado a este da Península Arábica, o Golfo Pérsico compõe a fronteira 
ocidental da Pérsia, onde se encontra com os vales dos rios Tigre e Eufrates. 
Corresponde a uma porção de mar do Oceano Índico. E mais da metade das reservas 
mundiais de petróleo, encontram-se nessa região. 
O Clima 
Mesmo sendo pequena em suas dimensões territoriais. Mas, pela 
impressionante variedade de climas, não é exagero afirmar ser a Terra Santa a síntese 
metereológica do mundo. Muito embora, apenas as estações chuvosa e seca sobressaem 
em Israel, como assim diz o profeta Isaias (Is 18.6). 
No verão, os desertos de Israel possuem temperaturas que oscilam de 43ºa 
50º. Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No entanto, no verão esse 
quadro se altera em conseqüência das correntes de ar quente vindas do Sul e do 
Ocidente. 
Na Cidade Santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6º negativos 
com nevadas e geadas freqüentes. Sendo que no verão, os termômetros oscilam entre 
14 e 29 graus. 
As riquezas de Israel são proverbiais. Em suas exíguas fronteiras, acha-se 
uma perfeita síntese dos recursos naturais do planeta. Assim falou o Senhor acerca desta 
terra (Nm 13.27; Dt 32.13,14). 
 
 
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Diversas Teorias do Gênesis 
Criação da Terra, do Homem e o Dilúvio. 
 
 
Teoria do Big-bang 
A teoria do big-bang diz que uma minúscula partícula, menor que a cabeça 
de um alfinete e de massa infinita, vagava pelo vácuo infinito a 4,5 bilhões de anos 
atrás, quando de repente, por acaso, ela explodiu e formou o universo perfeito. 
 
As Teorias da Mesopotâmia 
A região da antiga Mesopotâmia, estendia da atual Bagdá até a embocadura 
do rio Tigre e do Eufrates, no Golfo Pérsico, exatamente na área geográfica em que é 
narrado as histórias da Bíblia, na origem de todas as coisas. 
E nesse período em aproximadamente 3500-3000 a.C., falava-se o idioma 
da Suméria e nessa época utilizava-se também este idioma para escrever os códigos de 
leis antigos. Depois entre os séculos XIX e XVIII a.C., foi adotado o idioma acádico para 
se escrever as leis da cidade de Eshnuna e os código de Hamurábi, Rei da Babilônia 
21 
(1782-1750). Importante salientar que todos esses códigos antigos influenciaram na 
formação da lei de Deus para seu povo (Hebreus). 
Conforme dois autores, J. Van Dijk e W. Soden, nem os Sumérios, nem os 
Babilônios conheceram a criação do mundo a partir do nada, mas conheceram uma 
evolução criadora, como por exemplo: a separação do Céu e da Terra. Porém, tudo isso 
envolto de um universo politeísta, onde cada um dos deuses tem sua contribuição na 
criação (Nanu - mãe que gerou o Céu e a Terra). 
Estas explicações podem ser encontradas nas traduções de poemas 
sumérios da epopéia de Gilgamesh. Entre outras utilizadas aqui por esses autores, 
podemos salientar o poema acádico de Enuma Elish, onde vemos que o mundo foi criado 
a partir do conflito entre os deuses Marduk e Tiamat. 
As civilizações paralelas da Suméria e de Acade forneceram a todos os povos 
do Oriente Médio costumes, rituais e modelos literários de todos os tipos. Entre estes 
destaca os gêneros “Intemporais,” da literatura “Sapiencial”, destacando dentro dele dois 
modos de expressão (Lenda e Mito). Porém estes dois modos hoje são mal vistos, por 
causa da forma que é interpretado pela ciência. 
Lendas – É uma narração a cerca de uma história popular tradicional, cujo 
herói, com suas aventuras e façanhas, vive no passado. 
Exemplo: O herói Gilgamexe, das literaturas Suméria e Acádica, rei de Quis, 
onde em uma epopéia de doze cantos, menciona o canto XI, o qual traz uma narração do 
dilúvio. 
As Lendas eram para Israel como para todos os outros povos, o repositório 
das recordações históricas. 
Exemplo: A História da sucessão de Davi, escrita provavelmente no tempo 
de Salomão (2Sm 5-20; 1Rs 1-2). 
Mitos – É uma forma de narração explicativa, porém se interessa mais pela 
relação do homem com as grandes forças cósmicas que cercam com a divindade, e não 
necessariamente pela evocação do passado. 
Exemplos: O poema Babilônio da criação “Enuma Elish”, o qual exaltava o 
Deus nacional, Marduk. Este era recitado no templo de Babilônia no ano novo, lembrando 
o começo. 
22 
Uma lenda que também participa como Mito é a procura da imortalidade, 
narrada na epopéia de Gilgamexe (Rei de Quis), por causa da morte do seu amigo 
Enquidu, transpondo as portas do sol e das águas da morte, até chegar a um paraíso, 
onde se encontrava seu antepassado Uta-Napistim, o herói do dilúvio, o qual foi levado 
pelos deuses para receber a imortalidade. Então Uta-Napistim revela o segredo da 
“Planta da Vida“. O herói colhe a planta, mas a serpente lhe rouba ... restando apenas ao 
homem “Criar para se um nome“ na História e depois morrer. 
Distinguindo entre “MITOLOGIA“ e “LINGUAGEM MÍTICA“. 
Mitologia - É uma representação do mundo transcendente que multiplica os 
deuses. 
Linguagem Mítica - É um modo de combinar símbolo e imagens para 
exprimir, em forma de narração ou drama, certos aspectos da experiência humana ou 
das realidades divinas. 
Ex.: Os autores bíblicos não hesitam, em apresentar Deus agindo, falando, 
revelando seus sentimentos, como se fosse um homem (Antropomorfismo). 
Conclui-se que o Mito e a Lenda não eram simples produtos de fantasia, mas 
servia para uma séria reflexão, a cerca da existência humana. 
A Epopéia de Atra-Hasis 
Esta consta de 1645 linhas, onde é narrada a história antes do homem, o 
mito das origens, a história do dilúvio, da qual Atra–Hasis é o herói . 
Através da leitura destes textos verificamos o quanto a Bíblia se aproxima 
deles na expressão e quanto se distancia dele no pensamento. 
Na epopéia, o homem é criado para livrar os deuses do castigo. Na Bíblia, 
Deus cria o homem sem interesse e o estabelece como o Senhor da criação. 
Nos dois casos (Epopéia x Bíblia). O homem é criado da terra e de um 
elemento divino. Porém, em Babilônia, é com o sangue de um deus decaído e vencido 
que o homem é marcado em sua natureza. Na Bíblia ele se torna ser vivo quando Deus 
lhe insufla o hálito de vida. 
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A epopéia nos mostra que o dilúvio ocorreu porque os homens perturbaram 
na sua tranqüilidade. Já na Bíblia o dilúvio aconteceu por causa da imoralidade dos 
homens, respondendo pelo seu próprio destino, e não sujeitos a transformação divina. 
A Bíblia nos mostra um pensamento radical novo, onde Israel rompe com 
todos os sistemas religiosos do Oriente Antigo, prestando culto a um só Deus. Todas as 
forças cósmicas, cultuadas pelos antigos povos voltam a situação real de criatura e 
Yahweh, o Deus que se manifesta aos Patriarcas e a Moisés, torna-se, a partir da saída 
do Egito, o único Deus digno de receber culto. 
Certamente o rompimento não foi total com as formas semíticas, Ex.: 
O nome El, era dado aos deuses antigos, demonstrando sua divindade. 
O pensamento era novo, porém o modo de exprimi-lo é antigo. 
Alguns aspectos fundamentais da lei Israelita também eram antigas. 
Para não se mostrar igual a outros deuses antigos, Deus, utiliza o nome El 
na Bíblia acompanhado de epítetos, tais como: 
Ha’el haggadôl “O grande EL“ 
‘el ‘elim “Deus dos deuses“ 
‘el hashshamayim “EL do céu“ 
‘el ‘eliôn “EL Altíssimo” 
‘el Ro’l “EL que me vê” 
Estas e outras formas mostram a superioridade do Deus de Israel sobre 
todos os outros deuses. 
 
 
 
 
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A Criação do Mundo nos Textos Egípcios 
O pensamento egípcio dedicou-se de inúmeras formas a retratar a origem 
deste mundo, para melhor resolver o problema de sua conservação. 
Diferentes Cosmogonias 
Heliopolitana - (Heliópolis) são escolhas de pensamentos que parece mais 
centrada no desenvolvimento de uma família a partir de um único antepassado. 
Mênfis - A criação pelo verbo e pelo pensamento. 
Hermópolis - A tendência é mais física e procura descrever o modo como o 
mundo nasceu da matéria inorgânica. 
Temas Cosmogônicos 
Esses temas trazem a idéia da criação concebida segundo um modelo de 
operações naturais, trazendo à vida realidade nova. 
Diversos Modelos (Mitos) 
Genitalidade - Na linguagem Egípcia corrente, o verbo fazer (IR) e o verbo 
gerar (MÊS) são intercambiáveis. Inúmeros mitos incorporam a criação do mundo dos 
deuses e a dos homens a um casal primitivo suposto ser o antepassado de todos. Aatividade criadora é atribuída através de uma atividade sexual entre dois deuses 
carneiro. 
O Mito Heliopolitano - Mostra a criação através de um ato solitário do 
demiurgo se “Autofecundando“, tendo como modelo o deus artesão, ou seja, oleiro como 
Khnum, metalúrgico como Ptah, o deus que cria dando assim forma ao informe, 
modelando assim o homem. 
Textos Egípcios 
Textos das Pirâmides - Trata-se aqui dos textos mais antigos do Egito, 
gravados nas paredes internas das pirâmides da 5ª e 6ª dinastias, eles contêm uma 
coleção de formulas de origem heliopolitana, destinados a garantir ao rei a sobrevivência 
e a Glória. 
 
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Ensinamentos a Merikaré - Trata-se de um escrito de sabedoria na tradição 
dos compêndios de máximas elaborados nos antigos impérios, entre os funcionários 
reais. 
Os Livros dos Mortos - Trata-se sempre de garantir ao defunto a liberdade 
de movimentos e a invulnerabilidade. 
Hino Amon de Leida - Trata-se de um texto disposto primitivamente em 
trinta estrofes as quais se dirigem a Amon, para mostrar seu absoluto domínio sobre o 
cosmo inteiro. 
Texto de Teologia Menfita - Trata-se da pedra chamada shabaka, nome do 
Faraó etíope da 25ª dinastia que a mandou gravar, no fim do século VIII a.C. 
Papiro Salt 825 - Trata-se de mostrar a origem divina dos diversos produtos 
utilizados. O processo consiste em prender cada um deles a uma secreção do corpo 
divino. 
O Facheado de Evergeta em karnak - O texto reuni diversos enfoque do ato 
criador. O mito da criação Edfu, dois modelos são igualmente apresentados nos relatos: 
 De um lado a criação é evocada como estabilização de um feche de juncos 
no meio da água. É a emergência de um mundo organizado, descritas nos termos 
evocativos da vazante do Nilo; e de outro lado, o tema do pensamento e da palavra 
criadora está presente no relato inteiro. A imagem naturista, é pois aqui, desdobrada por 
perspectiva metafísica que lembra o documento Menfita. 
 
O Nascimento do Mundo e dos deuses nos textos Ugarit 
Ugarit não é o Egito nem a Mesopotâmia, estes últimos concederam as duas 
maiores culturas III e II milênio a.C. O Ugarit não era senão uma cidade-estado entre 
outras na idade do bronze recente (1600-1185). Este está mais próximo do universo 
Bíblico do que os textos Mesopotâmicos ou do Egito, como podemos ver abaixo: 
Geograficamente Ugarit situa-se na Síria bem perto de Lataquié, no litoral 
mediterrâneo, a cidade pertencia a Canaã. Ugarit pertence aos países mediterrâneos. 
 
26 
A língua Ugarítica é também assim como a hebraica uma língua semítica, o 
que não é o caso da Egípcia. Elas pertencem ao mesmo grupo o semítico norte ocidental 
diferenciando do Acádico proveniente do semítico oriental. 
Ugarit proporcionou aos biblistas o conhecimento direto de uma religião 
(Cananéia) na época do êxodo (século XIII a.C.) 
 
Crenças Sobre as Origens do Cosmo e do Homem 
Dizem que El o deuses supremo do panteão Ugarítico habita “na confluência 
de dois rios, na própria fonte dos dois abismos”. Estamos diante de uma linguagem 
cósmica. El habita nas origens dos abismos e dos rios que o cercam. Faz imediatamente 
lembrar os relatos da criação do Gênese “O abismo” nos aproxima do inicio do relato 
sacerdotal. Os rios e os abismos pareciam, pois a concepção cosmológica dos cananeus. 
Sempre o mesmo Deus El, atribui-se o epíteto de bnk bnwt “Criador das 
coisas criadas“. A expressão é tão clara que dificilmente encontraria outra mais evidente 
na Bíblia. El seria, pois, criador em Ugarit, como Yahweh o é em Israel, sabemos, aliais 
que Yahweh, em sua luta contra a religião Cananéia, assumiu muitas das características 
do deus El cananeu ao qual se assimilou sem dificuldade. 
Outra expressão Ugarítica, diz do deus El, que ele é ab adm, expressão que 
pode ser traduzida por “pai do homem”, dando ao “homem” sentido coletivo de 
humanidade. Observamos que a palavra Ugarítica refere-se ao nome dado pela Bíblia ao 
nosso primeiro pai. Evidentemente, o fato provoca uma discussão já resolvida entre os 
especialistas: o nome do nosso primeiro pai não é nome próprio, mais nome comum, 
“homem”. Em todo caso, ab adm, “pai da humanidade“ atribuído ao deus El., parece 
confirmar ser esse o criador do homem. 
 
 
 
 
 
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A Formação do Homem 
Os textos de diversas origens (Sumério, Acádico e Babilônio) são 
concordantes quanto a este aspecto. Narra-se os autores que a humanidade foi criada 
para que os deuses em castigo pudessem aliviar suas culpas, descarregando assim sobre 
os homens, feito a imagens dos deuses caídos e desta forma os deuses caídos viveriam 
livres de quaisquer obrigações, isso resumido em uma só frase: 
“Para permitir aos deuses morarem em uma habitação que satisfaça o coração do Deus 
Marduk, formou a humanidade“. 
Porém, conforme o modo da criação do homem, são diversas as opiniões: 
- O Deus Enlil teria introduzido na terra, como semente um protótipo 
humano. Ou segundo texto Súmericos os seres humanos foram “Gerados na união 
conjugal do céu e da terra”; 
- O homem é moldado só da argila, em primeiro lugar a deusa Nanwr e suas 
assistentes que operam e depois a deusa Ninmah e o deus Enki são os que fazem; 
- A modelagem do homem a partir de uma mistura de barro, de carne e de 
sangue de um deus condenado á morte; 
- A formação do homem a partir do sangue de um ou vários deuses 
condenados a morte. 
 
A Condição do Homem Primitivo 
Há um texto antigo bastante transparente a esse respeito, o que mostra as 
pessoas com aspecto selvagem, as quais vivem nuas e pastavam como os animais, 
porém foi preciso de uma intervenção dos deuses Enki e Enlil para que os homens 
pudessem entregar-se a criação de animais e à agricultura, e em segundo uma tradição 
cuneiforme, os homens antediluvianos teriam sido educados por sábios conceituados 
vindos do Apsu. 
 
 
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O Dilúvio 
Comparando as visões Mesopotâmicas, (Suméria, Acade) e as Sagradas 
(Javista e Sacerdotal), verificamos que a visão Javista foge ainda mais da Mesopotâmica 
em relação a Sacerdotal neste ponto. 
Diversos relatos do dilúvio chegaram da Mesopotâmia até nós: um em 
Sumério, dois em Acádico e um em Grego. 
1. Relato da 11ª Tabuinha da Epopéia de Gilgamesh 
Contexto - Gilgamesh, Atormentado com a morte de seu amigo Enridu e 
tendo partido em busca do segredo da imortalidade, chegou a um lugar situado além das 
águas da morte, onde UTNAPISHTIM, O “NOÉ“ Babilônio, desfrutou da imortalidade, e 
conta a Gilgamesh como escapou do dilúvio. Onde, o dilúvio foi desencadeado por causa 
das más disposições dos deuses que lá estavam, essas más disposições levaram os 
grandes deuses a fazer o dilúvio. 
2. O Dilúvio em Acádico 
Contexto - como foi dito anteriormente concorda com os outros textos no 
qual, por causa das reclamações dos deuses caídos, foi assim lançado pelos deuses 
superiores diversos flagelos, desde sede, fome até por fim o dilúvio, onde Atra-Hasis 
equivale a “Noé“, construindo um barco por ordem do deus maior “EA“, escapa da 
morte. 
3. Relato Sumério do Dilúvio 
Contexto - Este mais ou menos contemporâneo ao texto de Atra-Hasis acima 
apresentado e não necessariamente um testemunho de tradição tipicamente Suméria. 
Segundo as linhas 140-144, a decisão para desencadear o dilúvio se deu por alguns dos 
deuses, obrigados a associar-se a este feito por meio do juramento. Então houve as 
instruções de Enki para a construção de um barco, tendo sido aqui o herói “Noé” Ziusdra. 
O qual passou a obter uma vida sem fim, como assim se define seu nome. 
Obs.: O grande deus em Sumério é Enki e Ea em Acádico 
A Causa do Dilúvio - Na Bíblia é claramente indicada como sendo porcausa 
da malícia e corrupção da humanidade. Já nos textos Mesopotâmicos, não se explica a 
causa do dilúvio. Somente o poema de Atra-Hasis nos mostra que é para fazer cessar os 
gritos e a confusão realizados pelos deuses caídos. 
29 
Gênesis na História Sagrada 
Os onze primeiros capítulos do livro do princípio possuem uma forma 
narrativa diferente de todas outras narradas na Bíblia. Porém esses capítulos são muitos 
importantes, pois eles abrem toda a História Sagrada. 
É evidente que se tratando de uma História passada os “Teólogos da 
História” tiveram que evocar o passado, inobservável, representando-o de um modo 
compreensível aos seus contemporâneos. Caso contrário, a sua reflexão, sempre 
concreta e não abstrata, não teria suporte. 
Na estrutura de Gêneses 1-11, existem duas linhas de pensamentos das 
Histórias Sagradas, as quais são: 
Javista - o mais antigo porque nomeia Deus de YAHWEH, escrita em 
Jerusalém, provavelmente durante o reinado de Salomão. 
A visão Javista mostra na Bíblia a exterminação do politeísmo; pois narra 
que Yahweh criou o céu e a terra, dando a partir daí a narração das origens, planta um 
jardim no Éden, cria os vegetais, cria os animais e por fim modela o homem com o barro 
da terra e lhe insufla o fôlego de vida e de sua costela forma a mulher e dá a ele domínio 
sobre tudo. 
Na visão Javista Yahweh é o Deus vivo e pessoal, é o criador, do qual 
dependem o universo, a vida e o ser humano. 
No jardim mostra-se uma relação de diálogo pessoal, do qual Deus toma a 
iniciativa, fazendo um apelo ao livre engajamento do homem, reconhecendo sua 
condição de criatura e sua fiel obediência ao mandamento. Podemos observar essa 
característica também em outras narrativa do antigo testamento: 
“... olha hoje te propus vida ou morte .... escolhe“ 
(Dt. 28,30-15; Êx 23:20-33; Lv 26: 3-4) 
Sacerdotal - seu autor um Sacerdote de Jerusalém, escreveu durante o 
exílio na Babilônia. 
Escrita quatro século depois da Javista, quando o povo esteve no Exílio 
(entre 587 e 538), em Babilônia. O historiador Sacerdotal nos conduz das origens do 
mundo ao período de Israel no deserto, onde esteve em contato com os mitos 
Mesopotâmicos. 
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Conclui-se então que o Historiador Sacerdotal conhece tanto o escrito Javista 
como o Mesopotâmico, porém da visão Mesopotâmica extrai apenas a imagem figurada e 
da Javista o ato de Deus criador e a instalação do mundo em que o homem deve viver. 
Portanto, quanto a doutrina o Javista e o Sacerdotal diferem totalmente do mito 
Babilônio. 
Se fizermos um paralelo dos capítulos 1-3 de Gênesis, entre os mitos 
(Babilônios) tirados da epopéia de Atra-Hasis, no que diz respeito às formas literárias 
veremos que as narrativas Javista e a Sacerdotal, dependem dos modelos 
Mesopotâmicos. 
O Mito Babilônio nos mostra que para os Mesopotâmicos no inicio de tudo, 
houve um caos entre duas divindades sexuadas: 
Apsu - As águas doce que estão sobre a terra 
Tiamate - As águas salgadas do mar 
Daí saíram todos os deuses, identificados como: as potências cósmicas. 
Depois nos mostra o confronto entre os deuses (Universo x jovens), 
formando o mundo divino, regido por Marduk. E por isso os homens foram criados para 
servir aos deuses caídos. Um dos deuses revoltosos é imolado para fornecer seu sangue, 
desta forma o homem recebe o sangue nas veias de um deus decaído. 
Para o mito Mesopotâmico, o homem além de escravo dos deuses recebe o 
peso de uma fatalidade inexorável, por causa do joguete das potências cósmicas. 
A mitologia Suméria evoca um país paradisíaco chamado Dilmun, um país 
dos vivos, situado nos lados do Oriente. Lá aparece a “planta da vida“, que sendo 
roubada por uma serpente, coloca a perspectiva da vida sem esperança. 
Essa analise comparativa entre os escritos bíblicos e os antigos é de extrema 
importância, pois permitirá realçar semelhanças e diferenças entre os mesmos, e com 
isso irá respaldar ainda mais a autenticidade da Bíblia. 
 
 
 
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O Pentateuco 
Os cincos primeiros livros da bíblia formam um conjunto que os judeus 
denominam “Torah” [“instrução”], que em geral se traduz por “Lei” (Mt 5.17; Lc 16.17; 
At 7.53; 1 Co 9.8). Daí provém o nome que lhe foi dado nos círculos de língua grega: 
Pentateuchos, “[livro em] cinco volumes”, que foi transcrito em latin: Pentateuchus, 
dando a palavra portuguesa: Pentateuco. Por sua vez, os judeus de língua hebraica 
deram-lhe também o nome de “os cinco quintos da lei”. Os judeus atribuem à Torah 
maior autoridade e santidade que ao restante das escrituras que completam o Tanach 
(Lei, Profetas e Escritos). 
“E leram no livro, na lei de Deus: e declarando, e explicando o sentido, faziam que, 
lendo, se entendesse”. Ne 8.8 
Estes cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, 
contêm uma grande variedade de material: histórias, episódios, leis, rituais, 
regulamentos, cerimônias, registros cronológicos, exortações. Ainda assim, é uma 
narrativa histórica unificada. A importância vital dessa narrativa histórica é atestada por 
seu uso no Novo Testamento como pano de fundo e preparação para a obra de Deus de 
redenção do homem por Cristo Jesus. 
Um exemplo marcante é o discurso de Paulo aos judeus na sinagoga de 
Antioquia da Pisídia (At 13.17-26). No qual ele faz um resumo das promessas de Deus, e 
de quanto Ele é fiel, justo e misericordioso para dar a salvação ao povo que o segue 
através do líder o qual ele levantou, desde Abraão até o nosso maior líder: Cristo Jesus. 
A tradição judaica atribui a Moisés os primeiros cinco livros da Bíblia. Cristo 
atribuiu explicitamente o Pentateuco a Moisés. 
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que 
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos 
profetas, e nos Salmos”. Lc 24.44 
Da forma como é mencionado nesse versículo, os autores bíblicos dividiam o 
Antigo Testamento em três partes – A lei, os Profetas e os Salmos (representando os 
Salmos a grande divisão chamada de “Escritos”). Cristo frequentemente se referia a 
diversos livros como tendo sido escritos por Moisés. 
Obs: Porém há autores que contesta essa autoria, como podemos ver no 
livro Introdução ao Antigo Testamento, da editora Vida Nova, de autoria de Willian S. 
32 
Lasor, David A. Hubbard e Frederic W. Bush, o qual depois de vários comentários 
relacionados à época e costumes, diz: 
“O Pentateuco é uma obra anônima. Moisés não é mencionado como seu autor, assim 
como ninguém mais. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo 
Testamento em particular e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente 
Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de 
material e metodologia tradicionais. A literatura era mais uma propriedade comunitária 
que particular”. 
Os livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, narram a formação 
do povo eleito e o estabelecimento de sua lei social e religiosa. 
Complexidade 
Ao mesmo tempo em que revela sua unidade em plano e propósito, o 
Pentateuco apresenta uma diversidade impressionante, principalmente no que diz 
respeito a mistura de leis e história, nunca encontrado em nenhum código de leis, antigo 
e ou moderno, verifica-se que a narrativa histórica atravessa e interrompe 
constantemente a legislação. 
Por exemplo: 
- Não há seqüência entre Gn 4.26 e 5.1; 
- Há uma descontinuidade clara entre Gn 19.38 e 20.1; 
- Outra descontinuidade entre Ex 19.25 e 20.1. 
Outras complexidades: 
- Diferenças significativas entre vocabulários, de sintaxe, estilo e de 
composição (leis de Levítico e Deuteronômio); 
- Uso variável dosnomes divinos Javé e Elohim; 
- Duplicações ou triplicações de material (Gn 12.20; 26.6-11); (Gn 21.22-
31; 26.26-33); e (Lv 11.1-47; Dt 14.3-21). 
 
33 
Visando esclarecer essas complexidades, alguns estudiosos procuraram 
separar as diversas fontes, desenvolvendo assim a “teoria documental”. 
J – Essa fonte apresenta o nome de Deus como Javé e foi compilada em 
Judá entre 950 e 850 a.C., que compreende Gn 2 a Nm 22-24 e apresenta Deus em uma 
linguagem antropomórfica, onde Deus é descrito em termos humanos; 
E - Essa fonte datada entre 750-700 a.C., inicia-se em Gn 20, e prefere o 
nome de Deus como Elohim até a revelação de seu nome Javé a Moisés (Ex 3; 6), depois 
disso passa a empregar ambos os nomes para Deus. Muitos estudiosos localizam o 
ambiente de E no norte de Israel, pois dispensa atenção especial a Betel, Siquém e às 
tribos de José, Efraim e Manasses. 
D – Refere-se ao material que forma o núcleo do livro de Deuteronômio. 
Possuiu um estilo bastante característico: prosaico, prolixo, parenético (reflexo de 
exortações e conselhos, “homilético”) e pontuado de frases estereotipadas. Compreende 
as narrativas históricas de Josué a 2 Reis (cap. 9). 
S – Destaca genealogias, leis relacionadas ao culto, alianças, dias especiais 
como o sábado, procedimentos para o culto, sacrifícios (Lv 1-7) e cerimônias. Ressalta a 
santidade (Lv 17-26), a soberania e a transcendência de Deus, juntamente com o 
estabelecimento do verdadeiro culto de Javé liderado pelos sacerdotes. Essa fonte básica 
de S é muitas vezes datada no meio do Exílio (550 a.C.), e sua composição final, um 
pouco antes do século IV a.C. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
A História de Israel 
Gênesis 
O Gênesis narra as origens do mundo, do gênero humano, do povo hebreu, 
tudo relacionado com Deus, com sua revelação, com seu culto. Deus cria o universo e 
revela-se aos primeiros homens. 
A história do princípio abrange em sua narração uma longa série de séculos. 
Os gregos do império bizantino colocavam a criação do homem 5508 anos a.C. Os 
hebreus ainda usam uma era que no mesmo período conta 3760 anos. As ciências 
antropológicas exigem um tempo assaz maior para a existência do homem sobre a terra. 
O prólogo primevo compreende os capítulos 1-11, já estudado 
anteriormente. E por isso, deste ponto em diante veremos a história patriarcal de Israel. 
O chamado de Abrão: 
“Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te 
mostrarei”. Gn 12.1-5 
Neste período, Abrão era da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de 
Harã para irem a terra de Canaã. 
Quando Abrão passa a ter a idade de noventa e nove anos, apareceu Deus a 
ele, e muda o seu nome: 
“E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai 
da multidão de nações te tenho posto”. Gn 17.1-5 
Devido a fome que assolou em Canaã, Jacó e seus filhos entraram no Egito 
(Gn 47.1-6), e os descendentes de Abraão ficaram satisfeitos e prosperaram (Gn 47.27). 
Durante algum tempo podem ter tido a impressão de haver feito uma boa troca ao deixar 
Canaã, a terra escolhida por Deus para eles, que no momento não estava sendo 
produtiva, e se mudaram para o Egito, a terra de Gósen. Os filhos de Israel frutificaram e 
multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu 
deles (Ex 1.6-7). Mas, depois que José faleceu, e todos os seus irmãos, e toda aquela 
geração, se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José (Ex 1.8). E 
temendo o grande crescimento do povo de Israel, os transformaram em escravos 
desamparados, sem esperança. Mas quanto mais o povo sofria, mais se multiplicava (Ex 
1.11-12). Vendo isto, o rei ordenou as parteiras, que quando fossem ajudar as hebréias 
35 
a dar a luz, só lhe poupasse as meninas, e vendo que era menino o matassem, porém as 
parteiras com muito temor a Deus, não obedeceram ao Faraó (Ex 1.15-17). 
Ainda não estando satisfeito com o grande aumento do povo de Israel, o 
Faraó ordena a todo o seu povo dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, 
mas a todas as filhas guardareis com vida (Ex 1.22). 
Os anos se passaram. A servidão de Israel tornou-se intolerável. Eles 
suspiravam e gemiam sob o seu jugo. Quando seus gritos subiram a Deus, Ele os ouviu; 
e lembrou-se da sua aliança, compadecendo-se deles. Chegara o momento crucial de 
chamar Moisés, o libertador que Ele vinha preparando, e enviá-lo para realizar a grande 
tarefa da libertação (Ex 2.23-25) 
Êxodo – Israel Nômade 
O segundo livro do Pentateuco toma o nome de Êxodo da saída dos hebreus 
do Egito, onde, depois dos bons tempos de José, passaram a sofrer a mais dura 
escravidão. Esse acontecimento, porém, nada mais foi do que o prelúdio de fatos muito 
mais importantes na vida dos filhos de Israel, os quais, de um conglomerado de famílias 
que eram, recuperando a liberdade, conquistaram verdadeira unidade de nação 
independente e receberam uma legislação especial, uma forma de vida moral e religiosa, 
pelas quais se distinguiram de todos os outros povos da terra. 
Com toda facilidade compreender-se-á a importância deste livro, sobretudo 
em se pensando que, se a história civil das nações, mormente as antigas, acha-se 
intimamente vinculada à religião e essa à moral, isto jamais foi tão verídico como a 
respeito dos hebreus. As leis contidas no Êxodo formam a essência da vida civil e 
religiosa do povo eleito. 
É bem verdade que, de todas essas leis, e especialmente as do chamado 
código da aliança (21.23), foram encontradas analogias notáveis no código de Hamurabì 
(rei babilônio, que viveu alguns séculos anteriormente a Moisés). De tais analogias não 
se infere, porém, em absoluto, como pretendem alguns, a dependência do código 
mosaico do babilônio. Elas têm sua explicação adequada nos fatores comuns às duas 
sociedades, israelita e babilônica, tão próximas no tempo, no lugar e também na origem, 
pois os patriarcas do povo hebreu procediam do vale do Tigre. 
Realmente, na legislação decretada no Sinai, nem tudo foi criado desde a 
raiz; muitos usos e costumes já introduzidos na prática social foram confirmados pela 
aprovação divina. De resto, também nas famosas leis romanas das doze tábuas 
36 
descobrem-se semelhanças com o código mosaico, sem que ocorra a alguém o 
pensamento de querer estabelecer um parentesco entre os primeiros e o segundo. 
Providências semelhantes surgem espontaneamente de necessidades sociais do gênero. 
No decálogo, porém, e na doutrina religiosa que lhe forma a base inconcussa (20.2-17), 
reside a verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de semelhante se encontra em 
nenhum outro povo. 
Os acontecimentos narrados no Êxodo tiveram um eco enorme na memória 
das tribos israelitas. Em quase todas as páginas do Antigo Testamento são recordadas a 
libertação da escravidão do Egito, a prodigiosa passagem do Mar Vermelho, os golpes 
tremendos com os quais foi dominada a tenaz oposição do opressor egípcio, as 
grandiosas manifestações divinas no Sinai, o sustento milagroso de povo tão numeroso 
no deserto. Daí Israel deduzia os motivos mais fortes para ser grato e fiel a Deus, e 
conservar uma confiança inabalável na sua providência soberana e nos seus próprios 
destinos. 
O Êxodo desenvolve dois temas principais: a libertação do Egito (1.1 – 
15.21) e a aliança no Sinai (19.1 – 40.38); esses temas são interligados por um tema 
secundário, a saber, a marcha através do deserto (15.22 – 18.27). Moisés, que recebeu 
a revelação do nome Yahweh na montanha de Deus, é o condutor dos israelitas 
libertados da escravidão. 
Numa teofania impressionante, Deus faz aliança com o povo e lhe dita sua 
Lei. Malfora concluído, o pacto é violado pela adoração do bezerro de ouro, mas Deus 
perdoa e renova a aliança. Uma série de prescrições regula o culto no deserto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
O Tabernáculo 
“Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Então falou o Senhor a Moisés 
dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem 
cujo coração se mover voluntariamente...”. (Ex 24.18b; 25.1,2) 
No monte Sinai o Senhor levou seu servo para receber instruções de como 
deveria construir o tabernáculo. Deus queria habitar no meio do seu povo, e obviamente 
para isso Ele não precisava do uso de nada material para se revelar aos seus. Mas, 
devido ao nível espiritual do povo, Deus se utilizou do tabernáculo visível e de seus 
muitos objetos como lições palpáveis, através de símbolos e tipos, e também para que 
servisse de lembrança contínua aos israelitas. Mas, o propósito mais excelente do Senhor 
era a revelação da verdade preliminar na busca e expectativa da encarnação de seu Filho 
Jesus. 
Nesse tabernáculo o Senhor desceu e habitou entre os homens numa casa 
feita de diversos materiais visíveis encontrados na natureza. Mas, a aproximadamente 
1500 anos após esses fatos o Senhor veio e habitou em uma casa feita de ossos e carne 
– o corpo de Jesus. 
Para muitos o tabernáculo significa apenas uma antiguidade judaica sem voz 
e significado. Mas, quando estudado considerando os tipos que ali são vistos e apontado 
de forma adequada ao antítipo, encontramos nele o Senhor Jesus Cristo. 
A Estrutura 
A planta do tabernáculo, como mostra o diagrama que se segue, é 
basicamente simples. Isto ocorre, em parte, por seu caráter portátil, tendo de ser 
transportado pelos israelitas em suas viagens pelo deserto. A bacia e o altar de bronze se 
localizavam no átrio, embora fossem partes essenciais dos cerimoniais do tabernáculo. 
O tabernáculo era dividido em dois cômodos. O menor, que era de 10 
côvados de cada lado, formando um quadrado perfeito, era chamado de santo dos 
santos; o cômodo maior era chamado santo lugar. Estes dois cômodos eram separados 
por um véu (26.31-33). Os sacerdotes ministravam no santo lugar diariamente; no santo 
dos santos o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, sozinho (Hb 9.6-10). 
 
 
38 
 
 
39 
O Átrio (27.9-17) 
O tabernáculo era rodeado por um átrio, formado por colunas firmadas no 
solo e esticando cortinas de linho, as colunas eram ligadas por ganchos de prata (Ex 
27.17). A entrada media 20 côvados de largura e na qual era pendurado um reposteiro 
nas cores azul, púrpura, carmesim e branco (linho) (27.16). Estas eram as cores que 
prevaleciam por todo o tabernáculo. O átrio media 100 côvados de comprimento por 50 
côvados de largura (27.18) – Um côvado é equivalente a 0,5 m aproximadamente. 
As Tábuas e as Cortinas (26.1-30) 
Por estarem vagando pelo deserto, era necessário que os israelitas tivessem 
uma construção que pudesse ser facilmente desmontada e erguida. O tabernáculo era 
feito de 48 tábuas cobertas de ouro e colocadas em encaixes enterrados na areia. Havia 
20 dessas tábuas em cada lado e 8 nos fundos (26.15-30). A construção não tinha 
soalho, mas o teto era uma coberta maravilhosamente lavrada, composta de 10 cortinas 
presas uma a outra (26.1-6), bordadas com as figuras dos querubins, as criaturas 
celestes. Estas cortinas esticavam-se no alto e caíam quase até o chão em cada lado da 
construção. Sobre elas havia uma coberta de pêlo de cabra branco (26.7-13); e acima 
desta uma coberta de pele de carneiro tingida de vermelho (26.14); sobre a coberta de 
pele de carneiro, para a proteção contra as intempéries, havia uma coberta de peles, 
ocultando do lado de fora toda a beleza do seu interior (26.14). Formando ao todo um 
total de 4 cobertas. 
O Mobiliário 
O tabernáculo continha 6 peças de mobiliário. No santo dos santos havia 1 
peça – a arca da aliança. Era uma caixa de madeira coberta de ouro, na qual se 
encontravam a lei escrita em pedra, uma vasilha de maná, e a vara de Arão que 
floresceu. A tampa da caixa era o propiciatório, às vezes tida como uma peça separada. 
Em cada extremo havia uma figura de um querubim, e entre as figuras havia o 
maravilhoso fogo da glória do Senhor, símbolo da presença de Deus. Por isso esta peça 
poderia, com toda propriedade, ser chamada de trono de Deus; no santo lugar 3 peças – 
o altar do incenso defronte do véu – a esquerda, o candelabro feito de ouro puro – e a 
direita, a mesa dos pães da proposição, com os 12 pães que eram comidos pelos 
sacerdotes; e no átrio 2 peças – a bacia, que servia para os sacerdotes se lavarem; e 
mais próxima da entrada havia o altar de bronze, para o qual os israelitas, levavam um 
substituto para morrer em seu lugar, pagando por seus pecados – um tipo claro da obra 
expiatória de Cristo. 
40 
O Simbolismo do Tabernáculo 
Duas passagens-chave do Novo Testamento servem de base para 
interpretação de personagens, eventos e coisas do culto no tabernáculo do Antigo 
Testamento (1Co 10.1-11; Hb 8.1-10;18). Porém devemos ter bom senso, sem forçar a 
interpretação e a aplicação. Segue as interpretações: 
1. Como um todo – Visto como um todo o tabernáculo tipifica a pessoa de 
Cristo. O exterior dessa tenda era, pelo menos parcialmente similar as 
tendas menores de habitação dos israelitas. Mas, a grande diferença estava 
em que o tabernáculo era o lugar especialmente designado da habitação de 
Deus, como assim também era Cristo (Cl 2.9). 
2. Em detalhe – Cada detalhe ou artigo do mobiliário tipifica alguma fase 
da obra de Cristo para o homem. No Novo Testamento aprendemos sobre 
muitas fases da obra de Cristo. Em um momento ele é apresentado como 
nosso Substituto; em outro, como aquele que Purifica e Regenera, como o 
Pão da Vida, a Luz do Mundo, o Bom Pastor e a Videira. Também no 
tabernáculo podemos perceber estas mesmas fases de sua obra: No altar de 
bronze vemos Cristo como nosso Substituto; na bacia, nosso Purificador e 
Regenerador; no candelabro, a nossa Luz; no altar do incenso, nosso 
Intercessor; e no propiciatório, nossa Propiciação. 
3. Ordem do Mobiliário – Observem com que precisão os mobiliários foram 
colocados no tabernáculo, sempre apontando para obra redentora de Cristo. 
Em um extremo, no santo dos santos, estava a arca da aliança – o trono de 
Deus. No outro extremo, perto da entrada, o altar de bronze, que é o tipo da 
cruz de Cristo. Assim vemos que homem algum pode chegar ao trono de 
Deus, sem passar pela Cruz. 
No santo dos santos, estamos cercados pelas paredes douradas; em cima 
está a linda cortina com figuras das criaturas celestes; a arca de ouro 
mostra os querubins curvados sobre o propiciatório; e sobre este está 
manifesta a presença de Deus no fogo da Sua Glória. Ali só existe luz, 
beleza, amor, culto e a presença de Deus, em contraste ao nos 
aproximarmos do altar de bronze, que só há sofrimento, sangue e morte, à 
medida que os substitutos morrem no lugar dos pecadores. Podemos afirmar 
que Cristo consiste nesses dois extremos – do trono do Pai na glória, à cruz 
do Calvário (Fl 2.5-11). 
41 
Depois do altar de bronze, o próximo passo é a bacia, a qual representa 
Cristo como nosso Purificador e Regenerador (Jo 3.5). Depois precisamos 
nos alimentar de Cristo como o pão da vida (Jo 6.35) – os pães da 
proposição. A seguir Ele precisa ser a nossa Luz e Guia (Jo 14.13-14) – na 
figura do candelabro. Então Cristo aparece na figura do altar do incenso, 
como nosso intercessor, conduzindo-nos ao santo dos santos – a arca da 
aliança. 
O tabernáculo fala de Cristo de diversas maneiras. Mesmo os seus materiais 
e cores falam dEle. A madeirafala de sua humanidade, o ouro de sua 
divindade. Há no branco a pureza, o azul para promessa ou profecia, o 
carmesim para a realeza, o vermelho para o sangue. 
Os Sacerdotes 
Desde o dia em que feriu a todo primogênito do Egito, o 
Senhor havia separado para si todos os primogênitos de 
Israel. E no lugar dos primogênitos, Deus tomou os levitas 
(Nm 3.12), e de dentro da tribo de Levi, Deus separou: Arão 
e seus filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar para 
administrarem o ofício sacerdotal (Êx 28.1-3). 
Eles deveriam primeiramente serem lavados com água, 
depois seriam vestidos com as vestes sagradas, e apenas o 
sumo sacerdote, por fim seria ungido com o azeite da unção 
(Êx 29.4-7). Mas, os filhos de Arão seriam aspergidos com o 
mesmo azeite misturado com sangue (Lv 8.30) 
 
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa 
espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios 
espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”. 1Pe 2.5 
 
 
 
 
42 
Levítico – Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas 
Este livro traz o nome de Levítico, por tratar quase exclusivamente dos 
deveres sacerdotais. Poder-se-ia compará-lo a um ritual. 
Compõe-se quase que inteiramente de leis que visam à santificação 
individual e de toda nação de Israel. Santificação, de per si ritual e exterior, que, porém, 
simboliza e promove certa santidade interior e moral. Toda a matéria pode ser dividida 
em cinco partes: 
1ª Parte – Leis relativas aos sacrifícios: 
1. Holocausto (1.1-17; 6.8-13; 17.8,9); 
2. Ofertas de Alimentos (2.1-16; 6.14-18); 
3. Sacrifícios de Paz (3.1-17; 7.11-21); 
4. Sacrifícios Expiatórios (4-6.1-7; 6.24-30; 7.1-10) 
2ª Parte – A porção dos sacerdotes (7.28-38) e sua consagração (6.19-23; 
8.1-36). Nadab e Abiú foram mortos por terem usurpado um ofício sagrado (10.1-7). 
Várias prescrições para os sacerdotes (10.8-20). 
3ª Parte – Leis sobre a pureza legal, dos alimentos (11.1-47), da purificação 
da mulher (12.1-8) da lepra (13-14); da imundícia do homem e da mulher (15). Rito 
para o dia solene de expiação (16). 
4ª Parte – Diversas leis: 
a) a proibição de comer sangue (17.10-16); prescrições que regulam os atos 
sexuais (18); várias prescrições religiosas e morais (19); as penas de diversos crimes 
(20); 
b) dos sacerdotes: núpcias e luto (21.1-15); irregularidades (21.16-24); 
impureza cerimonial (22.1-16); dos sacrifícios (22.17-30); conclusão (22.31-33); 
c) dos dias festivos: o sábado (23.3) e as solenidades anuais (23.4-44). 
5ª Parte – Determinações diversas: lâmpadas no santuário e pães da 
apresentação (24.1-9); pena para o blasfemador (24.10-23); prescrições para o ano 
sabático e jubileu (25); promessas e ameaças relativas a observância da lei (26); votos 
especiais (27). 
43 
O sacrifício, o ato mais sagrado de Israel, isto é, oferecer a Deus vítimas, 
animais ou vegetais, não foi instituído por Moisés, mas remonta às próprias origens da 
humanidade (Gn 4.3-4). Moisés encontrou o seu uso estabelecido e arraigado entre 
todos os povos. Moisés, com suas leis, só regulamentou e consagrou ao culto do 
verdadeiro Deus um cerimonial já praticado, deixando ainda toda essa legislação dos 
sacrifícios separada das condições essenciais do pacto celebrado entre Deus e o seu 
povo. Nesse sentido deve-se entender aquele protesto do próprio Deus contra os judeus, 
por boca de Jeremias (Jr 7.22-23): 
"Em matéria de sacrifícios e holocaustos, eu nada disse e nada ordenei aos vossos pais 
ao tirá-los do Egito; dei-lhes somente esta ordem: Escutai a minha voz; eu serei vosso 
Deus e vós sereis o meu povo” (cf. Êx 19.5). 
Nada, portanto, impede atribuir-se ao próprio Moisés a legislação cerimonial 
do Levítico, embora pareça óbvio que não a tenha escrito toda de uma vez e se tenha 
servido, da obra de algum sacerdote ou levita de profissão. Nem se exclui que algumas 
destas leis tenham recebido em tempos posteriores com modificações e acréscimos. 
As Principais Festas Judaicas – Lv 23 
Festa da Páscoa (pesah); na tarde do dia 14 de abibe (Êx 12.5,6,14). 
Propósito: comemorar a libertação de Israel do cativeiro no Egito. 
Ritual: o cordeiro é morto, e seu sangue se asperge com hissôpo nas 
ombreiras das portas e depois o ofertante e sua família comem o cordeiro assado (Dt 
16.5-7), específica que Deus teria escolhido uma cidade santa, a Páscoa passaria a ser 
celebrada ali somente. 
Significado típico: a crucificação de Cristo (I Co 5.7). 
Festa dos Pães Ázimos: dia 15 até 21 de Abibe (v.6; Êx 12.18). 
Propósito: comemorar as dificuldades da fuga apressada do Egito. 
O Ritual: sete dias oferece-se oferta queimada ao Senhor. Havia uma santa 
convocação no dia 15 e no dia 21. 
Festa das Primícias: (Lv 23.9-14). 
Propósito: comemorar a ressurreição de Cristo. 
44 
Pentecostes (Festa das Semanas): dia 06 de Sivã (3º mês), ou 49 dias 
após a oferta das primícias. 
Propósito: dedicar a Deus as primícias da colheita do trigo. 
Ritual: dois pães de farinha de trigo sem levedura; holocaustos (07 
cordeiros, 01 novilho, 02 carneiros) oferta pelo pecado (01 bode); oferta pacífica (02 
cordeiros). 
Significado típico: a descida do Espírito sobre a Igreja do N.T. (At 2). 
Festa dos Tabernáculos: dia 15 de Tisri, durante sete dias (7º mês). 
Propósito: comemorar as peregrinações no deserto e regozijar-se na 
conclusão de todas as colheitas (cereais, frutas, vindimas). 
Ritual: haverá santa convocação no dia 15 e no 8º dia. Será entregue oferta 
queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifícios e libações, cada qual em seu dia 
próprio (Nm 29.12). 
Significado típico: aparentemente, prenunciar a paz e prosperidade do futuro 
reino milenar. 
 
Números – O Livro dos Recenseamentos dos Judeus 
O quarto livro do Pentateuco recebeu o nome de Números (em grego 
Arithmoi, que aqui tem o sentido de "recenseamentos") por causa dos "recenseamentos" 
(1.1-19,46), que são próprios deste livro e que lhe dão a sua feição particular. Contém, 
além disso, alguns fatos que se ligam imediatamente aos acontecimentos narrados no 
Êxodo, e leis semelhantes às do Levítico. Pode ser dividido facilmente, de acordo com os 
lugares e tempos, em três partes: 
1ª parte – No Sinai: disposições para a partida. Recenseamento das tribos e 
respectivas posições no acampamento (1-2). Os serviços dos levitas, o censo levítico, a 
posição de suas tendas, divisão por famílias e por ofícios (3). Os deveres dos filhos de 
Coate, de Eleazar, de Gérson e de Merari (4): os impuros eram banidos, restituições 
pelos pecados, o espírito de ciúmes (5), nazireato, bênção de Arão (6). Últimos fatos: 
donativos dos chefes das tribos ao santuário (7), consagração dos levitas (8), segunda 
Páscoa (9.1-14), sinais para a partida e para a parada, as trombetas (9.15-23; 10.1-10). 
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2ª parte – Viagem através do deserto: Do Sinai a Cades: partida e ordem 
de marcha (10.11-36), murmuração do povo, as codornizes (11), a lepra de Mirian irmã 
de Moisés (12). Parada em Cades: missão dos doze exploradores e queixas do povo (13-
14); repetição de diversas leis (15); sedição de Coré, Datan e Abirão, e sua punição e 
confirmação do sacerdócio na família de Arão (16-17); os deveres e direitos dos 
sacerdotes e levitas (18.1-32;19); sedição do povo por falta de água (20.1-13). De 
Cades ao Jordão: os edomitas negam passagem pelas suas terras (20.14-21); morte de 
Arão (20.22-29); queixas do povo e castigo, a serpente de bronze (21.1-9); vitória sobre 
os amorreus e a conquista de Basan (21.10-35). 
3ª parte – Na margem oriental do Jordão: cerca de cinco meses. Últimos 
encontros com os povos da Transjordânia; Balaão e seus vaticínios (22-24); prostituição 
a Baal-Peor

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