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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO: HISTÓRIA - LICENCIATURA DISCIPLINA: HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA OCIDENTAL PROFESSOR: ALEX DA SILVEIRA DE OLIVEIRA ALUNO: MARIA LUCIANA ALVES DOURADO (201701040654) RIO DE JANEIRO 2017 O incrivel exército de Branceleone Diferente de outros filmes que nos trazem principes, reis, rainhas, princesas e castelos, a riqueza e sua fartura, esta comédia procura demonstrar os miseráveis, a pobreza desse período. O filme relata a história de Brancaleone da Nórcia, um cavaleiro sem sucesso, que em busca de um feudo se torna líder de um grupo de esfarrapados e famintos.Trata-se de uma paródia a D. Quixote de Cervantes. O filme consegue ser emgraçado, mesmo na recomposição dos aspectos mais avassaladores da crise do século XIV, representados pela trilogia "guerra, peste e fome". Utilizando-se sempre da sátira, o filme de Monicelli focaliza a decadência das relações sociais no mundo feudal, o poder da Igreja católica, o cisma do Oriente e a presença dos sarracenos. A história se passa em meados do século XIV, durante a chamada Baixa Idade Média. Miséria, fome e as cidades A humanidade medieval viveu no seu limite. Sua produção era apenas para a sua existência, a economia era precária, fornecendo apenas o necessário para viver. Isto unido a uma pobreza técnica e uma estrutura social que não havia esperança de nenhum tipo de crescimento econômico gerava grande escassez de alimentos. Consequentemente o homem da época conviveu com a miséria e com a fome. Além disso, entre os séculos XIII e XIV, uma grave crise abateu a agricultura. Por este motivo, os três homens e o menino que seguem Brancaleone desde o início do filme são famintos e esfarrapados. As enfermidades que afligiam este mundo são resultados da ausência de alimentos. As cidades medievais crescem na Baixa Idade Média, e por mais estranho que possa parecer, simultaneamente ao feudalismo. A vida nas cidades era semi-rural, suas muralhas abrigavam vinhas, jardins, campos, gado. Por isso que no pergaminho que entregava o feudo ao seu portador, estava garantida a posse da cidade e de seus campos. A Peste Brancaleone e seu “exército” entram numa cidade destruida pela Peste Negra. Esta foi apenas uma das enfermidades que atacaram o mundo europeu durante a Idade Média. A mortalidade dessas doenças não atingia não só aospobres, mais também membros de famílias reais sofriam destes males. A Peste Negra teve seu início em 1348, e apenas aumentou a crise europeia do século XIV, tornando mais forte a mortalidade causada pela fome. Heresias O cristianismo (igreja) por ser ligado ao poder, vai tentar marcar toda a vida humana nesse período. Claro que sua força econômica ajuda a tornar possível a realizar investimentos, especialmente na construção de templos. No entanto, por muito tempo, o cristianismo vai estar em uma luta sangrenta, cruel contra o paganismo. Durante boa parte da Idade Média foi dificil para a Igreja controlar os homens, ao contrário do que se possa imaginar. A igreja usava o medo na época como ferramenta, criado pela imagem do Inferno. Por isso, a preocupação dos personagens do filme em seguir o monge: era importante ser obediente e temente a Deus. É bastante interessante o monge do filme ser retratado como um pregador peregrino também. Fazia parte do próprio espírito da religião cristã em termos de catequese e da ideia de deixar tudo e seguir a palavra de Cristo. A pobreza medieval também contribuía para as peregrinações: é mais simples deixar tudo para quem nada tem. Seus pertences cabem numa bolsa. Também não é em vão que o monge conduzia os peregrinos para a luta na Terra Santa. As cruzadas foram marcadas por massacres que os europeus praticaram sobre as populações locais. Como se não bastasse, resultou em altos gastos econômicos para financiar tais expedições. Entretanto, milhares de cristãos buscaram no oriente a conquista de seus lugares sagrados, o que os levaria a salvação eterna, como era o caso dos fiéis que seguiam o monge Zenone em direção a Terra Santa. O homem da época sempre viu os diferentes dele com estranhamento. Foi conveniente o autor do filme em colocar um bizantino e um judeu junto aos homens de Brancaleone. Os bizantinos eram vistos com desconfiança pelos europeus. Ainda que também fossem católicos, desde 1054 faziam parte da Igreja Ortodoxa. Justamente por serem mais letrados e com abastança que os seus irmãos ocidentais, os bizantinos eram vistos como afetados, sem coragem e trapaceiros. O personagem Teofilatto Dei Lionzi representa muito bem esta ideia que os europeus tinham dos bizantinos. Aos judeus cabia principalmente a atividade comercial e a juros, já que não podiam se enquadrar nas três ordens da sociedade cristã. Reconhecidos como hereges foram vítimas do ódio e de massacres. O velho Abacuc, que sempre leva seu baú com mercadorias e dinheiro, representa bem a visão que o homem medieval tinha dos judeus no filme. Os muçulmanos eram vistos como os infiéis, os inimigos da cristandade. O desejo dos cristãos de retomar os lugares sagrados e os ataques dos sarracenos no filme são uma bom exemplo disso. Sarracenos é como os europeus da Idade Média chamavam os muçulmanos e árabes. Aqui cabe uma diferença: os árabes são um povo racial da Península Arábica que reside o Oriente Médio e norte da África. Já os muçulmanos são os seguidores da fé islâmica. Ainda que houvesse trocas comerciais e intelectuais entre muçulmanos e cristãos durante a Idade Média, a principal marca da relação entre estes durante o período foi o confronto, como por exemplo, na Reconquista da Espanha e Portugal, e nas cruzadas. REFERÊNCIAS: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=260 Acesso em: (1999) http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/o-incrivel-exercito-de-brancaleone-resumo-do-filme-contex to-historico/ https://www.baconfrito.com/o-incrivel-exercito-de-brancaleone.html Acesso em: (05 de setembro de 2007)
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