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Estágio supervisionado básico I em psicologia

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Estágio supervisionado básico I em psicologia 
 AULA 01: CARACTERÍSTICA DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
As disciplinas de Estágio Básico buscam práticas integrativas que desenvolvam competências e habilidades nas experiências de: 
Acompanhar ações de profissionais de Psicologia, no atendimento de grupos ou indivíduos, em diferentes contextos; 
Coletar, analisar dados e avaliar propostas de ação; 
Conviver com equipes multiprofissionais; 
Participar de projetos de ação integrada, aprender vicariamente; 
Elaborar relatórios.
Os estágios básicos e os específicos podem envolver empresas, hospitais, instituições de ensino, unidades básicas de saúde, clínicas e associações, visando aproximar e integrar as atividades desenvolvidas com a Instituição.
Na linha de Saúde, as atividades envolverão, em especial, as unidades de saúde, com destaque para o Programa de Saúde da Família, os Postos de Saúde e CAPS.
Serão realizadas visitas monitoradas de grupos de alunos às diferentes unidades. 
Realizar acompanhamento de atividades dos psicólogos no que concerne à promoção da Saúde. Trata-se de observar um processo complexo.
Processo porque:
 - Cabe acompanhar tais linhas de ação em sua dinâmica de construção;
 - Importa identificar avanços, impasses e estratégias utilizadas para 
 superá-los;
 - Convém ainda, na medida do possível, observar os efeitos de tais práticas.
Realizar acompanhamento de atividades dos psicólogos no que concerne à promoção da Saúde. Trata-se de observar um processo complexo.
Complexo e multifacetado porque:
 - Diz respeito à diversidade de usuários, que apresentam formas de sofrimento psíquico e 
 necessidades também diferentes;
 - A atenção a esses sujeitos envolve várias dimensões das suas vidas;
 - Logo, as ações de cuidado a esses sujeitos envolvem diferentes serviços e setores, de 
 forma implícita ou explícita, de modo mais ou menos intencional e articulado.
 - Embora o foco do acompanhamento diga respeito à ação do psicólogo, a complexidade apresentada 
 acima implica na necessidade de sua atuação em uma equipe multidisciplinar.
Estratégias de acompanhamento
 Técnicas
 - Observação;
 - Entrevistas;
 - Análise do material coletado;
 - Elaboração de relatórios parcial e final.
Atividades 
 - Leituras de textos pertinentes;
 - Debates;
 - Seminários.
Aula 04: Entrevista
Conceito 
Sullivan (1970, p. 4) conceitua entrevista psicológica como: “Uma situação de comunicação vocal entre duas pessoas (a two-group) mais ou menos voluntariamente integradas em um padrão terapeuta-cliente, que se desenvolve progressivamente com o propósito de elucidar formas características de vida das pessoas entrevistadas, e vividas por elas como particularmente penosas ou especialmente valiosas, e de cuja elucidação ela espera tirar algum benefício”. 
Acesso à subjetividade 
Tavares (2002, p. 75) mostra que o manejo correto da entrevista permite a manifestação da subjetividade do sujeito, possibilitando ao profissional: “Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de informações. 
 
Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto para atender às necessidades colocadas por uma grande diversidade de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que escapam a outros procedimentos. 
 
Por meio dela, pode-se testar limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as respostas do sujeito. Essa adaptabilidade coloca a entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação”.
Entrevista inicial 
A primeira entrevista ou entrevista inicial é fundamental para o trabalho do psicólogo. 
 
Ocampo (1987) indica os fundamentos da entrevista em Psicologia. “A entrevista inicial é: 
 
• Semidirigida – pois apresenta um momento diretivo na apresentação e no enquadre;
• Livre – quando o paciente fala, e o psicólogo apenas escuta;
• Diretiva – quando se fecha a entrevista.”
Ocampo (1987) ainda aponta que, durante a entrevista inicial, é crucial observar: 
• As ansiedades predominantes; 
• As condutas defensivas; 
• Aspectos adaptativos e patológicos.
Objetivos 
Para Ocampo (1987), os principais objetivos da entrevista são: 
• Identificar o motivo da consulta;
• Registrar a primeira impressão do paciente – roupas, quietude, linguagem corporal, gestos e expressão facial;
• Conhecer o paciente exaustivamente;
• Examinar a verbalização – conteúdo manifesto e latente, tom de voz, tempo de fala; 
• Analisar coerência entre fala e gestos; 
• Investigar os dados fornecidos para a formulação de hipóteses; 
• Planejar os testes a serem aplicados; 
• Estabelecer um bom rapport;
• Perceber transferências e contratransferências; 
• Avaliar o vínculo do paciente com os pais (e vice-e-versa), bem como sua relação com o psicólogo; 
• Mensurar a capacidade de elaboração dos pais diante da situação diagnóstica e prognóstica.
Enquadre 
O enquadre é uma das tarefas centrais do psicólogo que conduz uma entrevista. Trata-se da combinação entre esse profissional e o paciente quanto às bases que nortearão todo o processo psicoterápico. De acordo com Ocampo (1987), as questões fundamentais do enquadre são: 
 
• Esclarecer os papéis de cada um durante o processo (relação assimétrica); 
• Definir lugar, horário e duração (sessões necessárias) dos encontros; 
• Determinar os honorários do psicólogo. 
 
Toda e qualquer alteração no contrato feito com o paciente não pode prejudicá-lo, tampouco o psicólogo. 
Freud (1895)
Aspectos observáveis 
Ocampo (1987) chama a atenção dos psicólogos para um aspecto fundamental da entrevista, que é descobrir: 
 
• “A coincidência ou discrepância entre motivos manifestos e latentes da consulta; 
• O grau de aceitação, por parte dos pais e do paciente, daquele que se revela ser o ponto de maior urgência; 
• A possibilidade de o paciente e de seus pais conseguirem um insight. 
 Essa dinâmica surge porque o motivo da consulta é um elemento gerador de ansiedade”.
Aula 05: Características da entrevista
Entrevista fechada 
De acordo com Bleger (1998), a entrevista pode ser de dois tipos: aberta e fechada. Entrevista fechada: perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições. É na realidade, um questionário que passa a ter uma relação estreita com a entrevista, na medida em que uma manipulação de certos princípios e regras facilita e possibilita a aplicação do questionário.
Entrevista aberta 
Entrevista aberta: nesse tipo de entrevista o entrevistador tem ampla liberdade para as perguntas ou para suas intervenções, permitindo-se toda a flexibilidade necessária em cada caso particular. A liberdade, permite, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular ou – dito de outra maneira – “que o campo da entrevista se configure, o máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado Bleger (1998).
A entrevista aberta permite um aprofundamento mais amplo da personalidade do entrevistado, embora a entrevista fechada permita uma melhor comparação sistemática de dados, além de outras vantagens próprias de todo método padronizado.
Entrevista individual ou grupal 
A entrevista pode ser individual ou grupal, seja um ou mais os entrevistadores ou os entrevistados. Os tipos de entrevista grupal são vários, entre eles: famílias, casal, para contratação de funcionários. Para Bleger (1998): 
 
“[...] a entrevista é sempre um fenômeno grupal, já que mesmo com a participação de um só entrevistado sua relação com o entrevistador deve ser considerada em função da psicologia eda dinâmica de grupo”.
Beneficiário do resultado 
Bleger (1998) diferencia as entrevistas segundo o beneficiário do resultado: 
 
a) A entrevista que se realiza em benefício do entrevistado – que é o caso da consulta psicológica ou psiquiátrica; 
b) A entrevista cujo objetivo é a pesquisa, na qual importam os resultados científicos; 
c) A entrevista que se realiza para um terceiro (uma instituição). 
 
Cada uma delas implica variáveis distintas a serem levadas em conta, já que modificam ou atuam sobre a atitude do entrevistador, assim como do entrevistado, e sobre o campo total da entrevista.
Anamnese 
A anamnese pode ser realizada na entrevista. Ocampo (1987) mostra que a anamnese é feita com os pais (mãe e pai). Caso eles não possam comparecer juntos, então que se faça a entrevista separada. ATENÇÃO! 
 
Devemos evitar o interrogatório, pois, assim, levantaremos angústias e sentimentos de culpa desnecessários.
A anamnese é um questionário sobre a história clínica do seu paciente. O formulário da anamnese deve incluir um registro da história pessoal, familiar e, além disso, problemas clínicos pertinentes ou incapacidades físicas que devem ser anotadas.
A anamnese tem como objetivo: estabelecer o contato inicial com o seu cliente, estabelecendo assim a confiança da pessoa. Esse procedimento, às vezes, é o único instrumento para se chegar a um diagnóstico, coletam-se as informações necessárias para elaborar as hipóteses diagnósticas. Portanto, ela é de suma importância, para que se possa fazer um diagnóstico confiável.
Características da entrevista 
Para Ocampo (1987), os principais aspectos a serem investigados na anamnese: 
 1) A queixa principal; 
 2) A história e evolução dessa queixa; 
 3) Outras queixas ou sintomas associados; 
 4) Possíveis efeitos de um distúrbio emocional sobre o funcionamento presente; 
 5) O pensamento do paciente sobre os problemas e as atitudes identificadas.
Aula 06: Técnicas de aconselhamento
Objetivo 
• Conceitos fundamentais;
• Aconselhamento como assistência psicológica;
• Etapas de aconselhamento; 
• Definição de aconselhamento;
• Relação entre conselheiro e cliente.
Conceitos fundamentais 
• Orientação; 
• Aconselhamento; 
• Psicoterapia.
Orientação 
Facilitar o conhecimento e a análise de caminhos ou direções para a conduta, com base em referenciais pessoais e sociais. 
 (BARROS, 1982)
Aconselhamento 
“O aconselhamento psicológico está relacionado à resolução de problemas, o processo de tomada de decisões, o confronto com crises pessoais, a melhoria das relações interpessoais, a promoção do autoconhecimento e da autonomia pessoal, o caráter psicológico da intervenção centrada em sentimentos, pensamentos, percepções e conflitos e a facilitação da transformação comportamental.” 
 (BARROS, 1982)
Psicoterapia 
“Psicoterapia é o tratamento de perturbações da personalidade ou da conduta através de métodos e técnicas psicológicas.” 
 (BARROS, 1982)
Aconselhamento como assistência psicológica 
De acordo com Rogers (1992), o aconselhamento é um método de assistência psicológica destinado a restaurar no indivíduo suas condições de crescimento e de atualização, habilitando-o a perceber, sem distorções, a realidade que o cerca e a agir, nessa realidade, de forma a alcançar ampla satisfação pessoal e social.
Ainda de acordo com Rogers (1992), o aconselhamento aplica-se a todos os casos em que o indivíduo se defronta com problemas emocionais, não importando se se trata de doenças ou perturbações não patológicas.
“Ser realmente o que se é, eis o padrão da vida que lhe parece ser o mais elevado, quando é livre para seguir a direção que quiser. 
 
Não se trata simplesmente de uma opção intelectual, mas parece ser a melhor descrição do comportamento hesitante, através do qual procede à exploração daquilo que quer ser.” 
 (ROGERS, 2001)
Etapas de aconselhamento 
O processo de aconselhamento possui determinadas etapas que contribuem para o sucesso do aconselhamento. 
 
Pupo e Ayres (2013) organizaram as etapas do aconselhamento, que podem variar de acordo com algumas abordagens.
1. Identificar e analisar problemas específicos; 
2. Ampliar a compreensão da pessoa acerca do problema;
3. Avaliar os recursos pessoais existentes e que podem ser desenvolvidos para resolver o problema; 
4. Definir o potencial de mudança dessas condições e atitudes pessoais; 
5. Utilizar ações específicas que podem contribuir para o processo de mudança ou para a transformação referente ao problema relatado.
Definição de aconselhamento 
Pupo e Ayres (2013) definem aconselhamento como: 
 
“Tecnologia de ajuda, de cuidado, e como uma prática instrumental que oferece auxílio estruturado e personalizado para o manejo de situações difíceis e de crise que exigem ajustamentos e adaptações, para a solução de problemas específicos e para a tomada de decisões”. 
Relação entre conselheiro e cliente 
Rogers (2001) chama a atenção para a importância da relação entre conselheiro e cliente – considerada um dos fatores de sucesso para uma intervenção –, desde que o profissional consiga: 
 
• Ser autêntico; 
• Posicionar-se de modo positivo e sem avaliações ou julgamentos 
• Manifestar um elevado grau de empatia nesse relacionamento.
Aula 07: Conflito
Temas 
• Definição;
• Tipos.
Definição 
O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis. 
Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbaram a ação ou a tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos. 
 (NASCIMENTO; EL SAYED, 2002)
O termo conflito define o conjunto de duas ou mais hipotéticas situações que são exclusivas, isto é, que não podem ter lugar em simultânea (por serem incompatíveis).
Tipos 
1. Intrapessoais: conflitos internos de cada pessoa; 
2. Interpessoais: conflitos entre pessoas; 
3. Intergrupais: conflitos entre grupos, em uma mesma organização/projeto; 
4. Interorganizacionais: conflitos entre organizações distintas. 
(NASCIMENTO; EL SAYED, 2002)
Motivos 
• Diferença de visão; 
• Objetivos incompatíveis; 
• Escassez de recursos; 
• Interdependência e oportunidade de interferência. 
(NASCIMENTO; EL SAYED, 2002)
Causas 
1. Conflitos de causa real 
Envolvem divergência política, normas, prioridades, recursos, relações formais entre as partes. 
Exigem negociações e soluções de problemas e até mesmo intervenção de uma terceira parte neutra.
2. Conflitos de causa emocional 
Compreendem sentimentos negativos entre as partes, como desconfiança, desprezo, ressentimento, medo. 
3. Conflitos de causa mista 
Conflitos de causa real + emocional.
Fontes 
1. Direitos não atendidos ou não conquistados; 
2. Mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo; 
3. Luta pelo poder; 
4. Necessidade de status; 
5. Desejo de êxito econômico; 
6. Exploração de terceiros (manipulação); 
7. Necessidades individuais não atendidas; 
8. Expectativas não atendidas.
(NASCIMENTO; EL SAYED, 2002)
Aula 08: Identificação dos conflitos
Temas 
• Forma de apresentação dos conflitos;
• Amplitude do conflito;
• Tipos de conflitos;
• Conflitos dentro das organizações.
Forma de apresentação dos conflitos 
Santos et al. (2005) mostram que: 
 
“[...] o conflito é um elemento importante. Na dinâmica pessoal ou organizacional, é um fator inevitável”. 
Por mais que desenvolvamos esforços no sentido de eliminá-lo, não podemos contê-lo. 
Amplitude do conflito 
Santos et al. (2005) ainda afirmam que: “Precisamos conhecer e saber qual é a amplitude do conflito, e como estamos preparados para trabalhar com ele”.
Tipos de conflitos 
De acordo com Nascimento (2002), existem vários tipos de conflito. 
Sua identificação pode auxiliar a detectar a estratégia mais adequada para administrá-lo.
1. Conflito latente 
 
Não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos,uma clara consciência de sua existência. 
Eventualmente, esse tipo de conflito não precisa ser trabalhado.
2. Conflito percebido 
Os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda manifestações abertas deste.
3. Conflito sentido 
Aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e forma consciente.
4. Conflito manifesto 
Aquele que já atingiu ambas as partes, que já é percebido por terceiros e que pode interferir na dinâmica da organização.
Conflitos dentro das organizações 
Santos et al. (2005) apresentam os conflitos interpessoais nas organizações. 
 
De acordo com os autores, estes ocorrem entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários motivos, tais como: 
• Diferenças de idade, sexo, valores, crenças e papéis; 
• Falta de recursos materiais e financeiros. 
 
Conflitos dentro das organizações 
Os conflitos hierárquicos colocam em jogo as relações com a autoridade existente. 
Esse tipo de conflito ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, mas não encontra apoio junto a seus subordinados, e vice-versa. 
Nesse caso, as dificuldades encontradas no dia a dia deixam a maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada.
Aula 09: Tipos de mediação
Temas 
Definição de mediação.
Definição de mediação 
Santos et al. (2005) mostram como mediar e administrar os conflitos. 
De acordo com os autores, para uma eficaz resolução dos conflitos, é preciso: 
 
• Seguir alguns passos;
• Conhecer e aplicar certos saberes;
• Definir o estilo a ser adotado.
Conforme destaca Nascimento (2002), os passos importantes para a resolução de conflitos são: 
a) Criar uma atmosfera afetiva;
b) Esclarecer as percepções;
c) Focalizar necessidades individuais e compartilhadas;
d) Construir poder positivo e compartilhado;
e) Olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado;
f) Gerar opções de ganhos mútuos;
g) Desenvolver estratégias para a ação a ser efetivada;
h) Estabelecer acordos de benefícios recíprocos.
Santos et al. (2005) ressaltam que negociamos em todos momentos ao longo de nossas vidas. 
Nos âmbitos familiares, pessoais ou profissionais, a negociação está sempre presente no relacionamento com o outro. 
De acordo com Santos et al. (2005), uma boa negociação exige certa habilidade e uma série de conceitos que devem ser colocados em prática, a fim de viabilizar o sucesso. 
Os bons negociadores precisam identificar o melhor conceito a ser adotado e, em momento mais adequado, empregá-lo no processo.
Santos et al. (2005) ainda explicam que, para um entendimento mais preciso quanto à dinâmica dos conflitos, devemos ter uma visão mais abrangente de suas inúmeras possibilidades. 
Além disso, é necessário reconhecer que existe um modo destrutivo e um construtivo de proceder.
Para Santos et al. (2005), há duas possibilidades de tratarmos o conflito de forma mais efetiva.
 São elas: 
 
1. Negativista 
Aquela que percebe a questão como algo prejudicial e que, por isso, deve ser evitada a todo custo. 
 
2. Positivista 
Aquela que trabalha a questão, procurando os benefícios que as diferenças de opiniões e os posicionamentos contrários podem gerar em nível de aprendizagem pessoal e profissional.
Aula 10: Mediação
Temas
Mediação nas diversas áreas
.
Definição
De acordo com Breitman e Porto (2001), basicamente, a mediação é uma forma de lidar com um conflito – como, por exemplo, em caso de separação, divórcio, brigas entre vizinhos etc.
Nesse caso, um terceiro (o mediador) ajuda as pessoas a se comunicarem melhor, a negociarem e, se possível, a chegarem a um acordo.
“A mediação é um processo orientado a conferir às pessoas nele envolvidas a autoria de suas próprias decisões, convidando-as à reflexão e ampliando alternativas.
É um processo não adversarial dirigido à desconstrução dos impasses que imobilizam a negociação, transformando um contexto de confronto em contexto colaborativo”.
(BREITMAN; PORTO, 2001)
Para Breitman e Porto (2001), a mediação é um processo confidencial e voluntário, no qual um terceiro imparcial facilita a negociação entre duas ou mais partes. Um acordo mutuamente aceitável pode ser um dos desfechos possíveis. 
Processo de mediação de conflitos Para Breitman e Porto (2001), a definição do processo de mediação de conflitos está diretamente relacionada à orientação teórica de seu autor. Alguns enfatizam a resolução de conflitos. Então, a mediação seria uma forma de fazer isso.Outros destacam o acordo entre as partes, de tal modo que a mediação teria como objetivo principal o acordo.
Certos autores ressaltam a comunicação no processo em questão. Logo, a mediação seria um meio de proporcionar uma melhor comunicação entre as pessoas em conflito. Por fim, há aqueles que salientam a transformação, de maneira que a mediação transformativa é mais enfatizada, não importando se as pessoas chegam a um acordo ou não.
Mediadores facilitadores querem garantir que as partes cheguem a um acordo com base em informações e compreensão.
Predominantemente, esses profissionais realizam sessões conjuntas com todos, para que as partes possam ouvir pontos de vista de cada um.
Natureza dos conflitos
Barros (2016) mostra que os conflitos nunca desaparecem, mas se transformam, porque, geralmente, intervém-se sobre os conflitos, e não sobre os sentimentos das pessoas.
Para o autor, não existe um padrão único ou um estilo pessoal característico e invariável de resolução de conflitos.
Os padrões e as dinâmicas dos conflitos variam em função da diversidade das relações em que estes emergem.
O processo pelo qual o conflito se manifesta e se dilui depende das características particulares dessas relações.
Por isso, há uma variação no estilo de resolução de conflitos.
Problematização da dinâmica dos conflitos
Para Santos et AL. (2008), uma forma de problematizar a dinâmica do conflito evidencia a importância da contextualização da situação quanto aos seguintes aspectos:
•Avaliação do impacto;
•Funcionamento psicossocial dos indivíduos;
•Resolução do conflito. 
POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Saúde e Atenção
Saúde - ausência de doenças físicas e mentais.
 
 Atenção médica curativa.
“Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença". 
 
Ações intersetoriais e interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis.
Conceito Ampliado de Saúde
Nas últimas décadas, tornou-se mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de que ele seja produtor de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte prematura de indivíduos e população. (Política nacional de Promoção da Saúde, 2010) 
Integralidade da Assistência
Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 instituiu o SUS e veio a assegurar o acesso universal dos cidadãos às ações e aos serviços de saúde, à integralidade da assistência com igualdade, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie e ampla participação social, capaz de responder pela promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, conforme as necessidades das pessoas. 
Carta de Ottawa
Promoção da Saúde
A promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, que se caracteriza pela articulação e cooperação intra e intersetorial e pela formação da Rede de Atenção à Saúde, buscando se articular com as demais redes de proteção social, com ampla participação e controle social. (Pnaps, 2014) 
Aspectos que determinam o Processo Saúde-adoecimento
Desemprego, subemprego;
Falta de saneamento básico; 
Habitação inadequada e/ou ausente;
Dificuldade de acesso à educação; 
Fome; 
Urbanização desordenada; 
Qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; 
Violência.
Individualizaçãoe Culpabilização
Tradicionalmente, os modos de viver têm sido abordados numa perspectiva individualizante e fragmentária, e colocam os sujeitos e as comunidades como os responsáveis únicos pelas várias mudanças/arranjos ocorridos no processo saúde-adoecimento ao longo da vida. 
A Importância do Coletivo
Contudo, na perspectiva ampliada de saúde, (...) os modos de viver não se referem apenas ao exercício da vontade e/ ou liberdade individual e comunitária. Ao contrário, os modos como sujeitos e coletividades elegem determinadas opções de viver como desejáveis, organizam suas escolhas e criam novas possibilidades para satisfazer suas necessidades, desejos e interesses pertencentes à ordem coletiva, uma vez que seu processo de construção se dá no contexto da própria vida. (Política Nacional de Promoção da Saúde, 2010) 
Intervenções
Propõe-se, então, que as intervenções em saúde ampliem seu escopo, (...) incidindo sobre as condições de vida e favorecendo a ampliação de escolhas saudáveis por parte dos sujeitos e das coletividades no território onde vivem e trabalham. 
Assim, a abordagem de promoção da saúde aponta para o desenvolvimento de políticas públicas e para a produção e disseminação de conhecimentos e práticas de saúde de forma compartilhada e participativa.
Valores e princípios
A) reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo de atenção e cuidado em defesa da saúde e da vida; 
B) considera como valores fundantes no processo de sua concretização a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a humanização, a corresponsabilidade, a justiça e a inclusão social; 
C) adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o empoderamento, a intersetorialidade, a intrassetorialidade, a sustentabilidade, a integralidade e a territorialidade. 
Objetivo Geral
Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. (2014)
Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais. (2010) 
Objetivos Específicos
I. Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às demais redes de proteção social; 
II. Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social, a fim de reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis com respeito às diferenças de classe social; de gênero; de orientação sexual e identidade de gênero; entre gerações; étnicoraciais; culturais; territoriais; e relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais;
III. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável; 
IV. Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios; 
V. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem viver; 
VI. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e complementares;
VII. Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de decisão e a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da vida; 
VIII. Promover processos de educação, formação profissional e capacitação específicos em promoção da saúde, de acordo com os princípios e valores expressos nesta política, para trabalhadores, gestores e cidadãos;
IX. Estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao fortalecimento dos princípios e das ações em promoção da saúde e à defesa de políticas públicas saudáveis;
X. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde;
XI. Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e inquéritos, permitindo a análise, o monitoramento, a avaliação e o financiamento das ações; 
XII. Fomentar discussões sobre os modos de consumo e produção que estejam em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde;
XIII. Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais com as agendas nacionais e internacionais.
Diretrizes
O fomento ao planejamento de ações territorializadas de promoção da saúde com base no reconhecimento de contextos locais e respeito às diversidades, para favorecer a construção de espaços de produção social, ambientes saudáveis e a busca da equidade, da garantia dos direitos humanos e da justiça social. 
Temas transversais
Os temas transversais são referências para a formulação de agendas de promoção da saúde e para a adoção de estratégias e temas prioritários, operando em consonância com os princípios e valores do SUS e da PNaPS. 
I. Determinantes Sociais da Saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade.
II. Desenvolvimento sustentável modos de consumo e produção.
III. Produção de saúde e cuidado
IV. Ambientes e territórios saudáveis 
V. Vida no trabalho 
VI. Cultura da paz e direitos humanos 
III. Produção de saúde e cuidado
Representa incorporar o tema na lógica de redes que favoreçam práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, de modo que reforcem a ação comunitária, a participação e o controle social e que promovam o reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas do saber (populares, tradicionais e científicos), construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da saúde. Significa, também, vincular o tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada, por meio de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.
VI. Cultura da paz e direitos humanos
Consiste em criar oportunidades de convivência, de solidariedade, de respeito à vida e de fortalecimento de vínculos, desenvolvendo tecnologias sociais que favoreçam a mediação de conflitos diante de situações de tensão social, garantindo os direitos humanos e as liberdades fundamentais, reduzindo as violências e construindo práticas solidárias e da cultura de paz. 
Ações específicas – 2010
I. Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde 
II. Alimentação saudável 
III. Práticas corporais e atividades físicas
IV. Prevenção e controle do tabagismo, incluindo ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais. 
V. Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas Promover, articular e mobilizar ações para redução do consumo abusivo de álcool e outras drogas, com a corresponsabilização e autonomia da população.
VI. Promoção da mobilidade segura 
E a Prevenção?
“As ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. A base do discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos.” (CZERESNIA, 2003) 
Resumo de estágio básico I. 
 
1- O que é comunicação? 
É uma das principais competências essenciais para a atuação do psicólogo. É o processo cognitivo através do qual enviamos e recebemos mensagens, com a inclusão de um significado. 
2- Quais são os elementos obrigatórios do processo de comunicação humana? 
Emissor, mensagem, meio ou canal, receptor, retorno ou feedbacke contexto. 
3- Quais são as principais ferramentas de trabalho do psicólogo? 
Falar e ouvir/ escutar. É por meio da comunicação (eficiente, eficaz e efetiva) que o profissional da Psicologia avalia o seu atendido, suas características pessoais, comportamentos, sentimentos, comunicação, pontos fortes e dificuldades doe é por meio da comunicação que intervém nesses aspectos observados/ escutados ( aconselhando, interpretando, sugerindo, encaminhando, questionando, etc) . Além de ser importante manter uma postura não-verbal coerente com a f ala, e de ouvir atenta e criticamente. Em outras palavras, uma boa comunicação depende de pensamento e reflexão. 
4- Quais são as dimensões da ação comunicativa? 
Ética 
Técnica – forma, conteúdo, meio, etc. 
Psíquica – atitude. 
Comunicação é uma competência = CHA (Conhecimento, habilidade, atitude). 
Pressupõe uma atitude, conhecimentos e habilidades. 
5- Fale um pouco a respeito da escuta clínica: 
É importante destacar neste sentido que a atitude de quem se coloca na postura de ouvinte é ativa, é a de quem não está presente como um mero espectador, receptor ou transmissor de informações. 
6- A escuta analítica – a diferença entre ouvir e escutar: 
Existe uma diferença fundamental entre ouvir e escutar. Tal diferença, sutil muitas vezes, chegando a passar despercebida na maioria dos casos, é bastante relevante para o trabalho do psicólogo. Ouvir está mais ligado ao sentido da audição, ao próprio ouvido, logo capacidade de ouvir. Assim, pode-se dizer que a escuta retém o discurso do outro. Não devemos esquecer que o que se escuta, na maioria, são coisas cujo significado só é identificado posteriormente. 
A ESCUTA PSICOLÓGICA E A SAÚDE MENTAL 
Desde os anos setenta, o processo da reforma psiquiátrica vem alterando conceitos e práticas na atenção aos transtornos mentais. Este movimento está focado na desinstitucionalização e na implementação de uma ampla rede comunitária de serviços substitutivos. Este direcionamento da reforma psiquiátrica está voltado para o cuidado dos pacientes com transtornos severos e persistentes, e para a implantação de Centros de Atenção Psicossocial. 
Este processo tem suscitado mudanças no modelo de atenção e, consequentemente, no modo de prestar cuidado em Psicologia. Abre- se para a Psicologia um campo mais abrangente, no que diz respeito às práticas relacionais e com foco no sujeito em sua integralidade . 
O estabelecimento do vínculo necessário com o usuário e favorável ao tratamento só é possível por meio de uma escuta qualificada que transcende questões superficiais e aparentes, e permite a quem escuta assumir uma conformação capaz de mergulhar na subjetividade e particularidade do modo que cada um manifesta seu sofrimento mental.
Os elementos necessários para uma escuta qualificada são a liberdade, confiança, compreensão, paciência, prontidão para ajuda, atenção, abertura à fala para a fluência dos conteúdos mais profundos, não recriminação e sigilo. 
A escuta utilizada na ferramenta terapêutica empatia, um modo de comunicação entre sujeitos que acontece independentemente da intenção consciente, permitindo que se estabeleça um tipo de troca subjetiva sem a intervenção da fala. A relação manifesta-se como campo transferencial, na qual o psicoterapeuta ocupa o lugar de suposto-saber, adotando, assim, uma estratégia onde o sujeito tenha sua palavra, seja escutado na sua singularidade, e possa também escutar e apropriar-se desse discurso. Os usuários consideram a escuta indispensável para suas vidas e entendem que se a mesma estivesse presente desde cedo teriam alcançado mais resultados positivos, relacionados à sua terapêutica. A humanização deve fazer parte sempre da prática da Psicologia.
A escuta qualificada possui potencial terapêutico quando adequadamente realizada, e contribui para a melhoria da atenção centrada na pessoa com transtorno mental. Esta escuta acessa o campo humano subjetivo, a partir do momento que é realizada qualificadamente, pois para a pessoa em sofrimento mental, significa resolução de problemas, disponibilidade, compreensão, confiança e respeito. 
Quando oferecida, melhora a condição e expressão do usuário; quando deficiente, dificulta tais expressões, corroborando com o agravamento do estado mental e da manutenção da baixa qualidade de vida.

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