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Aula 3 - Os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade

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Contabilidade geral
Paulo Roberto Galvão
0303
Sumário
CAPÍTULO 3 – Os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade ...........05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Os princípios fundamentais da contabilidade ..............................................................06
3.1.1 Princípio da entidade .......................................................................................07
3.1.2 Princípio da continuidade .................................................................................07
3.1.3 Princípio da oportunidade ................................................................................08
3.1.4 Princípio do registro pelo valor original ..............................................................09
3.1.5 Princípio da atualização monetária ....................................................................10
3.1.6 Princípio da competência .................................................................................10
3.1.7 Princípio da prudência .....................................................................................11
3.2 Normas brasileiras da contabilidade ..........................................................................11
3.2.1 Código de ética profissional do contador ...........................................................12
3.2.2 Normas Brasileiras de Contabilidade – técnicas e profissionais .............................13
3.2.3 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC ....................................................14
3.2.4 Comunicado técnico CTG 2000 .......................................................................15
Síntese ..........................................................................................................................19
Referências Bibliográficas ................................................................................................20
0505
Capítulo 3
Introdução
Vamos refletir sobre a palavra princípio, que pode ser entendido como o início de alguma coisa, 
o ponto de partida, a causa primária, etc. Por princípio você também pode entender o conjunto 
de normas, os valores, as regras, etc.
Com relação à Ciência Contábil, você deve saber que os princípios e as normas aplicáveis à 
profissão são de competência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Sendo a contabilidade uma ciência social aplicada que tem por objetivo o estudo do comporta-
mento do patrimônio das pessoas, torna-se indispensável que exista uma padronização na forma 
de estudar e, principalmente, de apresentar os relatórios a respeito do patrimônio.
Imagine que você pretenda investir em um determinado segmento e que existem várias possibili-
dades de investimento. Qual a melhor forma de avaliar em qual empresa investir?
Para que você possa fazer uma análise, o ideal é avaliar os relatórios contábeis/financeiros des-
sas empresas.
Pois bem, agora imagine se não houvesse as normas e os princípios da contabilidade. Provavel-
mente cada empresa utilizaria um critério próprio para registrar seu patrimônio e, nesse caso, a 
análise comparativa ficaria prejudicada.
Você sabe se as empresas são obrigadas a seguir os princípios da contabilidade?
Sim. Veja que a obrigatoriedade está prevista no parágrafo 1º, do artigo 1º da Resolução CFC 
nº 750, de 29 de dezembro de 1993:
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados 
por esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício 
da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC). (CFC, 2008, p. 13).
A Resolução CFC nº 1.282/10 atualizou a Resolução nº 750/93, alterando a nomenclatura dos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade para Princípios de Contabilidade. “Art. 1º Os ‘Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)’, citados na Resolução CFC nº 750/93, passam a 
denominar-se ‘Princípios de Contabilidade (PC)’”.
Importante ainda você saber que, da mesma forma, a Resolução CFC nº 751, de 29 de dezem-
bro de 1993 (CFC, 2008), dispõe sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, estabelecendo 
regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da realiza-
ção dos trabalhos do profissional da contabilidade.
Os Princípios Fundamentais e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade
06 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
3.1 Os princípios fundamentais da contabilidade
O ambiente empresarial é complexo, e as operações cotidianas envolvem movimentações finan-
ceiras e patrimoniais que necessitam ser controladas para atender aos interesses diversos. Entre 
eles, temos como exemplos os interesses governamentais, por conta do recolhimento dos tribu-
tos; os interesses dos clientes e fornecedores, por conta das transações comerciais; os interesses 
sociais, pela importância que as empresas apresentam no contexto da geração de emprego, 
renda, etc.; e, principalmente, os interesses dos sócios ou proprietários.
Ambiente empresarial
Fornecedores
Empresa
Clientes
Go
ve
rn
o
Sociedade
Só
cio
s Bancos
Figura 1 – Ambiente empresarial.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Para que esses controles permitam um bom padrão de qualidade nas análises e de comparabili-
dade entre as diferentes empresas, é necessário que algumas regras sejam estabelecidas. Muitas 
delas estão previstas na Resolução CFC nº 750/93, com nova redação dada pela Resolução 
CFC nº 1.282/10, que trata dos Princípios Fundamentais da Contabilidade.
O conhecimento dos princípios fundamentais da contabilidade é vital para o exercício 
da profissão contábil. A Resolução CFC nº 750/93 deve ser o “livro de cabeceira” 
do contador. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploa-
ds/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf>.
NÃO DEIXE DE LER...
O profissional da contabilidade deve conhecer e entender os princípios e sua correta aplicação, 
sob pena de não desempenhar suas funções de maneira correta, colocando em risco o patrimô-
nio da empresa e sua carreira profissional, sem prejuízos e eventuais penalidades.
07
E
n
t
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d
a
d
e
C
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d
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e
Oportunidade
Reconhecimento
pelo valor
Original
Atualização
Monetária Competência Prudência
Contabilidade
Princípios Fundamentais da
Contabilidade
Figura 2 – Princípios fundamentais da contabilidade.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
3.1.1 Princípio da entidade
O princípio da entidade tem por objetivo a distinção entre patrimônio empresarial e o patrimô-
nio pessoal, pois a pessoa física do sócio, ou dos sócios, não se confunde com a pessoa jurídica 
da empresa. A empresa pode pagar contas pessoais dos sócios?
Não. Os sócios têm direito a retiradas de duas naturezas: uma por remuneração do seu trabalho, 
a que se dá o nome de pró-labore, e outra pela remuneração do seu capital investido, que pode 
ser por pagamentos de dividendos, pagamento de juros sobre o capital próprio ou distribuição 
de lucros.
As despesas pessoais devem ser custeadas pelos próprios sócios. Caso a empresa efetue paga-
mentos de gastos pessoais, saiba que estes deverão ser considerados como remuneração e serão 
devidamente tributados nos termos da legislação aplicável.
Da mesma forma, os sócios não devem pagar gastos da empresa com a sua conta pessoal para 
evitarem confusão entre os patrimônios pessoal e empresarial.
3.1.2 Princípio da continuidade
A continuidade pressupõe a perenidade da empresa. Normalmente, todas as empresas têm seu 
prazo indeterminado e, portanto, todos os seus atos devem levar em conta a sua continuidade. 
Entenda que isso é de extrema importância para a contabilidade, pois influencia diretamentea 
questão do valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos.
Você sabe se todas as empresas têm prazo indeterminado?
08 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
Não. Há situações em que as empresas são constituídas por prazo determinado, mas, em tal 
situação, esse fato é de conhecimento público, inclusive constando em seus atos constitutivos 
(contrato social, estatuto ou equivalente).
A continuidade da entidade é importante, pois sua presunção sugere que a empresa seja capaz 
de, continuamente, realizar suas operações, o que, por si só, adiciona valor ao negócio. As pa-
ralisações, interrupções ou alteração no processo de produção podem acarretar perda de valor 
para a entidade, devendo ser divulgadas para serem consideradas pelos diversos usuários da 
informação contábil.
Analise a Figura 3, que demonstra a continuidade da empresa e seus reflexos na cadeia produ-
tiva:
Demanda
Consumo
Aposentadorias
e Pensões
Benefícios
Sociais
Geração de
Renda
Pagamento
Salários
Geração de
riquezas
Distribuição
de Lucros
Recolhimento
de Tributos
Produção e
venda
Integralização
do Capital
Contratação de
mão de obra
Compra de
matéria prima
A Continuidade e a Cadeia Produtiva
Figura 3 – A continuidade e a cadeia produtiva.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Observe que a empresa, ao iniciar suas atividades, investe um capital inicial, que é empregado 
na manutenção de suas operações (contratação de pessoas, aquisição de matéria-prima, produ-
ção e venda). Essas operações geram riquezas, emprego, renda e recolhimento de tributos que, 
por sua vez, geram benefícios sociais. Tudo isso alimenta a economia, incentivando o consumo 
e demandando novas operações da empresa.
A descontinuidade da empresa interromperia esse ciclo, causando reflexos não somente na eco-
nomia como também na própria geração de valor da empresa, pela incapacidade de nova ge-
ração de riquezas.
3.1.3 Princípio da oportunidade
A oportunidade está relacionada à tempestividade e à integridade, conforme você pode obser-
var no artigo 6º da Resolução nº 1282/10, a seguir:
09
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação 
da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário 
ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.
Você pode perceber que hoje, mais do que nunca, e diante das facilidades apresentadas pelas 
ferramentas tecnológicas, o registro tempestivo dos atos e fatos contábeis é condição sine qua 
non para as boas práticas da contabilidade.
Houve um tempo em que o registro do livro diário era realizado em periodicidades diversas, 
semanais, mensais, etc., assim como os fechamentos dos exercícios (que coincidiam com o ano 
civil) eram elaborados meses depois do encerramento do ano. Atualmente, a tempestividade das 
informações é fundamental para a tomada de decisões e pode significar o sucesso ou o fracasso 
de uma operação.
Compreenda que o mundo corporativo contemporâneo exige decisões rápidas e precisas e, 
como a contabilidade é a principal fonte de subsídios para as tomadas de decisão, a tempesti-
vidade dessas informações pode ser a diferença entre o sucesso e o insucesso de uma decisão.
3.1.4 Princípio do registro pelo valor original
Para você entender, esse princípio relaciona-se com o princípio da continuidade. Se a empresa 
não tem prazo definido para encerrar suas atividades, os registros devem ser efetuados com 
valores de entrada e não de saída. Quando ocorrer a alienação do bem, esta será pelo preço 
de mercado, reconhecendo-se, somente nesse momento, a diferença de valor. Veja o que diz a 
Resolução nº 1282/201 do CFC:
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, 
expressos em moeda nacional.
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, 
ao longo do tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa 
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-
los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram 
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das 
operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes 
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de 
caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos 
na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos 
valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para 
liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos 
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos 
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de 
entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações 
da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de 
saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal 
das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre 
partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional 
devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal 
dos valores dos componentes patrimoniais. 
10 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade 
constante em termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, 
é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam 
substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do 
Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento 
dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros 
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado 
período.
3.1.5 Princípio da atualização monetária
Trata-se de um princípio complementar ao do registro pelo valor original que tem por objetivo um 
ajustamento do valor em relação aos eventos econômicos, via aplicação de indexadores oficiais, 
não se caracterizando, portanto, uma nova avaliação.
Você deve considerar que a importância de tal princípio aumenta de acordo com o cenário 
econômico, ou seja, em ambiente de elevada taxa inflacionária, a necessidade de atualização 
dos ativos torna-se premente; já em um ambiente de estabilidade econômica,sua utilização não 
chega a ser tão relevante.
3.1.6 Princípio da competência
A competência significa a apropriação das receitas, custos e despesas no período em que ocor-
reu o fato gerador, independentemente do fluxo financeiro a ele relacionado.
Você sabe se é correto afirmar que receita é o mesmo que entrada de dinheiro no caixa pela 
venda de bens ou serviços?
Bem, não necessariamente a entrada de dinheiro no caixa da empresa, ainda que proveniente 
da venda de bens ou de serviços, é uma receita. De acordo com o princípio da competência, a 
receita deve ser reconhecida no momento da ocorrência do fato gerador, que, no caso da venda, 
é a transferência da posse e da propriedade do bem ou da execução do serviço.
Para você entender melhor, imagine que a empresa efetue uma venda de um bem durável de alto 
valor agregado, um automóvel, por exemplo. Se a venda for à vista, os momentos da entrega do 
bem e do recebimento do dinheiro são os mesmos e, nesse caso, a receita coincide com a entra-
da do dinheiro no caixa da empresa. Porém, se a venda for a prazo, a empresa, no momento da 
venda, emite a nota fiscal e entrega o veículo ao cliente, um bem até então de sua propriedade. 
Nesse momento, ela troca um bem por um direito (duplicatas a receber) e deve reconhecer a 
receita e, concomitantemente, o custo desse bem, baixando-o de seu estoque. Por ocasião do 
recebimento, a empresa apenas trocará um direito (duplicatas a receber) por um bem (dinheiro), 
em uma transação puramente patrimonial permutativa que não altera em nada o PL. Veja que 
o mesmo acontece com as despesas. Quando um funcionário trabalha em uma empresa que 
efetua os pagamentos no último dia útil do mês, ao efetuar o pagamento, a empresa reconhece 
a despesa com salários, porém, nos casos em que a empresa paga os salários no primeiro dia 
do mês subsequente ao trabalhado, ela deve, no final do mês, reconhecer a despesa e também 
a obrigação de pagar os salários. Posteriormente, por ocasião do pagamento, apenas liquidará 
uma passivo (salários a pagar) com um bem (dinheiro), registrando na contabilidade um evento 
permutativo.
11
3.1.7 Princípio da prudência
Previsto no artigo 10 da Resolução nº 750/93, com nova redação dada pela Resolução nº 
1.282/10, este é o princípio que determina que os registros dos elementos do ativo e dos ele-
mentos do passivo, quando apresentarem alternativas, devem ser efetuados aplicando-se o me-
nor valor para os do ativo e o maior valor para os do passivo, consequentemente resultando em 
um menor Patrimônio Líquido.
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do 
ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente 
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução 
no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, 
no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas 
não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais.
É importante você saber que a aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade não é 
opcional e que o seu não atendimento sujeita o infrator às penalidades previstas na legislação 
pertinente e no código de ética da contabilidade.
Conhecer os princípios fundamentais da contabilidade não se trata apenas de uma exigência 
legal, é de extrema importância para que você, enquanto profissional da contabilidade, desem-
penhe suas atividades com qualidade e segurança. No entanto, não são somente os princípios 
que regem a profissão.
3.2 Normas brasileiras da contabilidade
Como você sabe, a contabilidade é uma profissão regulamentada, e o seu exercício profissional 
é normatizado e fiscalizado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A Resolução nº 560, 
de 28 de outubro de 1983, dispõe sobre as prerrogativas da profissão contábil. Veja:
Art. 1º O exercício das atividades compreendidas na Contabilidade, considerada esta na sua 
plena amplitude e condição de Ciência Aplicada, constitui prerrogativa, sem exceção, dos 
contadores e dos técnicos em contabilidade legalmente habilitados, ressalvadas as atribuições 
privativas dos contadores. (CFC, 2008, p. 52).
A referida resolução, no seu artigo 2º, especifica os campos e as formas de atuação do profis-
sional da contabilidade: profissional liberal, empregado da área pública ou privada, empregado 
pelo regime CLT, empresário ou qualquer outra situação jurídica permitida pela legislação.
Além da amplitude de possibilidade de atuações previstas no artigo 2º, a resolução traz, ainda, 
nos artigos subsequentes, as atribuições, privativas e compartilhadas, da profissão contábil.
Embora a referida resolução não tenha sido revogada, a Lei nº 12.249/2010 traz, no seu artigo 
76, importantes alterações no que se refere às Normas Brasileiras de Contabilidade e à profissão 
contábil, alterando inclusive o Decreto-lei nº 9.295/46, com o objetivo de atender às convergên-
cias das normas ao padrão internacional.
12 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
Qualquer pessoa pode exercer a função de contador?
Não. A função de contador é prerrogativa privada ao profissional da contabilidade, 
devidamente inscrito no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Atualmente, o 
profissional da contabilidade, além da formação acadêmica adequada, deve ser apro-
vado no exame de suficiência do CFC para obter o seu registro no CRC.
NÓS QUEREMOS SABER!
3.2.1 Código de ética profissional do contador
A Resolução CFC nº 803, de 10 de outubro de 1996, institui o Código de Ética da profissão con-
tábil com o objetivo de estabelecer as normas de conduta no exercício profissional e os deveres 
e as proibições do profissional da contabilidade, dando atenção especial aos valores dos hono-
rários profissionais e às obrigações para com os colegas e a classe, definindo as penalidades em 
caso de transgressão ao código.
As Resoluções nº 972 e nº 987, ambas de 2003, atualizaram o Código de Ética da profissão 
contábil, inclusive mudando sua denominação para Código de Ética Profissional do Contabilista, 
que deve ser seguido pelo contador e pelo técnico em contabilidade.
Pro�ssional
da
Contabilidade
Deveres
VedaçõesRespeito
Publicidade Responsabilidade
Ética Pro�ssional
Figura 4 – Ética profissional.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015). 
A Figura 4 representa o conjunto de valores necessários para uma conduta ética/profissional.
13
3.2.2 Normas Brasileiras de Contabilidade – técnicas e profissionais
A Resolução CFC nº 751/93 estabelece as Normas Brasileiras de Contabilidade como sendo 
uma regra de condutas técnicas e profissionais, utilizando, como nomenclatura, NBC T para as 
normas técnicas e NBC P para as normas profissionais. Essa resolução estabelece, ainda, que 
poderão ser emitidas interpretações técnicas (IT) e comunicações técnicas (CT).
Saiba que as normas técnicas e profissionais obedecem a uma estrutura específica, definida 
pelos seus artigos 6º e 7º, e buscam atingir um padrão de qualidade e comparabilidade nas 
demonstrações contábeis.
As demonstrações contábeis, como você já viu, devem ser elaboradas para atender às expectati-
vas dos mais diversos usuários, bem como às exigências da legislação vigente, devendo ser úteis 
e comparáveis, seguindo a estrutura conceitual concebida para esse fim.
Essa estrutura atende a diversos requisitos, como finalidade, alcance, necessidades dos usuários, 
objetivos, etc., e tem como pressupostos básicos o regime de competência, a continuidade dos 
negócios, as informações qualitativas, a compreensibilidade, a relevância, a materialidade, a 
confiabilidade, a adequação, a primaziada essência sobre a forma, a integridade, a compara-
bilidade, entre outros.
Artigo 6o A Estrutura das Normas Profissionais:
NBC P 1 - Normas Profissionais de Auditor Independente
NBC P 2 - Normas Profissionais do Perito
NBC P 3 - Normas Profissionais do Auditor Interno
NBC P 4 - Normas para a Educação Profissional Continuada
NBC P 5 - Norma Sobre Exame de Qualificação Técnica para Registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes
Artigo 7o A Estrutura das Normas Técnicas:
NBC T 1 – Estrutura Conceitual Para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
NBC T 2 - Escrituração Contábil
NBC T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis
NBC T 4 - Avaliação Patrimonial
NBC T 5 - Atualização Monetária
NBC T 6 - Divulgação das Demonstrações Contábeis
NBC T 7 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis
NBC T 8 - Demonstrações Contábeis Consolidadas
NBC T 9 - Fusão, Incorporação, Cisão, Transformação e Liquidação de Entidades
NBC T 10 - specto Contábeis Espefíficos em Entidades Diversas
NBC T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis
NBC T 12 - Da Auditoria Interna
NBC T 13 - Perícia Contábil
NBC T 14 - Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental
NBC T 16 - Aspectos Contábeis Específicos da Gestão Governamental
NBC T 17 - Divulgação sobre Partes Relacionadas
NBC T 19 - Aspectos Contábeis Específicos
NBC T 20 - Contabilidade de Custos
Figura 5 – Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
14 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
3.2.3 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC
Diante da necessidade de adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade às convergências 
das Normas Internacionais de Contabilidade, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC) pela Resolução CFC nº 1.055, de 7 de outubro de 2005.
RESOLUÇÃO CFC Nº 1.055/05
Cria o COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – (CPC), e dá outras providências.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais 
e regimentais, CONSIDERANDO que a crescente importância da internacionalização 
das normas contábeis vem levando inúmeros países a caminhar para um processo de 
convergência que tenha como consequência:
a) a redução de riscos nos investimentos internacionais (quer os sob a forma de empréstimo 
financeiro quer os sob a forma de participação societária), bem como os créditos de natureza 
comercial, redução de riscos essa derivada de um melhor entendimento das demonstrações 
contábeis elaboradas pelos diversos países por parte dos investidores, financiadores e 
fornecedores de crédito;
b) a maior facilidade de comunicação internacional no mundo dos negócios com o uso de 
uma linguagem contábil bem mais homogênea;
c) a redução do custo do capital que deriva dessa harmonização, o que no caso é de 
interesse, particularmente, vital para o Brasil; [...] (CFC, 2008, p. 70).
O CPC foi criado para atender às demandas da convergência das normas internacionais e é 
composto por representantes de diversas entidades nacionais. Veja:
a) Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca);
b) Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec 
Nacional);
c) Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa);
d) Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
e) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon);
f) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras (Fipecafi).
Compreenda que o objetivo do CPC é o estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos 
técnicos sobre procedimentos de contabilidade, bem como a divulgação de informações des-
sa natureza para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira visando 
à centralização e à uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais, conforme o artigo 3º da 
Resolução nº 1.055/05.
Os Pronunciamentos Técnicos Contábeis (2012) apresentam, na íntegra, todos os 
pronunciamentos do CPC de forma clara, precisa e com a abrangência necessária à 
correta elaboração das demonstrações contábeis que atendam tanto às normas e legis-
lação interna como à convergência das normas internacionais. Disponível em: <http://
static.cpc.mediagroup.com.br/Imagens/Pronunciamentos%20T%C3%A9cnicos%20
Cont%C3%A1beis%202012.pdf>.
NÃO DEIXE DE LER...
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Veja um resumo dos principais pontos tratados pelo CPC:
Estrutura:
Capítulo 1: o objetivo deste capítulo é a elaboração e divulgação de relatório contábil-finan-
ceiro de propósito geral.
Contém um posicionamento mais claro sobre as informações contidas nos relatórios contá-
beis/financeiros, que se destinam primariamente aos seguintes usuários externos: investido-
res, financiadores e outros credores sem hierarquia de prioridade. Contém ainda posiciona-
mento também mais claro sobre o pronto provimento de informação fidedigna e relevante, 
que pode melhorar a confiança do usuário e, assim, contribuir para a promoção da estabili-
dade econômica.
Capítulo 2: trata do conceito relativo à entidade que divulga a informação.
Capítulo 3: aborda as características qualitativas da informação contábil-financeira útil.
Neste capítulo 3, define-se que são apenas duas as características qualitativas fundamentais 
das demonstrações contábeis obrigatoriamente a serem sempre observadas: relevância e 
representação fidedigna.
As demais são características qualitativas de melhoria da qualidade das demonstrações 
contábeis: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade, menos 
críticas, mas, ainda assim, altamente desejáveis.
A característica qualitativa confiabilidade foi aqui denominada de representação fidedigna.
A característica essência sobre a forma foi formalmente retirada da condição de componente 
separado da representação fidedigna, por ser considerada uma redundância.
A característica prudência (conservadorismo) foi também retirada da condição de aspecto da 
representação fidedigna por ser considerada inconsistente com a neutralidade. Subavalia-
ções de ativos e superavaliações de passivos, com consequentes registros de desempenhos 
posteriores inflados, são consideradas incompatíveis com a informação que pretende ser 
neutra.
Capítulo 4: contém o texto remanescente da antiga Estrutura Conceitual.
Quadro 1 – Resumo dos Pronunciamentos Técnicos Contábeis.
Fonte: CPC, 2012.
A leitura desse resumo permite a você inferir que o CPC teve o cuidado de se estruturar com o ob-
jetivo de garantir uma série de interesses, a começar pelos usuários das informações contábeis, 
sejam eles internos ou externos, públicos ou privados, tratando de adequar as características 
gerais dos relatórios a tais interesses, não deixando de observar as entidades, suas necessidades 
e as características qualitativas das informações, preservando, ainda, a estrutura remanescente, 
que não tenha sido alterada pelas mudanças na legislação.
3.2.4 Comunicado técnico CTG 2000
Em 4 de março de 2009, foi editado o CTG 2000 (COSIF, 2009), que tem por objetivo abordar 
como os ajustes das novas práticas contábeis, adotadas no Brasil e trazidas pela Lei nº 11.638, 
de 28 de dezembro de 2007, e Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, devem 
ser tratados. Seu principal objetivo é a orientação dos profissionais de contabilidade na execução 
dos registros e na elaboração das demonstrações contábeis, em concordância com a adoção das 
novas práticas contábeis adotadas no Brasil.
16 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
Veja que isso foi necessário para o fiel atendimento à Lei nº 11.638/07, à MP nº 449/08, aos 
Pronunciamentos Técnicos do CPC, bem como às NormasBrasileiras de Contabilidade.
O referido comunicado técnico apresenta as principais alterações que trouxeram impacto nos 
procedimentos e práticas contábeis. Veja o resumo apresentado no quadro a seguir:
Quadro Resumo das Principais alterações trazidas pela Lei 11.638/07 e pela MP 449/08
(a) Classificação do Ativo e do Passivo em "Circulante e não Circulante";
(b) Extinção do grupo Ativo Permanente;
(c) Restrição ao longo do exercício de 2008 e extinção, na data de 05/12/2008, do subgrupo "Ativo Diferido";
(d) Criação do subgrupo "Intangível" no grupo do Ativo Circulante;
(e) Proibição, da prática da reavaliação espontânea de Ativos;
(f) Aplicação, ao final de cada exercício social, do teste de recuperabilidade dos ativos (teste de impairment );
(g) Registro, em contas de ativo e passivo, dos contratos de arrendamento mercantil financeiro (leasing );
(h) Extinção do grupo Resultados de Exercícios Futuros;
(i) Criação, no Patrimônio Líquido, da conta "Ajustes de Avaliação Patrimonial";
(j) Destinação do saldo de Lucros Acumulados;
(k) Alteração da sistemática de contabilização das doações e subvenções ficais, anteriormente contabilizadas
 em Reserva de Capital;
(l) Alteração da sistemática de contabilização dos prêmios nas emissões de debêntures, anteriormente 
contabilizados em conta de Reserva de Capital;
(m) Extinção da classificação das Receitas e Despesas em Operacionais e Não Operacionais;
(n) Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) pela Demosntração do 
Fluxo de Caixa (DFC)
no conjunto das Demonstrações Contábeis 
(o) Obrigatorie da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pelas Companhias Abertas;
(q) Implantação da apuração do ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo.
Figura 6 – Principais alterações promovidas pela Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08.
Fonte: Elaborada pelo autor, com base no CTG 2000 (2015).
Como você viu, a Figura 7 resume as principais mudanças a serem observadas pelos profissio-
nais da contabilidade. A primeira delas refere-se à classificação tanto do ativo como do passivo 
em circulante e não circulante, extinguindo-se, assim, as classificações de realizável em lon-
go prazo e exigível em longo prazo. Na sequência, você observa a extinção do permanente, 
ficando as contas de investimento, imobilizado e intangível integrando o ativo não circulan-
te, sendo que o intangível foi uma das mudanças impostas pelas novas regras.
Além dessas mudanças na classificação das contas e na estrutura das demonstrações contábeis, 
perceba que as novas regras trouxeram inovações quanto à reavaliação patrimonial, à substi-
tuição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (Doar) pela Demonstração do 
Fluxo de Caixa (DFC), à obrigatoriedade da elaboração da Demonstração do Valor Adicionado 
(DVA) e à implantação do ajuste no valor presente dos itens do ativo e do passivo.
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Qual o procedimento a ser adotado pelas empresas que possuíam saldo na conta “di-
ferido” após a sua extinção pela MP nº 449/08? Embora o subgrupo do ativo diferido 
tenha sido extinto com a edição da MP nº 449/08, que acrescentou o artigo 299-A 
à Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das S/A), as entidades em fase pré-
-operacional que continuaram contabilizando os gastos pré-operacionais ao longo do 
exercício de 2008, em conformidade com a Lei nº 11.638/07, devem, a partir de 5 de 
dezembro de 2008, realizar os registros contábeis dos referidos gastos em contas de 
resultado. Saiba mais acessando: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/reso-
lucaocfc1159_2009.htm>.
NÓS QUEREMOS SABER!
Note que a contabilidade, enquanto ciência, não é estática e que vem atualizando-se constan-
temente de forma a atender às mudanças e necessidades do mundo corporativo, cada dia mais 
globalizado.
A velocidade das mudanças, incluindo-se as inovações tecnológicas, não só no que tange à 
informatização dos procedimentos contábeis, como também dos processos produtivos, adminis-
trativos, de comunicação, etc., exige, a cada dia, que a contabilidade se adapte ao novo cenário 
da economia mundial, produzindo informações relevantes, tempestivas, fidedignas e em confor-
midade com as normas aplicáveis.
Perceba que isso tudo exige do profissional da contabilidade formação sólida, capacitação cons-
tante e interesse em conhecer novas ferramentas, desenvolver novas habilidades e competências.
A ciência contábil exige do profissional o conhecimento e a aplicação das normas, mas o merca-
do exige ainda mais. Hoje, você pode notar que a profissão contábil encontra-se em um processo 
de valorização crescente diante das necessidades de profissionais habilitados e capacitados ao 
exercício das boas práticas da gestão e governança corporativa.
O profissional que dominar as técnicas e as normas e aplicá-las em suas atribuições diárias cer-
tamente irá se destacar e progredir rapidamente na sua carreira profissional.
A geração de informações para a tomada de decisões sempre foi e sempre será uma das atribui-
ções do profissional da contabilidade, mas a potencialização das informações contábeis/finan-
ceiras, transformando-as em conhecimento, e a transmissão desse conhecimento aos stakehol-
ders e aos shareholders, levará esse profissional a ser valorizado e desejado pelo mercado de 
trabalho.
Saiba que os precursores da implantação das convergências às normas internacionais e ade-
quação aos CPCs foram às empresas que atuam no mercado financeiro, órgãos como a Bolsa 
de Valores de São Paulo (Bovespa) e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 
indutores das boas práticas da contabilidade.
As demonstrações financeiras, como você viu, são instrumentos valiosíssimos nas análises para 
a avaliação e valorização das ações das empresas no mercado de capital. Empresas listadas no 
novo mercado necessitam de um alto grau de governança corporativa, e o atendimento às nor-
mas é condição sine qua non para as chamadas boas práticas dessa governança.
18 Laureate- International Universities
Contabilidade geral
Francisco D’Auria nasceu em São Paulo, em 16 de julho de 1884. Em 1905, ele ingres-
sou na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo mediante concurso público. Entre 
as suas principais atividades, ele foi membro da comissão de partidas dobradas do 
Tesouro Nacional; fundador e diretor da Revista Brasileira de Contabilidade; diretor da 
Contabilidade do Tesouro do Estado de São Paulo; fundador e presidente do Sindicato 
dos Contabilistas de São Paulo; Contador Geral da República; Contador do Departa-
mento de Comércio Álvares Penteado; professor da Escola Técnico-Comercial do Insti-
tuto Brasileiro de Contabilidade; Contador Geral do Estado de São Paulo; professor da 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo; 
Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo; Secretário de Finanças da Prefeitura de 
São Paulo. D’Auria teve seu trabalho reconhecido no exterior e foi agraciado com os 
títulos de Membro da The Econometric Society, de New Haven (Estados Unidos); Sócio 
Correspondente da Societé de Comptabilité de France; e Contador Emérito das Améri-
cas. Ele possuía uma maneira própria de escrever seus trabalhos. Todos foram escritos 
à mão para, depois, serem datilografados por seus assessores. D’Auria escreveu 23 
livros sobre contabilidade e matérias afins. Saiba mais em: <http://www.unifae.br/
intelligentia/pensadores/francisco.asp>.
VOCÊ O CONHECE?
1919
Síntese
•	 Os princípios fundamentais da contabilidade são a base de sustentação da ciência 
contábil. Eles norteiam os trabalhos dos profissionais da contabilidade, garantindo o 
padrão de qualidade e comparabilidade dos relatórios contábeis.
•	 Todos os princípios são de suma importância, no entanto, os da entidade e da 
continuidade tornam-se, no contexto empresarial, basilares,pois presumem que as 
empresas possuem identidade e vida própria e que são perenes, contribuindo com a 
dinâmica do mundo econômico.
•	 Além dos princípios, outras regras são de fundamental importância. A contabilidade é 
uma profissão regulamentada, e seu órgão regulamentador, o CFC, é responsável pela 
normatização da profissão e dos profissionais. Para tanto, por intermédio de resoluções, 
edita normas de conduta pessoal (Código de Ética) e profissional (Normas Brasileiras de 
Contabilidade).
•	 A globalização encurtou distâncias e diminuiu o tempo, obrigando os países a adequarem-
se a uma linguagem universal. Isso, em termos de negócios, traduz-se na convergência 
das normas internacionais da contabilidade.
•	 Para melhor adequação ao processo de convergência, criou-se o Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão formado por representantes de diversas 
entidades representativas de classes com atuação relevante no mercado financeiro, 
acadêmico e empresarial, encarregado de emitir procedimentos capazes de uniformizar 
e harmonizar as demonstrações contábeis.
•	 A obediência aos pronunciamentos técnicos contábeis não se trata apenas de 
cumprimento da legislação, mas é condição indispensável para as empresas que desejam 
participar do mercado de capital. E ainda mais, a correta interpretação e aplicação dos 
pronunciamentos, na elaboração das demonstrações contábeis é uma fonte incalculável 
de recursos para se dar aos relatórios a qualidade necessária para que se constituam na 
maior fonte de informações e conhecimento sobre a empresa, seu patrimônio, objetivos 
e cumprimento dos seus deveres socioeconômicos.
•	 A normatização dos procedimentos contábeis e a necessidade da sua correta aplicação 
são importantes para que se tire o melhor proveito possível das demonstrações contábeis.
NÃO DEIXE DE VER...
Wall Street, de Oliver Stone (EUA, 1987). O filme é um interessante retrato sobre a 
Bolsa de Valores de Nova York. Mesmo se referindo a uma época anterior à crise eco-
nômica, que atingiu as finanças mundiais em 2008, a obra permite que o espectador 
tenha uma ideia sobre o funcionamento do mercado de ações, epicentro da crise.
Síntese
Referências
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. Acesso em: 20 
maio 2015.
______. Presidência da República. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga 
dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 20 maio 2015.
______. Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Altera a legislação tributária 
federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários, concede remissão nos casos 
em que especifica, institui regime tributário de transição, e dá outras providências. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/mpv/449.htm>. Acesso em: 
20 maio 2015.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Conceitual Básico. 
Brasília: CFC, 2008. Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/455_
CPC00%20Pronunciamento.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2015.
______. Pronunciamentos Técnicos Contábeis. Brasília: CFC, 2012. Disponível em: 
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Imagens/Pronunciamentos%20T%C3%A9cnicos%20
Cont%C3%A1beis%202012.pdf>. Acesso em: 20 maio 2015.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Princípios Fundamentais da Contabi-
lidade. 3. ed. Resoluções CFC nº 750/93; nº 751/93; nº 803/96; nº 1.055/05. Brasília: 
CFC, 2008. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/
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______. Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade. 3. ed. Brasília: 
CFC, 2008.
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PADOVEZE, C. L. Introdução à Contabilidade, com abordagem para não-contadores. 
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Bibliográficas
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