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Curso Aleitamento Materno

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Curso 
 Aleitamento Materno 
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Conteúdo 
 
 
 
Aspectos históricos .............................................................................................. Pág.6 
A importância da amamentação ........................................................................... Pág.8 
As mamas e a produção de leite materno ............................................................ Pág.20 
O leite materno ..................................................................................................... Pág.22 
A alimentação das lactantes ................................................................................ Pág.26 
 Posição do aleitamento materno .......................................................................... Pág.29 
Dificuldades na amamentação ............................................................................. Pág.42 
Casos especiais ................................................................................................... Pág.51 
Quando a amamentação não deve ocorrer .......................................................... Pág.59 
Quando a amamentação deve ocorrer ................................................................. Pág.63 
Relactação ........................................................................................................... Pág.67 
 A amamentação e as leis ..................................................................................... Pág.69 
Políticas de Incentivo ao Aleitamento Materno .................................................... Pág.72 
Doação de leite materno ...................................................................................... Pág.78 
Introdução de outros alimentos e desmame ........................................................ Pág.83 
 Bibliografia........................................................................................................... Pág.87 
 
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1.1 – Aspectos históricos 
 
O ato de alimentar os filhos faz parte do instinto materno. É possível 
observar esse fenômeno também no mundo animal. Assim que seus filhotes 
nascem, alguns pássaros, por exemplo, saem em busca de alimentos que 
serão depositados diretamente nos bicos dos recém-nascidos. Já com os 
mamíferos, incluindo os humanos, a primeira alimentação dos filhos é feita 
por meio das mamas, onde eles sugam o leite materno. 
 
Entretanto, a amamentação sofreu grandes influências sociais e 
culturais ao longo do tempo. Séculos antes de Cristo, as mulheres 
 
 
7 
alimentavam seus bebês usando outros artifícios como xícaras com bicos e 
pequenos potes feitos de barro. Esses objetos foram encontrados por 
arqueólogos em túmulos de crianças. 
 
Isso indica que as mulheres buscavam uma forma de substituir a 
amamentação feita pela mãe. Outra prática, também bastante antiga, para a 
substituição da amamentação materna é a das amas de leite. 
 
As amas de leite amamentavam os filhos de mulheres ricas e, 
muitas vezes amamentavam também seus próprios filhos. As senhoras ricas 
obrigavam as amas a alimentarem primeiro os herdeiros acreditando que 
ficariam com um leite mais saudável. Depois é que os filhos das amas eram 
alimentados. 
 
Há menção de amas de leite na Bíblia e nas mitologias de diversos 
povos. Por volta de 1.700 a.C. a prática da ama de leite foi regulamentada 
em um código de leis chamado Hamurabi, elaborado pelo Rei Hamurabi. 
 
No Brasil, essa prática foi uma influência do que ocorria na Europa, 
trazida para cá pelas mães portuguesas que deixavam a amamentação de 
seus filhos a cargo de escravas. A maternidade era vista como algo que 
atrapalhava o bom andamento da vida social da mulher. 
 
Entretanto, fazer uso de uma ama de leite não era muito saudável 
para o bebê. De acordo com a filósofa francesa Elisabeth Badinter, em Paris 
entre os anos de 1780 a 1789, 26,5% das crianças amamentadas por ama 
de leite, faleciam antes de completar um ano. 
 
Isso porque o leite oferecido pelas amas, muitas vezes já não era 
mais o colostro, o leite produzido no primeiro mês de amamentação, que 
será detalhado mais adiante. Esse leite possui todos os nutrientes 
necessários para o desenvolvimento saudável do bebê. 
 
Foi então que na Europa, devidas às altas taxas de mortalidade 
infantil, muitos estudos começaram a ser desenvolvidos nessa época. Os 
resultados dos estudos apontavam que a causa de tantas mortes era 
justamente a prática das amas de leite. 
 
Assim, foram sendo publicados textos que recomendavam que as 
mães amamentassem seus filhos, pelo fato de ser mais saudável aos bebês. 
Com o tempo a amamentação se tornou um hábito entre as mães e a taxa 
de mortalidade infantil reduziu. 
 
Nos dias de hoje, ainda existem mães que interrompem a 
amamentação antes do tempo recomendado, por diversas razões. Mas em 
contrapartida, há uma grande conscientização por parte das mães e dos 
familiares de que a amamentação só traz benefícios tanto para a mãe 
quanto para os bebês. 
 
 
 
8 
 1.2 – A importância da amamentação 
 
As ações positivas causadas pelo aleitamento materno são 
inúmeras. Já durante a gestação as mamas vão sendo preparadas para o 
momento de amamentar. Isso só pode significar que amamentar é um 
processo natural e deve ocorrer. 
 
Os benefícios serão vistos na saúde do bebê, em aspectos 
psicológicos da mãe e do filho, no fortalecimento do vínculo mãe/filho e 
também em aspectos financeiros, já que o leite materno, além de ter todos 
os nutrientes que o bebê necessita, é de graça. 
 
Nos primeiros 30 dias após o nascimento da criança, o organismo da 
mãe vai produzir o colostro. Esse é o nome dado ao primeiro leite que o 
bebê terá contato. 
 
No primeiro mês após o parto o colostro vai se transformando em 
leite maduro aos poucos, sendo que nos primeiros sete dias, 
aproximadamente, ele é unicamente colostro e, depois dos 30 dias, ele é só 
leite maduro. O colostro é mais grosso e mais amarelado do que o leite 
maduro. 
 
 Esse primeiro leite possui muitas vitaminas, proteínas e minerais 
necessários ao desenvolvimento do bebê. Ele é também menos gorduroso 
que o leite maduro e possui algumas células nutritivas que já estavam 
presentes nas mamas antes do parto. 
 
Outra qualidade importante do colostro é sua riqueza em 
imunoglobulinas e leucócitos, responsáveis pelas defesas do bebê. Essas 
células são anticorpos produzidos pelo sistema imunológico da mãe e são 
indispensáveis à criança, já que, logo após o parto, as defesas dela 
diminuem consideravelmente. Depois de 72 horas, há apenas 20% de 
anticorpos do que havia nas primeiras 24 horas. 
 
O colostro também funciona como um laxante, pois, no parto, é 
possível que o bebê ingira algumas substâncias que precisam sair de seu 
organismo, como o mecônio, por exemplo. 
 
O mecônio é um líquido que compõe o líquido amniótico e vai se 
tornando mais escuro com o passar da gravidez devido às fezes do bebê. 
Em alguns partos, pode ocorrer a ingestão do mecônio e ele será eliminado 
graças às propriedades laxantes do colostro. É por isso que as primeiras 
fezes do bebê são escuras e meio esverdeadas. 
 
A Organização Mundial de Saúde, a OMS, e a UNICEF fazem 
campanhas de recomendação para que as mães alimentem seus filhos 
apenas com o leite materno nos primeiros seis meses de vida da criança. 
 
9 
A inclusão de outro tipo de alimento antes do seis meses, até 
mesmo o leite de vaca, pode ser prejudicial à nutrição e à saúde do bebê. O 
leite materno contém tudo o que a criança necessita nesse estágio da vida. 
Essa recomendação só pode ser alterada caso o médico receite algum 
suplemento.
Após os seis meses, outros alimentos podem ser introduzidos na 
dieta do bebê, como sopas, papinhas e algumas frutas. A OMS recomenda 
que todos os bebês com mais de seis meses se alimentem tanto desses 
alimentos como do leite materno. 
 
Os bebês devem continuar a ser amamentados com o leite materno 
até pelo menos os dois anos de vida. Os benefícios da amamentação podem 
ser vistos por toda a vida do bebê. 
 
Os que mamaram no peito pelo tempo recomendado têm menos 
risco de desenvolver uma série de doenças. 
 
As doenças mentais são evitadas graças aos componentes 
presentes no leite que revestem o cérebro e também à proximidade entre 
mãe e filho no momento da amamentação. Isso também faz com que as 
crianças saibam administrar melhor situações de estresse, até mesmo na 
adolescência. 
 
Por conta de todas as propriedades nutricionais do leite e suas 
substâncias benéficas para o bebê, há um menor risco de a criança 
desenvolver diabetes, diarreias, meningite, hipertensão, e problemas do 
coração. 
 
A diabetes tem chances menores de surgir por conta do aleitamento 
tanto na criança, quanto na mãe. Isso ocorre porque a mãe que amamenta 
consegue equilibrar melhor os níveis de glicose no sangue. 
 
A Organização Mundial de Saúde publicou um estudo que apontou 
que as mães que amamentam têm redução de 15% nas chances de adquirir 
diabetes tipo II para cada 2 anos de aleitamento. 
 
Os bebês amamentados pelo tempo recomendado, de acordo com 
esse estudo da OMS, correm menos riscos de adquirirem hipertensão, têm 
níveis de colesterol ruim reduzidos e 37% menos chances de ter diabete tipo 
II. 
 
Para os casos de diabetes tipo I, mais grave, estima-se que, se o 
leite de vaca for introduzido na alimentação da criança antes dos três meses 
de idade, as chances de adquirir essa doença aumentam em 50%. 
 
Outro problema que pode ser evitado graças ao tempo recomendado 
de aleitamento materno é a obesidade infantil, que, muitas vezes, dura até a 
vida adulta da criança. 
 
 
10 
O leite materno possui propriedades que auxiliam o trabalho 
digestivo da criança, além de ajudarem o bom funcionamento dos rins e do 
metabolismo para diminuir as células de gordura. 
 
As doenças respiratórias também podem ser evitadas com 
amamentação. Quando estão mamando, os bebês respiram somente pelo 
nariz e isso vai se tornar um hábito. 
 
Se a criança não mamou no peito pelo tempo recomendado, ela 
corre o risco de respirar pela boca, o que pode ocasionar problemas na 
garganta, no nariz e processos alérgicos. 
 
De acordo com a fonoaudióloga Jamile Elias, “respirar pela boca 
altera a função muscular. Os músculos da face tornam-se flácidos e a boca 
fica mais facilmente aberta. Essa flacidez faz com que ela respire ainda mais 
pela boca, não tendo força para mastigar alimentos mais sólidos. A 
respiração oral altera a mastigação, deglutição e sucção, e provoca 
modificações na arcada dentária como queixo para trás, céu da boca estreito 
e profundo, além de má formação da arcada”. 
 
E esses problemas causados pela respiração oral podem se 
estender por toda a vida da criança, inclusive na fase adulta, fazendo com 
que ela corra o risco de desenvolver apneia do sono, distúrbio respiratório 
em que a língua tampa a garganta e impede a respiração. 
 
A criança que tem a respiração feita pela boca é geralmente mais 
agitada, dorme mal e se cansa com mais facilidade. Por consequência disso, 
ela terá dificuldades de concentração, o que refletirá em seu aprendizado. 
 
Mas não é só o bebê que lucra com a amamentação. O corpo da 
mãe também se beneficia. 
 
O organismo feminino libera um hormônio chamado oxitocina, que 
só age em três situações: nas relações sexuais, no parto e na 
amamentação. A função dessa substância é contrair as fibras do útero. 
 
Na gestação, o útero aumenta de 500 a 1000 vezes seu tamanho 
original para abrigar o feto. Após o parto, o útero ainda está expandido, ele 
demora alguns dias para retornar ao seu tamanho normal. Mas com a 
amamentação e a liberação de oxitocina, esse processo é acelerado 
diminuindo o sangramento pós-parto e evitando anemias. 
 
Amamentar também gasta calorias, pois o corpo usa energia para 
produzir o leite. Se uma mulher amamenta seu filho com frequência, a 
tendência é perder meio quilo por mês. 
 
A amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama, pois as 
glândulas mamárias amadurecem no período de aleitamento e as mamas 
recebem grande carga de células do sistema imunológico. 
 
 
11 
Quanto mais tempo a mãe amamentar seu filho, menores são os 
riscos de desenvolvimento de câncer de mama. Entretanto, é importante 
lembrar que a amamentação não é uma vacina contra o câncer. 
 
Outro tipo de câncer que pode ser prevenido com a amamentação é 
o de ovário. Esse câncer ocorre quando há um trauma causado por 
ovulações sem pausa, fazendo as células cancerígenas se proliferarem. 
Durante a amamentação não há ovulação, por isso ela previne esse tipo de 
câncer. 
 
A ausência de ovulação também não deixa que a mulher engravide 
novamente. Quando a ovulação voltar ao normal, ela poderá engravidar. No 
período de amamentação, ficar grávida é mais difícil, mas não é impossível. 
 
A osteoporose também é menos recorrente em mulheres que 
amamentaram. Durante o período de aleitamento, a mulher perde uma 
quantidade considerável de cálcio, pois ele é transferido para o leite e 
passado ao bebê. 
 
Quando ocorre o desmame e a normalidade da menstruação, esse 
cálcio é reposto e a mulher que amamentou chega a ficar com mais cálcio 
do que uma que não tenha amamentado. 
 
Além de todos esses benefícios para a saúde da mãe e do bebê, o 
vínculo afetivo criado no momento da amamentação é muito benéfico. O 
contato físico auxiliará o bebê a se relacionar melhor com outras pessoas. 
 
A mãe, por sua vez, se sentirá plena e realizada como mãe e 
mulher. Saber que vem de dela tudo o que um bebê precisa para se 
alimentar, é gratificante. 
 
 
Algumas mentiras sobre o aleitamento materno 
 
 
A falta de informação e de orientação faz com que muitas mães 
tomem atitudes equivocadas em relação à amamentação. Muitas acreditam 
em algumas crenças populares e acabam antecipando o desmame dos 
bebês. 
 
Por isso, é importante consultar sempre um especialista antes de 
tomar alguma atitude em relação à alimentação da criança, para que ela não 
tenha problemas de saúde, de nutrição ou de desenvolvimento intelectual. 
 
 
 
 
 
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Vejamos algumas informações falsas sobre amamentação: 
 
 Uma mulher com seios pequenos vai produzir menos leite. 
Mentira. A produção de leite não depende do tamanho das mamas, 
mas sim de outros órgãos. Durante a gravidez, o seio aumenta de 
tamanho para poder armazenar o leite. 
 
 É preciso estabelecer um tempo determinado para o bebê 
mamar. Mentira. Cada bebê tem seu ritmo e não é aconselhável tirar 
ele do seio antes que ele mesmo solte ou adormeça. Existem bebês 
que gostam tanto da sensação de estar em contato com a mãe que 
ficam apenas com a boca no seio, mas não ingerem o leite. 
 
 O leite não está mais sendo produzido. Mentira. O que acontece é 
justamente o contrário, quanto mais o bebê mamar, mais leite será 
produzido. Se o organismo percebe que a mama está vazia, logo 
trabalhará para produzir mais leite. 
 
Por isso, se a mãe fica esperando o seio receber mais leite para só 
depois amamentar, o corpo vai entender que a quantidade tem sido 
suficiente e não produzirá leite extra. O que levará o leite a secar, é a mãe 
não amamentar. 
 
A quantidade de leite produzida vai ser determinada de acordo com 
a procura, portanto, a alegação de que a produção
não é suficiente, também 
é mentira. 
 
Também pode acontecer de o leite “empedrar”. O nome desse 
fenômeno é ingurgitamento e ocorre porque o leite fica preso na mama 
quando o bebê não suga direito ou mama pouco leite. Ele pode causar muita 
dor e evoluir para uma inflamação chamada mastite. Para evitar que isso 
ocorra, a mãe pode deixar que o bebê mame bastante e, se ele não mamar 
ela pode retirar leite com as mãos. 
 
 O leite materno é fraco ou aguado. Mentira. Por mais líquido que 
possa parecer, o leite materno possui todos os nutrientes necessários 
para a alimentação saudável do bebê. O colostro, leite produzido nos 
primeiros dias após o parto, tem uma aparência mais transparente do 
que o leite de vaca. Mas isso não significa que ele seja menos 
saboroso ou nutritivo. 
 
 A mulher que fez cesariana não pode amamentar. Mentira. Ocorre 
que a recuperação de uma cesariana é mais demorada do que a 
recuperação de um parto normal e o leite pode demorar um pouco 
mais para ser produzido. 
 
A mãe que está nessa situação deve apenas procurar uma posição 
que não pressione os pontos e que ela não sinta dor. O fato de o bebê 
mamar, mesmo que não haja leite ainda, estimula a produção. 
 
13 
 Mamar só no peito faz com que a criança não engorde. Mentira. 
Um bebê que está gordinho não é necessariamente mais saudável do 
que outros com menos peso. O importante é que o bebê seja 
alimentado com os nutrientes necessários para o seu 
desenvolvimento. 
 
Aliás, a falta do aleitamento materno pode causar obesidade infantil. 
A obesidade é uma doença crônica, ou seja, pode durar longos períodos e 
muitas vezes não ter cura, o que significa, de maneira geral, que uma 
criança obesa tem grandes chances de se tornar um adulto obeso. 
 
Isso ocorre, pois o leite materno ajuda no funcionamento da digestão 
e dos rins do bebê. Dessa forma, o peso que ele ganhará será suficiente. É 
importante não acrescentar nada na dieta dos bebês com menos de 6 
meses a menos que haja prescrição médica. 
 
 
 Os leites em pó estão muito evoluídos e tem tudo o que há no 
leite materno. Mentira. Apesar da evolução dos leites em pó, eles 
não possuem tudo o que há no leite materno. Eles não possuem 
anticorpos, por exemplo, essenciais para evitar doenças nos bebês. 
 
Além disso, eles são dados em mamadeiras com bicos 
industrializados. Isso pode comprometer a formação dos dentes e da boca 
das crianças. O contato entre mãe e filho também fica reduzido nesse caso. 
 
 
 Em dias de calor é necessário dar água ao bebê. Mentira. Existe 
uma crença de que é necessário dar água, ou até mesmo água com 
açúcar nos primeiros dias de vida do bebê, ou em dias de calor. 
 
Ao nascer, é comum alguns bebês terem os níveis de açúcar no 
sangue ainda muito baixos, mas essa é uma condição que vai mudando e 
algumas horas depois o bebê já tem os níveis de açúcar normalizados. Por 
isso, não é necessário dar água com açúcar aos bebês, isso, além de elevar 
os níveis de açúcar no organismo dele, pode fazer com que ele mame 
menos. 
 
Eles também nascem com uma quantidade extra de água no corpo, 
e isso é natural, ocorre porque o leite que vem após o colostro demora uns 
dias para estar disponível. Mesmo em dias de calor, o bebê não corre o risco 
de se desidratar, pois o leite é composto por mais ou menos 86% de água. 
 
Até os seis meses, o único alimento do bebê deve ser o leite 
materno, e isso inclui não oferecer nem mesmo água a eles. Essa condição 
só muda se o médico receitar algum complemento alimentar. 
 
 
 
14 
 Mulheres que não amamentaram o primeiro filho não 
conseguirão amamentar os outros. Mentira. Em cada gestação, o 
corpo da mulher se prepara para receber o bebê e alimentá-lo. 
 
Se a mãe não pôde amamentar o primeiro filho, nada impede que 
ela amamente os que vierem em seguida, pois haverá leite para todos. Mas, 
para isso, é necessário que a mãe estimule o bebê a mamar e não negue 
quando ele pedir para ser amamentado. 
 
 Amamentar dói. Nem sempre. Nos primeiros dias é possível que haja 
mesmo algum desconforto, mas que não deve durar mais do que 3 ou 
4 dias. Se a dor persistir, procure seu médico, pois pode ser sinal de 
inflamação. 
 
Por ser uma região muito sensível, a pele do bico pode rachar e até 
sangrar. É possível engrossar a pele passando bucha, tomando sol e 
deixando os seios descobertos por algum período. O sol ajudará na 
produção de melanina para que o mamilo fique mais resistente. 
 
Caso seu médico recomende algum remédio cicatrizante, não se 
esqueça de lavar o seio antes de amamentar. 
 
 Mulher que usa prótese de silicone não pode amamentar. Nem 
sempre. Não existe nenhum relato de mulheres que não produziram 
leite ou não puderam amamentar por usarem prótese de silicone. 
Entretanto, se a prótese foi introduzida pela auréola do seio, é 
possível que ela tenha dificuldades no aleitamento. 
 
 Se a mãe fez cirurgia de redução das mamas não pode 
amamentar. Mentira. Diminuir a mama pode fazer com que a 
produção de leite diminua, mas o organismo feminino sempre produz 
mais leite do que o necessário, por isso, a produção de leite para 
quem fez redução de mama pode ser suficiente para o bebê. Mas é 
sempre bom ter um acompanhamento médico para verificar a 
quantidade de leite produzido. 
 
 Tomar cerveja preta aumentará a produção de leite. Mentira. Essa 
informação é muito difundida entre as pessoas, entretanto não há 
estudos clínicos que comprovem essa ação. 
 
Além disso, o álcool, assim como a nicotina, o estresse e o cansaço 
podem atrapalhar a produção de leite. 
 
Alimentos que ajudariam a produzir mais leite são chamados de 
galactogogos ou lactogogos. Entre eles estariam à canjica, o fubá, o chá 
de erva-doce, caldo de cana, chá mate, goiabada e outros. Muitas mulheres 
afirmam ter produzido mais leite após a ingestão de alguns desses 
alimentos. 
 
 
 
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Entretanto, uma possível causa para esse fenômeno é a ação 
psicológica que o organismo tem. Se a mulher acredita que está produzindo 
mais leite, certamente ela produzirá. 
 
Alimentar-se bem no período de aleitamento garante que o leite 
tenha sempre nutrientes necessários para o bebê. Beber líquidos também 
ajuda a repor os que foram com o leite, entretanto, nada de exageros. 
 
É importante também descansar, repor o sono e evitar atividades 
estressantes que atrapalhariam a produção de leite. 
 
Anticoncepcionais nesse período só devem ser tomados por 
indicação médica, pois alguns componentes de algumas pílulas atrapalham 
a produção de leite, como é o caso do hormônio estrógeno. Seu médico dirá 
qual o remédio mais indicado durante a amamentação. 
 
 Os seios ficam caídos por causa da amamentação. Mentira. O que 
pode ocorrer é um crescimento devido à gravidez e à amamentação, 
quando passa esse período, eles diminuem. 
 
Pode ser que a pele fique flácida, mas isso é por conta do 
estiramento que ela sofre para acompanhar o aumento dos seios. E por um 
longo período, a mãe estará acostumada a ver seus seios grandes, quando 
eles não estiverem mais produzindo leite, talvez ela os ache pequenos. 
Problemas que fazem as mulheres anteciparem o desmame 
 
A vida da mulher que trabalha, que cuida dos serviços doméstico e 
de outros filhos é sempre muito agitada. 
 
Muitas mães gostariam de continuar amamentando seu filho pelo 
tempo recomendado, mas outros fatores acabam atrapalhando essa 
intenção. Vamos ver alguns itens ligados à interrupção do aleitamento: 
 
 O medo de engravidar novamente. A mãe volta a tomar o 
anticoncepcional e, ou o remédio prejudica a produção de leite, ou a 
mãe tem medo de que a composição química afete o bebê e para de 
amamentar.
Nesses casos, é importante procurar o seu médico para que ele 
indique uma pílula ou outro método mais adequado para esse momento. 
 
 A pressão do marido. Existem homens que podem reclamar que a 
amamentação toma muito do tempo livre da mulher e pedem que ela 
diminua o número de mamadas. 
 
Por isso é importante explicar ao marido sobre todos os benefícios 
do aleitamento e tentar planejar seu tempo para dar atenção a ele também. 
 
 
16 
 A mãe tem outras tarefas a realizar. Não é raro encontrar uma mãe 
que além de amamentar precisa voltar ao trabalho, fazer os serviços 
domésticos ou cuidar de outros filhos. 
 
Quando não há ninguém que possa ajudá-las, essas mães preferem 
dar mamadeira aos bebês, porque demanda menos tempo. Assim, elas 
podem se dedicar a outras tarefas. 
 
O cansaço por ter muitas tarefas e pouco tempo para realizá-las, e a 
preocupação pelo que precisa fazer, atrapalham na produção de leite, o que 
pode provocar o desmame mais cedo do que o previsto. 
 
 O medo de não conseguir amamentar. A preocupação, o estresse e 
o cansaço podem atrapalhar a amamentação. Quando os 
profissionais de saúde ou até mesmo a família, ao informar as mães 
sobre o aleitamento materno, fazem isso de forma autoritária. A mãe, 
por sua vez, acaba se sentindo pressionada a amamentar. 
 
Falar de forma autoritária não significa utilizar voz firme ou 
expressões grosseiras, mas falar de forma que a mãe tenha medo das 
consequências de não amamentar. 
 
Por isso, a família e os profissionais de saúde devem conscientizar 
as mães sobre a importância do aleitamento materno de forma suave e sem 
fazer com que elas se sintam culpadas caso não consigam. Essa pressão as 
deixa preocupadas, e isso dificulta a produção de leite. 
 
 A falta de informações sobre o aleitamento. Não são todas as 
mulheres que têm acesso a informações sobre a amamentação. 
Muitas vezes, elas seguem instruções baseadas em crenças 
populares ou informações que a medicina um dia divulgou, mas que 
já foram comprovadas como falsas. 
 
Algumas delas acabam não tirando dúvidas com os médicos, 
quando se consultam, pois acreditam que estão agindo de maneira correta. 
Ou pode ser que a mãe nem admita estar utilizando técnicas ensinadas por 
parentes mais velhos com vergonha de ser repreendida pelo médico. 
 
Há quem afirme que é possível que o leite “estrague” se ficar muito 
tempo no seio da mãe. Então, se a mãe ficou alguns poucos dias sem 
amamentar e acreditar nessa crença, é provável que não amamente o bebê 
para que ele não ingira leite “estragado”. 
 
 O medo da dor ou da flacidez. É possível que a mãe sinta algum 
desconforto nos primeiros dias da amamentação, mas ele diminui 
com o passar dos dias. Entretanto, o fato de não amamentar o filho 
acarreta alguns problemas que duram mais do que alguns dias, 
podendo ser para a vida toda. 
 
 
 
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Nesse momento é importante avaliar o que é melhor para a mãe e 
para o bebê. Procure seu médico caso haja alguma inflamação ou rachadura 
no seio. 
 
 O bebê não consegue pegar o bico do seio. Há casos que, por 
haver muito leite no seio, o bico fica retraído. Se isso ocorrer, é 
possível retirar manualmente um pouco de leite para que o seio fique 
mais macio. 
 
Quando o bico do seio está para dentro, ou não se projeta muito, o 
bebê pode ter dificuldades para mamar. Existem alguns aparelhos e técnicas 
de massagem para corrigir esse problema, mas é importante ter orientação 
médica, principalmente em gravidez de risco, pois se estimular muito as 
mamas pode haver contração do útero por causa do hormônio oxitocina. 
 
O preparo para a amamentação começa antes mesmo de o bebê 
nascer. Durante o pré-natal o médico pode oferecer muitas informações 
sobre o preparo dos seios e desmentir algumas crenças falsas. 
 
Se a gestante puder procurar grupos de treinamento sobre a 
gravidez, o cuidado com o bebê e o aleitamento materno, será bom para ela. 
Caso o marido possa participar, melhor ainda. 
 
Saiba que as informações passadas pelos médicos e profissionais 
da área da saúde são sempre as que devem ser consideradas. Se souber de 
alguma informação sobre aleitamento materno por meio de fonte não 
segura, procure sempre confirmar a veracidade dela antes de aplicar em sua 
vida. 
 
Depressão pós-parto e amamentação 
 
A depressão pós-parto é muito semelhante à depressão comum e 
chega a atingir até 40% das mulheres brasileiras. 
 
Durante a gestação, o bebê está na companhia da mãe 24 horas por 
dia, em um local aconchegante e sendo bem alimentado. A sensação é a de 
que o bebê é uma parte que constitui a mulher. 
 
Nesse período também, há muita atividade hormonal para preparar o 
corpo para receber o bebê, dar a luz e amamentá-lo. 
 
Após o parto, ocorrem muitas mudanças de diversas naturezas. Os 
hormônios progesterona e estrógeno que, durante a gravidez estavam em 
quantidade muito aumentada, começam a se reduzir e chegam a níveis até 
menores do que antes da gravidez. 
 
 
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O nível de hormônio da tireoide também se reduz após o parto. Essa 
alteração hormonal, tanto da progesterona e estrógeno, quanto do hormônio 
da tireoide podem ocasionar mudança de humor e tristeza na mulher. 
 
Há também mais questões envolvidas como não ter mais o bebê 
dentro de si agora, causando uma perda de identidade; o fato de se sentir 
fora de forma por conta da gravidez; ter que mudar radicalmente a sua 
rotina, especialmente para as mães que trabalham fora; o medo de não 
serem boas mães e de não conseguir conciliar as outras atividades com os 
cuidados do bebê também frustra e angustia muitas mulheres. 
 
Quando não conseguem dormir e descansar adequadamente, 
também se sentem tristes e incapazes de cuidar do bebê. O parto, 
especialmente a cesariana, consome muita energia da mãe. 
 
A depressão pós-parto pode acometer mulheres de todas as idades 
e classes sociais. Se uma mulher tem depressão antes de ter um filho, as 
chances de ela ter depressão pós-parto são maiores. 
 
Pode haver três formas de manifestação da depressão pós-parto: 
 
 
 Uma tristeza comum, que pode acontecer nos primeiros dias após o 
parto e durar algumas horas ou dias. A mãe acometida por essa 
tristeza tem um humor oscilante, ou seja, uma hora está feliz, no 
minuto seguinte está triste, pode chorar muito, sentir-se irritada e 
solitária. Nesses casos, apenas a participação em algum grupo de 
mães com problema semelhante, ou conversa com outras mães ou 
especialistas, pode resolver esse problema. 
 
 A depressão, que pode durar mais tempo do que a tristeza comum. 
Os sintomas são semelhantes aos da tristeza, porém são mais 
intensos e duram mais tempo. Não ocorre necessariamente na 
primeira gravidez, pode acontecer em qualquer uma. A mulher não 
sente vontade de fazer suas atividades diárias e, nesses casos, 
devese procurar ajuda médica o quanto antes. 
 
 Psicose pós-parto: a mulher acometida por essa doença séria tende a 
ouvir vozes e, em casos menos comuns, pode ter alucinações visuais. 
A pessoa não consegue mais distinguir o que é real do que não é, e 
passa a sofrer de insônia, irritabilidade, raiva e outros 
comportamentos estranhos. Dentre os casos citados, a psicose 
pósparto é o mais grave, pois a mãe corre o risco de ferir e até matar 
o bebê ou outras pessoas, podendo também cometer suicídio. Para 
evitar alguma fatalidade, a mãe pode ser internada e medicada. 
 
 
 
 
 
 
19 
Outros sintomas da depressão pós-parto são: 
 
 Cansaço e insônia; 
 
 Chorar muito, sem motivos aparentes e reclamar de tristeza; 
 
 Ter dores no peito, na cabeça, coração mais acelerado e respiração 
ofegante; 
 
 Perda de apetite ou comer
demais; 
 
 Falta de concentração e dificuldade em tomar decisões; 
 
 Memória ruim; 
 
 Sentir-se sempre incapaz ou culpada; 
 
 Preocupação demais com o bebê e medo de machucá-lo ou 
machucar a si mesma e não poder cuidar do filho; 
 
 Falta de interesse em atividades que sempre lhe deram prazer; 
 
 Diminuição da libido. 
 
Se houver a suspeita de tristeza, depressão ou psicose pós-parto 
procure ajuda médica, especialmente um psiquiatra. Dependendo da 
severidade da doença, será necessário tomar medicamento antidepressivo 
que só o especialista poderá receitar. 
 
Se estiver amamentando, comunique o médico para que ele indique 
um remédio adequado ou recomende a interrupção do tratamento. Evite 
deixar a mãe sozinha, pois ela precisará de ajuda dos familiares ou de algum 
profissional de saúde. 
 
É possível que a depressão pós-parto atrapalhe a produção de leite, 
pois quando a mãe se sente cansada, triste ou muito angustiada, esses 
sentimentos anulam a ação do hormônio oxitocina, responsável pela ida do 
leite até os mamilos. A depressão não é uma doença que é transmitida por 
meio da amamentação, por isso, se possível, continue amamentando 
normalmente. 
 
Em alguns casos, a depressão pós-parto pode ser amenizada com a 
amamentação, especialmente quando a causa da depressão tem relação 
com a separação entre mãe e filho. Nesse momento, a mãe se sente muito 
ligada ao bebê, o que pode gerar tranquilidade a ela. Mas quando não é 
dessa forma, quando amamentar é algo sofrível para a mãe, é melhor que 
ela procure o médico, faça uso de medicamentos e alimente o bebê por meio 
de mamadeira até que possa voltar a amamentar no seio, caso consiga. 
 
 
20 
É melhor estar bem para passar sentimentos bons ao bebê, mesmo 
que seja alimentando por mamadeira, do que transmitir sensações negativas 
à criança amamentando no peito. 
 
 
1.3 – As mamas e a produção de leite materno 
 
O leite materno, alimento para o bebê nos seus primeiros meses de 
vida, começa a ser produzido logo após o parto, mas durante toda a 
gestação, os seios são preparados para a amamentação. 
 
Os hormônios sexuais femininos, estrógeno e progesterona, são os 
responsáveis por preparar as mamas fazendo-as aumentar de tamanho e 
com que os alvéolos, também chamados de ácinos, e dutos (ou ductos) para 
a lactação aumentem em número. 
 
Depois do parto, os hormônios que vão entrar em ação são a 
prolactina e a oxitocina. 
 
A prolactina só consegue atuar após o parto, pois sua ação é inibida 
pelo estrógeno e pela progesterona. Esses últimos têm os níveis bem 
reduzidos após o parto. 
 
A prolactina é responsável pela produção do leite e esse hormônio é 
estimulado quando o bebê está mamando. O ato de sugar faz com que o 
hipotálamo, estrutura localizada no cérebro, entenda que é hora de liberar 
prolactina e, assim, produzir mais leite. É por isso que, quanto mais o bebê 
mama, mais leite a mãe terá. 
 
Já a oxitocina, hormônio que também age na amamentação, faz com 
que o leite migre dos alvéolos mamários para os mamilos, também 
conhecidos como bico do seio. Esse hormônio contrai a musculatura ao 
redor dos alvéolos para que o leite vá para os mamilos. Veja: 
 
 
 
21 
 As células musculares, com a ação da oxitocina, contraem os 
alvéolos que revestem, para que o leite vá para os dutos e chegue até os 
mamilos. Nos alvéolos estão as células secretoras de leite. 
 
Esse hormônio também faz com que as mães tenham algumas 
sensações como formigamento, ou picadas nos seios no momento da 
amamentação, cólicas por conta da contração do útero e a produção de leite 
quando a mãe pensa no bebê ou escuta ele chorar. Se a mãe está 
deprimida, preocupada ou cansada, a ação da oxitocina é inibida. 
 
Observe a ilustração: 
 
 
 
 
A figura mostra como seria o interior da mama de uma mulher que 
amamenta. Durante a gravidez, o número de alvéolos e dutos se multiplica 
para a produção e saída de leite. 
 
O conjunto de alvéolos é chamado de lóbulo mamário e o conjunto 
dos lóbulos mamários é chamado de lobo mamário. Eles são semelhantes a 
cachos de uvas. 
 
As glândulas de Montgomery são responsáveis por manter os 
mamilos limpos e hidratados por meio da excreção de um óleo. Durante a 
gravidez, essas glândulas também estão em maior quantidade. 
 
Os dutos, chamados de dutos lactíferos ou galactóforos, medem 
entre 2 e 4,5 centímetros. Nas proximidades dos mamilos, os dutos se 
dilatam para que o leite possa passar. 
 
 
 
22 
O leite sai dos mamilos por meio de microaberturas de mais ou 
menos 15 milímetros de diâmetro. Existem entre 15 e 25 aberturas como 
essas em cada mamilo. 
 
Na gravidez, há uma concentração maior de melanina nos mamilos, 
por isso eles ficam mais escurecidos nesse período. Os hormônios da 
gestação estimulam a produção desse pigmento que ajuda a deixar o 
mamilo mais resistente para a amamentação e não rachar com facilidade. 
 
Quando acaba o período de amamentação, os alvéolos que 
surgiram na gestação vão murchando até morrerem. Seus restos são 
levados pelo organismo. 
 
 
1.4 – O leite materno 
 
Como foi dito, o leite será o único e principal alimento do bebê em 
seus primeiros seis meses de vida. Por esse motivo ele precisa ser 
composto de todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento da 
criança. 
 
Durante todo o processo de aleitamento, o leite vai sofrendo 
transformações para se adequar às necessidades do bebê. O primeiro leite a 
ser produzido é o colostro. Depois ele vai se transformando em leite de 
transição, até se tornar leite maduro. 
 
As alterações do leite ocorrem até mesmo em uma única mamada. 
O leite no início da mamada é diferente do leite que sai ao final da mamada. 
 
O primeiro leite produzido pela mãe é o colostro, como dito 
anteriormente. Ele é secretado algumas horas após o parto e vai se 
transformando com o passar do tempo, até ser totalmente leite maduro, o 
que vai ocorrer após cerca de 30 dias. 
 
 
 
 
 
23 
A cor amarelada do colostro é graças ao betacaroteno, um pigmento 
presente em muitos elementos naturais, inclusive nos alimentos de cor 
amarela, laranja e vermelha. Ao ser ingerido, esse pigmento é convertido em 
vitamina A, que auxilia o desenvolvimento da visão. 
 
O colostro traz muitos anticorpos produzidos pelo sistema 
imunológico da mãe, e é um leve laxante para que o bebê expulse de seu 
organismo alguns restos de substâncias nocivas que possam ter sido 
ingeridas no parto. 
 
Tudo o que o bebê precisa nesse momento é de proteção para se 
adaptar ao novo mundo e, embora pareça pouca a quantidade, o colostro vai 
suprir todas as necessidades do bebê. 
 
Entre o colostro e o leite maduro, há o leite de transição, que, como 
o nome sugere, é um leite que está em transformação, deixando de ser 
colostro para se tornar leite maduro. 
 
O leite de transição começará a surgir a partir do sétimo dia do 
aleitamento e vai até, mais ou menos, o décimo quarto dia. Nesse período o 
leite vai aumentando sua quantidade e sua coloração e, em contrapartida, os 
anticorpos e as proteínas vão diminuindo. Aumentam também os níveis de 
gordura e lactose, que é o açúcar do leite. 
 
O leite maduro é o que está para o bebê após 14 dias do parto. 
Embora seja mais aquoso e menos branco que o leite de vaca ele possui a 
medida certa de nutrientes que o bebê necessita. 
 
Por conta da maior necessidade do bebê, o leite maduro é produzido 
em maior quantidade do que o colostro e o leite de transição. O leite maduro 
se modifica até mesmo em uma única mamada, sendo dividido em: 
 
 Leite do começo ou anterior:
tem coloração levemente acinzentada, 
tem mais proteínas, lactose, vitaminas, minerais e água. 
 
 Leite do fim ou posterior: possui mais gordura, o que lhe confere um 
aspecto mais branco e menos aquoso, e é uma fonte de energia e 
ganho de peso para o bebê. 
 
Veja a diferença entre o leite anterior e o posterior: 
 
 
 
 
24 
Não há o tempo exato para que o leite anterior cesse, dando espaço 
ao leite posterior. Mas recomenda-se que o bebê mame até a hora que ele 
sentir que deve parar, e é, mais ou menos, depois de 15 minutos que o leite 
posterior começa a ser secretado. 
 
Se a mãe interrompe a amamentação pensando que o bebê pegará 
com mais facilidade a segunda mama por ainda ter fome, pode fazer com 
que o bebê receba mais leite anterior do que o necessário. Deixe o bebê 
parar de mamar espontaneamente, assim, ele receberá leite posterior 
também para que ganhe peso. 
 
Também não há como afirmar precisamente em que dia há a 
mudança total de um tipo de leite para outro. E pode haver resquícios de 
colostro no leite de transição, assim como pode haver resquícios de leite de 
transição no leite maduro. 
 
Veja a tabela que traz os valores nutricionais do leite materno em 
seus três estágios: 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
26 
Legenda 
- g/dL = grama por decilitro (um decilitro equivale a cem mililitros, 
assim, dez decilitros formam um litro); 
 
- Kcal/dL = caloria por decilitro; 
 
- mEq/L = miliequivalente por litro (significa, nesse caso, uma 
miligrama por litro); 
 
- mg/dL = miligrama por decilitro; 
 
- μg/dL = micrograma por decilitro (mil microgramas equivalem a um 
mililitro); 
 
- UI = Unidade Internacional – usada para medir vitaminas. 
 
 
Veja que é grande a quantidade de componentes do leite materno. 
Não se engane se o leite de vaca ou mesmo os leites em pó trouxerem 
alguns valores maiores do que os mostrados nessa tabela. A composição do 
leite está na quantidade necessária para o bebê, nem mais nem menos. 
 
É possível que ocorram alguns problemas em decorrência de 
elevada quantidade de algum componente no organismo. Por isso, consulte 
sempre seu médico antes de introduzir qualquer complemento na dieta do 
bebê. 
 
O que as mães consomem pode fazer variar alguns dos valores 
apontados na tabela. Veja no item a seguir como deve ser a alimentação das 
lactantes. 
 
 
1.5 – A alimentação das lactantes 
 
A amamentação é um período em que o leite da mãe é a única fonte 
de alimento do bebê. Tudo o que mãe ingere terá reflexos no leite, por isso, 
é necessário um maior cuidado com a alimentação durante o aleitamento, 
até mesmo para que a mãe não fique fraca. 
 
Amamentar um bebê é um processo que gasta muita energia. A 
própria produção do leite faz com que a mãe gaste calorias. Por esse 
motivo, as lactantes precisam ingerir mais calorias. 
 
Se uma mulher, para manter seu peso normal, ingere por dia cerca 
de 2.000 calorias, a mulher que está amamentando precisa ingerir entre 
2.300 a 2.500 calorias, por exemplo. 
 
 
27 
Para conseguir um maior número de calorias, é preferível optar por 
carboidratos a frituras e alimentos gordurosos. O ideal, segundo a 
nutricionista Roberta Stella, é que 50 ou 60% da alimentação diária sejam 
compostos por carboidratos, de 25 a 30% sejam compostos por gorduras 
boas e de 15 a 20% compostos por proteínas. 
 
Os carboidratos podem ser encontrados em alimentos como a 
batata, o arroz, a mandioca, a aveia, o milho, os pães, a farinha de trigo e 
outros. 
 
As gorduras da alimentação da lactante podem ser encontradas nos 
alimentos como o azeite de oliva, óleo de girassol, abacate, castanhas e 
outros. Deve ser dada preferência às gorduras saudáveis, ou seja, aquelas 
que não aumentam o colesterol ruim. 
 
Os alimentos que possuem gorduras ruins como as gorduras 
saturadas e gorduras trans devem ser evitados, assim como frituras, 
salsichas, comidas prontas, salgadinhos e outros. Dê preferência a 
alimentos integrais e livres dessas gorduras. 
 
As proteínas estão presentes em alimentos como carnes vermelhas 
e brancas, ovos, queijos, amêndoas, fígado, lentilha, e outros. 
 
As calorias ingeridas no dia podem ir diminuindo quando forem 
sendo introduzidos outros alimentos na dieta do bebê, pois o leite materno 
não será mais a única fonte de alimentação. 
 
A mãe que está amamentando precisa de uma maior fonte de cálcio, 
pois boa parte dele vai para o leite do bebê. Por isso, é importante ingerir 
leite, iogurte, queijos, sucos de soja, entre outros. 
 
O número de refeições ideal para a lactante é de 5 refeições, sendo 
o café da manhã, o almoço, o jantar e dois lanches intercalados. Não é 
necessário comer muito, mas sim, comer bem e não passar muito tempo 
sem se alimentar. 
 
É importante não deixar de fazer nenhuma das refeições para que a 
dieta seja sempre rica. Frutas, verduras e legumes devem fazer parte 
dessas refeições. 
 
 
 
 
 
 
28 
Alimentos que a lactante deve evitar 
 
Para que o bebê não sofra as consequências de alguns alimentos 
por ter um organismo ainda muito sensível, ou mesmo que a própria mãe 
não tenha problemas, é importante que ela evite alguns alimentos, tais 
como: 
 
 Café, chá mate ou chá verde, chocolate e alguns refrigerantes. Esses 
alimentos, por conterem cafeína, podem fazer com que o bebê fique 
muito agitado e não durma bem. 
 
 Feijão, repolho, rabanete, couve flor, brócolis, espinafre e outros 
alimentos que tenham enxofre. O enxofre causa alguns gases o que 
pode gerar algum desconforto ou dores nas mães. 
 
 Cigarro e álcool devem ser evitados nesse período. Eles atrapalham a 
produção, além de contaminarem o leite. 
 
Alguns alimentos podem alterar o odor e o sabor do leite, mas eles 
só devem ser evitados se o bebê não reagir bem a eles. Esses alimentos 
são a cebola, a alcachofra, a pimenta, alho e outros temperos. 
 
Existem também alimentos que podem causar alergias no bebê 
como frutos do mar e carne de porco, pois são muito fortes. 
 
A quantidade de água que a mãe toma não vai fazer com que ela 
produza mais leite, entretanto, cerca de 86% da composição do leite é água 
e, por isso, ela precisa repor o líquido que vai na amamentação. 
 
Os medicamentos só devem ser tomados se o médico permitir. A 
mãe nunca deve se esquecer de avisar o médico que está amamentando 
para que ele saiba quais substâncias podem ou não estar no seu organismo. 
 
Assim, o bebê mamará mais e melhor, terá o sono mais tranquilo e a 
mãe terá uma amamentação muito mais tranquila e satisfatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
2.1 – Posição do aleitamento 
 
O momento de amamentar é único e especial para criar um vínculo 
entre mãe e filho, além de ser a fonte de alimentação do bebê. Por isso, é 
preciso dar grande atenção a ele. 
 
É importante que tanto a mãe quanto o bebê se sintam confortáveis 
para que a amamentação não seja cansativa nem desagradável. Ela deve 
ser um momento de prazer. 
 
 
30 
Deixar o bebê na posição correta na hora de amamentar vai garantir 
que ele sugue o leite corretamente, saciando sua fome e evitando que a mãe 
sinta dores nos seios. 
 
As informações sobre a amamentação devem ser feitas por todos os 
profissionais de saúde, e no acompanhamento pré-natal também pelo 
médico. As mães de primeira viagem ou as que não amamentaram os filhos 
que tiveram anteriormente são as que precisam de mais atenção dos 
profissionais de saúde. 
 
A primeira mamada, que é aquela que ocorre na primeira hora 
depois do parto é muito importante para estabelecer o vínculo entre mãe e 
filho,
logo aprenderá a alimentar o bebê de forma correta, já que haverá o 
acompanhamento de profissionais capacitados no hospital. 
 
A Organização Mundial de Saúde recomenda que a primeira 
mamada seja feita na primeira hora de vida do bebê para garantir o sucesso 
do aleitamento materno e reduzir o número de mortes entre os bebês. 
 
Ocorre que alguns fatores impedem que essa recomendação seja 
seguida. Uma delas é quando a mãe precisa fazer cesariana. O tempo de 
recuperação após essa cirurgia é maior, por isso a mãe precisa de mais de 
uma hora para poder amamentar pela primeira vez. 
 
Outro motivo de não amamentar na primeira hora após a cesariana é 
que pode ainda haver ação dos hormônios estrógeno e progesterona, 
produzidos na placenta durante a gestação. Eles impedem a ação da 
prolactina, hormônio que produz o leite. Quando é necessário realizar a 
cesariana, é possível que a placenta ainda não esteja pronta para a saída do 
bebê, e continue ainda a produzir esses hormônios. 
 
Um estudo realizado por pesquisadores da Secretaria da Saúde de 
Queimados, da Universidade Federal Fluminense e da Fundação Oswaldo 
Cruz, no Rio de Janeiro, apontou que a mamada na primeira hora de vida foi 
realizada por 22,4% das mães que tiveram parto normal contra 5,8% das 
mães que realizaram cesariana. 
 
Já no primeiro dia de vida dos bebês, das mães que tiveram parto 
normal, 86% amamentaram e, das mães que realizaram cesariana, 76% 
amamentaram. Entre todas as mães envolvidas na pesquisa, 81% conseguiu 
realizar o aleitamento no primeiro dia de vida dos filhos. 
 
Pode ocorrer também alguma complicação que necessite internação 
imediata do bebê, o que vai atrasar a primeira mamada. 
 
A primeira mamada vai ocorrer no hospital, sempre que possível. Se 
puder, deixe o bebê e a mãe sem roupa para que eles possam sentir a pele 
um do outro e o contato físico ser mais intenso. 
 
 
31 
Manter a mãe e o bebê no mesmo recinto hospitalar é saudável para 
a amamentação. O nome dessa prática é alojamento conjunto e facilita o 
trabalho da equipe do hospital e também auxilia o processo de 
amamentação. 
 
Para amamentar, a mãe pode optar pela posição que mais lhe for 
confortável. Ela pode estar sentada, deitada e até em pé. O bebê também 
pode estar sentado ou deitado, conforme seja melhor pra ele e para a mãe. 
 
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e 
Obstetrícia, a FEBRASGO, oferece algumas orientações sobre as corretas 
formas de amamentar. 
 
Em relação à posição da criança, existem quatro indicativos de que 
a mamada está sendo feita corretamente: 
 
 O corpo do bebê deve estar colado ao da mãe, barriga com barriga; 
 
 O queixo do bebê deve estar encostado no seio da mãe; 
 
 A cabeça do bebê deve estar alinhada a seu corpo para que ele não 
precise virá-la para poder mamar; 
 
 A criança deve estar apoiada no braço da mãe de modo que a 
cabeça, o pescoço e as costas estejam envolvidos. Se o bebê for 
muito pequeno, o braço da mãe deve chegar até as nádegas do bebê. 
 
Observe essas três posições: 
 
 
 
Essas posições estão corretas, pois há o encontro da barriga do 
bebê com a barriga da mãe, o queixo da criança encosta no seio e a mãe 
a envolve nos braços. Na figura do meio, chamada posição invertida ou 
jogador de futebol americano, não há o encontro da barriga do bebê com a 
 
 
 
32 
da mãe, entretanto, o queixo do bebê encosta no seio, e ele está apoiado 
em travesseiros e no braço da mãe. Essa posição também pode ser usada 
na amamentação. 
 
Ainda de acordo com a FEBRASGO, a posição da mãe pode variar 
desde que seja confortável pra ela e para o bebê. 
 
Se a mãe estiver deitada, ela pode escolher ficar de lado e o bebê 
também ficará de lado, encostando sua barriga na barriga da mãe. Se for 
necessário, deixe que o bebê apoie a cabeça em seu braço ou em um 
travesseiro. 
 
Outra forma de amamentar deitada é quando a mãe se deita com 
a barriga pra cima e o bebê fica sobre ela, de barriga para baixo. Para as 
mães que se recuperam de uma cesariana, essa posição é a mais 
confortável. Veja: 
 
 
 
 
Se a mãe opta por amamentar sentada ela pode apoiar as costas na 
cabeceira da cama ou em uma poltrona/cadeira confortável. Ela pode cruzar 
as pernas para que o bebê fique deitado sobre elas, ou usar travesseiros 
sobre as coxas. Se quiser, também pode apoiar os pés em um banquinho 
que estiver a sua frente. Assim, a criança pode estar deitada, em posição 
invertida, ou mesmo sentada. Observe as possibilidades: 
 
 
 
 
33 
Um bebê sadio que nasceu no tempo certo, ou seja, não nasceu 
prematuramente, vai ter reflexos para mamar. Um deles é o reflexo da 
rotação, quando a criança está com fome e alguma coisa se aproxima de 
sua boca, ela vai virar o rosto e abrir a boca para mamar. 
 
Já o reflexo da sucção, que é muito forte na primeira hora após o 
parto, ocorre quando entra alguma coisa na boca do bebê que alcance sua 
garganta. Ele terá o reflexo de sugar o que quer que seja. 
 
O reflexo da deglutição consiste em engolir o leite assim que sentir 
que sua boca encheu. Dessa forma ele estará se alimentando. 
 
A criança já nasce dotada desses reflexos, faz parte da natureza 
humana. Mas a mãe precisa auxiliar alguns movimentos que a criança 
precisa se habituar a fazer corretamente. 
 
Se a mãe oferece para o bebê apenas o mamilo, ele vai se habituar 
a pegar apenas o mamilo quando for mamar, o que não é correto. Por isso, 
não segure com os dedos apenas o mamilo para oferecê-lo ao bebê, ofereça 
a mama toda para que a criança pegue a quantidade suficiente. 
 
Também não se deve apertar a mama para que a saída de leite não 
seja obstruída, por isso, apenas segure. Veja: 
 
 
 
 
Assim, ela fará a pega corretamente. A pega é a forma como o bebê 
posiciona sua boca no seio da mãe. Ela deve ser feita corretamente para 
que o bebê consiga sugar efetivamente o leite. 
 
A pega feita incorretamente pode acarretar problemas como 
rachaduras no mamilo por ficar raspando na boca do bebê. Como não 
haverá a saída satisfatória de leite, o bebê pode ficar irritado, com fome e se 
recusar a mamar. Quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido, e se a 
pega não for feita corretamente, a produção de leite diminuirá e haverá o 
desmame precoce. 
 
 
 
 
34 
Veja como deve estar a boca do bebê no momento da pega: 
 
 
Observe que o bebê abre bem a boca para que consiga envolver a 
aréola do seio da mãe. Caso o bebê pegue apenas o mamilo, coloque seu 
dedo no canto da boca dele para que ele abra de novo e faça a pega 
corretamente. 
 
Dentro da boca do bebê deve se formar um bico maior do que o 
mamilo, pois ele precisa pressionar o tecido da mama onde estão as saídas 
de leite. Se não fizer isso, o leite não sairá. 
 
Veja a ilustração: 
 
 
É assim que o seio deve estar dentro da boca do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
35 
De acordo com a FEBRASGO, a mãe deve observar os seguintes 
pontos para saber se a sucção do leite está ocorrendo: 
 
 A boca do bebê deve abrir bem para que ele consiga abocanhar toda 
ou quase toda a aréola; 
 
 Veja se o lábio inferior está voltado para fora. Ele deve cobrir boa 
parte da aréola na parte de baixo enquanto a parte superior da aréola 
pode estar visível; 
 
 A língua deve estar encostada no seio. É ela que fará com que o leite 
saia por meio de movimentos naturais da deglutição. 
 
 As bochechas devem ter aparência arredondada; 
 
 O bebê deve parecer tranquilo, a sucção lenta com algumas pausas 
durante a amamentação. 
 
É a criança quem decide que hora deve
mamar e em que momento 
quer largar a mama. Toda vez que sentir vontade de mamar, o bebê deve 
mamar, mesmo se for à noite. Não se devem estabelecer horários para as 
mamadas. 
 
O fim da mamada também é decido pelo bebê. Se for necessário 
tirálo do peito, coloque o dedo no canto da boca dele para romper o vácuo e 
não machucar o seio. 
 
No final da mamada observe se o mamilo está alongado e redondo. 
Ele não deve estar achatado nem com estrias vermelhas, pois pode 
significar que o bebê não está mamando corretamente. 
 
Também é possível oferecer as duas mamas ao bebê, mas se tirá-lo 
antes que ele decida parar, ele pode não aceitar a outra mama. Espere ele 
soltar o seio espontaneamente, para, então, oferecer a outra mama. 
 
Na mamada seguinte, ofereça primeiro a mama que o bebê mamou 
por último. Se o bebê só quiser mamar em um seio, é necessário fazer a 
ordenha manual para não ocorrer ingurgitamento. 
 
Se, antes de amamentar, a aréola estiver inchada por conta do 
excesso de leite, ordenhe um pouco para facilitar a saída do líquido para o 
bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Veja esse quadro de procedimentos que devem ser orientados pela 
equipe de saúde (obstetras, enfermeiros) às mães que amamentam: 
 
 
 
 
 
 
37 
 É possível que entre ar no estômago do bebê se ele estiver mal 
posicionado ou mamar na mamadeira, esse ar sairá quando o bebê arrotar. 
O arroto pode, ou não, vir acompanhado de leite, que é o regurgitamento. 
 
Se o bebê estiver deitado e houver regurgitamento, ele pode se 
engasgar. Para que o bebê arrote, coloque-o em uma posição vertical com a 
cabeça encostada em seu ombro, fazendo com que a barriga do bebê fique 
próxima a seu peito. Se quiser, pode até dar leves batidinhas em suas 
costas. 
 
Se o bebê não arrotar pode ser que não tenha engolido ar durante a 
amamentação, ou pode ser que a mãe não tenha ouvido o arroto. Por isso, 
não é necessário entrar em pânico. Coloque o bebê deitado de barriga pra 
cima, pois essa posição é considerada a mais segura. 
 
 
Ordenha manual 
 
Saber fazer a ordenha manualmente é importante para evitar o 
ingurgitamento das mamas, para reservar leite quando a mãe estiver 
ausente ou mesmo para doá-lo. 
 
A ordenha deve ser um processo indolor e não ultrapassar mais do 
que 20 ou 30 minutos. Se doer é sinal de que a ordenha está sendo feita de 
forma incorreta. 
 
É necessário ter alguns cuidados de higiene para que o leite não 
seja contaminado. Veja os passos da ordenha manual: 
 
 Lavar bem as mãos e os antebraços, não esqueça de usar sabonete 
e secá-los com toalha seca e limpa. Não é necessário lavar sempre 
os seios, só quando estiverem com pomadas, cremes ou óleos; 
 
 Prender os cabelos para que não caia nenhum fio sobre o leite. Se 
quiser, pode usar uma touca; 
 
 Se puder usar máscara no rosto, será mais higiênico. Caso não 
possa, evite falar, espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando; 
 
 Usar um recipiente esterilizado ou fervido por mais ou menos 20 
minutos. Posicione-o abaixo do seio. 
 
 Massagear o seio delicadamente com movimentos circulares que vão 
da base até a aréola; 
 
 
 
38 
 Escolher um lugar tranquilo e uma posição confortável para ordenhar. 
Se pensar no bebê, a tarefa será facilitada, pois esse pensamento 
ajuda a oxitocina a agir. Se for possível, segure o bebê por alguns 
instantes; 
 
 Curvar o tórax para frente, sobre a barriga, para facilitar a saída de 
leite; 
 
 Posicionar os dedos em forma de “C”, sendo que o polegar ficará 
acima do mamilo (não em cima) e o dedo indicador abaixo do mamilo. 
Esses dedos devem ficar onde a aréola acaba para começar a mama. 
Os outros dedos devem sustentar a mama. 
 
 Usar, de preferência, a mão esquerda para ordenhar a mama direita e 
a mão direita para ordenhar a mama esquerda. Também pode usar as 
duas mãos para ordenhar uma mama; 
 
 Pressionar sem muita força o seio, com um movimento de “pinça” e 
levemente para dentro. Se usar muita força, pode tampar as saídas 
de leite; 
 
 O movimento deve ser intermitente, ou seja, deve pressionar e soltar, 
pressionar e soltar novamente e assim por diante. Faça isso em toda 
a volta da aréola para extrair o leite de todas as saídas; 
 
 Descartar os primeiros jatos para que diminua o número de 
microorganismos que possam contaminar o leite. Nas primeiras 
pressões é mais difícil o leite sair, mas logo ele começará a pingar. Se 
a ação do hormônio oxitocina estiver alta, o leite sairá em maior 
quantidade; 
 
 Quando o fluxo de leite de uma mama diminuir ordenhe a outra 
mama. Não há problema em reservar o leite das duas mamas em um 
único recipiente, se couber; 
 
 Se for dar o leite ordenhado em um copo para a criança, não despeje 
o líquido em sua boca. Encoste a borda do copo no lábio inferior da 
criança e deixe o leite tocar sua boca. O reflexo dela será de lamber e 
engolir o líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Veja como a ordenha manual deve ser feita: 
 
 
 
 
40 
 
De acordo com a FEBRASGO, para conservar o leite ordenhado, 
deve-se respeitar os seguintes prazos: 
 
 Temperatura ambiente: 6 horas 
 
 Geladeira (4 a 5ºC): 24 horas 
 
 Congelador (zero a -5ºC): 7 dias 
 
 Freezer (-15 a -18ºC): 15 dias 
 
 
Para descongelar o leite armazenado, pode ser usado o banho-
maria ou o forno de micro-ondas, mas é importante observar para que a 
temperatura do leite não passe de 5 ºC. 
 
No caso do banho-maria, a temperatura da água deve ser de 40 ºC, 
por isso é importante ter um termômetro. A altura da água deve cobrir a do 
leite. Os frascos devem ser agitados a cada 5 minutos. Assim que saírem do 
banho-maria, os frascos de leite devem ser mergulhados em água a 5 ºC. 
 
No descongelamento em forno de micro-ondas, é necessário que se 
conheça a potência do aparelho. As tampas das embalagens de leite devem 
estar semiabertas, ou com ¼ de folga. Deixe a potência mais baixa e vá 
observando até o leite ser descongelado. Assim que sair do forno de 
microondas, os frascos de leite devem ser mergulhados em água a 5 ºC. 
 
É importante não deixar o leite ferver, não descongelar o leite 
diretamente no forno, não congelar o leite novamente, não manter o leite em 
banho-maria depois de descongelado e não manter o leite em temperatura 
ambiente. Essas são recomendações da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, a ANVISA. 
 
Além da ordenha manual, existem as ordenhas feitas com bombas 
de sucção, que podem ser mecânicas ou elétricas. Quando as mamas estão 
ingurgitadas, talvez seja preciso retirar o leite com uma bomba. 
 
O trabalho delas se torna mais fácil quando as mamas estão cheias, 
mas é mais difícil quando as mamas estão vazias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Veja alguns exemplos: 
 
Fonte: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2011/02/bombas-de-destruicao-em-
massa-e-bombas.html 
 
Essa foto mostra um aparelho que faz a ordenha de forma 
mecânica. A bolinha alaranjada é apertada fazendo uma pressão que tira o 
leite da mama. Existem alguns mais evoluídos do que o da ilustração acima, 
como esses: 
 
Fonte: http://www.clasf.com.br/bomba-tira-leite-matern-milk-em-s%C3%A3o-paulo-
254852 
 
Esse último modelo já traz o recipiente que se transforma em uma 
mamadeira. Lembrando que esses aparelhos devem ser sempre 
esterilizados. 
 
Veja agora uma bomba de sucção elétrica: 
 
 
 
Essa forma de fazer a ordenha é rápida, pois consegue retirar leite 
das duas mamas ao mesmo tempo, entretanto esse aparelho é mais caro 
que os de ordenha mecânica.
42 
Não se esqueça de perguntar ao médico qual método é o mais 
indicado para cada caso. Lembre-se também de esterilizar os aparelhos 
para não contaminar o leite. 
 
2.2 – Dificuldades na amamentação 
 
Existem algumas complicações ou casos particulares na 
amamentação que podem fazer com que as mães antecipem o desmame, 
ou por não conseguir amamentar, ou por não saber como agir em alguns 
casos. 
 
Vamos ver alguns deles: 
 
 O bebê não suga direito ou não quer mamar. Isso pode ocorrer 
quando o bebê tem contato com chupetas ou mamadeiras, ou se ele 
estiver mal posicionado, o que causará dor ou desconforto. Alguns 
bebês não mamam por razões desconhecidas. 
 
Quando isso acontece, a mãe precisa fazer a ordenha manual, pelo 
menos 5 vezes por dia para que não pare de produzir leite. Se o caso for a 
introdução de mamadeiras ou chupetas, será necessário suspender o uso 
desses objetos para que o bebê volte a mamar no peito. 
 
Quando o bebê não está bem posicionado, ele pode não fazer a 
pega corretamente, ou sentir alguma dor. Nesse caso, ele começará a 
mamar e logo soltará o peito e chorará. Outro motivo que impede a pega 
correta é a mama estar com muito leite, fazendo os mamilos ficarem duros. 
 
Pode ocorrer também de o bebê só aceitar mamar em uma das 
mamas porque o outro mamilo é diferente, ou pode estar ingurgitado e/ou a 
posição não agrada. Uma tentativa de fazer o bebê aceitar a outra mama é 
segurá-lo na posição invertida. Dessa forma, ele não sentirá muita diferença 
na posição entre uma mama e outra. Se, mesmo assim, ele não aceitar a 
outra mama, amamente apenas com uma. 
 
 Mamilos planos ou invertidos. Esses casos não podem impedir o 
aleitamento materno, mas podem dificultar. 
 
Mamilos planos são aqueles que não se projetam muito, ficam retos 
ou pouco salientes. Já os mamilos invertidos são aqueles que, quando a 
aréola é pressionada com os dedos, o mamilo se retrai, entrando no seio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Veja: 
 
 
 
 
A mãe que possui um desses tipos de mamilo deve ter orientação 
médica e não deve deixar de amamentar. Com o passar do tempo, os 
mamilos vão se tornando mais adequados à amamentação. Nesses casos, 
os profissionais de saúde ajudarão as mães das seguintes formas: 
 
 Não deixar a mãe desanimar do aleitamento e acalmá-la dizendo que 
esses são problemas facilmente solucionados, ela só precisa de 
calma e paciência. Deixar que os bebês tenham contato com as 
mamas para estimular a produção de leite. 
 
 Auxiliá-las e ensiná-las como deve ser a pega correta e falar da 
importância da aréola estar macia. 
 
 Mostrar as diferentes posições de amamentação para que ela e o 
bebê se sintam confortáveis. 
 
 Ensinar para as mães algumas técnicas para projetar os mamilos 
planos ou invertidos como compressas com água fria, bomba de 
sucção, ou uma seringa adaptada, cortada a parte onde se encaixa a 
agulha. Veja: 
 
 
 
 
44 
 Essa técnica da seringa pode ser usada antes das mamadas ou até 
nos intervalos. O mamilo é sugado por 30 a 60 segundos, se não houver dor 
ou desconforto. Não se deve puxar com força o êmbolo da seringa, o mamilo 
é uma região muito sensível. 
 
Mas é importante não estimular as mamas na gravidez sem o 
consentimento médico. O estímulo faz com que o hormônio oxitocina aja e 
ele contrai a musculatura do útero. 
 
Existem também modeladores de bicos: 
 
 
 
 
Fonte: http://feminefisioterapia.wordpress.com/2011/03/29/amamentacao-
preparo-das-mamas/ 
 
Os modeladores fazem certa pressão no mamilo para que ele se 
projete. É importante lembrar as mães que, enquanto o bebê ainda não 
consegue mamar, ela deve fazer a ordenha manual e preparar a mama para 
quando ele conseguir fazer à pega e mamar. 
 
 Ingurgitamento das mamas. É o chamado popularmente de “leite 
empedrado”. No ingurgitamento, o leite fica preso nos alvéolos 
causando dor e vermelhidão. O leite que fica nas mamas vai se 
tornando viscoso, por isso parece duro e “empedrado”. Se o leite não 
sair, ele vai ser reabsorvido pelo organismo e a produção de leite 
pode ser interrompida. 
 
Há duas formas de ingurgitamento: o fisiológico e o patológico. O 
primeiro caso é bastante normal e é um sinal de que o leite está “descendo”, 
ou seja, sendo produzido para o consumo do bebê. Aqui não é necessário 
fazer nenhum procedimento. 
 
Já no ingurgitamento patológico, a mama estica muito, fica 
avermelhada, dolorida e desconfortável e pode causar febre e mal estar. Os 
mamilos ficam achatados o que vai dificultar a amamentação. 
 
Esse ingurgitamento patológico é mais comum nas mães que 
tiveram seu primeiro filho e ocorre de 3 a 5 dias após o parto. Pode ser 
causado por muito leite sendo produzido, início tardio da amamentação, 
poucas ou curtas mamadas ou pega incorreta. 
 
45 
Para evitar o ingurgitamento patológico, deve-se começar o 
aleitamento o quanto antes, de preferência na primeira hora após o parto e 
deixar o bebê mamar sempre que quiser, pelo tempo que quiser. 
 
Quando houver caso de ingurgitamento, a mãe pode: 
 
 Fazer ordenha manual para que a aréola fique macia para o bebê 
mamar; 
 
 Deixar o bebê mamar sem restrições de tempo nem de horários; 
 
 Massagear delicadamente as mamas com movimentos circulares para 
deixar o leite menos viscoso. Esses estímulos também fazem com 
que a oxitocina tenha ação; 
 
 Existem alguns anti-inflamatórios ou analgésicos que a mãe pode 
tomar, mas sempre com a receita médica. Eles podem aliviar as dores 
e a inflamação; 
 
 Fazer compressas frias ou passar gelo envolvido em tecido em 
intervalos regulares. Para os casos mais graves as compressas 
podem ser feitas de 2 em 2 horas. Mas é importante que o tempo de 
permanência das compressas não ultrapasse 20 minutos. Se ficar 
mais tempo, o sangue vai circular mais no local para poder 
esquentálo, e os efeitos serão contrários; 
 
 Ordenhar manualmente se o bebê não quiser mamar. Com o leite 
saindo há o alívio da dor e do desconforto. 
 
Resolvendo o ingurgitamento patológico, evita-se que ele evolua 
para uma mastite, que é a inflamação na glândula mamária. 
 
 Mamilos machucados. No início do aleitamento materno, é comum 
sentir alguma dor nos mamilos por causa da sucção. Essa dor dura 
mais ou menos uma semana. Quando a dor persistir por mais tempo 
ou quando os mamilos estiverem muito doloridos ou machucados, é 
necessário pedir ajuda médica. 
 
Há muitos fatores que machucam os mamilos: a pega incorreta em 
que há a sucção só do mamilo; mamilos curtos, planos ou invertidos; quando 
o bebê tem má formação da boca ou o freio da língua muito curto, forçando 
mais o mamilo; uso errado de bombas de sucção; quando o bebê suga o 
mamilo sem beber leite por muito tempo; cremes ou pomadas que causem 
alergia ou afinem a pele dos mamilos, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
46 
Observe o que pode ser feito para prevenir que os mamilos fiquem 
machucados: 
 
 Deixar os mamilos expostos ao sol ou passar bucha para engrossar a 
pele. Se vazar leite, não deixe o mamilo molhado por muito tempo; 
 
 Ter atenção para que a pega seja feita corretamente; 
 
 Evitar usar nos mamilos produtos que retirem sua proteção, como 
álcool, sabões ou produtos secantes; 
 
 Deixar a criança mamar sempre que quiser, pois se houver um 
intervalo muito grande entre uma mamada e outra, o bebê sugará 
com mais força o mamilo, por estar com fome; 
 
 Fazer ordenha manual para deixar a aréola macia e a pega ser feita 
corretamente; 
 
 Protetores de mamilo podem causar algumas rachaduras. O que se 
pode fazer é usar os protetores em forma de concha,
que evitam o 
contato da mama com a roupa, minimizando a dor. 
 
Tome cuidado com receitas populares para tratar essas lesões, 
como uso de casca de banana ou de mamão, chá e outras. Não existem 
pesquisas clínicas que comprovem seus resultados, por isso, consulte 
sempre um médico. 
 
 Candidíase (monilíase). Essa infecção pode atingir somente o 
mamilo e a aréola, ou até mesmo o seio todo. Ela é caracterizada por 
coceira, ardor como o de queimadura e sensação de agulhada. O que 
causa a candidíase é um fungo, e o bebê é o responsável por 
transmitir a infecção de uma mama à outra. 
 
Se o seio permanecer muito tempo úmido, se estiver machucado e a 
mãe estiver usando antibióticos, anticoncepcionais em pílula ou 
medicamentos com esteroides, corre um maior risco de desenvolver a 
candidíase. 
 
Observe se o bebê tem algumas manchinhas brancas na boca, 
diferentes das que são causadas pelo leite que secou. Para evitar que esse 
fungo se prolifere, mantenha o mamilo sempre seco e, se possível, exponha 
o seio ao sol por alguns momentos. 
 
O tratamento da candidíase é feito ao mesmo tempo na mãe e no 
bebê, para que um não contamine o outro. Mesmo se o bebê não apresentar 
sinais de candidíase, ele deve ser tratado. O médico receitará alguns 
medicamentos para a mãe e outros para o bebê. 
 
 
47 
As chupetas e mamadeiras também podem conter os fungos, por 
isso, não deixe que seu bebê tenha contato com elas. Se isso não for 
possível, ferva-os todos os dias por 20 minutos. 
 
 Fenômeno de Raynaud. Ocorre quando falta irrigação sanguínea no 
mamilo e ele fica com aparência esbranquiçada em alguns 
momentos, especialmente se for exposto ao frio, se o bebê o apertar 
com muita força ou se houver forte pancada no seio. Os mamilos 
também sofrem alguns espasmos nesse caso. 
 
Pode ocorrer essa palidez nos mamilos seguida de forte dor, antes, 
durante ou depois das mamadas. Entretanto, é mais comum ocorrer depois, 
pois a boca do bebê é quente, e, após a mamada, o mamilo entra em 
contato com o ar mais frio do ambiente. 
 
Há mulheres que relataram sentir algumas agulhadas ou ardor no 
seio e isso pode confundir o Fenômedo de Raynaud com candidíase. O 
anticoncepcional oral e alguns medicamentos contra fungos, podem agravar 
o problema. 
 
A causa do Fenômeno de Raynaud não é precisa, mas pode estar 
associada a uma pega incorreta da mama. Compressas mornas podem 
ajudar a aliviar a dor. Se isso não ocorrer, procure seu médico, pois será 
necessário fazer tratamento com medicamentos. 
 
 Bloqueio dos dutos lactíferos. Ocorre quando a saída de leite pelos 
mamilos fica tampada por alguma razão, impedindo que ele saia. 
Algumas das possíveis causas são: o uso de sutiã muito apertado, o 
uso de alguns cremes nos mamilos que obstruem as saídas de leite, e 
quando o bebê não mama o suficiente para esvaziar a mama. 
 
O bloqueio dos dutos comumente causa nos seios alguns pequenos 
nódulos sensíveis e dolorosos e a região fica quente e avermelhada. Pode 
também surgir um pontinho branco na ponta do mamilo que dói durante as 
mamadas e causa febre na mãe. Esse pontinho deve ser removido, de 
preferência com auxílio médico. 
 
Para prevenir esse quadro é necessário que, quando o bebê não 
mama frequentemente, as mamas sejam esvaziadas com ordenha manual. 
Compressas mornas e algumas massagens antes, durante e depois da 
amamentação ajudam a prevenir. 
 
Deixe que o bebê mame em várias posições para que o leite saia de 
todos os lados das mamas. Se o queixo do bebê puder estar na direção da 
área afetada, será melhor para drenar o leite preso ali. Deixe o bebê mamar 
quando quiser e inicie a mamada pelo seio afetado. 
 
 
 
 
48 
O quadro de bloqueio dos dutos lactíferos, assim como o 
ingurgitamento, se não tratado, pode evoluir para uma mastite. 
 
 Mastite. É uma inflamação de uma ou mais partes da mama que 
pode, ou não, progredir para uma infecção bacteriana. É mais comum 
inflamar a área superior esquerda da mama. A mastite, geralmente, 
ocorre entre a segunda e a terceira semana após o parto. É menos 
comum ocorrer após a 12ª semana. 
 
Se houver alguma ferida na mama, pode ser que bactérias se 
instalem por essas aberturas. Quando houver a presença de bactéria, a 
mastite é infecciosa e pode causar mal estar e febre alta. 
 
O sabor do leite materno fica mais salgado, pois há um aumento de 
sódio e diminuição de lactose no leite. Por conta disso, o bebê pode rejeitar 
o leite. 
 
Se não tratada a tempo, a mastite pode evoluir para um abscesso 
mamário, um problema mais sério. Para prevenir a mastite ou impedir que 
ela evolua, deixe o bebê mamar, mesmo se a mama estiver com bactérias, 
pois, de acordo com o Ministério da Saúde, não há riscos para os bebês 
sadios que nasceram no tempo certo, ou seja, não são prematuros. 
 
O tratamento da mastite é feito com antibióticos receitados apenas 
por médicos. A mãe deve repousar e ser encorajada a não parar de 
amamentar. Os sutiãs usados devem ser bem firmes. 
 
 Abscesso mamário. Quando a mastite não é tratada, ou o 
tratamento ocorreu muito tarde, ou não funcionou, ela pode evoluir 
para um abscesso mamário. Ele causa dor intensa, febre, mal estar e 
algumas áreas da mama podem ficar protuberantes. 
 
Esse caso é bastante sério, pois ele pode impedir que a mãe 
amamente novamente em 10% dos casos. Prevenindo a mastite ou tratando 
o quanto antes, há a prevenção do abscesso. 
 
 
 
 
49 
 O tratamento do abscesso mamário envolve um procedimento 
cirúrgico para retirar o pus da inflamação, além do uso de antibióticos. A 
Organização Mundial de Saúde recomenda que a amamentação na mama 
afetada seja interrompida até que o abscesso tenha sido drenado e o 
tratamento com antibióticos iniciado. A amamentação deve continuar na 
mama sadia. 
 
Se o abscesso não for tratado a tempo, ele pode estourar e vazar 
pus, e o tecido mamário pode necrosar. Se o abscesso for muito grande, 
será necessária uma cirurgia para retirar um pedaço da mama, o que pode 
deixála deformada e com perda da capacidade de amamentação. 
 
 Galactocele. É quando há a formação de um cisto nos dutos 
lactíferos que bloqueia a passagem do leite. O leite que fica parado 
pelo cisto vai adquirindo aspecto viscoso. Para tirar o cisto é 
necessário fazer uma aspiração e ele é diagnosticado por meio de um 
ultrassom. O cisto, muitas vezes, pode formar uma barreira, por isso, 
para acabar com o problema é necessário extrair o cisto por meio de 
cirurgia, pois ele volta a encher depois da aspiração. 
 
 Grande saída de leite. Os médicos chamam esse quadro de reflexo 
anormal de ejeção do leite. Nesses casos, o bebê pode engasgar com 
o grande fluxo que sai da mama. Para que isso não ocorra, a mãe 
pode fazer uma pequena ordenha antes da mamada até que o fluxo 
de leite diminua. 
 
 
Leitura Complementar: 
Eu amamentei! 
Flávia Gomes - Mãe de Léo 
Engravidei e de um momento para o outro me vi com dúvidas e ideias que 
jamais pensei ter. Que jamais pensei existirem. Que jamais sonhei em meus 
devaneios que tais pensamentos faziam parte do mundo materno ou de 
uma gravidinha. Pois bem, uma delas, foi a preocupação com a 
amamentação. Durante o período da gestação ouvi todo tipo de histórias. 
De amigas, familiares, mãe e sogra, cunhadas, gente desconhecida 
encontrada no mundo louco e solidário da internet e reportagens de revista. 
Eram peitos enormes de cheios, bicos rachados, dores enlouquecedoras. 
Houve quem desistisse, houve quem, guerreira, tentasse até dar certo. 
Durante os nove meses fiquei com aquilo na cabeça. E eu, como seria? Era 
a pergunta que não se calava nunca em minha cabeça. Passei bucha nos 
seios para engrossar a pele,

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