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Ácido fólico e gravidez

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Ácido Fólico: 
http://projetandoumbebe.blogspot.com.br/2017/01/precisamos-falar-sobre-o-acido-folico-metilfolato-e-o-perigo-do-acido-folico-sintetico.html?m=1
O folato é uma vitamina do complexo B (vitamina B9) necessária no cérebro para a síntese de noradrenalina, serotonina e dopamina. Três formas de folato são geralmente utilizadas​​: ácido fólico, L-5-metiltetrahidrofolato de cálcio (5-MTHF) e ácido folínico. É um nutriente essencial para a replicação do DNA e age como um substrato para uma série de reações enzimáticas envolvidas na síntese de aminoácidos e o metabolismo da vitamina (Fonte).
Durante a gravidez, há uma demanda por folato, pois ele é necessário para o crescimento e desenvolvimento do feto. A deficiência de ácido fólico tem sido associada com anormalidades tanto na mãe (anemia, neuropatia periférica) quanto no feto (anomalias congênitas) (Fonte).
O ácido fólico que compramos nas farmácias no Brasil é sintético. E ácido fólico sintético não existe no corpo humano. É encontrado em vitaminas e em alimentos à base de farinha enriquecida (mais um motivo para evitar farinha).
O metilfolato é a forma ativa do ácido fólico. Para  ser utilizado por nosso organismo, o ácido fólico sintético, precisa ser convertido para sua forma ativa L-5-metiltetrahidrofolato de cálcio (5-MTHF).
Inúmeras pesquisas alertam para o perigo do ácido fólico sintético. Não bastando seus perigos na dosagem recomendada de 400 mcg, há disponível nos postos de saúde do Brasil o ácido fólico sintético na dosagem de 5.000 mcg (5 mg). São mais de 12,5 vezes a dosagem recomendada.
Propriedades do metilfolato:
Em conjunto com a vitamina B12, o metilfolato atua como doador do grupo metila, participa da conversão do aminoácido homocisteína, a metionina, sendo dessa forma, vital para muitos processos, incluindo a produção de neurotransmissores, manutenção do humor, tratamento coadjuvante do câncer, síntese da serotonina, melatonina e DNA.
	
	Conversão do ácido fólico.
Trombofilia - mutação da MTHFR:
É preciso um cuidado maior para as portadoras de trombofilia com mutação da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), que possuam mutação nos genes C677T e A129 8C (descoberto mais recentemente). Essa mutação dos genes, que codificam a enzima MTHFR, promovem uma alteração na estrutura dessas enzimas, deixando-as termolábeis e inativas. A MTHFR é uma enzima fundamental na conversão de homocisteína em metionina, e nesse processo estão envolvidos outros cofatores, como: ácido fólico, vitamina B6 e B12. (Fonte) Dessa forma, dependendo da mutação do MTHFR, há uma pequena porcentagem de bioatividade da enzima que converte o ácido fólico em metilfolato. Como já lemos acima, o metilfolato é a forma ativa do ácido fólico. Para  ser utilizado por nosso organismo o ácido fólico tem de ser convertido para sua forma ativa L-5 Metil tetrahidrofolato de cálcio (5-MTHF).
Segundo o Dr Ricardo Barini, "indivíduos que apresentam mutação da MTHFR possuem uma tendência a elevação dos níveis de homocisteína sanguínea, principalmente os homozigotos para C677T, ou heterozigotos para ambas as mutações.
Hiperhomocicteinemia parece estar relacionada com um risco elevado para doenças cardiovasculares e maus resultados gestacionais (aborto recorrente, pré-eclampsia, óbito fetal, DPP). A mutação na MTHFR também esta relacionada com mal-formações fetais, defeitos de fechamento do tubo neural."
Qual o perigo para as portadoras de mutação da MTHFR? O excesso de ácido fólico não metabolizado causa muitos danos ao organismo! As altas dosagens de ácido fólico mais vendidas (4mg, 5mg) são um perigo para as portadoras de trombofilia que metabolizam tão pouco. Segundo a Dra Camila Milagres, "a mutação da MTHFR favorece o risco de mal formações fetais por aumento da incapacidade de detoxificação". A médica ainda questiona, "quantas crianças já nascem com uma intoxicação subclínica que pode se manifestar com danos neurológicos, atraso de desenvolvimento, problemas gastrointestinais, falta de apetite, entre outros?". Altos níveis de homocisteína no sangue causam danos no endotélio que podem acarretar em derrames, problemas cardiovasculares e até mesmo doença cerebrovascular (Fonte).
Segundo o Dr Ben Lynch, uma das maiores autoridades em MTHFR:
"Não dê ácido fólico para portadores das mutações MTHFR C677T; a mutação MTHFR destruiu parcialmente a enzima MTHFR que é necessária para processar completamente o ácido fólico.
Alimentos naturais com folato devem ser consumidos por todos com mutação MTHFR. O folato natural ajuda a fazer outras formas de ácido fólico que são necessários para várias funções no organismo.
Aqueles com mutações C677T MHTFR não processam ácido fólico em 5-MTHF.
Se o ácido fólico não se transformar em 5-MTHF, os níveis de ácido fólico se acumulam. Elevado ácido fólico no sangue tem potencial para estimular células cancerosas pré-existentes.
Dito isto, é imprudente fornecer suplemento de ácido fólico para qualquer pessoa com mutações MTHFR C677T". (Fonte)
Polimorfismo genético (1) parece algo raro mas não é. Segundo um artigo, publicado em 2011 na revista eviews in Obstetrics and Gynecology, "Suplementação com ácido fólico e gravidez: mais do que apenas uma prevenção de defeitos de tubo neural",
[...] Nos Estados Unidos, até aproximadamente 60% da população são metabolizadores intermediários de folato ou heterozigotos para o polimorfismo genético da enzima MTHFR, enquanto que até 25% de certas populações são homozigéticas para essas variações genéticas.
Em diferentes graus, esses polimorfismos prejudicam a conversão de folato em sua forma ativa, o l-metilfolato. Por exemplo, os indivíduos que são metabolizadores pobres de folato são homozigotos para a variante comum MTHFR 677C-> T genótipos e mostram aproximadamente 30% da atividade enzimática encontrada naqueles com a variante do tipo selvagem (CC), enquanto que os heterocigotos para a mesma genética o polimorfismo tem cerca de 65% da atividade enzimática de tipo selvagem. Com outra variante, MTHFR 1298A-> C, indivíduos homozigotos podem exibir a atividade catalítica da enzima que é reduzida para 68% da atividade do tipo selvagem.
Com base na alta prevalência de polimorfismos genéticos MTHFR na população em geral e preocupações com a atividade enzimática reduzida e, portanto, menos metilfolato biologicamente disponíveis, pesquisas mais recente nesta área tem focado em suplementação com l-metilfolato em vez de ácido fólico como meio de prevenção de patologias relacionadas ao folato. [...] (Fonte)
(1) Fala-se de polimorfismo genético para designar a existência de diferentes alelos de um mesmo gene, o que implica mudanças na sequência genética entre integrantes de uma certa população. (Fonte).
Perigos do excesso de ácido fólico sintético:
Segundo o já citado artigo "Suplementação com ácido fólico e gravidez: mais do que apenas uma prevenção de defeitos de tubo neural",
[...] O risco potencial de suplementação com altas doses de folato deve ser considerado. Em primeiro lugar, a suplementação de folato pode encobrir a deficiência de vitamina B12 (anemia perniciosa) e deve ser tomado cuidado com indivíduos suscetíveis para evitar a falta desse diagnóstico. Além disso, preocupações foram levantadas sobre os efeitos potencialmente adversos do ácido fólico sintético não metabolizado em relação ao câncer, depressão e comprometimento cognitivo. Com todas essas preocupações, dados iniciais sugerem que a suplementação com l-metilfolato em vez de ácido fólico pode mitigar esses riscos. (Fonte)
Além disso, o excesso de ácido fólico sintético dobra os riscos de autismos, promovem alterações no desenvolvimento neuropsicomotor e má-formação em bebês e podem provocar câncer de mama na mulher. Leia mais aqui sobre os riscos da superdosagem do ácido fólico sintético.
Eliminação do excesso de ácido fólico:
Muitas pessoas acreditam que tomar um excesso de vitaminas solúveis em água não é algo ruim, afinal foram ensinadas que o excesso é excretado pelaurina. Frequentemente recebo comentários: mas o ácido fólico é eliminado diariamente pela urina!
Este não é o caso do ácido fólico. Se uma pessoa não pode processar ácido fólico em folato, o ácido fólico acaba na corrente sangüínea onde acaba obstruindo o receptor nas células onde o verdadeiro folato é necessário.
Dados: 20-40% da população não produz o suficiente da enzima necessária para quebrar o ácido fólico sintético encontrado em suplementos e alimentos fortificados.
Quando o ácido fólico inutilizável está ocupando o receptor onde o verdadeiro folato é necessário, ocorre uma deficiência de folato e o seguinte pode acontecer:
Defeitos do tubo neural;
Aborto espontâneo recorrente;
Problemas neurológicos;
Ansiedade (muitas pessoas não percebem que têm ansiedade até começar o ácido fólico);
Problemas de crescimento;
Problemas de tireóide;
Anemia;
Entre outros.
Estudos sugerem fortemente que uma alta dosagem de ácido fólico sofre redução inicial e metilação no fígado. É importante frisar que, em indivíduos humanos, alguns tecidos, incluindo o fígado, têm uma capacidade limitada de reduzir o ácido fólico, devido à baixa atividade de DHFR* e não conseguem reduzir altas concentrações de ácido fólico. (Fonte)
*Ao entrar em uma célula, o ácido fólico é inicialmente reduzido pelo dihidrofolato redutase (DHFR) para dihidrofolato (DHF), que posteriormente é reduzido para o tetrahidrofolato (THF).
A ingestão de ácido fólico de alimentos fortificados e suplementos tem o potencial de aumentar a quantidade de ácido fólico não metabolizado no plasma e a magnitude desse efeito é dependente da dosagem. É importante salientar que parece haver um efeito acumulativo à exposição repetida de ácido fólico. (Fonte)
Estudos realizados em animais sugerem que, enquanto a deficiência de folato nos tecidos normais aumenta a taxa de transformação neoplásica, altas doses de ácido fólico podem acelerar a progressão das lesões neoplásicas existentes para o câncer. (Fonte)
Recentemente, o Polyp Prevention Study Group relatou resultados sugestivos de que um suplemento de ácido fólico de 1 mg tomado por 6-8 anos por homens e mulheres com história de adenomas colorretais, aumentou o risco de neoplasia colorretal. (Fonte)
Hipotireoidismo:
As mulheres com hipotireoidismo podem ter uma desvantagem adicional no processo de conversão do ácido fólico para folato (Fonte).
A importância da Vitamina B12 na absorção do ácido fólico:
Segundo o Dr Lair Ribeiro, "o ácido fólico sem vitamina B12 é disfuncional. [...] [A vitamina B12] contribui como co-fator na transformação do ácido fólico em sua forma ativa, o metilfolato". (Fonte)
Hoje, muitos médicos ainda desconhecem a prevalência e os efeitos deletérios da deficiência da vitamina B12, prejudicando substancialmente a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida de muitos pacientes. Porém, um fato não se discute: o corpo precisa de ácido fólico para produzir ácidos nucleicos – os alicerces do DNA. Sem vitamina B12, o ácido fólico se torna disfuncional. A produção prejudicada na formação e renovação do DNA pode impactar qualquer parte do organismo, facilitando a formação de polimorfismos genéticos e predisposição ao câncer. (Fonte)
Medicamentos que interferem na conversão do folato:
Há também um número de medicamentos que interferem com o metabolismo do folato, incluindo a metformina, os contraceptivos orais e a lamotrigina. Os antiácidos podem alterar as condições do estômago necessárias para a absorção de B12, um co-fator essencial para o ciclo de um carbono (Fonte). 
Exames:
A dosagem de homocisteína PODE indicar uma baixa conversão do ácido fólico em metilfolato; porém, para ser mais confiável, a mulher deve estar tomando já há alguns meses o ácido fólico.
Segundo o Dr Lair Ribeiro, "a homocisteína elevada, [...], aumenta o risco de doença coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). [...] A cobalamina contribui para que o ácido fólico converta a homocisteína de volta à sua forma metilada (metionina), reduzindo drasticamente a possibilidade do desenvolvimento de doenças cardiovasculares."
Níveis adequados são abaixo de 8 µmol/L, apesar dos valores de referência atuais considerarem normais os índices até 10 µmol/L. Um valor acima de 9 µmol/L já mostra problemas na metilação. Os médicos ortomoleculares pedem para que esteja abaixo de 7 µmol/L.
Segundo o Dr Lair Ribeiro, uma forma de abaixar a homocisteína é com a ajuda da vitamina B6 que metaboliza para a glutationa.
Dosagem:
O Dr Ben Lynch, especialistas na mutação da MTHFR, recomenda que um bom multivitamínico deve conter 400 mcg de metilfolato. Para tentantes ou mulheres grávidas, ele recomenda cerca de 800 mcg de metilfolato juntamente com 1000 mcg de vitamina B12 (dos quais 800 mcg de metilcobalamina e 200 mcg de adenosilcobalamina) na forma de tablete sublingual. (Fonte)
O Dr Andrew Saul, um dos maiores especialistas em vitaminas, receita para suas pacientes 5 mg (5.000 mcg) de metilfolato, há 40 anos. Nunca nenhuma paciente sua teve bebê com alguma má-formação. Mas reforçando: é 5 mg de METILFOLATO, não ácido fólico sintético. (Fonte e fonte)
A Dra Monica Reinagel, conhecida médica nutróloga, afirma que "ironicamente, a forma sintética (ácido fólico) é melhor absorvida pelo corpo do que a forma natural. Você só precisa 60 mcg de ácido fólico para obter os mesmos benefícios que você obteria de 100 mcg de folato de ocorrência natural." Porém, segundo ela, o ideal é limitar a suplementação de folato, mesmo o natural, em 400 mcg por dia. (Fonte)
O Dr Chris Kresser, famoso médico no campo da nutrição/dieta paleolítica e medicina integrativa, recomenda que "as mulheres que estão planejando engravidar devem consumir entre 800 e 1200 mcg de folato por dia durante vários meses antes do início da gravidez. A menos que você esteja consumindo frango ou fígado de bezerro e quantidades substanciais de folhas verdes regularmente, é difícil obter essa quantidade necessária de folato apenas com a dieta. Se você está grávida ou tentando engravidar, eu recomendo a suplementação com 600-800 mcg de folato por dia, dependendo da sua ingestão dietética." (Fonte)
A Dra Amy Neuzil, médica naturopata, diz, eu seu site: "Gostaria que houvesse apenas uma resposta - "esta é a dose certa", mas infelizmente tudo se resume a qual é a dose certa para o SEU corpo. Primeiramente, eu nunca recomendo tomar metilfolato sem outras vitaminas do complexo B junto. As vitaminas do complexo B têm funções sobrepostas e por isso é importante ter doses decentes de todos eles. Normalmente eu receito para os pacientes um complexo B com uma dose razoavelmente baixa de metilfolato - talvez 400 mcg. Primeiro, vamos experimentar o complexo B de baixa dose ou um multivitamínico e ver o que acontece." Esse cuidado é necessário principalmente com as portadoras da mutação MTHFR. Caso o metilfolato de 400 mcg tenha dado certo, seria uma boa opção adicionar mais 1000 mcg de metilfolato. (Fonte)
Como foi possível observar, não há consenso sobre esse assunto da dosagem. A maioria dos médicos preferem manter dosagens entre 400-1200 mcg de metilfolato por dia.

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