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Insuficiência respiratória aguda

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A manutenção de um pH normal e uma oferta de oxigênio adequada à demanda metabólica tissular é essencial ao funcionamento celular. Tal função resulta de interações complexas entre os sistemas respiratório, cardiovascular, o metabolismo celular e o transporte de gases no sangue.
 Nesse contexto, a insuficiência respiratória aguda (IRespA) pode ser definida como uma incapacidade do sistema respiratório em captar oxigênio (PO2) e/ou remover o gás carbônico (PCO2) do sangue e dos tecidos do organismo. 
Trata-se de uma síndrome e não de uma doença, sendo diversas as entidades clínicas que podem causar IRespA. Isso se deve a própria complexidade do sistema respiratório e dos seus vários componentes, a respiração requer o funcionamento harmônico e concatenado de diversos órgãos e aparelhos.
Os três primeiros elos da corrente da constituem a chamada “bomba” ventilatória do sistema e são responsáveis pelo volume minuto e pela ventilação alveolar. Falhas na sua função resultam em represamento de PCO2 no sangue e hipercapnia.
Esta por sua vez pode comprometer a oxigenação de forma secundária, impedindo a renovação do gás alveolar. 
Por outro lado, afecções do parênquima pulmonar e das vias aéreas (sobretudo das inferiores) resultam em prejuízo principalmente da oxigenação, sendo mantida a eliminação de CO2 desde que a “bomba” ventilatória esteja funcionando adequadamente. 
O último elo da corrente consiste no sistema de transporte de gases para os tecidos do organismo. Quadros de choque ou disfunção da hemoglobina também podem ser causas de IRespA.
 Falhas em um ou mais dos componentes do sistema respiratório podem resultar no quadro de IRespA que frequentemente tem origem multifatorial. Por exemplo, uma paciente vítima de traumatismo crânio-encefálico, contusão pulmonar e choque hemorrágico apresenta múltiplos componentes para desenvolvimento de IRespA.
Classificar a IRespA
Podemos classificar a IRespA em três tipos principais do ponto de vista gasométrico: hipercápnica, hipoxêmica ou mista. 
A IRespA hipercápnica se caracteriza por uma elevação da PaCO2 acima de 45 a 50mmHg com acidemia resultante, ou seja pH<7,34. 
A IRespA hipoxêmica é definida por uma PaO2 < 55 a 60mmHg, em ar ambiente, ou caracteristicamente, na vigência de oxigenoterapia. 
O tipo misto está presente quando ocorre hipoxemia grave associada à retenção de CO2 com acidose respiratória. Por exemplo, um paciente com pneumonia grave, em geral se apresenta inicialmente com IRespA hipoxêmica que pode evoluir para um quadro de fadiga muscular respiratória com falência secundária da “bomba” ventilatória e hipercapnia. Por outro lado, pacientes com doenças neuromusculares podem apresentar hipercapnia por fraqueza muscular, o que causa hipoventilação alveolar e, a este quadro, podem se superpor complicações como retenção de secreções e atelectasias, acrescentado-se um componente hipoxêmico por acometimento do parênquima pulmonar.

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