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Aula e Slides sobre Contravenções Penais

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Contravenções Penais
 Classificação das Infrações Penais
 O sistema Penal Brasileiro adotou duas espécies de infrações penais:
 Crimes (ou delitos) 
 Contravenções penais
 A 	Divisão que se deve pela adoção da teoria conhecida pela doutrina como Divisão Bipartida ou dicotômica onde a infração penal é o gênero que comporta duas espécies.
Também são adeptos desse sistema os países como Itália, Suíça e Noruega. 
Contravenções Penais
	Conforme está disposto na exposição de motivos da parte especial do Código Penal não há diversidade ontológica entre crime e contravenção, assim em síntese a contravenção penal é uma espécie de infração menos grave do que o crime, dai assim ser chamada de doutrina do crime anão (Hungria) ou crime vagabundo (Fragoso) ou delito Liliputiano.
 
	 A diferença, portanto não é de qualidade, mas de quantidade, ou seja, de gravidade e reprovação social. Assim quanto maior a pena, maior a reprovação social. 
Contravenções Penais
	Alguns países como a Bélgica, Japão e Áustria adotam a teoria da divisão tripartida ou critério tricotômico, pelo qual as infrações penais se subdividem em três espécies: delitos, crimes e contravenções penais. 
	Para Damásio Evangelista de Jesus	não existe uma diferença ontológica de essência entre crime e contravenção, porque o mesmo fato pode ser considerado crime hoje e amanhã já não mais, tudo depende da necessidade de prevenção social.
JESUS, Damásio E.de. Lei das Contravenções Penais Anotada. São Paulo: Saraiva, 1993. p,6. 
Contravenções Penais
Artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal e na Lei das Contravenções Penais (Dec.-lei n. 3.914/41):	 
	 “Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, é a infração penal que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”.
Contravenções Penais
Além desta distinção principal há outras diferenças menores entre crimes e contravenções a quais são:
A Tentativa (ou conatus) no crime é punida segundo o artigo 14, II do CP; já na contravenção a tentava não é punida.
Os crimes podem ser apurados por meio de ação penal incondicionada, condicionada ou ação penal privada segundo o artigo 100 do CP; já as contravenções são apuráveis somente por ação penal publica incondicionada de acordo com o artigo 17 da LCP, ressalvada a hipótese da ação privada subsidiaria da publica (ou o crime de vias de fato, que é ação penal pública condicionada).
C) A lei penal brasileira em algumas hipótese é aplicável a crimes cometidos fora do território brasileiro (a teoria da extraterritorialidade penal artigo 7º do CP); já em relação às contravenções praticadas fora do Brasil não se pode dizer o mesmo (artigo 2º da LCP), assim se entende que não existe a extraterritorialidade em relação as contravenções penais. 
Contravenções Penais
D) O tempo máximo de cumprimento da pena de condenação por crime é de 30 anos artigo 75 do CP; no caso da contravenção o tempo máximo é de 5 anos, artigo 10 da LCP.
E) Nos crimes o período de sursis e de 2 a 4 anos nos casos de sursis humanitário artigo 77 caput e paragrafo 2 do Código Penal; já nas contravenções penais o período de sursis de 1 a 3 anos, artigo 11 da LCP.
 
Contravenções Penais
 Contravenção Penal e infração de menor Potencial ofensivo.
 
	O artigo 69 da lei 9.099\95 Lei dos Juizados Especiais, alterada pela lei 11.313 de 2006, considera como infrações penais de menor potencial ofensivo os crimes e as contravenções penais, em que a lei comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulado ou não com multa.
	Segundo Sanches e Pinto a Lei dos Juizados Especiais em sua nova redação tornou a lesão corporal leve em ação penal publica condicionada a representação, entretanto lesões corporais mesmo de natureza leve que sejam praticadas no âmbito de convivência domestica, no caso de violência domestica a Lei Maria da Penha, por previsão expressa, veda os benefícios e a aplicação dos termos da Lei dos juizados especiais, e torna a lesão corporal de natureza leve em ação penal incondicionada, assim dispensando tratamento e procedimento ordinário no processamento da ação penal. 
Contravenções Penais
	O procedimento sumaríssimo só deixara de ser aplicado nas hipóteses previstas na própria Lei 9.099/95
Quando a contravenção for praticada em conexão ou continência com um crime que não seja de menor potencial ofensivo (artigo 60 caput e paragrafo único).
B) Quando o acusado não for encontrado para ser citado pessoalmente (artigo 66 paragrafo único)
C) Quando o fato for complexo e de difícil apuração.
 
Nessas hipóteses a contravenção penal será apurada no juízo comum e não no juizado especial criminal.
Contravenções Penais
 Suspensão Condicional da Pena
 
	Artigo 11. “Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender, por tempo não inferior a 1 (um) ano nem superior a 3 (três), a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional”.
	O sursis não deverá ser aplicado quando for possível a substituição da pena de prisão simples por multa ou pena restritiva de direitos. Devem ser observados os requisitos legais dispostos no artigo 77 do Código Penal.
	Prevalece, segundo a posição majoritária, o disposto no artigo 11 da Lei das Contravenções Penais sobre as regras gerais previstas no Código Penal. Nesses termos, o período de suspensão (um a três anos) é menor em relação ao fixado no Código Penal (dois a quatro anos); não incidem as condições previstas no § 1.º do artigo 78 do Código Penal (prestação de serviço à comunidade ou limitação de final de semana no primeiro ano do período de prova). Como consequência não se aplica, também, o § 2.º (substituição das condições do § 1.º do artigo 78, na hipótese de reparação do dano).
Contravenções Penais
 Princípio da Territorialidade
	Conforme enunciado no artigo 2º da Lei das Contravenções Penais, a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
	A concepção de território adotada, não é somente sob o prisma material, que para Damásio de Jesus, recebe o nome de território natural ou geográfico, compreendendo o espaço limitado pelas fronteiras. Mas, abrange também o território jurídico, ou seja, e espaço em que o Estado exerce a sua soberania. 	 
Contravenções Penais
Aplicação das Regras Gerais do Código Penal
Será aplicada as regras gerais do Código Penal às contravenções, sempre que a Lei de Contravenções não dispor de modo diverso. ( art. 1º da Lei 3.688/1941) . 
É confirmado pelo art. 12 do Código Penal, que diz: 
“ As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados 	por leis especial, se essa não dispuser de modo diverso.” 
	Apesar de não ser mencionado no art. 1º da Lei das Contravenções Penais, aplicam-se também subsidiariamente as normas do Código de Processo Penal, a Lei de Execuções Penais ( Lei 7.210/84) e a Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95 e 10. 259/2001) já que a maior parte das contravenções são infrações de menor potencial ofensivo. 
Contravenções Penais
 
Competência 
A quem cabe julgar os casos de contravenção penal?
	Segundo a Constituição Federal, no artigo 109, inciso IV, é excluída da competência dos Juízes Federais processar e julgar as contravenções penais. Portanto, tal competência pertence aos Juízes Estaduais.
 
A Súmula nº 38, do STJ confirma tal entendimento:
    	“Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 	1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em 	detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 	entidades.”
	Exceção: se o autor tiver foro especial na justiça
federal ( casos previstos na constituição, exemplo os juízes federais) a competência para julgamento da contravenção será da justiça federal. ( art. 108, I, a Constituição Federal). A competência em razão da pessoa prevaleceria sobre a competência em razão da matéria. 
Contravenções Penais
Competência 
E nos casos em que há a conexão com crimes de competência da justiça federal?
Nestes casos, os processos serão julgados separados. Pois, as regras de conexão ou continência (de caráter infraconstitucional) não podem se sobrepor ao já disposto na norma constitucional, que excepciona a competência da justiça federal para o julgamento das contravenções.
 
Contravenções Penais
Ação Penal e Procedimento
	Conforme o art. 17 da lei das Contravenções Penais, a ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício ( ação penal pública incondicionada) . 
	Com a entrada em vigor da Lei dos Juizados Especiais Criminais ( Lei 9.099/95) como já dito a maioria das contravenções forma consideradas como infrações de menor potencial ofensivo, enquadrando-se na lei dos juizados , sem prejuízo do disposto na lei das contravenções.
	Surgiu então a controvérsia em relação à natureza da ação penal em se tratando de vias de fato, prevista como contravenção no artigo 21. Essa discussão surgiu com o artigo 88 da Lei dos Juizados Especiais Criminais, que passou a exigir representação no caso de lesões leves e culposas. Se a infração mais grave (lesões corporais dolosas leves) é de ação penal pública condicionada à representação, não se compreende como possa a contravenção de vias de fato, de menor gravidade, continuar sendo de ação penal pública incondicionada.
 
Contravenções Penais
Ação Penal e Procedimento
	Excepcionalmente, na hipótese de a contravenção não se submeter ao Juizado Especial Criminal, segue-se o rito sumário previsto para os crimes punidos com detenção (artigos 539 e 540 do CPP).
Contravenções Penais
Dolo e Culpa
	A condição para que haja contravenção penal é a ação ou omissão voluntária. Tendo em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender de um ou de outra, qualquer efeito jurídico . ( art. 3º Lei das Contravenções Penais).
	Na Lei das Contravenções Penais, a modalidade culposa não é expressamente destacada, diversamente do que ocorre no Código Penal (parágrafo único do artigo 18). Assim, incumbe ao operador identificar a exigência de dolo ou culpa a partir da redação do tipo contravencional. Não há, na Lei das Contravenções Penais, figura preterdolosa.
Exemplo: Art . 37, parágrafo único.:
	“Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, 	coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em 	lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou 	molestar alguém.
Contravenções Penais
Consumação e Tentativa
Via de regra, a consumação das contravenções independem de um resultado naturalístico. São, na maioria, infrações de mera conduta. Há, entretanto, contravenções materiais, isto é, de conduta e resultado. Como exemplo, o artigo 29 da Lei das Contravenções Penais:
	“Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto 	ou na execução, dar-lhe causa.”
	No que concerne à tentativa, ainda que a figura contravencional a permita, há impedimento legal ao seu reconhecimento. É o que dispõe o artigo 4.º da Lei das Contravenções Penais:
	“Não é punível a tentativa de contravenção”.
Contravenções Penais
Penas
As principais penas são ( art. 5º Lei das Contravenções Penais):
Prisão simples ;
Multa.
Prisão Simples (art. 6º Lei3.688/1941):
A pena de prisão simples deve ser:
Cumprida sem rigor penitenciário;
Em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum;
Em regime semiaberto ou aberto;
Não pode ser superior a 5 anos ( art. 10).
O condenado a pena de prisão simples ficará separado dos condenados à pena de reclusão ou detenção. 
* O trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede 15 dias. 
Contravenções Penais
Penas
Multa :
Aplica-se o sistema do Código Penal (critérios estabelecidos no art. 19 do Código Penal), inclusive no que diz respeito aos limites. 
Frise-se que o artigo 9.º da Lei das Contravenções Penais, que permitia a conversão da pena de multa em prisão simples, foi tacitamente revogado pela Lei n. 9.268/96, que deu nova redação ao artigo 51 do Código Penal.
Contravenções Penais
Reincidência
Artigo 7º:
	“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma 	contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha 	condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, 	no Brasil, por motivo de contravenção”.
	
A contravenção anterior somente ensejará a reincidência se for objeto de condenação transitado em julgado no Brasil ( princípio da territorialidade). 
	
Aplica-se o artigo 64 do Código Penal, que dispõe sobre a eficácia da condenação anterior e sobre o desprezo dos crimes militares próprios e políticos para fins de reincidência.
		Contravenções Penais
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
O contraventor ficará isento de pena (como ocorre nas causas de exclusão da culpabilidade dos crimes), se ocorrer o erro de proibição.
Entretanto, a errada compreensão da lei, apenas ensejará a isenção da pena se for escusável, ou inevitável ou invencível. Sendo inescusável, evitável ou vencível, a apenação persistirá.
Contravenções Penais
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA
-Busca proteger bens jurídicos como a vida e a integridade física.
-O objetivo destas normas é combater a criminalidade crescente em face da facilidade da aquisição de armas. 
-O estado é responsável pela fabricação e detenção de armas e munições e o mesmo tem o dever de defender ele mesmo e os seus cidadãos, porém não consegue controlar que terceiros fabriquem e comercializem armas, por isso ele regulamenta a venda e uso. 
 
Contravenções Penais
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição:
        Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou social.
A contravenção do artigo 18 foi derrogada tacitamente uma vez que a conduta de fabricar arma de fogo foi tipificada no artigo 10 caput da Lei 9.437/97 (Lei das armas de fogo) revogando o artigo 18 da LCP. Mesmo o Estatuto do Desarmamento lei 10.826/03 não prevendo a conduta de fabricar arma de fogo, a contravenção não pode ser aplicada pela inexistência do efeito repristinatorio tácito. Para Nucci a este artigo foi revogado tacitamente.
 Já a conduta de fabricar munição constitui o crime do artigo 16 parágrafo único VI do estatuto do desarmamento. 
Contravenções Penais
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade:
        Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente.
Tacitamente Derrogado, primeiro pela lei das armas, e depois pelo Estatuto do Desarmamento Lei 10.826/2003. O porte ilegal de arma de fogo atualmente caracteriza a infração dos artigos 14 ou 16 do estatuto do desarmamento, conforme seja a arma permitida ou proibida. Para Nucci o dispositivo encontra-se revogado tacitamente.
Contravenções Penais
ANÚNCIO DE MEIO ABORTIVO
 Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto. 
Pena - multa de um mil cruzeiros a dez mil cruzeiros.
 
Anúncio de meio abortivo configuraria, na verdade o crime do art. 286,CP (incitação ao crime de aborto).
Classificação
Crime comum, de perigo abstrato, de mera conduta e doloso.
Publicidade Científica
Não se aplica ao tipo penal no caso de notícia sobre pesquisa cientificas, descobertas, conferências, congressos, publicações
cientificas.
Eficácia do meio anunciado
É indiferente que o método ou objeto do anúncio seja eficaz ou ineficaz. 
 Cohosh azul
Contravenções Penais
VIAS DE FATO
Artigo 21. Praticar vias de fato contra alguém:
	
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, se o fato não constituir crime.
Refere-se ao emprego de violência real contra outrem, sem que da ação advenha lesão corporal. 
A violência moral não configura a infração penal em destaque, podendo caracterizar o delito de ameaça ou um crime contra a honra, por exemplo.
Vias de fato são a prática de perigo menor, são atos de provocação exercitados materialmente sobre a pessoa, ou contra a pessoa. (Marcello Linhares)
Ação penal pública condicionada.
Exemplos: Empurrões sem razão, sacudir, rasgar a roupa, agredir mediante tapas, puxar cabelos.
A consumação da contravenção vias de fato ocorre sem a produção de lesão corporal na vítima. A prova pericial é desnecessária para a configuração da contravenção. 
A tentativa não é punível. (Art. 4.º da Lei das Contravenções Penais)
Trata-se de infração comum, material, de forma livre e comissiva.
	
Contravenções Penais
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental:
        Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
        § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais.
        § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada. Vide art. 148, § 1º, II, CP e Lei nº 10.216/01.
        Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito:
        Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Contravenções Penais
INSTRUMENTO DE EMPREGO USUAL NA PRÁTICA DE FURTO
 
 
Art. 24 - Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto.
Pena - prisão simples, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
 
 
	
Segundo Nucci essa norma é inconstitucional por violação aos princípios da intervenção mínima, da culpabilidade e da presunção da inocência assim a contravenção do artigo 25 é discriminatória pois pune-se alguém na essência pelo o que ele é/foi não pelo o que efetivamente fez. 
Contravenções Penais
Art. 25 - Ter alguém em seu poder, depois de condenado por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima:
Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, e multa.
Contravenções Penais
VIOLAÇÃO DE LUGAR OU OBJETO
 
Art. 26 - Abrir, alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou ofício análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar ou objeto
 
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
Tenta-se evitar com esta norma que profissionais auxiliem criminosos na prática delituosa. Se o profissional, porém, saber se tratar de crime, responde ele como coautor. Nucci entende a norma inconstitucional.
Contravenções Penais
EXPLORAÇÃO DA CREDULIDADE PÚBLICA
 
Art. 27 - Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres. 
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.
 
[Este artigo foi revogado pela Lei nº 9.521 de 27.11.97.]
 
Contravenções Penais
DISPARO DE ARMA DE FOGO
 
 
Art. 28 - Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela.
 
Pena - prisão simples, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Parágrafo único - Incorre na pena de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. Continua em vigor
Esta conduta encontra-se atualmente regulada pelo Estatuto do Desarmamento (art. 15, da Lei n.° 10.826/03), estando tacitamente revogado este artigo.
Contravenções Penais
DESABAMENTO DE CONSTRUÇÃO
 
Art. 29 - Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa.
 
Pena - multa, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. Crime de perigo abstrato
Trata-se de contravenção subsidiária aos crimes contra a incolumidade pública.
Vide art. 256, CP (perigo concreto)
Contravenções Penais
PERIGO DE DESABAMENTO
 
Art. 30 - Omitir alguém a providência reclamada pelo estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe.
Pena - multa.
Pune-se a negligência do responsável pela conservação da construção. Para Nucci o fato deveria ser punido apenas na esfera administrativa de fiscalização dos órgãos municipais.
Contravenções Penais
OMISSÃO DE CAUTELA NA GUARDA OU CONDUÇÃO DE ANIMAIS
  
Art. 31 - Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso
 
Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, 
ou o confia a pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Nesta contravenção, não é necessário que o animal produza algum ataque, basta a potencialidade de ferir alguém.
Contravenções Penais
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Dispositivo derrogado pelo art. 309, CTB. Súmula 720, STF.
Art. 309, CTB: Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
        Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Súmula 720/STF 
«O art. 309 do CTB, que reclama decorra do fato perigo de dano, 
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais
no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres.»
Contravenções Penais
 Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze das a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
Vide arts. 306 e 311, CTB.
Contravenções Penais
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Norma penal em Branco: Regras aeronáuticas de zona de tráfego.
Contravenções Penais
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de
réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
São atitudes que poderiam ser resolvidas no campo administrativo do CTB, como figuras infracionais. 
Contravenções Penais
 Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguém:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém.
Vide art. 264, CP.
Não deveria ser
objeto de punição
no campo penal.
Contravenções Penais
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Vide: art. 54, Lei 9.605/98;
art. 252,CP e art. 231, CTB.
Contravenções Penais
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de caráter secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação.
O Estado somente pode interferir em reunião que seja com fins ilícitos e de caráter paramilitar. Para Nucci esta figura é inconstitucional (art. 5º, XVII e XVIII, CF/88).
Contravenções Penais
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Contravenções Penais
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Contravenções Penais
Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Contravenções Penais
Gritaria e algazarra, a última representa o ruído provocado de outra maneira. 
Exemplos: cantorias, o chute de objetos, a quebra de garrafas etc.. Requer, o concurso de várias pessoas. 
Contravenção, na hipótese de algazarra: concurso necessário ou crime plurissubjetivo 
Inciso II – Exercício de profissão incômoda ou
ruidosa: norma penal em branco.
Essa regulamentação incidirá no exercício de certas atividades ruidosas. 
Ex: indústrias, padarias, tipografias, serralharias ou marcenarias.
A legislação local poderá restringir, em determinadas áreas da cidade, a atividade comercial ou industrial. Poderá, também, estabelecer horário de funcionamento, ou o limite de ruído permitido. 
Contravenções Penais
É necessária a existência de prescrição legal (elemento normativo do tipo). Na inexistência delas não há contravenção. 
O dolo é abrangente, pois deve alcançar a consciência de que se está violando as prescrições legais. 
Inciso III – Abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos: trata-se do uso imoderado. Exemplo: abuso de aparelhagem de som. Exige-se a consciência de que o comportamento é abusivo.
	Inciso IV – Provocando ou não procurando impedir barulho de animal de que tenha a guarda: comportamento típico: comissivo e omissivo. 
Pune-se quem tem a guarda do animal, podendo ser o proprietário ou não, um simples possuidor ou um mero detentor.
não se configurará o artigo 42 se o incômodo atingir uma única pessoa, ou um grupo reduzido delas.
Trata-se, pois, de contravenção material de conduta e resultado.
Contravenções Penais
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pagar o pedágio
com moedas
de 0,01.
Contravenções Penais
 Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis.
Idoso finge-se de funcionário do 
Banco do Brasil para aplicar golpes.
Vide os arts. 324 e 328, CP.
Crime absorve a contravenção.
Contravenções Penais
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei:  
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais grave.  
Vide art. 328, CP. 
Contravenções Penais
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis. Vide arts. 26 a 28, do Decreto-lei 25/37.
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade:
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.
Contravenções Penais
Contravenções Referentes à Polícia de Costumes
JOGO DE AZAR
Art. 50 - Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público,
mediante o pagamento de entrada ou sem ele:
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, estendendo-se os efeitos da
condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local.
§ 1° - A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo
pessoa menor de 18 (dezoito) anos.
§ 2° - Incorre na pena de multa, quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
Contravenções Penais
§ 3° - Consideram-se jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.
§ 4° - Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando
deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino.
Contravenções Penais
Jogo do Bicho
Dos artigos 51 a 58 da Lei das Contravenções Penais foram revogado pelo Decreto-lei n. 6.259/44, que dispôs sobre as figuras contravencionais ligadas ao jogo do bicho e às loterias clandestinas. 
A partir de então, enquadra-se o comportamento contravencional no artigo 58 do
supracitado Decreto-lei. O Decreto-lei n. 6.259/44, que também revogou os artigos 51 a
58 da Lei das Contravenções Penais, trata das mesmas condutas em seus artigos 45 e seguintes.
O jogo do bicho consiste, segundo a redação do artigo 58, caput, do Decreto-lei n. 6.259/44, na realização de apostas mediante combinação de algarismos ou nome de animais e no pagamento de prêmios em dinheiro. 
A denominação provém de sua organização, em série de 25 bichos, começando com a avestruz (grupo um) e terminando com a
Contravenções Penais
Os prêmios são regulados pelos banqueiros, variando conforme a aposta feita: no grupo, na dezena, na centena ou na milhar. 
Participam do jogo o apostador, denominado na figura contravencional como comprador ou ponto, o cambista (intermediário, arrecadador de apostas), o vendedor (o banqueiro), além de outros indivíduos que colaboram na elaboração do jogo, realizando
um dos comportamentos típicos previstos nas alíneas “b”, “c”, “d” do § 1.º do artigo 58 do Decreto-lei n. 6.259/44. 
Consequentemente, os sujeitos ativos da contravenção são as pessoas mencionadas no caput e nas alíneas do § 1.º do artigo 58.
Frisamos, desde logo, que para se punir o cambista não é necessário identificar o apostador ou o banqueiro. Nesses termos a Súmula n. 51 do Superior Tribunal de Justiça (1992): “A punição do intermediador, no jogo do bicho, 
Contravenções Penais
independe da identificação do apostador ou do banqueiro”. Também não é imprescindível que ele seja surpreendido colhendo apostas, bastando a apreensão de material do jogo em seu poder.
Discute-se a viabilidade do reconhecimento do estado de necessidade em relação aos cambistas. Entendemos que a alegação da descriminante, fundada na exigência de o cambista dar sustento à família, não torna lícita a prática do jogo do bicho. Há corrente minoritária
sustentando o oposto.
independe da identificação do apostador ou do banqueiro”. 
Também não é imprescindível que ele seja surpreendido colhendo apostas, bastando a apreensão de material do jogo em seu poder.
No que diz respeito ao apostador, sendo ele surpreendido pelos agentes da autoridade policial antes de concluir a aposta, seu comportamento é atípico, uma vez que não se pune a tentativa de contravenção.
Contravenções Penais
Resumo dos comportamentos típicos
Realizar o jogo do bicho (apostador e banqueiro)
Art. 58, caput
Servir de intermediário (cambista)
Art. 58, § 1.º, “a”
Transportar, conduzir, possuir, ter sob sua guarda ou poder, fabricar, dar, ceder, trocar e guardar listas com indicações do jogo, material próprio da contravenção e qualquer outra forma de contribuição para sua confecção, utilização ou emprego.
 
 
 
 
Art. 58, § 1.º, “b”
Apuração de listas ou organizações de mapas relativos ao movimento do jogo.
Art. 58, § 1.º, “c”
Qualquer outro comportamento que vise promover ou facilitar a realização do jogo.
Art. 58, § 1.º, “d”
Contravenções Penais
	O sujeito passivo da contravenção do jogo do bicho é o Estado. O fato de o Estado explorar jogos de azar não enseja a atipicidade do comportamento dos contraventores, pois os recursos arrecadados pelo Estado, diversamente do que ocorre com os banqueiros, estão comprometidos exclusivamente com o interesse público. 
	Exige-se o dolo como elemento subjetivo do tipo. Não se exige a habitualidade para a configuração da contravenção do
jogo do bicho.
As penas de prisão simples previstas são diferenciadas, dependendo do comportamento típico concretizado pelo sujeito ativo.
Aplica-se à contravenção do jogo do bicho a Lei n. 9.099/95, não obstante haja a previsão de rito específico para a sua apuração.
Contravenções Penais
Prova exigida pela contravenção: 
§ 2.º do artigo 58: “Consideram-se idôneos para a prova do ato contravencional quaisquer listas com indicações claras ou disfarçadas, uma vez que a perícia revele se destinarem à perpetração do jogo do bicho”. 
Acerca da exigibilidade da perícia há duas orientações. Para a primeira, a perícia é
indispensável. O jogo é, normalmente, feito por meio de símbolos e abreviaturas só decifráveis por quem entende do jogo. 
Para a outra posição, a perícia só é indispensável quando existe dúvida sobre o material apreendido. 
Realizada a perícia, não é necessário que todo o material apreendido a acompanhe.
Contravenções Penais
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência 
mediante ocupação ilícita:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Contravenções Penais
Art. 60. Mendigar, por ociosidade ou cupidez:          (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)
Contravenções Penais
Artigo 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor:	
Pena – Multa."
	
Tutelam-se os bons costumes, o pudor individual. Caso o sujeito ativo ofenda o pudor público responderá como incurso no artigo 233 do Código Penal (ato obsceno) ou como incurso no artigo 234 do
Código Penal (escrito ou objeto obsceno). Em ambas as infrações, a lei visa à proteção da moralidade pública, sendo sujeito passivo a coletividade.
Importunação Ofensiva ao Pudor
Contravenções Penais
A conduta consiste em importunar, quer dizer, molestar, incomodar, atingindo o pudor da vítima. 
São exemplos: “cantadas” grosseiras, o toque lascivo, entre outros comportamentos que não configurem o atentado violento ao pudor.
 
Lembramos que o assédio sexual, desde que o agente o cometa prevalecendo-se da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerentes ao exercício desemprego, cargo ou função, passou a constituir crime, nos termos do artigo 216-A do Código Penal. 
O comportamento típico foi incluído no Código Penal pela Lei n. 10.224, de 15.5. 2001. 
A pena prevista no preceito secundário do artigo 216-A é de um a dois anos de detenção. 
Contravenções Penais
A contravenção ora estudada deve ser cometida em local público (aquele que se presta ao acesso livre do povo, sem distinção ou formalidade) ou acessível ao público. Em local privado poderá caracterizar-se o artigo 65 da Lei das Contravenções Penais.
O pudor, elemento normativo do tipo, deve ser apreciado em relação à moral média. É sinônimo de decência. Deve, pois, corresponder a um sentimento médio de
suscetibilidade ou moralidade, que são variáveis no tempo e no espaço. Pudor, segundo Nélson Hungria, é o sentimento de timidez ou de vergonha de que se sente possuída a pessoa normal diante de certos fatos ou atos que ferem a decência. 
Ensina Damásio e. de jesus que a existência da ofensa ao pudor não está afeta à exclusiva apreciação subjetiva da vítima, uma vez que a conduta atenta contra os bons costumes.
Exige-se o dolo, acrescido de especial finalidade do agente: 
acinte: de caso pensado, de forma premeditada, com o firme propósito de perturbar; 
b) motivo reprovável: censurável, sem justificação, ilegítimo. Exemplos: passar trotes; atirar sujeira na casa de alguém; fazer barulho para incomodar determinada pessoa.
Contravenções Penais
Contravenções Penais
A consumação ocorre com a importunação. A tentativa é impunível (art. 4.º da LCP).
A importunação ofensiva ao pudor distingue-se do ato obsceno (art. 233 do CP), pois nesse o agente quer ou assume o risco de ser visto na prática de ato de caráter sexual (andar nu ou masturbar-se na via pública, por exemplo) enquanto , na contravenção que ora se examina, o agente não quer e também não assume o risco de ser visto por um número 	
indeterminado de pessoas.
A contravenção também se distingue do atentado violento ao pudor (art. 214 do CP). O crime exige a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. 
Na contravenção a conduta que visa satisfazer a libido
não é cometida com violência ou grave ameaça.
66
Contravenções Penais
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e tratamento.
Contravenções Penais
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos;          (Revogado pela Lei nº 13.106, de 2015)
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Contravenções Penais
“Art. 243 Estatuto da Criança e do Adolescente.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.”
LEI Nº 13.106, DE 17 DE MARÇO DE 2015.
Contravenções Penais
 Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público.
Contravenções Penais
Artigo 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável:
Pena – Prisão simples, de 15 dias a 2 meses, ou multa."
Almeja-se a preservação da tranquilidade individual. Essa é a objetividade jurídica da contravenção em estudo.
Não há restrição quanto aos sujeitos ativo e passivo da contravenção de perturbação da tranquilidade.
O comportamento típico consiste em molestar, isto é, incomodar alguém. Perturbar significa interromper o sossego, a paz, a tranquilidade de outrem. Trata-se de contravenção de forma livre, uma vez que pode ser praticada por meio de palavras, gestos, por correspondência etc.
Perturbação da Tranquilidade
Contravenções Penais
  Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Contravenções Penais
 Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com infração das disposições legais:
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitui infração penal mais grave, 
quem, nas mesmas circunstâncias, faz declarações inverídicas a respeito de sua identidade 
pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.
Inumar (enterrar)
Exumar (desenterrar)
Regras: Arts. 77-88 – Lei de Registros Públicos.
		Contravenções Penais
 Art. 69. Exercer, no território nacional, atividade remunerada o estrangeiro que nele se encontre como turista, visitante ou viajante em trânsito:       (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980 - Estatuto do Estrangeiro)
	Pena – prisão simples, de três meses a um ano.        (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980)
Contravenções Penais
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativamente.
Dispositivo revogado tacitamente pela Lei nº 6.538/78 (Lei Postal)
Contravenções Penais
DISPOSIÇÕES FINAIS
 Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da República.
GETULIO VARGAS. 
Francisco Campos.
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012.
Referências Bibliográficas
CAPEZ, Fernando. Arma de Fogo. São Paulo: Saraiva, 2001.
 
SILVA, Firmo Guimarães da. A súmula 122 do STJ e as contravenções Penais. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, nº 87, fevereiro de 2000.
 
 FRAGOSO, Heleno Claudio. Lições de Direito Penal, 1.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
 
JESUS, Damásio E.de. Lei das Contravenções Penais Anotada. São Paulo: Saraiva, 1993. 
 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Legislação Penal Especial. Coleção Sinopses Jurídicas v.24. São Paulo: Saraiva, 2010.
 
LINHARES, Marcelo Jardim. Contravenções Penais. São Paulo: Saraiva, 1980.
 
MACIEL, Silvio. Legislação criminal especial-2. Ed.rev. atual. E ampl.- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas-6. Ed. Ver. e atual. –São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
 
SANCHES, Rogerio, Cunha. Pinto, Ronaldo Batista. Violência Doméstica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. 
 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, Vol. 4. São Paulo: Saraiva, 2006.

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