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MÓDULO 06 - Sociedade Não Personificada - Sociedade em Comum (arts. 986 a 990, CC)

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1 
DIREITO EMPRESARIAL I 
MÓDULO 6 – Soc. em comum (arts. 986 a 990, CC) 
Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira 
Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini 
 
SOCIEDADE EM COMUM 
 
 
Código Civil – Lei n. 10.406/02 
LIVRO II – Do Direito de Empresa 
TÍTULO II – Da Sociedade 
SUBTÍTULO I – Da Sociedade Não Personificada 
CAPÍTULO I – Da Sociedade em Comum 
(Arts. 986 a 990) 
 
Artigo 986 
Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-
á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo 
disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente 
e no que com ele forem compatíveis, as normas da so-
ciedade simples. 
 
Se a sociedade foi contratada, mas não foi registrada, ela não está regu-
lar. Esse tipo de sociedade é conhecido como em comum, de fato ou irregu-
lar. Estando nessa situação, deverá obedecer os dispositivos desse Capítulo. 
Se essas forem insuficientes, serão regidas pelas normas da sociedade sim-
ples (arts. 997 a 1.038) 
 
“... Exceto por ações em organização”: Não há meio de uma socieda-
de por ações em organização (sociedade anônima e sociedade em comandita 
por ações) entrar em atividade sem que ela esteja regular, pois são instituídas 
(estatuto) e não contratadas. Os acionistas (sócios) aderem ao estatuto. 
 
 
 
 
Artigo 987 
Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, so-
mente por escrito podem provar a existência da socie-
dade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer 
modo. 
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DIREITO EMPRESARIAL I 
MÓDULO 6 – Soc. em comum (arts. 986 a 990, CC) 
Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira 
Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini 
 
 
Os terceiros podem provar de qualquer modo a existência da sociedade. 
Essas formas são aquelas elencadas no art. 212 do CC: confissão, documen-
tos, testemunha, presunção e perícia. 
 
 
 
 
Artigo 988 
Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio espe-
cial, do qual os sócios são titulares em comum. 
 
É importante frisar que a sociedade em comum pode ser executada em 
caso de dívidas – pois tem bens –, ainda que não tenha personalidade jurídica, 
por estar irregular (a personalidade jurídica começa com a inscrição do ato 
constitutivo – art. 45). Ela tem legitimidade processual de caráter excepcio-
nal: art. 12, VII, CPC. Seu representante será o administrador. O mesmo ocor-
re se for credora, etc. 
 
 
 
 
Artigo 989 
Os bens sociais respondem pelos atos de gestão prati-
cados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso 
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra 
o terceiro que o conheça ou deva conhecer. 
 
Se a sociedade irregular é formada por A, B e C, sendo A o administra-
dor, mas sendo comum todos os sócios praticarem atos de gestão, indepen-
dentemente disso, os bens sociais responderão se ocasionarem dívidas. 
 
Contudo, pode haver uma limitação de poderes (havendo um pacto ex-
presso) tanto para os sócios quanto para o administrador. 
 
Se alguém exceder o limite, responderá diante dos demais sócios e ter-
ceiros. Mas se os terceiros conheciam ou deveriam conhecer essa condição, 
esse pacto poderá ser oposto a esses terceiros. 
 
 
 
 
3 
DIREITO EMPRESARIAL I 
MÓDULO 6 – Soc. em comum (arts. 986 a 990, CC) 
Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira 
Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini 
 
Artigo 990 
Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente 
pelas obrigações sociais, excluído do benefício de or-
dem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela 
sociedade. 
 
Responsabilidade de 1.º grau dos sócios da sociedade em comum: co-
mo em qualquer outra sociedade, deverá cumprir com a participação prometi-
da. 
 
Responsabilidade de 2.º grau (pelas obrigações da sociedade) dos só-
cios da sociedade em comum: é o que trata o art. 990. 
 
Regra: 
A sociedade adquiriu com um credor dívida de R$ 150.000,00. Na forma 
do art. 12, VII, CPC, o credor executa a sociedade. À época da execução, é 
apurado um patrimônio de R$ 50.000,00. São executados os bens sociais, mas 
ainda faltam R$ 100.000,00. Agora, sim, o credor poderá acionar os sócios 
(benefício de ordem: primeiro a sociedade, depois os sócios). Serão executa-
dos os bens dos sócios, de forma solidária (pode executar um, alguns ou to-
dos os sócios) e ilimitada (todo o patrimônio pessoal do sócio responderá). 
 
Exceção: 
Quem contratou pela sociedade (ainda que de forma lícita), adquirindo 
essa dívida de R$ 150.000,00, será excluído do benefício de ordem, ou seja, 
ele poderá ser executado pessoalmente a qualquer momento, mesmo antes da 
própria sociedade. 
 
 
ATENÇÃO!! 
Quando se fala em responder solidariamente (executar um OU alguns 
OU todos), não significa que, p. ex., se UM dos sócios for executado, ele arcará 
com toda a dívida. Isso valerá apenas diante do credor. Depois, ele terá direito 
regressivo contra os outros sócios, devendo responder só pela sua participação 
na sociedade. Se participa em 10%, no exemplo acima, é responsável apenas 
por R$ 10.000,00 (do restante) da dívida.

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