Buscar

Vírus com potencial zoonótico Medicina Veterinaria

Prévia do material em texto

Módulo: Virologia 
Vírus com potencial zoonótico 
Profa. Rita de Cássia Nasser Cubel Garcia 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Instituto Biomédico 
Universidade Federal Fluminense 
 Doença infecciosa que pode ser transmitida de animais 
(doméstico ou selvagem) para humanos e de humanos para 
animais 
 Derivado da palavra grega: Zoon = animal nosus = doença 
 1415 doenças microbianas  61% zoonoticas 
 534 vírus zoonóticos (8 famílias) 120 doenças humanas 
Zoonose 
aartedemodificar.blogspot.com 
zerohora.clicrbs.com.br 
Over the past century, humanity has witnessed the emergence of numerous zoonotic infections that have resulted in varying numbers of 
human fatalities. Influenza viruses that originate from birds account for an important proportion of these deaths, and recently many new 
zoonotic viruses that originate in bats, such as Hendra virus, Nipah virus and severe acute respiratory syndrome (SARS) coronavirus, 
have caused outbreaks with high mortality rates. 
Figure 1: Emergence of zoonoses. 
Bean, A.G.D. et al. Nature Reviews Immunology 13, 851–861 (2013) 
Fatores que afetam a emergência de zoonoses 
 Mudanças ecológicas 
Alterações climáticas, desmatamento, mudanças no ecossistema aquático 
 
 Comportamento Humano 
Migração (área rural para urbana), ecoturismo, viagens aéreas 
 
 Desenvolvimento tecnológico 
Alimentos: comércio internacional, mudanças no processamento 
Saúde humana: Transplantes de órgãos ou tecidos 
 
 Mudanças e adaptação dos microorganismos 
Rabozzi et al., 2012. Saf Health Work 2012;3:77-83 | http://dx.doi.org/10.5491/SHAW.2012.3.1.77 
Transmissão dos vírus zoonóticos 
 Direta: 
 Contato direto entre indivíduo infectado e suscetível 
 Manipulação tecido e/ou animal afetado 
 Mordedura 
 Indireta: 
 Picada de um vetor artrópode (mosquito) 
 Aves migratórias 
www.prints-online.com 
www.tyba.com.br 
www.stopdengue.com.br 
ecoviagem.uol.com.br 
Fe
b
re
 
A
m
ar
el
a 
www.biolib.cz 
morcegosdobrasil.blogspot.com 
Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência 
Flaviviridae 
 
Vírus da Encefalite 
de Saint Louis 
(SLEV) 
Culex Aves silvestres, 
primatas, 
marsupiais 
Rodovia Belém-
Brasília (1960) 
Regiões Norte e 
Sudeste 
Doença febril 
Surto com 
DENV-3 em 
São José do Rio 
Preto 
Rocio (ROCV) Aedes 
Psorophora 
Pássaros 
selvagens 
SP (Vale do Ribeira) 1973/80: 1000 
casos encefalite 
Febre do Nilo 
Ocidental (West 
Nile Virus –WNV) 
Culex Pássaros 
selvagens 
Pantanal de MT e MS 
Teresina, PI 
Encefalite em 
equino e 
humano 
Ilheus (LHV) Aedes 
Psorophora 
Aves Ilheus - 1944 
Pantanal 
Detectado em 
pool de 
mosquitos 
Togaviridae Vírus da Encefalite 
Equina do Leste 
(EEEV) 
Aedes 
Culex 
 
Aves 
 
2008-2009 – surtos em 
equinos PE, CE, PB 
1 caso humano 
Doença 
neurológica 
Rhabdoviridae Raiva mundial encefalite 
Figueiredo, 2007 . Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40(2):224-229 
Lopes et al 2014. Rev. Pan-Amaz Saude 5(3):55-64 
 Ac para SLEV, ILHV, ROCV em búfalos no PA 
Infecções zoonóticas que causam encefalites 
 Transmissão: Artrópodes, Mordedura de animais 
 Sintomas: febre, vômito, encefalite, desordem neurológica 
Família: Flaviviridae, Gênero: Flavivírus 
Vírus da Febre do Nilo Ocidental (West Nile virus, WNV) 
www;pathmicro.med.sc.edu 
Infecções zoonóticas que causam encefalites 
http://www.westnile.ca.gov/wnv_faqs_basics.php 
http://www.expasy.ch/viralzone/all_by_species/24.html. 
Infecções zoonóticas que causam encefalites 
Família: Rhabdoviridae 
Gênero: Lyssavirus 
Vírus da Raiva (genótipo 1) 
 
Filogrupo 1 : causam encefalite fatal em humanos e outros mamíferos 
Flores, E. Virologia Veterinária, 2ª. Ed, 2012 
Genoma: 
RNA ss linear (-) 
www.cdc.gov/ 
espécies 
silvestres 
raiva dos 
herbírvoros 
 
vetor morcego 
hematófago 
http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf 
Brasil: 165 espécies de morcegos entre os insetívoros, frugívoros e hematófagos 
http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf 
Periodo de incubação: 
14 dias – 12 semanas 
Transmissão: 
Via percutânea: 
Transplantes 
Manipulação de carcaças 
Via respiratória 
http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf 
Raiva (2015-2017) 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/amazonas-registra-duas-mortes-por-raiva-humana 
Amazonas registra duas mortes por raiva humana 
• Dois irmãos morreram no Amazonas após contrair raiva humana por mordida de 
morcegos. Outro irmão, de 14 anos, está internado, em coma induzido. A equipe 
médica aguarda confirmação de exame laboratorial, mas já trata o adolescente com 
protocolo para raiva humana. 
• Os três irmãos infectados são da comunidade Tapiira, localizada na Reserva 
Extrativista do Rio Unini... 
• Entre as possíveis causas do aumento do número de morcegos nas áreas de moradia 
da reserva estão a seca prolongada, as queimadas, o desmatamento e a morte de 
animais silvestres que serviam de alimento para os morcegos. Após a mordida, a 
raiva humana pode se desenvolver entre uma semana e nove meses 
• Os principais sintomas são déficit motor, com dormência ou formigamento de 
membros e mudança de comportamento. Qualquer mordida de morcego deve ser 
investigada, e a vítima levada imediatamente para uma unidade de saúde. 
 
Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência 
Bunyaviridae 
 
Oropouche (OROV) Aedes 
Culex 
Culicoides 
Preguiças 
marsupiais 
primatas, aves 
Amazônia 
Região Sudeste 
Planalto Central 
Flaviviridae 
 
 Febre Amarela 
(Yelow Fever- YFV) 
Haemagogus 
Sabethes 
Aedes 
Macaco 
Homem 
Dengue (DENV) Aedes Macaco, 
homem 
Zikavirus Aedes Macaco, 
homem 
Arenaviridae Sabiá ? Roedores ? 1990 – Sabiá, SP 
(suspeita de FA) 
Infecções zoonóticas que causam febres hemorrágicas 
Infecções zoonóticas que causam exantema/artralgia 
Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência 
Togaviridae Mayaro 
(MAYV) 
Haemagogus Macaco Amazônia 
GO, PA, TO 
Doença febril 
Artralgia 
 
 
Chikungunya 
(CHIKV) 
Aedes aegypti 
Aedes albopictus 
Homem 
Lopes et al 2014. Rev. Pan-Amaz Saude 5(3):55-64  Transmissão: picada de vetor 
Infecções zoonóticas emergentes/ reemergentes 
Família Vírus Transmissão 
Orthomyxoviridae Influenza aerossóis Infecção respiratória 
Bunyaviridae Hantavírus Aerossóis formados a partir 
da urina, fezes e saliva de 
roedores infectados 
Infecão pulmonar 
Hepeviridae Hepatite E consumo de carne de porco Hepatite 
Reoviridae Rotavírus Fecal-oral Gastrenterite 
Caliciviridae Norovírus Fecal-oral Gastrenterite 
Poxviridae vaccinia Contato direto / leite Nódulo do ordenhador 
Coronaviridae SARS contato direto Infecção respiratória 
Infecções zoonóticas raras 
Família Vírus Transmissão 
Paramyxoviridae Doença de Newcastle Contato direto conjuntivite 
Picornaviridae Febre aftosa leite Lesões vesiculares 
Emergência de 
uma zoonose 
pandêmica 
Morse et al. 
• Vírus Influenza A 
patógenos humanos 
3 gêneros: 
Vírus Influenza C capaz de infectar cães e suínos 
• Vírus Influenza B 
 
• Vírus Influenza C 
Família: Orthomyxoviridae 
http://ricochetscience.com/naming-a-influenza-virus 
• Vírus InfluenzaD ? Suínos e bovinos (reservatório ?) 
http://www.cdc.gov/flu/images/h1n1/3D_Influenza_black_key_pieslice_med.jpg 
Public 
Health 
Image 
Library 
(PHIL) 
http://phil.cdc.gov/phil/details.asp?pid=10073 
An electron microscopy image of the flu virus. 
Credits: Rob Ruigrok/ UVHCI. 
http://www.esrf.eu/news/general/flu/ 
Virus Influenza 
PB1 
PA 
NP 
RNA 
PB2 
Naffakh, N et al. Annu. Rev. Microbiol. 2008. 62:403–424 
Ribonucleoproteína: 
RNA + NP + complexo RNA polimerase viral (PB1+ PB2 + PA) 
Influenza A: subtipos virais na natureza 
Hemaglutinina Neuraminidase 
16 HA x 9 NE = 144 
combinações possíveis 
N10 
N11 
Gripe Espanhola 
20-40 milhões de mortos 
H1N1 
Gripe Asiática 
 100.000 mortes 
H2N2 
H3N2 
Gripe de Hong Kong 
 700.000 mortes 
H1N1 
H5N1 Gripe do 
Frango 1997 2003 
Século XX 
2009 
A(H1N1)
pdm09 
Pandemias de Influenza A 
Século XXI 
 Wild birds, domestic birds, pigs, horses, humans and bats maintain their own influenza A virus (subtype in bold). 
Spill-over events occur occasionally most frequently from wild birds (arrow straight, subtype normal font). 
 *H7N7 virus emerged amongst horses in the 1950s but is currently thought to be extinct. 
Reservoirs and inter-species transmission events of low pathogenic avian influenza A viruses 
Transmissão de Influenza aviário 
para mamíferos: 
 Temperatura ótima de replicação 
do vírus de 40oC em aves para 
37oC em mamíferos 
 Mudança no sitio de replicação 
de intestinal para respiratório 
 Mudanca da especificidade de 
receptor de alfa 2,3 ácido sialico 
para alfa 2,6 
http://www.cdc.gov/flu/images/influenza-virus-fulltext.jpg 
Galactose 2-3 
2-6 
 Especificidade de receptor dos Vírus influenza restringem o espectro de hospedeiro 
Influenza humano: HA reconhece 
ácido siálico ligado a galactose 
com ligações -2,6 
Influenza aviário: HA reconhece ácido siálico 
ligado a galactose com ligações -2,3 
suíno  hospedeiro intermediário 
Células do epitélio respiratório com ácido siálico 
ligado à galactose com ligações -2,3 e  -2,6 
www.hsph.harvard.edu 
(SA 2,3Gal) 
Células epiteliais do trato 
intestinal das aves 
(SA -2,6Gal) 
Células epiteliais da 
traquéia humana 
www.influenzareport.com 
Influenza A Pandêmico 
(shift): 
(i) Emergência (ou reemergência) 
de um Novo subtipo de HA 
e/ou NE para o qual a 
população não possui anticorpos 
(ii) alta infectividade em humanos 
(iii) Transmissão sustentada entre 
humanos 
ems-solutionsinc.com 
Reassortment 
2 vírus diferentes 
infectam uma célula 
Montagem das 
partículas virais 
Replicação dos vírus: 
Formação de cópias do genoma 
Síntese das proteínas 
Vírus A 
A 
B 
Vírus B 
Vírus com 
segmento de gene A 
 + 
segmento de gene B 
Emergence of A/2009/H1N1 virus from other human and animal influenza viruses. 
Vincent C. C. Cheng et al. Clin. Microbiol. Rev. 2012;25:223-263 
A(H1N1)pdm09 
Influenza Interpandêmico – 
Sazonal (drift) 
 Variante antigênica de 
cepa pré-existente 
 Alterações dirigidas às 
espículas HA e NA 
 Ocorrência regional 
Flu A - Mecanismos de variabilidade 
Influenza Pandêmico 
(shift) 
Novo subtipo para o qual a 
população não possui anticorpos 
Whole-Genome Characterization of a Novel Human Influenza A(H1N2) 
Virus Variant, Brazil 
Resende et al 2017 
We report the characterization of a novel reassortant influenza A(H1N2) virus not previously 
reported in humans. Recovered from a pig farm worker in southeast Brazil who had influenza-
like illness, this virus is a triple reassortant containing gene segments from subtypes H1N2 
(hemagglutinin), H3N2 (neuraminidase), and pandemic H1N1 (remaining genes). 
 Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 23, No. 1, January 2017 
Influenza virus adaptation in humans for a pandemic 
Lipatov & Webster, 2009. http://www.discoverymedicine.com/ 
HPAI H5N1 
2008: emergência 
de uma nova 
sublinhagem H5 no 
Egito com maior 
capacidade de ligar 
ao receptor de 
células humanas 
Inicialmente o fator de risco para 
infecções humanas era a exposição 
direta ou indireta com aves infectadas 
vivas ou mortas ou fômites 
contaminados 
Zoonotic events caused by influenza H5N1 viruses 
até 07/2017: 453 óbitos / 859 casos 
The HA gene might have originated from avian influenza viruses of duck origin. 
The NA gene might have transferred from migratory birds . 
The six internal genes of this virus probably originated from two different groups of H9N2 
avian influenza viruses, which were isolated from chickens (H9N2, H7N3 and H11N9) . 
Zhu et al. Current Opinion in Virology,16:108-113, 2016 
até 08/2017: 616 óbitos / 1589 casos 
http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/en/empres/H7N9/situation_update.html 
graphics.jsonline.com 
Família: Bunyaviridae 
Gênero: Hantavirus 
Genoma: 3 segmentos de RNA ss (-) 
http://viralzone.expasy.org 
en.wikipedia.org 
Hantavirose 
 Febre hemorrágica 
Febre hemorrágica com síndrome renal (FHSR) 
Síndrome pulmonar por Hantavírus com comprometimento cardíaco (SCPH) 
 
 16 variantes de hantavírus associados à transmissão da SCPH nas Américas.: 
vírus Sin Nombre (Estados Unidos), Choclo (Panamá) e Andes (Argentina e Chile) 
Brasil: 7 variantes, sendo 5 associadas com a SCPH (Araraquara, Juquitiba, Castelo dos Sonhos, Anajatuba e 
Laguna Negra) e duas (Rio Mearim e Rio Mamoré), até o momento, só foram detectadas em roedores. 
 
 Reservatórios: Roedores silvestres 
Cada tipo de vírus parece ter tropismo por uma determinada espécie de roedor e somente a ela 
Os hantavírus conhecidos no Hemisfério Sul têm como reservatórios roedores da subfamília Sigmodontinae 
 
No Brasil: 7 espécies de roedores silvestres que são consideradas como prováveis reservatórios: 
Oligoryzomys nigripes - vírus Juquitiba (Mata Atlântica) 
Necromys (antigo Bolomys) lasiurus - vírus Araraquara (Cerrado e Caatinga) 
Oligoryzomys aff. Moojeni - variante Castelo dos Sonhos (área de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica) 
Calomys aff. Callosus - variante Laguna Negra (área de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica) 
 Oligoryzomys fornesi - hantavírus Anajatuba (Maranhão) 
Holochilus sciurus - vírus Rio Mearim (Maranhão) 
Oligoryzomys microtis - Rio Mamoré 
portal.saude.gov.br 
Modos de transmissão das hantaviroses 
Pincelli et al. J. Pneumologia 29 (5) 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-35862003000500011 
inalação de aerossóis, formados 
a partir da urina, fezes e saliva 
de roedores infectados 
áreas rurais, nas 
regiões onde são 
usados paióis para 
armazenamento de 
grãos e casas que 
ficam no nível do 
chão 
O vírus da hepatite E (HEV) 
 Partículas esféricas de 32 a 34 nm 
 Não envelopado 
 Capsídeo: simetria icosaédrica 
 Genoma: RNA fita simples polaridade (+) 
 4 genótipos: 1 e 2  restrito a infecções humanas 
3 e 4  zoonóticos 
 Classificação: 
Família Hepeviridae 
Gênero Hepevirus 
Chandra et al. J. Biosci. 33(4), 2008, 451–464 
New Microbiologica 36, 331-44, 2013 
Vias de transmissão do HEV 
 Consumo de fígado ou 
carne de porcos 
domésticos e javalis 
grelhada ou crua 
 Gêneros alimentícios 
preparados com carne de 
caça crua 
 Saneamento precário 
favorece a contaminação 
da água do mar com 
fezes humanas e de 
animais  frutos do mar 
 HEV é um vírus zoonótico 
 Vírus suíno e humano com alta homologia de genoma  suíno pode ser um 
reservatório do HEV 
…”We could identify a confirmedcase of acute hepatitis E. The patient 
seroconverted to hepatitis E virus-specific IgM and IgG antibody, HEV-RNA 
was amplified from serum, and the analysis of the sequence of a 242 nucleotide 
fragment from the ORF1 genome region classified the strain within genotype 3 
and subgenotype 3b. 
The human HEV isolate (Brazil h1) from this study clustered with two swine 
strains (Brazil sw1 and Brazil sw2) also from Rio de Janeiro. 
On a second interview performed after the diagnosis of acute hepatitis E in 
2009, he could, however, remember to have eaten pork meat with friends 
during the month of December in various celebration parties with friends 
before the outcome of disease on January. 
Investigation of risk factors and results from phylogenetic analysis suggested a 
likely zoonotic origin for the infection. 
Prevenção da infecção pelo HEV 
 Medidas de saneamento básico e higiene 
 Evitar o consumo de carne suína e de animais de caça ou 
derivados cru ou mal cozido 
 
Família: Reoviridae 
 Respiratory, Enteric, Orphan virus 
Gênero: Rotavírus 
Partícula Viral: 
 esférica 
 sem envelope 
 70nm de diâmetro 
 capsídeo de simetria icosaédrica (triplo capsídeo viral) 
 - Genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita 
www.Virology.net/Big-Virology/BVRNAreo.html 
Capsídeo 
intermediário: 
VP6 (grupo) 
Rotavírus: Estrutura e Genoma 
Capsídeo interno (Core): 
VP1, VP2, VP3 
Capsídeo externo: 
Greenberg & Estes. Gastroenterology, 2009;136:1939–1951 
VP7 (G tipo) 
VP4 (P tipo) - espículas 
Capsídeo: simetria icosaédrica 
Triplo capsídeo viral 
Genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita 
Rotavírus: Classificação em Grupos 
VP6 
A 
 
 
 
B 
 
 
 
C 
 
 
D 
 
E 
 
F 
 
G 
 
H 
 
I ? 
 8 Grupos: 
VP6: classificação em grupos 
 testes diagnósticos 
humano 
bovino 
suíno 
equino 
canino 
felino 
humano 
Suíno 
Bovino 
canino 
suíno 
aves 
aves 
humano 
bovino 
Suíno 
Ovino 
canino 
canino 
humano 
suíno 
G 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 
24 
25 
26 
27 
 Classificação binária 
Rotavírus do Grupo A (RV-A) 
P 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 
24 
25 
26 
27 
28 
29 
30 
31 
32 
33 
34 
35 
36 
37 
P G 
 27 Genotipos 37 Genotipos 
 G1 – G27 
VP7 VP4 
 P[1] – P[37] 
G tipo - glicoproteína P tipo – protease sensível 
 999 Combinações possíveis !!!! 
Genótipos 
Humanos: G1, G2 , G3, G4, G9, G12 e P[8], P[6], P[4] 
Bovinos: G1, G6-8, G10, G11, G15, G18, G21 e P[1], P[5], P[11], P[14], P[17], P[21], P[29] 
Suínos: G1-G6, G8-G12 e P[1], P[5-8}, P[11], P[13], P[19], P[21-27], P[32] 
Equinos: G3, G5, G10, G14 e P[12] 
Luchs & Timenetsky, einstein 14 (2);278-87, 2016 
 
• Genoma RNA  Acúmulo de mutações 
 
• Genoma segmentado: Rearranjo entre amostras de RV gp A: infecções inter-espécies 
 
Diversidade genética dos Rotavírus do Grupo A: 
Genótipo G5 
 Comum em animais, principalmente suínos 
 Primeiramente descrito infectando humanos por Gouvea et al. (1994) 
e posteriormente detectado em várias regiões do Brasil 
 
Leite et al,1996 
Novo sistema de classificação dos RV-A 
Foram definidos diferentes genótipos para cada um dos 11 segmentos gênicos de RV-A 
Matthijnssens et al. Arch Virolol. 2008. 
Gx-P[x]-Ix-Rx-Cx-Mx-Ax-Nx-Tx-Ex-Hx 
VP7-VP4-VP6-VP1-VP2-VP3-NSP1-NSP2-NSP3-NSP4-NSP5/6 
Vantagens da utilização da nova classificação: 
 Identificação de reassortment 
 Eventos de transmissão entre espécies 
 Evidenciar o papel dos animais como fonte de transmissão de RV para humanos 
POTENCIAL ZOONÓTICO EM ANIMAIS DE COMPANHIA 
Rotavírus canino 
Contaminação Ambiental 
http://direitoaoplaneta.blogspot.com/2009_03_01_archive.html 
Infection by an animal-like strain of 
rotavirus (PA260/97) was diagnosed in a 
child with gastroenteritis in Palermo, Italy, 
in 1997. Sequence analysis of VP7, VP4, 
VP6, and NSP4 genes showed 
resemblance to a G3P[3] canine strain 
identified in Italy in 1996. Dogs are a 
potential source of human viral pathogens. 
Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 13, No. 7, July 2007 
Rotavírus canino 
POTENCIAL ZOONÓTICO EM ANIMAIS DE COMPANHIA 
Norovírus 
Família: Caliciviridae 
Partícula Viral: 
 esférica (calix = taça) 
 sem envelope 
  30nm de diâmetro 
 capsídeo de simetria icosaédrica: VP1 e VP2 
 Genoma: RNA fita simples (+) 
http://aapredbook.aappublications.org/week/iotw032910.dtl 
GI: 8 genótipos 
GII: 17 genótipos 
GIV: 1 genótipo 
Árvore filogenética do gênero Norovirus 
baseada na diversidade entre sequências 
completas da proteína VP1 do capsídeo 
para a classificação dos 5 genogrupos (GI-
GV) e dos 32 genótipos (GG). 
 Fonte: Adptado de Centers for Disease Control and 
Prevention (2011) 
Norovírus canino 
Detecção em um filhote com GE na Itália 
em 2008 
 
Iniciadores p289/p290 para CaCV (região 
RdRp do complexo polimerase) 
 
Sequenciamento de um fragmento de 3.4 
Kb da ORF1 da polimerase 
Poxviridae 
<http://www.poxvirus.or 
Partícula viral: 
  300nm de diâmetro 
 envelopado 
 Nucleocapsídeo: simetria complexa 
 Genoma: DNA ds linear: codifica 
mais de 200 proteínas virais 
Replicação: citoplasma da célula 
Harrison S C et al. PNAS 2004;101:11178-11192 
Vaccinia virus, a representative 
poxvirus: virion structure (A) 
 Doença infecto-contagiosa caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas 
localizadas no úbere e tetas das vacas em lactação. 
 Três diferentes poxvírus podem estar envolvidos na sua etiologia: 
- Cowpox virus (CPXV): varíola bovina genuína 
- Vaccinia virus (VACV): vírus utilizado na vacinação contra a varíola humana 
- Pseudocowpox virus : pseudovaríola 
Varíola bovina 
No Brasil, a doença é causada pelo Vírus Vaccínia (VACV) 
(gênero Orthopoxvirus)  zoonose ocupacional 
 Fig. 1 (A) Phase air-dried and (B) high 
resolution height pictures of Br-VACV particles 
visualized using atomic force microscopy 
(AFM). 
(C) VACV exanthematic lesions in dairy cattle 
teats and 
(D) milker fingers during bovine vaccinia 
outbreaks. 
Kroon etal. 2011. Antiviral Research, Volume 92, Issue 2, 2011, 150 - 163 
 
Mapa do Brasil. Os triângulos indicam estados que confirmaram a detecção de vírus 
semelhante ao vaccinia em mamíferos, de 1970 a 2011. 
Adaptado de Simonetti, B.R., 2009. Dissertação – UFF. 
Vírus 
Cantagalo 
Isolados de VACV no Brasil: 
 Cotia virus (SpAn232 virus - SAV): roedores – 
floresta em Cotia, SP 1961 
 BeAn 58058 virus (BAV): roedores sentinelas - 
floresta em Belém, PA 1963 
 Cantagalo virus (CTGV) : bovinos e ordenhadores 
em RJ 1999 
 Araçatuba virus (ARAV): bovino e ordenhador em 
SP 1999 
 Muriae virus (MURV): bovinos e ordenhadores em 
MG 2000 
 Guarani P1 virus (GP1V) e Guarani P2 virus (GP2V): 
bovinos e ordenhadores em MG 2001 
 Passatempo virus (PSTV): bovinos e ordenhadores 
em MG,2003 
 Tocantins: macacos capuchinho e black-howling, 
2010 
 Pelotas 1 (P1V) e Pelotas 2 (P2V): cavalos, 2011 
Medeiros-Silva et al. Braz J Infect Dis 2010; 14(2):129-134 
Kroon et al. Antiviral Research, Volume 92, Issue 2, 2011, 150 - 163 
Qual a origem do Br-VACV? 
 Br-VACV originou-se a partirde uma amostra de vírus da vacina (utilizada 
durante o programa de erradicação da varíola humana), que acumulou várias 
mutações durante ciclos de transmissão em hospedeiros selvagens, e 
recentemente emergiu causando surtos de varíola bovina 
 
Os isolados de Br-VACVS são filogeneticamente separados das amostras de 
vacina usadas no Brasil. 
VACV isolados de animais selvagens são diferentes das amostra vacinais. 
 Br-VACV circula em uma população – reservatório selvagem desconhecido. E 
algumas destas amostras são transmitidas acidentalmente aos hospedeiros (bovinos 
e humanos) dependendo das condições geográficas e biológicas. 
Foodborne Pathog Dis. 2009 Nov;6(9):1141-6. doi: 10.1089/fpd.2009.0324. 
 
Bovine vaccinia outbreaks: detection and isolation of vaccinia virus in milk samples. 
 
Abrahão JS, Oliveira TM, Campos RK, Madureira MC, Kroon EG, Lobato ZI. 
Laboratório de Vírus, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas 
Gerais, Belo Horizonte, Brazil. 
 
Abstract 
The vaccinia virus (VACV), which causes exanthemous lesions in dairy cattle and 
humans, has been associated with several bovine vaccinia outbreaks in Brazil. 
Currently, no data are available about the safety of milk produced in VACV-affected 
areas. In this study, 47 milk samples were collected during bovine vaccinia outbreaks 
and submitted to viral isolation, DNA detection, and nucleotide sequencing of the 
conserved tk gene. The appearance of characteristic white pocks on the 
chorioallantoic membranes of chicken eggs, in association with viral cytopathic 
effects in chicken embryo fibroblasts and phylogenetic data, strongly suggest milk 
contamination by VACV. This is the first report of VACV detection in and isolation 
from milk. 
Foodborne Pathog Dis. 2010 Dec;7(12):1491-6. doi: 10.1089/fpd.2010.0597. Epub 2010 Aug 14. 
 
Vaccinia virus is not inactivated after thermal treatment and cheese production using experimentally 
contaminated milk. 
 
de Oliveira TM, Rehfeld IS, Siqueira JM, Abrahão JS, Campos RK, dos Santos AK, Cerqueira MM, Kroon EG, Lobato ZI. 
Laboratório de Pesquisa em Virologia Animal, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade 
Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, Belo Horizonte, Brazil. 
 
Abstract 
Bovine vaccinia is an emergent zoonosis caused by the Vaccinia virus (VACV). The disease is characterized by the 
appearance of exanthematic lesions that occur in humans and dairy cows. Previous studies have revealed the 
presence of infectious viral particles in milk samples during an outbreak of bovine vaccinia in Brazil, indicating the 
possibility of disease transmission through raw milk. To assess the viability of the virus in milk after thermal 
treatment and processing procedures, milk samples were experimentally contaminated with 10(3) plaque forming 
units (PFU)/mL (group I) and 10(5) PFU/mL (group II) VACV Guarani P2 virus, and the third group was not 
contaminated and served as a control. The samples were submitted to storage temperatures in a cold chamber, 
freezer for 48 hours, and to low temperature long-time treatment. Moreover, the viral viability was evaluated in 
cheese produced with contaminated milk using 10(4) PFU/mL VACV Guarani P2. Notably, the virus remained viable in 
milk after storage for 48 hours in both the cold chamber and the freezer, with a reduction in viral titer of 14.49% and 
25.86%, respectively. Group II showed a viral reduction in titer of 61.88% and 75.98%, respectively. Thermal 
treatment 65°C for 30 minutes showed a reduction of viral titer of 94.83% and 99.99%, respectively, in group I and 
group II, but still showed remaining viable virus particles. In addition, it was possible to recover infectious viral 
particles from both the solid curds and the whey of the cheese produced with experimentally contaminated milk. 
The cheese shows a reduction in viral titer of 84.87% after storage at 4°C for 24 hours. The presence of viable viral 
particles in milk after both thermal treatment and cheese production indicates a potential public health risk. 
http://www.iqb.es/dermatologia/atlas/e
ctimac/ectima01.htm atlas.fmv.utl.pt 
Brasil: surtos em rebanhos de ovinos no Rio Grande do Sul em São Paulo e na 
Paraíba, onde houve envolvimento de ovinos, caprinos e humanos. 
No Nordeste, desde a década de 30, a enfermidade é um dos principais problemas 
sanitários da exploração caprina, por acometer cerca de 60% das criações (Schmidt 
C. Pesq. Vet. Bras. 32(1):11-16, 2012). 
Ectima contagioso (OrfV): 
estomatite pustular contagiosa ou dermatite pustular contagiosa 
 Causada pelo Parapoxvirus- vírus do ORF (aspecto rugoso) 
Obrigada ! 
 
ritacubel@id.uff.br 
Dúvidas ?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes