Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Módulo: Virologia Vírus com potencial zoonótico Profa. Rita de Cássia Nasser Cubel Garcia Departamento de Microbiologia e Parasitologia Instituto Biomédico Universidade Federal Fluminense Doença infecciosa que pode ser transmitida de animais (doméstico ou selvagem) para humanos e de humanos para animais Derivado da palavra grega: Zoon = animal nosus = doença 1415 doenças microbianas 61% zoonoticas 534 vírus zoonóticos (8 famílias) 120 doenças humanas Zoonose aartedemodificar.blogspot.com zerohora.clicrbs.com.br Over the past century, humanity has witnessed the emergence of numerous zoonotic infections that have resulted in varying numbers of human fatalities. Influenza viruses that originate from birds account for an important proportion of these deaths, and recently many new zoonotic viruses that originate in bats, such as Hendra virus, Nipah virus and severe acute respiratory syndrome (SARS) coronavirus, have caused outbreaks with high mortality rates. Figure 1: Emergence of zoonoses. Bean, A.G.D. et al. Nature Reviews Immunology 13, 851–861 (2013) Fatores que afetam a emergência de zoonoses Mudanças ecológicas Alterações climáticas, desmatamento, mudanças no ecossistema aquático Comportamento Humano Migração (área rural para urbana), ecoturismo, viagens aéreas Desenvolvimento tecnológico Alimentos: comércio internacional, mudanças no processamento Saúde humana: Transplantes de órgãos ou tecidos Mudanças e adaptação dos microorganismos Rabozzi et al., 2012. Saf Health Work 2012;3:77-83 | http://dx.doi.org/10.5491/SHAW.2012.3.1.77 Transmissão dos vírus zoonóticos Direta: Contato direto entre indivíduo infectado e suscetível Manipulação tecido e/ou animal afetado Mordedura Indireta: Picada de um vetor artrópode (mosquito) Aves migratórias www.prints-online.com www.tyba.com.br www.stopdengue.com.br ecoviagem.uol.com.br Fe b re A m ar el a www.biolib.cz morcegosdobrasil.blogspot.com Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência Flaviviridae Vírus da Encefalite de Saint Louis (SLEV) Culex Aves silvestres, primatas, marsupiais Rodovia Belém- Brasília (1960) Regiões Norte e Sudeste Doença febril Surto com DENV-3 em São José do Rio Preto Rocio (ROCV) Aedes Psorophora Pássaros selvagens SP (Vale do Ribeira) 1973/80: 1000 casos encefalite Febre do Nilo Ocidental (West Nile Virus –WNV) Culex Pássaros selvagens Pantanal de MT e MS Teresina, PI Encefalite em equino e humano Ilheus (LHV) Aedes Psorophora Aves Ilheus - 1944 Pantanal Detectado em pool de mosquitos Togaviridae Vírus da Encefalite Equina do Leste (EEEV) Aedes Culex Aves 2008-2009 – surtos em equinos PE, CE, PB 1 caso humano Doença neurológica Rhabdoviridae Raiva mundial encefalite Figueiredo, 2007 . Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40(2):224-229 Lopes et al 2014. Rev. Pan-Amaz Saude 5(3):55-64 Ac para SLEV, ILHV, ROCV em búfalos no PA Infecções zoonóticas que causam encefalites Transmissão: Artrópodes, Mordedura de animais Sintomas: febre, vômito, encefalite, desordem neurológica Família: Flaviviridae, Gênero: Flavivírus Vírus da Febre do Nilo Ocidental (West Nile virus, WNV) www;pathmicro.med.sc.edu Infecções zoonóticas que causam encefalites http://www.westnile.ca.gov/wnv_faqs_basics.php http://www.expasy.ch/viralzone/all_by_species/24.html. Infecções zoonóticas que causam encefalites Família: Rhabdoviridae Gênero: Lyssavirus Vírus da Raiva (genótipo 1) Filogrupo 1 : causam encefalite fatal em humanos e outros mamíferos Flores, E. Virologia Veterinária, 2ª. Ed, 2012 Genoma: RNA ss linear (-) www.cdc.gov/ espécies silvestres raiva dos herbírvoros vetor morcego hematófago http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf Brasil: 165 espécies de morcegos entre os insetívoros, frugívoros e hematófagos http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf Periodo de incubação: 14 dias – 12 semanas Transmissão: Via percutânea: Transplantes Manipulação de carcaças Via respiratória http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniadaraivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf Raiva (2015-2017) http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/amazonas-registra-duas-mortes-por-raiva-humana Amazonas registra duas mortes por raiva humana • Dois irmãos morreram no Amazonas após contrair raiva humana por mordida de morcegos. Outro irmão, de 14 anos, está internado, em coma induzido. A equipe médica aguarda confirmação de exame laboratorial, mas já trata o adolescente com protocolo para raiva humana. • Os três irmãos infectados são da comunidade Tapiira, localizada na Reserva Extrativista do Rio Unini... • Entre as possíveis causas do aumento do número de morcegos nas áreas de moradia da reserva estão a seca prolongada, as queimadas, o desmatamento e a morte de animais silvestres que serviam de alimento para os morcegos. Após a mordida, a raiva humana pode se desenvolver entre uma semana e nove meses • Os principais sintomas são déficit motor, com dormência ou formigamento de membros e mudança de comportamento. Qualquer mordida de morcego deve ser investigada, e a vítima levada imediatamente para uma unidade de saúde. Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência Bunyaviridae Oropouche (OROV) Aedes Culex Culicoides Preguiças marsupiais primatas, aves Amazônia Região Sudeste Planalto Central Flaviviridae Febre Amarela (Yelow Fever- YFV) Haemagogus Sabethes Aedes Macaco Homem Dengue (DENV) Aedes Macaco, homem Zikavirus Aedes Macaco, homem Arenaviridae Sabiá ? Roedores ? 1990 – Sabiá, SP (suspeita de FA) Infecções zoonóticas que causam febres hemorrágicas Infecções zoonóticas que causam exantema/artralgia Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência Togaviridae Mayaro (MAYV) Haemagogus Macaco Amazônia GO, PA, TO Doença febril Artralgia Chikungunya (CHIKV) Aedes aegypti Aedes albopictus Homem Lopes et al 2014. Rev. Pan-Amaz Saude 5(3):55-64 Transmissão: picada de vetor Infecções zoonóticas emergentes/ reemergentes Família Vírus Transmissão Orthomyxoviridae Influenza aerossóis Infecção respiratória Bunyaviridae Hantavírus Aerossóis formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados Infecão pulmonar Hepeviridae Hepatite E consumo de carne de porco Hepatite Reoviridae Rotavírus Fecal-oral Gastrenterite Caliciviridae Norovírus Fecal-oral Gastrenterite Poxviridae vaccinia Contato direto / leite Nódulo do ordenhador Coronaviridae SARS contato direto Infecção respiratória Infecções zoonóticas raras Família Vírus Transmissão Paramyxoviridae Doença de Newcastle Contato direto conjuntivite Picornaviridae Febre aftosa leite Lesões vesiculares Emergência de uma zoonose pandêmica Morse et al. • Vírus Influenza A patógenos humanos 3 gêneros: Vírus Influenza C capaz de infectar cães e suínos • Vírus Influenza B • Vírus Influenza C Família: Orthomyxoviridae http://ricochetscience.com/naming-a-influenza-virus • Vírus InfluenzaD ? Suínos e bovinos (reservatório ?) http://www.cdc.gov/flu/images/h1n1/3D_Influenza_black_key_pieslice_med.jpg Public Health Image Library (PHIL) http://phil.cdc.gov/phil/details.asp?pid=10073 An electron microscopy image of the flu virus. Credits: Rob Ruigrok/ UVHCI. http://www.esrf.eu/news/general/flu/ Virus Influenza PB1 PA NP RNA PB2 Naffakh, N et al. Annu. Rev. Microbiol. 2008. 62:403–424 Ribonucleoproteína: RNA + NP + complexo RNA polimerase viral (PB1+ PB2 + PA) Influenza A: subtipos virais na natureza Hemaglutinina Neuraminidase 16 HA x 9 NE = 144 combinações possíveis N10 N11 Gripe Espanhola 20-40 milhões de mortos H1N1 Gripe Asiática 100.000 mortes H2N2 H3N2 Gripe de Hong Kong 700.000 mortes H1N1 H5N1 Gripe do Frango 1997 2003 Século XX 2009 A(H1N1) pdm09 Pandemias de Influenza A Século XXI Wild birds, domestic birds, pigs, horses, humans and bats maintain their own influenza A virus (subtype in bold). Spill-over events occur occasionally most frequently from wild birds (arrow straight, subtype normal font). *H7N7 virus emerged amongst horses in the 1950s but is currently thought to be extinct. Reservoirs and inter-species transmission events of low pathogenic avian influenza A viruses Transmissão de Influenza aviário para mamíferos: Temperatura ótima de replicação do vírus de 40oC em aves para 37oC em mamíferos Mudança no sitio de replicação de intestinal para respiratório Mudanca da especificidade de receptor de alfa 2,3 ácido sialico para alfa 2,6 http://www.cdc.gov/flu/images/influenza-virus-fulltext.jpg Galactose 2-3 2-6 Especificidade de receptor dos Vírus influenza restringem o espectro de hospedeiro Influenza humano: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,6 Influenza aviário: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,3 suíno hospedeiro intermediário Células do epitélio respiratório com ácido siálico ligado à galactose com ligações -2,3 e -2,6 www.hsph.harvard.edu (SA 2,3Gal) Células epiteliais do trato intestinal das aves (SA -2,6Gal) Células epiteliais da traquéia humana www.influenzareport.com Influenza A Pandêmico (shift): (i) Emergência (ou reemergência) de um Novo subtipo de HA e/ou NE para o qual a população não possui anticorpos (ii) alta infectividade em humanos (iii) Transmissão sustentada entre humanos ems-solutionsinc.com Reassortment 2 vírus diferentes infectam uma célula Montagem das partículas virais Replicação dos vírus: Formação de cópias do genoma Síntese das proteínas Vírus A A B Vírus B Vírus com segmento de gene A + segmento de gene B Emergence of A/2009/H1N1 virus from other human and animal influenza viruses. Vincent C. C. Cheng et al. Clin. Microbiol. Rev. 2012;25:223-263 A(H1N1)pdm09 Influenza Interpandêmico – Sazonal (drift) Variante antigênica de cepa pré-existente Alterações dirigidas às espículas HA e NA Ocorrência regional Flu A - Mecanismos de variabilidade Influenza Pandêmico (shift) Novo subtipo para o qual a população não possui anticorpos Whole-Genome Characterization of a Novel Human Influenza A(H1N2) Virus Variant, Brazil Resende et al 2017 We report the characterization of a novel reassortant influenza A(H1N2) virus not previously reported in humans. Recovered from a pig farm worker in southeast Brazil who had influenza- like illness, this virus is a triple reassortant containing gene segments from subtypes H1N2 (hemagglutinin), H3N2 (neuraminidase), and pandemic H1N1 (remaining genes). Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 23, No. 1, January 2017 Influenza virus adaptation in humans for a pandemic Lipatov & Webster, 2009. http://www.discoverymedicine.com/ HPAI H5N1 2008: emergência de uma nova sublinhagem H5 no Egito com maior capacidade de ligar ao receptor de células humanas Inicialmente o fator de risco para infecções humanas era a exposição direta ou indireta com aves infectadas vivas ou mortas ou fômites contaminados Zoonotic events caused by influenza H5N1 viruses até 07/2017: 453 óbitos / 859 casos The HA gene might have originated from avian influenza viruses of duck origin. The NA gene might have transferred from migratory birds . The six internal genes of this virus probably originated from two different groups of H9N2 avian influenza viruses, which were isolated from chickens (H9N2, H7N3 and H11N9) . Zhu et al. Current Opinion in Virology,16:108-113, 2016 até 08/2017: 616 óbitos / 1589 casos http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/en/empres/H7N9/situation_update.html graphics.jsonline.com Família: Bunyaviridae Gênero: Hantavirus Genoma: 3 segmentos de RNA ss (-) http://viralzone.expasy.org en.wikipedia.org Hantavirose Febre hemorrágica Febre hemorrágica com síndrome renal (FHSR) Síndrome pulmonar por Hantavírus com comprometimento cardíaco (SCPH) 16 variantes de hantavírus associados à transmissão da SCPH nas Américas.: vírus Sin Nombre (Estados Unidos), Choclo (Panamá) e Andes (Argentina e Chile) Brasil: 7 variantes, sendo 5 associadas com a SCPH (Araraquara, Juquitiba, Castelo dos Sonhos, Anajatuba e Laguna Negra) e duas (Rio Mearim e Rio Mamoré), até o momento, só foram detectadas em roedores. Reservatórios: Roedores silvestres Cada tipo de vírus parece ter tropismo por uma determinada espécie de roedor e somente a ela Os hantavírus conhecidos no Hemisfério Sul têm como reservatórios roedores da subfamília Sigmodontinae No Brasil: 7 espécies de roedores silvestres que são consideradas como prováveis reservatórios: Oligoryzomys nigripes - vírus Juquitiba (Mata Atlântica) Necromys (antigo Bolomys) lasiurus - vírus Araraquara (Cerrado e Caatinga) Oligoryzomys aff. Moojeni - variante Castelo dos Sonhos (área de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica) Calomys aff. Callosus - variante Laguna Negra (área de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica) Oligoryzomys fornesi - hantavírus Anajatuba (Maranhão) Holochilus sciurus - vírus Rio Mearim (Maranhão) Oligoryzomys microtis - Rio Mamoré portal.saude.gov.br Modos de transmissão das hantaviroses Pincelli et al. J. Pneumologia 29 (5) 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-35862003000500011 inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados áreas rurais, nas regiões onde são usados paióis para armazenamento de grãos e casas que ficam no nível do chão O vírus da hepatite E (HEV) Partículas esféricas de 32 a 34 nm Não envelopado Capsídeo: simetria icosaédrica Genoma: RNA fita simples polaridade (+) 4 genótipos: 1 e 2 restrito a infecções humanas 3 e 4 zoonóticos Classificação: Família Hepeviridae Gênero Hepevirus Chandra et al. J. Biosci. 33(4), 2008, 451–464 New Microbiologica 36, 331-44, 2013 Vias de transmissão do HEV Consumo de fígado ou carne de porcos domésticos e javalis grelhada ou crua Gêneros alimentícios preparados com carne de caça crua Saneamento precário favorece a contaminação da água do mar com fezes humanas e de animais frutos do mar HEV é um vírus zoonótico Vírus suíno e humano com alta homologia de genoma suíno pode ser um reservatório do HEV …”We could identify a confirmedcase of acute hepatitis E. The patient seroconverted to hepatitis E virus-specific IgM and IgG antibody, HEV-RNA was amplified from serum, and the analysis of the sequence of a 242 nucleotide fragment from the ORF1 genome region classified the strain within genotype 3 and subgenotype 3b. The human HEV isolate (Brazil h1) from this study clustered with two swine strains (Brazil sw1 and Brazil sw2) also from Rio de Janeiro. On a second interview performed after the diagnosis of acute hepatitis E in 2009, he could, however, remember to have eaten pork meat with friends during the month of December in various celebration parties with friends before the outcome of disease on January. Investigation of risk factors and results from phylogenetic analysis suggested a likely zoonotic origin for the infection. Prevenção da infecção pelo HEV Medidas de saneamento básico e higiene Evitar o consumo de carne suína e de animais de caça ou derivados cru ou mal cozido Família: Reoviridae Respiratory, Enteric, Orphan virus Gênero: Rotavírus Partícula Viral: esférica sem envelope 70nm de diâmetro capsídeo de simetria icosaédrica (triplo capsídeo viral) - Genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita www.Virology.net/Big-Virology/BVRNAreo.html Capsídeo intermediário: VP6 (grupo) Rotavírus: Estrutura e Genoma Capsídeo interno (Core): VP1, VP2, VP3 Capsídeo externo: Greenberg & Estes. Gastroenterology, 2009;136:1939–1951 VP7 (G tipo) VP4 (P tipo) - espículas Capsídeo: simetria icosaédrica Triplo capsídeo viral Genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita Rotavírus: Classificação em Grupos VP6 A B C D E F G H I ? 8 Grupos: VP6: classificação em grupos testes diagnósticos humano bovino suíno equino canino felino humano Suíno Bovino canino suíno aves aves humano bovino Suíno Ovino canino canino humano suíno G 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Classificação binária Rotavírus do Grupo A (RV-A) P 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 P G 27 Genotipos 37 Genotipos G1 – G27 VP7 VP4 P[1] – P[37] G tipo - glicoproteína P tipo – protease sensível 999 Combinações possíveis !!!! Genótipos Humanos: G1, G2 , G3, G4, G9, G12 e P[8], P[6], P[4] Bovinos: G1, G6-8, G10, G11, G15, G18, G21 e P[1], P[5], P[11], P[14], P[17], P[21], P[29] Suínos: G1-G6, G8-G12 e P[1], P[5-8}, P[11], P[13], P[19], P[21-27], P[32] Equinos: G3, G5, G10, G14 e P[12] Luchs & Timenetsky, einstein 14 (2);278-87, 2016 • Genoma RNA Acúmulo de mutações • Genoma segmentado: Rearranjo entre amostras de RV gp A: infecções inter-espécies Diversidade genética dos Rotavírus do Grupo A: Genótipo G5 Comum em animais, principalmente suínos Primeiramente descrito infectando humanos por Gouvea et al. (1994) e posteriormente detectado em várias regiões do Brasil Leite et al,1996 Novo sistema de classificação dos RV-A Foram definidos diferentes genótipos para cada um dos 11 segmentos gênicos de RV-A Matthijnssens et al. Arch Virolol. 2008. Gx-P[x]-Ix-Rx-Cx-Mx-Ax-Nx-Tx-Ex-Hx VP7-VP4-VP6-VP1-VP2-VP3-NSP1-NSP2-NSP3-NSP4-NSP5/6 Vantagens da utilização da nova classificação: Identificação de reassortment Eventos de transmissão entre espécies Evidenciar o papel dos animais como fonte de transmissão de RV para humanos POTENCIAL ZOONÓTICO EM ANIMAIS DE COMPANHIA Rotavírus canino Contaminação Ambiental http://direitoaoplaneta.blogspot.com/2009_03_01_archive.html Infection by an animal-like strain of rotavirus (PA260/97) was diagnosed in a child with gastroenteritis in Palermo, Italy, in 1997. Sequence analysis of VP7, VP4, VP6, and NSP4 genes showed resemblance to a G3P[3] canine strain identified in Italy in 1996. Dogs are a potential source of human viral pathogens. Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 13, No. 7, July 2007 Rotavírus canino POTENCIAL ZOONÓTICO EM ANIMAIS DE COMPANHIA Norovírus Família: Caliciviridae Partícula Viral: esférica (calix = taça) sem envelope 30nm de diâmetro capsídeo de simetria icosaédrica: VP1 e VP2 Genoma: RNA fita simples (+) http://aapredbook.aappublications.org/week/iotw032910.dtl GI: 8 genótipos GII: 17 genótipos GIV: 1 genótipo Árvore filogenética do gênero Norovirus baseada na diversidade entre sequências completas da proteína VP1 do capsídeo para a classificação dos 5 genogrupos (GI- GV) e dos 32 genótipos (GG). Fonte: Adptado de Centers for Disease Control and Prevention (2011) Norovírus canino Detecção em um filhote com GE na Itália em 2008 Iniciadores p289/p290 para CaCV (região RdRp do complexo polimerase) Sequenciamento de um fragmento de 3.4 Kb da ORF1 da polimerase Poxviridae <http://www.poxvirus.or Partícula viral: 300nm de diâmetro envelopado Nucleocapsídeo: simetria complexa Genoma: DNA ds linear: codifica mais de 200 proteínas virais Replicação: citoplasma da célula Harrison S C et al. PNAS 2004;101:11178-11192 Vaccinia virus, a representative poxvirus: virion structure (A) Doença infecto-contagiosa caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas localizadas no úbere e tetas das vacas em lactação. Três diferentes poxvírus podem estar envolvidos na sua etiologia: - Cowpox virus (CPXV): varíola bovina genuína - Vaccinia virus (VACV): vírus utilizado na vacinação contra a varíola humana - Pseudocowpox virus : pseudovaríola Varíola bovina No Brasil, a doença é causada pelo Vírus Vaccínia (VACV) (gênero Orthopoxvirus) zoonose ocupacional Fig. 1 (A) Phase air-dried and (B) high resolution height pictures of Br-VACV particles visualized using atomic force microscopy (AFM). (C) VACV exanthematic lesions in dairy cattle teats and (D) milker fingers during bovine vaccinia outbreaks. Kroon etal. 2011. Antiviral Research, Volume 92, Issue 2, 2011, 150 - 163 Mapa do Brasil. Os triângulos indicam estados que confirmaram a detecção de vírus semelhante ao vaccinia em mamíferos, de 1970 a 2011. Adaptado de Simonetti, B.R., 2009. Dissertação – UFF. Vírus Cantagalo Isolados de VACV no Brasil: Cotia virus (SpAn232 virus - SAV): roedores – floresta em Cotia, SP 1961 BeAn 58058 virus (BAV): roedores sentinelas - floresta em Belém, PA 1963 Cantagalo virus (CTGV) : bovinos e ordenhadores em RJ 1999 Araçatuba virus (ARAV): bovino e ordenhador em SP 1999 Muriae virus (MURV): bovinos e ordenhadores em MG 2000 Guarani P1 virus (GP1V) e Guarani P2 virus (GP2V): bovinos e ordenhadores em MG 2001 Passatempo virus (PSTV): bovinos e ordenhadores em MG,2003 Tocantins: macacos capuchinho e black-howling, 2010 Pelotas 1 (P1V) e Pelotas 2 (P2V): cavalos, 2011 Medeiros-Silva et al. Braz J Infect Dis 2010; 14(2):129-134 Kroon et al. Antiviral Research, Volume 92, Issue 2, 2011, 150 - 163 Qual a origem do Br-VACV? Br-VACV originou-se a partirde uma amostra de vírus da vacina (utilizada durante o programa de erradicação da varíola humana), que acumulou várias mutações durante ciclos de transmissão em hospedeiros selvagens, e recentemente emergiu causando surtos de varíola bovina Os isolados de Br-VACVS são filogeneticamente separados das amostras de vacina usadas no Brasil. VACV isolados de animais selvagens são diferentes das amostra vacinais. Br-VACV circula em uma população – reservatório selvagem desconhecido. E algumas destas amostras são transmitidas acidentalmente aos hospedeiros (bovinos e humanos) dependendo das condições geográficas e biológicas. Foodborne Pathog Dis. 2009 Nov;6(9):1141-6. doi: 10.1089/fpd.2009.0324. Bovine vaccinia outbreaks: detection and isolation of vaccinia virus in milk samples. Abrahão JS, Oliveira TM, Campos RK, Madureira MC, Kroon EG, Lobato ZI. Laboratório de Vírus, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil. Abstract The vaccinia virus (VACV), which causes exanthemous lesions in dairy cattle and humans, has been associated with several bovine vaccinia outbreaks in Brazil. Currently, no data are available about the safety of milk produced in VACV-affected areas. In this study, 47 milk samples were collected during bovine vaccinia outbreaks and submitted to viral isolation, DNA detection, and nucleotide sequencing of the conserved tk gene. The appearance of characteristic white pocks on the chorioallantoic membranes of chicken eggs, in association with viral cytopathic effects in chicken embryo fibroblasts and phylogenetic data, strongly suggest milk contamination by VACV. This is the first report of VACV detection in and isolation from milk. Foodborne Pathog Dis. 2010 Dec;7(12):1491-6. doi: 10.1089/fpd.2010.0597. Epub 2010 Aug 14. Vaccinia virus is not inactivated after thermal treatment and cheese production using experimentally contaminated milk. de Oliveira TM, Rehfeld IS, Siqueira JM, Abrahão JS, Campos RK, dos Santos AK, Cerqueira MM, Kroon EG, Lobato ZI. Laboratório de Pesquisa em Virologia Animal, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, Belo Horizonte, Brazil. Abstract Bovine vaccinia is an emergent zoonosis caused by the Vaccinia virus (VACV). The disease is characterized by the appearance of exanthematic lesions that occur in humans and dairy cows. Previous studies have revealed the presence of infectious viral particles in milk samples during an outbreak of bovine vaccinia in Brazil, indicating the possibility of disease transmission through raw milk. To assess the viability of the virus in milk after thermal treatment and processing procedures, milk samples were experimentally contaminated with 10(3) plaque forming units (PFU)/mL (group I) and 10(5) PFU/mL (group II) VACV Guarani P2 virus, and the third group was not contaminated and served as a control. The samples were submitted to storage temperatures in a cold chamber, freezer for 48 hours, and to low temperature long-time treatment. Moreover, the viral viability was evaluated in cheese produced with contaminated milk using 10(4) PFU/mL VACV Guarani P2. Notably, the virus remained viable in milk after storage for 48 hours in both the cold chamber and the freezer, with a reduction in viral titer of 14.49% and 25.86%, respectively. Group II showed a viral reduction in titer of 61.88% and 75.98%, respectively. Thermal treatment 65°C for 30 minutes showed a reduction of viral titer of 94.83% and 99.99%, respectively, in group I and group II, but still showed remaining viable virus particles. In addition, it was possible to recover infectious viral particles from both the solid curds and the whey of the cheese produced with experimentally contaminated milk. The cheese shows a reduction in viral titer of 84.87% after storage at 4°C for 24 hours. The presence of viable viral particles in milk after both thermal treatment and cheese production indicates a potential public health risk. http://www.iqb.es/dermatologia/atlas/e ctimac/ectima01.htm atlas.fmv.utl.pt Brasil: surtos em rebanhos de ovinos no Rio Grande do Sul em São Paulo e na Paraíba, onde houve envolvimento de ovinos, caprinos e humanos. No Nordeste, desde a década de 30, a enfermidade é um dos principais problemas sanitários da exploração caprina, por acometer cerca de 60% das criações (Schmidt C. Pesq. Vet. Bras. 32(1):11-16, 2012). Ectima contagioso (OrfV): estomatite pustular contagiosa ou dermatite pustular contagiosa Causada pelo Parapoxvirus- vírus do ORF (aspecto rugoso) Obrigada ! ritacubel@id.uff.br Dúvidas ?
Compartilhar