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DOENÇAS GASTRICAS EM PEQUENOS ANIMAIS

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Procurar livro Dra Marcia Jerico – Tratado de medicina interna de Cães e gatos
O vomito é estimulado por 4 vias: via visceral, via da zona receptora do gatilho, centro do vomito e a via vestibular.
O animal que chega vomitando não necessariamente tem uma doença gastrointestinal. Buscamos detalhes na anamnese e buscar dados também no exame físico. Claro que doença gástrica, o vômito é o principal sinal. Mas só associamos o vomito a uma doença gástrica após descartar as outras causas. É preciso descartar primeiramente as doenças extra gástricas do vomito como doenças metabólicas (insuficiência renal insuficiência hepática, doença hormonal).
As doenças gástricas sozinhas não são tão frequentes. Normalmente a gastrite a ulcera gástrica são consequência de doenças metabólicas.
Lembrar que animal que vomita independente da causa, vai ter uma gastrite secundária. 
A gastrite vai estar presente como fator secundário. Não adianta o clinico diminuir a acidez gástrica e não eliminar a causa.
GASTRITE
Inflamação da mucosa gástrica. Ocorre toda vez que há perda parcial ou total da barreira de proteção da gástrica (muco e bicarbonato) o conteúdo gástrico entra em contato direto com a mucosa gástrica. Essa é a fisiopatogenia. Tem que investigar a causa da diminuição da barreira. Pois é isso que está causando a gastrite.
O muco é produzido pelas células caliciformes da mucosa. E o bicabornato vem para o estomago pela corrente sanguínea. Hipovolemia e hipotensão reduz o fluxo sanguíneo e diminui a chegada do bicarbonato.
Barreira proteção x conteúdo ácido
Causas:
Dieta impropria – objetos estranhos que o animal ingere e que ferem mecanicamente a mucosa. Uma vez ferida, suco gástrico, enzimas, o HCl agridem a mucosa
Substancia químicas
AINE – é principal causa de gastrite na clinica de cães e de gatos. Uso devido (aqueles próprio para a espécie) e outros.
Situações clinicas que levem a Hipovolemia ou hipotensão – desidratação leva a hipovolemia. Baixa o fluxo sanguíneo vai interferir.
Doenças metabólicas – Insuficiência Renal (elevação de níveis de ureia que serão excretadas no estomago e as bactérias urease + vai virar amônia e daí a amônia será o irritante químico), Insuficiência Hepática (deficiência da liberação das substancia toxicas)
Animal com IR e IH vai vomitar e se ele vomita ele vai ter gastrite. Ele vomita pela gastrite e pelo estimulo visceral.
Principal causa de gastrite na clinica do cão e de gato - AINES – Mesmo aqueles que só vão atingir a COX 2, pode desenvolver com uso prolongado. E existem outros com as bases Dicoflenaco, Ibuprofeno e Piroxicam que vão potencialmente levar o cão a gastrite. Não usar essas bases para cães fará gastrite ou já chegarão a ulceras direto. Dependendo da sensibilidade o animal pode com uma única dose já fazer gastrite ou ulcera.
Uma dose desses antiinflamatorios inibe a prostaglandina e inibe a produção de muco. É um tipo de causa que só se descobre na anamnese, o proprietário administra indevidamente para o animal. Tem que perguntar em atendimento de animais com vomito se já deu algum medicamento, qual foi o medicamento.
Sintomas	
Náusea e dor abdominal 
Anorexia – está sem comer há alguns dias (1 ou 2)
Vômitos – o ato de vomitar já provoca a gastrite. Tem estimulo para produzir mais HCl. Vomitou, independente da causa, tem gastrite. Tem que intervir terapeuticamente.
Hematoemese – estrias de sangue no vomito, ou vomito com sangue marrom. Alguns animais tem.
Perda de peso – gastrite crônica
Desidratação – se estiver vomitando muito
Sinais sistêmicos – doença que está levando a gastrite. Se a causa for só gástrica não terá sinais sistêmicos.
	
Conduta Diagnostica
Anamnese – queixa principal – tentar definir a causa. Exemplo a cadela está com piometra. 
Exame Físico da Gastrite – dor na palpação do quadrante superior esquerdo do abdômen. O animal pode manifestar sensibilidade nessa região
Sinais específicos do processo que está propiciando essa gastrite
Exames complementares
Laboratorialmente vai buscar as causas. – nada – o hemograma não vai dizer que tem gastrite. Busca as causas laboratorialmente. É IR? Mas não determina a gastrite
Endoscopia – Não é rotina na clinica de pequenos animais. Só recorre a endoscopia quando já descartou causas extra gástricas, interviu terapeuticamente e medicamentos não melhorou.
USG não é o exame ideal. Dá uma ideia do espessamento da mucosa.
TRATAMENTO
Algumas situações de gastrite são autolimitantes. Uso de AINES, ingestão de corpo estranho.
Quando ela não se resolve sozinha:
Vomitando – antiemeticos vão funcionar melhor quando se sabe a causa. Se não há causa metabólica, o antiemético mais usado é Maropritant, Metroclopramida, Ondasentrona.
Tratamento são as drogas antisecretórias que vão reduzir a secreção de ácido clorídrico. Usar bloqueadores de H2 da célula parietal (Ranitidina) ou inibidor da bomba de prótons (omeprazol).
Tempo de uso – 15 dias – tempo mínimo para reconstituição do epitélio. O animal vai melhorar no terceiro dia, mas necessita fazer 15 dias.
TRATAMENTO DE SUPORTE
Desidratação – reidratar
Todo animal que está vomitando tem que ser submetido a jejum, inclusive hídrico. O vomito é uma condição limitante. Quanto mais agua o animal bebe, mais ele vomita, pois ocorre distensão abdominal, e isso estimula a região visceral
Submeter o animal a jejum porque está vomitando, inclusive jejum hídrico. Pode fazer soro oral. 24 a 48h. Quando retornar com a dieta, voltar com a dieta branda. Existem rações para isso, rações de baixa digestão. Ou dieta de carboidrato de fácil digestão (batata, cotagge, peixe, frango). O importante é reintroduzir a dieta devagar faz de 3 em 3h. PONTO CHAVE PARA CONTROLAR O VÔMITO
O importante é retirar a causa do vomito. Se é piometra, se é uremia, vai continuar vomitando.
E os paciente em que se fez tudo e continua vomitando, daí o paciente tem que fazer endoscopia. 
Prognostico – BOM
ULCERAÇÃO GASTRICA
É uma complicação/evolução da gastrite.
Ulcera é a perda do tecido epitelial que perde a camada superficial e tem exposição da mucosa.
A parede do estomago é fina, tem potencial para perfuração. Podem se formar no estomago e também acometer o duodeno.
ETIOLOGIAS
Gastrite – causas de gastrite que não foram controladas
Neoplasia gástrica
AINES
SINTOMAS 
Hematoemese – sempre presente na úlcera – vômito cor de borra de café ou estria de sangue
No exame físico, o animal vai estar muito mais debilitado e a dor abdominal está presente
Apresenta grau de desidratação, principalmente se tiver evoluído da gastrite para a ulcera.
No exame físico pode encontrar sinais compatíveis com anemia, se estiver perdendo sangue há muito tempo. Pode também ter fezes enegrecidas (melenas) pois sangue está sendo digerido e está saindo nas fezes
ANAMNESE
Vai identificar e caracterizar o vômito – suspeitar da úlcera
Buscar as causas – houve uso de AINES? – é importante
EXAME FÍSICO
Vai encontrar os sinais específicos e sinais sistêmicos relacionados à causa.
EXAMES LABORATORIAIS
Se suspeitar de ulcera gástrica, pedir hemograma para avaliar hematócrito. Lembrar que se o animal estiver desidratado o hematócrito vai aumentar o estar normal. Hidrata o animal primeiro e depois faz o exame.
Tem que ter certeza que metabolicamente não há processo levando a gastrite, não pode estar em uremia, IH, para encaminhar para endoscopia. Na anestesia ele iria embora.
TRATAMENTO
Antiemético
Jejum 
Fluidoterapia - paciente será internado normalmente com ulcera gástrica
Reduzir a agressão do HCl na mucosa gástrica – inibidor de bomba de prótons (leva 48h para começar a agir) então pode no primeiro momento bloqueador de H2, e além disso usar citoprotetores (proteger a mucosa) o Sulcrafato (por via oral) o vomito tem que estar controlado. Pode usar o Misoprostol (prostaglandina sintética semelhante a prostaglandina estomacal – não tem no Brasil)
DOENÇAS GASTRICAS
INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO
O corpo estranho (CE) está irritando mecanicamente a mucosagástrica e está causando lesão gástrica, Se o CE estiver localizado em região de fundo, animal fica assintomático, e se um dia, por uma contração, mudar de lugar e ficar na região de piloro, o animal então começa a vomitar.
Todo animal que vomita e que excluiu as causas extra gástricas tem que pensar na ingestão de CE. O proprietário nunca sabe se comeu. 
Às vezes o proprietário viu o animal comer. Se o CE for pequeno e retilíneo, consegue sair.
É uma patologia mais frequente na espécie canina. Come rápido, e come de tudo. 
O gato faz corpo estranho linear quando ingere linha ou tecido, e isso fica preso no frênulo lingual, e ao engolir faz efeito sanfona no intestino. Observar sempre o frênulo da língua.
SINTOMAS
Confirmação:
Raio X simples – primeiro exame
O USG pode complementar – quando não fica definido no raio X ou somar ao resultado
Endoscopia não é usada para diagnóstico, mas para tentar retirar o CE
Pode fazer raio X contrastado. Mas é a ultima opção porque ele vai interferir com tudo.
TRATAMENTO 
Retirar o corpo estranho – cirurgicamente ou através de endoscopia
Depois que retirou o corpo estranho, prescreve medicamento :
 Omeprazol para gastrite ou ulceração, pois o CE provocou a gastrite.
Nunca usar medicamento antiemetico procinético (Metroclopramida) quando suspeita de corpo estranho– pois vai estimular peristaltismo, aumenta a contração, relaxa o pilori. Faz Ondasetron, Maropitan.
RETARDO ESVAZIAMENTO GASTRICO (Matéria nova)
É uma patologia relacionada a motilidade gástrica. É vista com certa frequência na clinica.
Vai interferir na motilidade gástrica. Fazendo com que o alimento fique mais tempo no estomago do que o necessário e isso estimula o animal a vomitar. 
É uma causa de vomito crônico, quando depois da alimentação o animal vomita logo após. No inicio ele vomita um pouco depois, com a evolução da doença, já tem gastrite, daí vomita logo após a alimentação.
Não tem nenhum outro sintoma, só vomita. Brinca, abana o rápido.
As vezes desnutre um pouco. Clinicamente pode fazer uma avaliação laboratorial. Glicemia, eletrólitos. Exames todos normais.
O hipoadrenocorticismo (falta de cortisol) se manifesta por vomito crônico. E os dois eletrólitos alterados são o Na e K.
Causas :
Alteração na motilidade – uma contração mais demorada do estomago.
Causa mecânica (mais comum) – estenose pilórica (alterações congênitas – luz menor no piloro) ou Gastropatia Pilorica Hipertrofica Cronica (GPHC) - ambas são congênitas e há padrões raciais – raças pequenas ( Yorkshire, Poodle, maltês) e cães braquicefálicos.
DIAGNÓSTICO
Exclusão de doenças metabólicas
Primeiro faz um raio X simples e depois faz um Raio X contrastado – tempo esvaziamento gástrico
USG – pode ser visto espessamento pilórico e uma dilatação do estomago e redução da motilidade (redução da contratibilidade – movimento peristáltico), conforme o alimento fica ali retido mais tempo, o estomago vai aumentado de tamanho.
A confirmação é pela endoscopia onde vai observar edema, dilatação e protuberância da mucosa pilórica. O diagnostico só é conclusivo com a endoscopia.
Tratamento para GPHC e estenose pilórica é cirúrgico
Tratamento para alteração funcional - vai fazer manejo alimentar e intervir com medicamento.
Alguns pacientes que fizerem cirurgia, farão também o mesmo manejo alimentar e medicamentos, igual daqueles que tem somente alterações funcionais.
MANEJO ALIMENTAR – os cães não irão comer mais somente uma vez por dia. Alimento será em pequenas quantidades (fracionar o alimento para evitar resíduos no estômagos) e usar fármacos procinéticos (Cisaprida – tem maior estimulo contrátil, promove maior relaxamento do piloro – é o melhor procinetico a ser usado) se não tiver a Cisaprida, então usa a Metroclopramida.
Usar droga antisecretora. Optar sempre pelo bloqueador de H2, pois também tem ação procinetica – Ranitidina ou Nisatidina. A ação procinetica é no intestino, daí ele esvazia mais rápido e o conteúdo gástrico tem mais facilidade de passar.
É uma patologia que às vezes passa despercebida. É preciso ter atenção.
Helicobacter não tem grande importância na clinica. 
DOENÇAS INTESTINAIS
Diarreia aguda em cães e gatos
É o mais comum na clinica. É um sinal mais especifico de doenças intestinais, são causas na maioria das vezes intestinais.
Diarreia é o aumento da fluidez das fezes. Pode ter aumento da frequência de defecação e ter um volume aumentado ou diminuído das fezes.
Diarreia aguda o quadro que tem no máximo 7 dias. E geralmente vem associada ao vomito. Paciente nesse caso vai estar desidratado, o quadro de desidratação é bem marcado. A diarreia é um sintoma e não uma doença. Tratamos as causas e consequências da diarreia.
Em filhotes pode ter etiologia viral, animal fica muito debilitado. Ele tem perde de líquidos pela diarreia e no vomito, e sangue nas fezes.
Toda vez que tem sangue nas fezes tem que introduzir na terapêutica antibiótico, não é para tratar a diarreia, mas para controlar a translocação bacteriana. A passagem da bactéria que reside no intestino e pegar corrente circulatória podendo levar o paciente a uma sepse.
Diarreia de etiologia bacteriana no cão e gato é menos frequente no cão e no gato.
CAUSAS DIETETICAS
Nesse caso, o que o animal ingeriu está causando a diarreia: animal ingeriu uma substancia toxica, troca de alimentação, troca da marca de ração (algumas substâncias importantes para digestão são produzidas pelos enterócitos, com a mesma dieta a quantidade é adaptada, a mudança brusca faz não ter quantidade suficiente da substância). São quadros autolimitantes. 
Nesses casos, de diarreia por causas dietética, o animal está ativo, o achado no exame físico é um abdômen um pouco mais timpânico. Quase não tem achado no exame físico. 
Ter em mente que quanto mais grave for a etiologia, mais debilitado estará o paciente.
TRATAMENTO
JEJUM 24H quando está tudo bem e se estiver vomitando, faz jejum hídrico também. Quando for introduzir a dieta novamente, tem que ser lentamente e com alimentos de alta digestibilidade. Essa é a principal terapêutica. Jejum e reintrodução lentamente com alimentos de alta digestibilidade.
Antidiarreicos opiodes (Loperamida, Difenoxilato) por até 3 dias. Pode usar também o probiotico. Usar por no máximo 3 dias. É o único caso que se dá um antidiarreico.
Alimentos de alta digestibilidade tem as seguintes características – PTN alto valor biológico, carboidrato fácil digestão e ausência de gordura. 
DIARREIA DE CAUSA PARASITÁRIA
Toxocara canis, Toxocara leonina (cão) – encontrada em filhotes muito parasitados, manejo ruim e não vermifugados.
Não se espera diarreia por Toxocara, em animais de 8 ou 9meses bem cuidado. 
 Pacientes com menos de 6 meses. Assintomático, diarreia, vômito(dependendo do quadro), desnutrição. 
É magro, tem o abdômen distendido (às vezes com pústulas), pelagem feia, mucosa hipocorada.
Prognostico é favorável.
O problema é que a diarreia em filhotes é que ele é mais suscetível a transtornos virais. Um animal infectado com Parvovirose e Toxocara, a situação dele é mais grave.
Faz exame coproparasitológico, identifica infestação com Toxocara, mas animal está com febre, com vômito, dor abdominal, sangue nas fezes, então não é só Toxocara. Até que ponto o que eu encontrei era a Etiologia.
Ancylostoma caninum
É caso mais grave porque ele se fixa na mucosa intestinal e se alimenta de sangue. Debilita tanto pela diarreia quanto pela redução de sangue circulante.
Animal tem diarreia com sangue, vômitos (Ancylostoma fica no duodeno e estimula a via visceral), anemia. O paciente no exame físico é diferente.
Cães com menos de 1 ano de idade terão diarreia aguda por Ancylostoma.
Gatos podem fazer diarreia mas é mas grave que nos cães.
Tratamento
Tem que usar vermífugo.
Vermífugo – Febendazole (mais eficiente), Febantel, Albendazole, Mebendazol, Pirantel, Oxantel, Piperazina
Nitroscanato (cães)
Disofenol (para Ancylostoma sp em cães) – é injetável. Mas só ageno Ancylostoma
Ivemectina, Selamectina, Milbemicina oxima 
O que limita o uso de vermífugo é o vomito porque 90% é administração VO. Dá (dose única ou em três dias cfe medicamento)e repete 15 dias depois, por causa do ciclo do parasita.
PROTOZOÁRIOS
Cystoisospora canis, Cystoisospora
Assintomáticos após a infecção. Só vai causar problema para o animal se ele for submetido a situação de estresse (ida a Pet Shop, viagens)
Filhotes cães e gatos estresse, imunossuprimidos. 
É uma diarreia severa com sangue, que confunde muito com a diarreia de Parvorirus e costuma ter uma quantidade maior de muco.
A diarreia com sangue pode ser Ancylostoma, Parvovirus ou Cystoisospora.
Tratamento é com antibiótico com ação sobre protozoário: Sulfametoxazol +Trimetoprim – por 7 a 10 dias.
GIARDIA
Não é causa frequente de diarreia aguda em cão. Se encontra Giardia em um paciente com diarreia aguda, essa não é a etiologia.
Ela é oportunista, ela tem maior significado em diarreia crônica.
Ovos circular de casca grossa e grande – é o Toxocara 
OVOS DO TOXOCARA 
VIRAL
Parvovirus – relevante como agente causador de diarreia para o cão. Pode fazer lesão em todo intestino, preferencialmente no intestino, principalmente no duodeno. É uma lesão muito grave porque destrói as células da cripta intestinal, que é onde ocorre a mitose dos enterocitos, e não permite a troca do epitélio e a mucosa fica plana e sem vilosidade. Isso diminui a superfície de absorção e por isso o paciente tem diarreia. A Parvovirose é não é uma doença intestinal. É uma doença sistêmica, o vírus se multiplica em todos os locais que tem células com mitose acelerada (medula óssea – daí causa maior problema – paciente está com diarreia com sangue, que tem chance de translocação bacteriana e se o vírus está na medula ele está leucopenico, ou seja predisposto a morrer por sepse) além disso, clinicamente possui uma diarreia profusa e muito vomito. 
Então é um paciente que desidrata muito, tem risco de fazer uma septicemia e que não come por vários dias, entra no quadro de hipoglicemia.
DIARREIA (desequilíbrio eletrolítico), SEPTICEMIA ou HIPOGLICEMIA tríade que mata o paciente com diarreia por Parvovirus. 
Acomete filhotes a partir da sexta semana (porque até a sexta semana ele traz anticorpos) até seis meses não vacinados.
A doença não começa com diarreia. É o ultimo sinal que aparece, chega muito debilitado, grau acentuado de desidratação, muita dor abdominal, mucosa hipocorada, TPC > e febre.
É um quadro diferente do paciente que tem diarreia por Toxocara ou por causa dietética. O proprietário se queixa na anamnese que está com diarreia de sangue. Que há alguns dias ele estava sem comer, e que primeiro surgiu o vomito e depois veio a diarreia.
A evolução do quadro é letargia anorexia febre vomito hematoquezia severa II desidratação severatranslocação bacteriana sepse
Hoje existe um teste que procura o Ag do Parvovirus nas fezes. 
TRATAMENTO PARA PARVOVIRUS
NÃO EXISTE MEDICAMENTO ESPECIFICO PARA A PARVOVIRUS.
Fluidoterapia agressiva EV – Ringer com lactato (com suplemento de potássio na fase de manutenção) + glicose+ 5% + K
Anti-emetico potentes – Ondasetrona ou Maropitan
Antibioticoterapia (PARA CONTROLAR A TRANSLOCAÇÃO BACTERIANA)
 Ampicilina, Amoxilina, Cefalexina (menos graves) 
Sulfametoxazol + Trimetropin
Aminoglicosideo + Fluorquilononas
Usa o antibiótico enquanto estiver com diarreia com sangue, por cinco dias. A PARTIR DO MOMENTO QUE PARA A DIARREIA É SINAL QUE O INTESTINO ESTÁ SE RECUPERANDO.
Glicose 25%
Transfusão – anemia severa e proteinemia
É o caso mais grave de diarreia no cão.
PARVOVIRUS FELINO – PANLEUCOPENIA
Ele acomete gatos em qualquer idade, só que os sinais mais graves em filhotes. Alguns vão ter contato com o Parvovirus e não desenvolve os sintomas, outros gatos entram em contato tem morte súbita (morrem em 24h), outros desenvolvem sintomas.
Os sintomas aparecem após 3 dias de infecção e tem um curso de 7 dias com cura ou óbito. Isso para qualquer idade do gato.
Sinais clínicos - Anorexia, febre, vomito, DIARREIA com ou sem sangue.
Tratamento – idem canino (Fluidoterapia, reposição de potássio) se estiver muito debilitado usa suplemento de vitamina b12 (na fluidoterapia)
ESSAS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DE DIARREIA EM CAES E GATOS
CONDUTA DIAGNOSTICA 
Atendeu um animal com diarreia
O objetivo da conduta diagnostica é primeiro avaliar o estado geral do paciente para já intervir com uma terapêutica se necessário (depende do grau de desidratação) e, paralelo a isso, tentar achar uma causa onde há causas mais especificas (causas parasitárias ou Virus)
Etiologia para terapêutica mais especifica
Idade – causas parasitarias e virais nos cães só acometem animais menores de um ano de idade. A não ser um cão adulto que venha da rua, poderia ser Ancylostoma.
Adultos - as causas podem ser: Indisposição Dietética, IRA(albunemia pode levar a diarreia), hipoadrenocorticismo (cursa com vomito e diarreia aguda)
ANAMNESE
FOI VERMIFUGADO?
Vacinação em dia – com todas as doses? Em locais adequados? Houve falha vacinal?
Contactantes – há outros animais com o mesmo sinal?
Medicamentos – qual ele não pode ter usado? AINES – isso pode ser uma causa
Caracteristicas da diarreia para saber a gravidade do quadro
Se tem vômitos 
EXAME FISICO
Estado de atenção do animal – quanto mais prostrado, mais grave é o quadro
Estado de desidratação – TPC, turgor da pele, enoftalmia(olho mais fundo na orbita) , prostado nos casos mais graves.
Temperatura – Parvorirus e translocação causam febre; HIPOTERMIA – animais muito desidratados podem estar hipotérmicos.
Palpação abdominal – pode estar distendido, alças palpáveis em casos de parasitos, dor severa nos casos virais , paciente já chega com abdômen retraído
Características das fezes – introduz pedaço do equipo e introduz no ânus. Como as fezes estão liquidas preenchem a mangueira e avalia se tem sangue ou não tem sangue.
EXAMES LABORATORIAIS 
Todo animal com diarreia vai ser submetido a um exame coproparasitologico!!! Mesmo aquele que é de fundo alimentar.
Coproparasitologico – SEMPRE em casos de diarreia
Hemograma e leucograma – só nos casos mais graves. Principalmente nos que perdem sangue. Quando tem sangue e leucograma em suspeita de casos virais, para avaliar a resposta imunológica;
Bioquímica só tem importância nos animais adultos :
 IR ureia, creatinina 
IHA ALT AST bilirrunbinas
Pancreatite – ALT AST, bilirrubinas amilase e lipase
Eletrolitos Na, K e Cl. – avalia em qualquer animal desidratado
Fazer teste de Elisa para suspeita de Parvovirose – em filhotes
DIAGNOSTICO POR IMAGEM 
Nas diarréias agudas só se animal for adulto, se há suspeita de IR ou pancreatite.. Não tem a menor indicação nos outros casos, a não ser que se perceba massa abdominal. Intussuscepção. O intestino faz quadro de invaginação. Dai faz USG.
ESCLARECENDO MITOS DA TERAPEUTICA...
Quando o animal tem muita dor pode empregar Dipirona, Iocina (antiespamodico)
É contra indicado uso de antidiarreicos em casos de bactéria toxinas e vírus. É indicado nas dietas de causa dietética. Usar no máximo por três dias.
A diarreia é um sintoma que pode ter uma etiologia simples até grave, a conduta diagnostica visa avaliar o estado geral do paciente, e determinar a etiologia se possível.
Conduta terapêutica pode ser – autolimitamte, só sintomática ou sintomática e etiológica
Profilaxia de algumas etiologias reduz muito a incidência de diarreia. Se na rotina pediátrica passar ao proprietário sobre o manejo alimentar que não pode fazer troca abrupta da alimentação (evita as diarreias de causa dietéticas) 
Se orientar que tem que fazer exame coproparasitológico até o primeiro ano de vida, de 3 em 3 meses e depois a cada 6 meses, ou manter vermifugação regular (evita diarreia de causas parasitarias) e sobre manter o quadro de vacinações (evita as de causas virais) 
DIARREIA CRÔNICA 
	SINAIS
	DOENÇA ID
	DOENÇA IG
	PERDA DE PESO
	ESPERADA
	RARAPOLIFAGIA
	ALGUMAS VEZES
	AUSENTE
	FREQUENCIA DEFECAÇÃO
	NORMAL
	AUMENTADA
	VOLUME DE FEZES
	AUMENTADO
	DIMINUIDO
	SANGUE
	MELENA (RARA)
	HEMATOQUEZIA(GOTAS DE SANGUE)
	MUCO
	INCOMUM
	PRESENTE
	TENESMO
	INCOMUM (+ CRONICO)
	ALGUMAS VEZES
	VOMITO
	PODE SER VISTO
	PODE SER VISTO
A DIARREIA CRONICA NÃO É CASO FREQUENTE NA CLINICA – porque ela incomoda pouco o proprietário pois muitas vezes ele nem percebe.
Normalmente fica restrito a diarreia crônica, em um mês daí começa a emagrecer (deficiência nutricional) e se o quadro evoluir muito ele começa a ter acumulo de líquido na cavidade abdominal, cavidade torácica, por causa da hipoproteinemia. Todo paciente com ascite investigar se não tem diarreia crônica.
A diarreia crônica pode ser diária ou intermitente (fezes firme em um dia e no outro diarreia)
A mais doença comum que leva a diarreia crônica e a insuficiência pancreática exócrina. Identificar a origem da diarreia: é IG ou ID? Quando identifica já sabe o que fazer.
Qual a conduta a fazer quando se identifica a origem da diarreia crônica?
DOENÇA CRONICA ID
1º Excluir causa parasitária. E a causa parasitária que leva a diarreia crônica é Giardiase. Mesmo que tenha coproparasitologico negativo, trata o animal para Giardia.
Giardiase – exclusão parasitismo
2º Tratou para a Giardia mas continua com diarreia:
HEMOGRAMA – BIOQUIMICA (PTNS, ALBUMINA)
FIV, FELV, Tiroxina (gatos) – T4 Hipertireoidismo em gatos causa diarreia crônica.
Se tem diarreia crônica e a albumina está entre 2 – 2,02g/dl (baixo)– submete o paciente a uma gastro/colonoscopia – biopsia. O paciente pode ter uma doença intestinal inflamatória, linfoma, linfagectasia (a albumina aqui está muito baixa). Até para encaminhar o paciente para a colonoscopia tem que fazer o passo a passo acima.
Se tem diarreia crônica e a albumina normal o que fazer? O exame laboratorial deu normal, sem alterações. Pensar em Giardiase(se não foi tratada antes), Insuficiencia Pancreatica Exócrina, Hipersensibilidade alimentar (HA), Enteropatia Responsiva a Antibiotico (ERA) =supercrescimento bacteriano intestinal
Como descobrir? Na diarreia crônica tem que chegar na etiologia para tratar...
Insuficiência Pancreática Exócrina IPE –o pâncreas para de produzir as enzimas digestivas - dosar Tripsina sérica – se estiver extremamente baixa é IPE. O tratamento é repor essas enzimas. Usa um concetrado chamado Pancreatina. Manda manipular e mistura nas refeições. Se der normal pensa em outras doenças...
Descartar HA –o animal está fazendo uma reação alérgico a uma substancia do alimento (normalmente é a proteína) submete o animal a uma dieta hipoalergênica (dietas comerciais)– se animal melhora após a dieta o problema está na alimentação. Se não tem dieta hipoalergenica então...
ERA – não se tem uma causa. Começa a ocorrer proliferação de bactérias patogênicas destruindo o intestino, sem uma causa. Entra no antibiótico: Amoxilina, Tirosina faz 30 dias. Animal vai melhorar antes dos 30 dias. De tempos em tempos ele vai ser tratado com antibiótico.
Se não teve sucesso com nenhum acima, submente o paciente a uma biopsia intestinal
QUALQUER FASE SE ENTRAR COM ANTIBIOTICO O ANIMAL TEM MELHORA PORQUE TODAS AS CAUSAS ACIMA CAUSAM PROLIFERAÇÃO BACTERIANA(supercrescimento bacteriano intestinal). EVITAR ANTECIPAR O TRATAMENTO. TEM QUE FAZER NA ORDEM.
É muito frequente animal com diarreia crônica ser tratado com antibiótico sem descobrir a causa.
DIARREIA CRÔNICA IG
PARASITISMO (TRICHURIS parasita IG, Giardia) – o Trichuris leva a colite(inflamação de IG) crônica, faz um coproparasitológico e trata com vermífugo
Clostridiose – causa infecciosa. Difícil o diagnostico
DII – doença intestinal Inflamatória – 
Neoplasias – Linfoma ou Adenocarcinoma
Sindrome Colon Irritável- provoca diarreia em situações de estresse. Se tem diarreia crônica em IG e não é nenhum dos outros acima.
FELV e FIV em gatos
O tratamento de diarreia crônica é muito demorado, mas precisa achar a causa. Diagnostico vale muito a pena.
19.03.15
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