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Demétrio Dantas – Direito Penal Curso de Direito Penal para PF/PRF Culpabilidade É o juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias pessoais. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 1) IMPUTABILIDADE PENAL Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado , era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (critério Biopsicológico) Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento . (semi-imputabilidade) Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior , era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (teoria da actio libera in causa) § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior , não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de | www.euvoupassar.com.br entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Semi – imputabilidade) 2) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE É a possibilidade de o agente, de acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. 3) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE a) Inimputabilidade por menoridade b) Inimputabilidade por Doença Mental c) Inimputabilidade por Embriaguez (Fortuita/Força Maior) d) Coação Moral Irresistível e) Obediência Hierárquica f) Erro de Proibição Escusável (Erro sobre a ilicitude do fato) DESCRIMINANTES PUTATIVAS Legítima Defesa putativa Estado de Necessidade putativo Estrito Cumprimento do Dever Legal putativo Exercício Regular de Direito putativo CONCURSO DE PESSOAS colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. Teoria monista temperada (ou mitigada): todos aqueles que participam da conduta delituosa respondem pelo mesmo crime, mas cada um na medida de sua culpabilidade. (Adotada pelo CPB) Exceção à teoria monista - aborto praticado por terceiro, com consentimento da gestante. A gestante responde pelo crime do art. 126 e o terceiro pelo crime do art. 124. ESPÉCIES DE CONCURSOS DE PESSOAS 1) EVENTUAL – O tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. 2) NECESSÁRIO – O tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. | www.euvoupassar.com.br a) condutas paralelas: agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes: os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS Pluralidade de agentes Relevância causal da colaboração Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) Identidade de infração penal Existência de fato punível Modalidades de concurso de pessoas Autoria – autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Todos os demais são partícipes. (teoria objetivo-formal) Autoria mediata - alguém (autor mediato) se vale de outra pessoa como instrumento (autor imediato) para a prática de um delito. (teoria do domínio final do fato) Participação - o partícipe deve responder pela conduta principal (na medida de sua culpabilidade). Participação de menor importância - redução da pena de 1/6 a 1/3. Participação inócua - Não é punível COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA (“participação em crime menos grave” ou “desvio subjetivo de conduta”) Ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave. CONSEQUÊNCIA: agente responde pelo crime menos grave (que quis praticar). A pena, contudo, poderá ser aumentada até a metade, caso tenha sido previsível a ocorrência do resultado mais grave. Crimes contra a Pessoa Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: | www.euvoupassar.com.br Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. | www.euvoupassar.com.br CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (1/3) § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. | www.euvoupassar.com.br
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