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Aula 03 Formas de Resolução de Conflitos

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FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS GAMALIEL – FATEFIG
CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZONIA – CECAM
Recredenciada pela Portaria Ministerial n° 905 de 06 de julho de 2012
Rua UM, s/n, bairro Jardim MARILUCY CEP: 68459-490 Tucurui-Pará Fone: (94) 3787-1010
	DISCIPLINA:
	Teoria Geral do Processo - TGP
	TURMAS:
	DIN 18,19 e 20 
	DOCENTE:
	Rodrigo Moreira Melo
	DATA:
	02/02/2018
	AULA 03 
	Meios de resolução dos litígios 
1. Meios de Resolução dos Litígios
Surgindo um conflito entre dois interesses contrapostos, é possível que ele se resolva por obra dos próprios litigantes ou mediante a decisão imperativa de um terceiro. 
Na primeira hipótese, ocorre uma solução parcial do conflito, porque resolvido pelas próprias partes e, na Segunda, uma solução imparcial do conflito, isto é, por ato de terceiro desvinculado do litígio. 
 	A resolução dos conflitos pois, ocorrentes na vida em sociedade, pode-se verificar por (1) obra de um ou de ambos os sujeitos envolvidos no conflito de interesses.
Ou ainda (2) por ato de terceiro, estranho à contenda. Na primeira hipótese, um dos interessados (ou cada um deles) consente no sacrifício total ou parcial do próprio interesse (autocomposição) ou impõe o sacrifício do interesses alheio (autodefesa ou autotutela). Na segunda, pontifica-se a interferência de terceiro estranho ao conflito, a mediação e o processo.
Feitas essas primeiras considerações, passaremos a análise dos meios de resolução de conflitos dos povos mais primitivos ao contexto atual.
1.1 Autotutela: 
A autotutela é o método de solução de conflitos, sendo a mais primitiva, nascida com o homem na disputa dos bens necessários à sua sobrevivência, representando a prevalência do mais forte sobre o mais frágil.
É uma forma parcial de resolução de conflitos de interesse, ou seja, parcial por que vem da vontade de uma das partes, onde a mais forte impõe sua vontade, pela força ou pela astúcia. 
O mais astuto pode fazer prevalecer sua vontade sobre o mais ingênuo. 
1.2 Autocomposição
O vocábulo “autocomposição” se deve a Carnelutti, que, ao tratar dos equivalentes jurisdicionais, aí a incluiu, sendo integrado do prefixo auto, que significa “próprio”, e do substantivo “composição”, que equivale a solução, resolução ou decisão do litígio por obra dos próprios litigantes.
Nesse contexto, vale ressaltar que muitos historiadores divergem, no sentido de que, quem veio primeiro, a autocomposição ou arbitragem.
Vamos admitir que depois da utilização da autotutela, vamos imaginar que a sociedade começou a utilizar da autocomposição.
O homem deixa de ser nômade, começa a criar alguns animais, e a plantar algumas coisas, e não dá para ficar resolvendo tudo na base da força, da astucia. 
A autocomposição ainda consiste em forma parcial de resolução de conflitos, mas a resolução vem das vontades das partes. As partes de comum acordo, colocam fim ao problema, seja, por que um abre mão de sua pretensão, seja por que uma parte se submete a pretensão outra, ou por que ambas fazem concessões recíprocas, e chegam em determinado denominador comum, e assim põe fim ao conflito. 
1.3 Arbitragem 
A arbitragem é um método alternativo de resolução de conflitos, no qual as partes definem que uma pessoa ou uma entidade privada irá solucionar a controvérsia apresentada pelas partes, sem a participação do Poder Judiciário. Caracterizada pela informalidade, embora com um procedimento escrito e com regras definidas por órgãos arbitrais e/ou pelas partes, a arbitragem costuma oferecer decisões especializadas e mais rápidas que as judiciais.
Na arbitragem a solução não é mais parcial, e sim imparcial. Isso porque na arbitragem tem um terceiro estranho ao problema, chamado de árbitro no (centro), e cada parte ao lado do árbitro, trazendo a ideia de igualdade entre as partes. 
No início, a arbitragem era facultativa, e a função de arbitro era confiado ao ancião (pessoa mais velha), de determinada comunidade, sendo aquela pessoa que teoricamente fosse mais experiente, mais preparado para resolver o conflito. 
Ainda no início, a função de arbitro também era atribuída a figura dos sacerdotes, pois a sociedade acreditava que eles tinham elo com os deuses, portanto, havia uma presunção de que eles teriam uma presunção divina, para melhor solucionar o conflito. 
O arbitro impõe o veredito as partes, logo, a solução não é mais parcial, o que se pretende agora que a solução seja imparcial e o árbitro não estava ali para prejudicar nenhuma das partes do conflito que lhe é submetido. 
Vale ressaltar que a arbitragem bem no início era facultativa, depois se tornou obrigatória, o que ocasionou no nascimento da jurisdição, conforme analisaremos na próxima fase. 
1.4 Jurisdição 
A jurisdição é o processo que se apresenta como última etapa na busca do método mais adequado para assegurar, com paz e justiça, a estabilidade da ordem jurídica, e o mais satisfatório para preservar e restabelecer a razão do que tem razão.
Na jurisdição temos a figura do juiz, uma pessoa que representa o estado, pois ele está investido na função de julgar. 
De forma progressiva, na fase da vingança pública, chega um momento em que o Estado consegue um aparato bélico e econômico e consegue trazer para si de resolver os conflitos de interesses. 
Na jurisdição, o Estado é que vai dirimir os conflitos, e ele vai dar o veredito. 
É bem verdade que esse modelo hoje está saturado, pois hoje se fala em JURISCONSTUÇÃO, por exemplo, hoje já se fala na adoção de outros meios de composição que não seja exclusivamente a jurisdição. 
1.5 Mediação
O termo mediação deriva do latim “mediare” que dentre outros significados é o de intervir. Significa, então, intervir de maneira pacífica, imparcial na solução de conflitos.
A mediação é um procedimento para resolução de controvérsias, se enquadra como um dos métodos alternativos à clássica litigância no judiciário. 
Consiste num terceiro imparcial (mediador) assistindo e conduzindo duas ou mais partes negociantes a identificarem os pontos de conflito e, posteriormente, desenvolverem de forma mútua propostas que ponham fim ao conflito. 
O mediador participa das reuniões com as partes de modo a coordenar o que for discutido, facilitando a comunicação e, em casos de impasse, intervindo de modo a auxiliar a melhor compreensão e reflexão dos assuntos e propostas, mas nunca impondo às partes uma solução ou qualquer tipo de sentença.
Modernamente se fala em mediação, sendo uma forma de resolução de conflito bem atual e regulamentada pelo novo código de processo civil.
O mediador é um terceiro imparcial, mas diferentemente do arbitro, e diferentemente do juiz, que devem de decidir de modo imparcial, o mediado não decide nada.
O mediado é um interlocutor entre as partes, preocupado em melhorar a convivência entre essas pessoas. A mediação é indicada para aquelas pessoas que irão conviver. 
O papel do mediador é descobrir o porquê aquelas pessoas estão divergindo, é fazer que uma aprenda a respeitar o ponto de vista da outra. 
O que se recomenda é que o mediando haja muito mais de forma passiva, ou seja, ele vai muito mais ouvir do que falar.
Vale destacar uma resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 1250/2010 que foi muito importante, por que ela surgiu no momento que não havia legislação que se tratava do tema no Brasil. 
1.6 Conciliação 
A Conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com relação ao conflito e imparcial. 
Na conciliação, não existem vencedores nem perdedores. São as partes que constroem a solução para os próprios problemas, tornando-se responsáveis pelos compromissos que assumem, resgatando, tanto quanto possível, a capacidade de relacionamento. Nesse mecanismo, o papel do juiz não é menos importante, pois é aqui que ele cumpre sua missão de pacificar verdadeiramente o conflito.
Vale destacar que a conciliação já estava no nossoordenamento jurídico há muito tempo, inclusive com previsão na CLT, CPC/1973, na Lei 9.099/95, e em vários diplomas legais. 
O conciliador diferentemente do mediador, tem um papel muito mais ativo, por que a conciliação é indicada para dirimir conflitos de pessoas que não irão conviver. Então o conciliador não está preocupado se ele não interlocutou, até por que provavelmente essas pessoas não viver nunca mais. 
Como por exemplo, imagine uma situação de acidente no trânsito. O conciliador vai atuar de forma bastante ativa, vai indagar as partes, sobre o orçamento, sobre o seguro, parcelamento do prejuízo. 
O ideal seria que o conciliador não decidisse nada, o que acontece hoje é que o nosso ordenamento jurídico permite que o magistrado faça as vezes de conciliador. 
Mas os juizados especiais cíveis têm ou deveria ter a figura do conciliador, que a princípio não decide nada. 
1.7. Formas de Composição no Direito Brasileiro.
Vale destacar, que todas essas formas de resolução de conflitos são aplicadas hoje no Brasil, inclusive a autotutela, que alguns preferem chamar de autodefesa. 
A autotutela é utilizada no Brasil em situações excepcionais, como por exemplo, a legitima defesa, então a pessoa que utilizar moderadamente dos meios necessários para repelir agressão injusta, atual ou eminente, pode até matar. “Art. 23 do CP – legítima defesa; estado de necessidade”;
Portanto, a lei admite em determinadas circunstâncias que o indivíduo se utilize de seus próprios recursos para alcançar suas pretensões:
	Exemplo
O art. 1.210, §1.º do Código Civil, que preleciona que o possuídor turbado ou esbulhado, poderá manter-se ou restitui-se com sua própria força, contanto que o faça logo os atos de defesa, ou de esforço, e não pode ir além do indispensável a manutenção ou restituição da posse. 
Do mesmo modo, a autotutela é considerada como crime em nosso atual ordenamento jurídico. Art. 345 do Código Penal (Exercício arbitrário das próprias razões).
“Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena – detenção de 15 dias a 1 mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.”
No que tange a autocomposição é gênero, sendo as formas compositivas adotadas no Brasil hoje com mais frequência, são a mediação e conciliação, e hoje se fala muito em negociação. 
E as formas heterocompositivas são a arbitragem e jurisdição, por que a solução vem do terceiro que deve atuar de forma imparcial, 
1.8 Lide
Lide, na concepção mais clássica (Carnelutti), corresponde a um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Trata-se do núcleo essencial de um processo judicial civil, o qual visa, em última instância resolver a Lide (conflito) apresentada perante o juízo.
Os conflitos de interesses, de maneira geral, se resolvem pela subordinação dos sujeitos aos comandos emanados da lei. É a forma normal de solução dos conflitos, resultado da geral e espontânea submissão dos interesses à ordem jurídica. Mas às vezes, o conflito não se resolve pela submissão, mas sim pela tentativa de imposição da subordinação de um interesse ao outro.
1.9 Pretensão
Derivativo do verbo pretender. O mesmo que almejar, desejar, querer. Vontade. Intenção, como por exemplos, “Era minha única pretensão te amar” – “Tinha a pretensão de ser um grande poeta”.
Exigência de subordinação de um interesse de outrem ao seu próprio interesse (sentimento de propriedade que alguém tem sobre um determinado bem e a disposição de retirá-lo do interesse alheio).
Quando existe a resistência de subordinação de um interesse ao outro, temos a lide ou o litígio.
Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
1.10 Processo
A lide perturba a paz social que deve ser restabelecida segundo a ordem jurídica, e é o direito objetivo, através de seu conjunto de normas, aplicando-se a lei ao caso concreto, que irá compor a lide, e o meio pelo qual se faz atuar a lei ao caso concreto é o Processo.
Processo é o meio ou instrumento de composição da lide. O processo é um instrumento a serviço da paz social. Ação = Jurisdição + Processo.
 
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”, Provérbios 9.10

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