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Curso de Gestão com Pessoas Parte 3 Ilmar Polary Pereira UNIDADE 5 - O Processo e as Abordagens da Liderança nos Períodos Clássico, Moderno e Contemporâneo e os Estilos de Liderança ........... 85 5.1 O Processo de Liderança ............................................................................. 85 5.2 Abordagens sobre Liderança ................................................................... 87 5.2.1 Período Clássico .................................................................................. 87 5.2.2 Período Moderno ............................................................................... 89 5.2.3 Período Contemporâneo ................................................................. 92 5.3 Estilo de Liderança ......................................................................................... 94 Resumo .................................................................................................................... 100 Referências .............................................................................................................. 101 UNIDADE 6 - Competências e Habilidades de um líder na Gestão de Equipes; Educação Profissional e Programas de Desenvolvi- mento como instrumento de formação de líderes; Perfil Pessoal e Profissional do Gestor de Pessoas ......................................................... 103 6.1 Competências e habilidades de um líder ............................................. 103 6.2 Educação Profissional e Programas de Desenvolvimento como Instrumento de Formação de Líderes ..................................................... 105 6.3 Perfil Pessoal e Profissional do Gestor de Pessoas ............................. 111 Resumo ..................................................................................................................... 116 Referências ............................................................................................................. 118 Dados do Professor .............................................................................................. 119 unidade 5 objetivos desta unidade Diferenciar o processo e as abordagens da liderança nos períodos Clássico, Moderno e Contemporâneo; Apontar os estilos de liderança predominantes nos Períodos Clássico, Moderno e Contemporâneo; Descrever o peril gerencial contemporâneo requerido nas organizações que buscam a excelência organizacional. o Processo e as abordagens da liderança nos Períodos clássico, moderno e contemporâneo e os estilos de liderança 5.1 o Processo de liderança Liderança deinem Tannembaum, Weschler e Massarik descrito por Chiavenato (1961, p.172), “É a inluência interpessoal exercida com satisfação por meio do processo da comunicação humana e consecução de um ou de vários objetivos especíicos”. Liderança é uma forma de exercício de um poder sobre indivíduos ou grupos. Rosa Krausz (1985) descreve em seu artigo “Poder, Liderança e Eicácia Gerencial”, que os conceitos de poder e liderança desempenham um papel ambíguo, tanto na teoria como na prática organizacional. O poder é um elemento crítico no desempenho gerencial eicaz por estar intimamente associado à liderança. “Poder é a capacidade de inluenciar as ações dos outros, enquanto que liderança é a forma como é utilizado o poder no processo de inluenciar as ações dos outros”. tecnologia eM geStÃo coMeRcial86 Para Polary (2004), liderança é o ato de exercer inluência sobre alguém ou grupos, considerando um determinado contexto especíico e com a inalidade de atingir algum resultado. Descrevendo Penteado (1978), descreve a liderança como fenômeno social, expressão que implica na existência de uma sociedade e de um ambiente, em que a situação é um fator novo que surge nas relações do líder com o grupo e vice-versa, sendo que, para um conceito amplo de liderança, precisamos de um líder, de um grupo e de uma situação. Liderança, assim, seria a função do líder que a exerce no e sobre um grupo, em determinada situação. Em outra terminologia é a liderança exercida por pessoas que ocupam cargos de grande alcance social, quer seja legitimado pelos liderados ou não a sua indicação ao poder, mas, uma vez que está no poder, passa a exercer tal liderança. Como exemplos, temos: Líderes políticos – Presidente, Governadores, Prefeitos, Dirigentes de grandes empresas e que têm grande impacto social. Vantagens e riscos à sociedade da liderança como fenômeno social: a grande vantagem é que se tratando de um líder comprometido com as causas sociais e de princípios e valores consistentes e éticos, podemos aproveitar o seu poder para obtermos grandes avanços sociais à coletividade. Exemplo: Getúlio Vargas – regulamentou as relações de trabalho. O risco à sociedade é que se o líder não for comprometido com as causas sociais, poderá utilizar o cargo para fazer mau uso do poder por meio de atitudes e procedimentos ilícitos, podendo trazer consequências desastrosas à sociedade, inclusive com perdas humanas e demais danos irrecuperáveis à humanidade. Em nível empresarial, temos como vantagens avançarmos no desenvolvimento dos Recursos Humanos em prol da maximização de resultados em termos de satisfação da força de trabalho, do cliente externo e da produtividade com eiciência para as organizações, e temos como desvantagens o abuso da autoridade em detrimento de todo o contexto organizacional, ou seja, comprometimento da qualidade de vida dos trabalhadores, insatisfação do cliente externo e baixa produtividade. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 87 5.2 abordagens sobre liderança 5.2.1 Período Clássico o Peril Gerencial da abordagem clássica Polary (2004) descreve que as origens da abordagem clássica da Administração remontam às consequências geradas pela Revolução Industrial e que poderiam ser resumidas em dois fatores bastante genéricos, como cita Chiavenato (1993, p. 53): o crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma gradativa complexidade na sua Administração e exigindo uma abordagem cientíica mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes; e a necessidade de aumentar a eiciência e a competência das organizações, no sentido de se obter melhor rendimento possível dos seus recursos e fazer frente à concorrência e competição que se avolumavam entre as empresas. a escola da administração cientíica na abordagem clássica: foi iniciada no começo do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, que teve inúmeros seguidores como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth e outros, e provocou uma evolução no pensamento administrativo da sua época. Dentre os males da época de que as indústrias padeciam, destacam-se: • O desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a execução; • A falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho; e • A vadiagem sistemática por parte dos operários. Para sanar esses males, idealizou o seu famoso Sistema de Administração, que denominou de Scientiic Management, difundido nos países de língua latina como Sistema de Taylor, Gerência Cientíica, Organização Cientíica no Trabalho, Organização Racional do Trabalho. tecnologia eM geStÃo coMeRcial88 A Gerência Cientíica constitui uma combinação global, podendo ser assim resumida: Ciência em lugar de empirismo; Harmonia em vez de discórdia; Cooperação, não individualismo; Rendimento máximo em lugar de produção reduzida; eDesenvolvimento de cada homem no sentido de alcançar maior eiciência e prosperidade. O sistema de trabalho desenvolvido por Taylor era rígido e mecanicista dentro da concepção do modelo de “HOMO ECONOMICUS”, onde o homem seria a própria máquina. O estilo gerencial predominante era autocrático, com uma visão voltada para a produtividade na forma pura de lucro inanceiro, sem conotações acerca da natureza humana em termos de qualidade de vida das pessoas e clima organizacional. O estilo gerencial Tayloriano provocou, na época, dois resultados marcantes: para as empresas, a eliminação do desperdício, redução de custo aumento de produtividade e maximização de lucro; e para as pessoas, a superespecialização do operário, incentivos inanceiros por ganho de produção, porém condicionava à passividade, submissão e alienação, por execução sem pensamento próprio e nenhum estímulo para o desenvolvimento da criatividade, robotizando o operário através de uma visão microscópica do homem. o fayolismo na liderança na abordagem clássica: prosseguindo com a Abordagem Clássica, em 1916, surgia, na França, espraiando-se rapidamente pela Europa, a chamada Teoria Clássica da Administração, que se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eiciente. Há bastante tempo, segundo Fayol, compreendeu-se a necessidade de termos bons chefes em todos os tipos de atividades sociais. Criou o Fayolismo, que é “uma escola de chefes”, e pôs a serviço dessa ideia sua grande experiência industrial e pode-se dizer que seu êxito constitui principalmente em se colocar em lugar ao alcance de todos. O Fayolismo teve um primordial cuidado em deinir exatamente o chefe para isolar a função direcional das atividades diversas. Para o Fayolismo, toda administração signiica previsão, organização, mando, coordenação e iscalização. Ganhou êxito com a publicação de seu livro “Administração Geral Industrial”. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 89 Disse Fayol que sua doutrina administrativa tinha por objetivo facilitar a gerência de empresas, sejam industriais, militares ou de qualquer índole, e demonstrou que com previsão cientíica e métodos adequados de gerência, resultados satisfatórios eram inevitáveis. Fayol visualizou a macro organização, expandindo para seis as funções da empresa: Técnica ou produção; Comercial; Financeira; Segurança; Contabilidade; e Administrativa. Enquanto Taylor limitou-se somente à função de produção, Fayol deu ênfase à função administrativa, devido ao fato de ter o seu encargo o papel de formular o programa geral de ação da empresa e constituir o seu corpo social. Criou também quatorze princípios administrativos. Fayol deu ênfase à gerência, absorvendo os princípios de Taylor, em que sua abordagem serviu de complemento aos seus métodos de trabalho. Desta forma, concebemos que o estilo gerencial predominante do fayloismo foi o autocrático, dando ênfase ao sistema de subdividir a empresa sob o comando de um chefe. Assim, a Abordagem Clássica está fortemente marcada pela Administração Cientíica e Teoria Clássica. 5.2.2 Período Moderno a abordagem Humanista e comportamental da liderança a corrente Humanista: o sistema rígido e mecanicista da Abordagem Clássica trouxe diversas consequências a partir da década de 1920, das quais podemos analisar sobre dois aspectos: • Ocasionando a queda de produtividade até então alcançada pela Teoria Clássica, cujo turnover nessas empresas, na época, girava em torno de 250% ao ano; e tecnologia eM geStÃo coMeRcial90 • Através de uma onda de atritos, conlitos, insatisfações nos relacionamentos interpessoais, provocando um clima psicológico tóxico, negativo e improdutivo. Em face dessas consequências surgem a Teoria das Relações Humanas e a Teoria Comportamental, em que as suas principais origens são as seguintes: • Das Relações Humanas: a necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. • Da Comportamental: a oposição ferrenha e deinitiva da Teoria das Relações Humanas (com sua profunda ênfase nas pessoas) em relação à Teoria Clássica (com sua profunda ênfase nas tarefas e na Estrutura Organizacional) caminhou lentamente para um segundo estágio: a Teoria Comportamental. nesse contexto, há a contribuição de inúmeros pesquisadores: a contribuição de elton Mayo: Elton Mayo (1927 a 1932), através do Conselho Nacional de Pesquisa, coordenou uma pesquisa na fábrica da Western Eletric Company, em Chicago, no bairro de Hawthorne, icando conhecido como o Estudo de Hawthorne; Essa experiência possibilitou o estudo das relações humanas no trabalho e teve quatro fases, estudando os efeitos das condições físicas de trabalho, ambiente de trabalho, relações humanas, fadiga, turnover, acidente no trabalho e seus efeitos na produtividade e satisfação das pessoas. o enfoque Humanista de Mary Parker follet: considerando o enfoque humanista, airma Follet (1942), através do seu trabalho como Assistente Social, acerca da onda de atritos e conlitos nas organizações, ainda por consequência da abordagem clássica, o seguinte: “O conlito sempre existiu, existe e vai continuar existindo, não podemos acabá-lo e sim minimizá-lo”; O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 91 o estado de equilíbrio segundo chris argyris: por volta de 1951, o americano Chris Argyris, um dos fundadores da Teoria Comportamental, realizou uma pesquisa sobre o comportamento humano na empresa. Ele partiu da premissa de que “os objetivos do indivíduo não coincidem com os objetivos da Organização”. A Organização é resultante da estrutura formal e informal; o Gerente da teoria X e da teoria Y: Douglas McGregor, um dos grandes nomes do Behaviorismo da Teoria Comportamental da Administração, partiu da premissa de que, a Administração tem buscado nas ciências físicas e na tecnologia, enormes contribuições para o benefício da humanidade – Teoria X, que é a concepção tradicional da Administração. Mas é necessário buscar-se também a contribuição das Ciências Humanas e Sociais para fazer com que as organizações se tornem mais eicientes – Teoria Y, concepção moderna da Administração; o estilo Motivacional de Maslow e Herzberg: o psicólogo e consultor americano Abraham H. Maslow, um dos grandes nomes da Teoria Comportamental e dos maiores especialistas em motivação humana, enfatizou a hierarquia de necessidades, apresentando uma pirâmide onde “as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis”, uma hierarquia de importância e de inluência; Dentro desse enfoque comportamental, o psicólogo americano e professor de Administração da Universidade de Utah, Frederick Herzberg, criou a teoria dos fatores, expandindo assim a compreensão do comportamento das pessoas no trabalho: fatores higiênicos ou extensivos; e fatores motivacionais. Gerenciando a decisão – Herbert simon: a Teoria Comportamental concebe a organização como um sistema de decisões. Herbert Simon criou a teoria das decisões utilizando como base para explicação a organização como sistema complexo de decisões a tomar; Gerência participativa – francisco Gomes de Matos: Francisco Gomes de Matos deu uma importante contribuição ao desenvolvimento gerencial. Seu pensamento e experiência citados em Gerência Participativa (1979) reletem um quadro inovador e um estilo gerencialassertivo no contexto organizacional; tecnologia eM geStÃo coMeRcial92 a Gerência no modelo japonês – William ouchi: o modelo gerencial da cultura japonesa, em sua premissa básica, expressa bem a concepção do bom modelo gerencial comportamental. Segundo William Ouchi (1981), o segredo do sucesso japonês não é a tecnologia, mas um modelo especial de administrar pessoas, um estilo que se baseia na sólida ilosoia empresarial, uma cultura de empresa distinta, com desenvolvimento em longo prazo e decisão consensual, participativa, tendo como consequência o comprometimento das pessoas e altíssima produtividade. Por meio das contribuições desses autores e pesquisadores das Abordagens Humanista e Comportamental, houve um avanço na abordagem da liderança, prevalecendo o reconhecimento da natureza humana nas relações de trabalho, o trabalho em equipe e uma maior preocupação com a satisfação dos trabalhadores. 5.2.3 Período Contemporâneo o Peril Gerencial contemporâneo Dentro desse contexto, ampliou-se o peril contemporâneo, numa visão mais abrangente do que a mecanicista, tecnicista e monetária das empresas e das funções gerenciais. O peril gerencial contemporâneo exige uma bagagem comportamental mais sólida e integrativa face ao ser humano. Caracterizado pelo dinamismo, lexibilidade, criatividade e ações inovadoras rápidas para que possamos manter a organização em boas condições de atuação e competitividade no mercado. Dentro desse peril, como outro pré-requisito fundamental para exercício eicaz da liderança, destaca-se a habilidade de lidar com pessoas de forma que se possa estabelecer um clima propício ao crescimento pessoal- proissional, com bom nível de qualidade de vida. Tal habilidade repousa na capacidade de diagnosticar expectativas individuais e de grupo, propiciar confronto aberto e direto com as pessoas, convergindo ao alcance de objetivos tanto organizacionais, quanto das próprias pessoas. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 93 O estilo gerencial, atualmente, está em fase de transição na relação capital e trabalho, em que destacamos: O gerente está se tornando uma função cada vez menos frequente; as empresas saíram ou estão saindo da síndrome do não pensar (subordinado tem que obedecer), da ótica militar (piramidal) e do princípio da autoridade (meus subordinados); as empresas estão aderindo à motivação, negociação, administração de conlitos, cooperação, interdependência, graus de satisfação da força de trabalho, incorporação de novos valores diferentes da área militar; o pensar, ao invés de se constituir em ameaça de perder o “status quo”, signiica a sobrevivência da organização; e a qualidade de vida no trabalho é também um valor praticado. O “status quo” gerencial será mantido pela capacidade de utilização de um estilo que consiga envolver a equipe em trabalhar coletivamente, visando o objetivo para a organização como um todo e as pessoas em particular. Como cita Polary (1993, p. 35), ‘Concebemos que gerenciar signiica alcançar resultados com as pessoas e não “através de” ’. As pessoas não são os meios. Alcançar resultados com as pessoas através do seu envolvimento, num processo de interdependência em qualquer nível hierárquico. Todos são importantes, propiciando com isso, um clima saudável e produtivo, que é manifestado através de toques positivos, estímulo ao comportamento proissional e maturidade, o que certamente gerará comportamentos produtivos que tenderão a se repetir, pois atuamos em cima de comportamento desejável e motivação elevada do grupo, característica do peril de líder integrado, já descrito anteriormente. O estilo gerencial apropriado pode ser avaliado pela proporção em que o líder consegue o comprometimento da sua equipe para otimização de resultados esperados e que num processo de desenvolvimento eleve o grupo ao grau de maturidade. Sabemos que a maturidade de um grupo depende de múltiplas variáveis e que várias delas não estão necessariamente sob o domínio do líder, tais como: o nível de estabilidade das pessoas na organização, tecnologia eM geStÃo coMeRcial94 as contingências externas que determinam bruscas mudanças internas na organização, dentre outras, mas, sem dúvida, o estilo gerencial muito contribui para estimular o comprometimento pessoal-proissional das pessoas. A maturidade de um grupo pode ser caracterizada pelos estágios de: saber fazer (nível cognitivo do conhecimento); Querer fazer (automotivação); Poder fazer (competência estrutural do cargo); ter vivência/experiência (psicomotor, habilidade); e consciência (agir com espontaneidade e dados da realidade). Assim sendo, entendemos que para um grupo atingir o seu grau de maturidade requer, dentre outros aspectos, os seguintes: permanência das pessoas na organização com certa estabilidade de médio a longo prazo, ou seja, turnover baixo com política mantenedora de recursos humanos; estilo gerencial participativo e estimulador do crescimento pessoal-proissional; política de Treinamento/Desenvolvimento continuada; e reconhecimento pessoal-proissional pelos bons resultados apresentados. A atuação gerencial contemporânea requer maximização de resultados, através da plena utilização dos recursos materiais, tecnologia e recursos humanos disponíveis, visando qualidade e produtividade, pois são esses os elementos chave de uma empresa no mercado competitivo. Em síntese, a eicácia da atuação gerencial vai depender da aplicação de um estilo gerencial coerente com o tipo da cultura organizacional e adequado ao nível de maturidade do grupo. 5.3 estilo de liderança O Estilo de liderança, é descrito por Polary (2004, p. 28) como a “forma que é utilizada a liderança para conseguir resultados com as pessoas”. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 95 E nesse processo onde envolve líder (alguém que exerce inluência) e liderados (quem recebe a inluência e/ou se deixa inluenciar), há duas tendências para que alguém possa exercer tal inluência: Na forma clássica (tradicionalmente difundida nas organizações centralizadoras e que predominam o uso do poder organizacional em detrimento do poder pessoal), mediante pressão, ameaças de punição e a própria punição. Predomina o exercício do poder do cargo, na relação do tipo “dominador e dominado”, “eu mando e você obedece”, cuja coerção, pressão e manipulação tendem a condicionar os subordinados (liderados) à submissão, acomodação, passividade, pouca criatividade e às vezes rebeldia expressa, tendo como consequência um clima organizacional tenso e negativo. A outra forma é por meio da conscientização pessoal-proissional, participação, trabalho em equipe, cooperação, apoiando e criando condições de trabalho para obtenção de resultados, qualiicando e reconhecendo as pessoas. O ambiente organizacional tende a ser saudável e produtivo o que se torna propício para o desenvolvimento da criatividade, pois os conlitos são administrados, tendo como consequência para os colaboradores (liderados) a integração da equipe numa posição realista e o desenvolvimento da maturidade. Tem sido largamente difundida nas organizações atuais como uma boa estratégia de comprometimento de equipe na busca de resultados com qualidade de vida das pessoas. Tais formas de inluenciar as pessoas (sem qualquer conotação de extremo) são coerentes com os estilos de liderança já conhecidos como autocrático, democrático e demais similares, podendo ainda ser estabelecidouma estreita relação com o tipo de cultura e clima organizacional predominantes. Liderança por estilo de comportamento descreve Chiavenato (1993), referindo-se ao trabalho de White e Lippitt (1939) que izeram um estudo para veriicar o impacto causado por três diferentes estilos de liderança, orientados para execução de tarefas, conforme demonstrado no Quadro 1 a seguir: tecnologia eM geStÃo coMeRcial96 Quadro 1 - Estilos de Liderança autocrÁtico deMocrÁtico liBeral (laisseZ-faire) Apenas o líder ixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando alternativas para o grupo escolher, as tarefas ganham novas perspectivas nos debates. A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações, desde que as pedissem. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho. A divisão das tarefas ica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros, ica totalmente a cargo. Absoluta falta de participação do líder. O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e elogios. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. O líder somente faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros quando perguntado. Fonte: Chiavenato (1993, p. 178) liderança carismática Fundamenta-se na atuação de um líder com uma personalidade marcante, capaz de levar o grupo a supor que ele tem poderes excepcionais, muitas vezes inexplicáveis, todavia aparente na forma pela qual fala ou age, induzindo os seus seguidores a terem uma coniança ilógica na sua capacidade de enfrentar e resolver certos problemas. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 97 Alguns se dizem representantes dos deuses e outros tentam convencer de que possuem poderes sobrenaturais, conseguindo impressionar os incautos. Os seus seguidores, muitas vezes, são fanáticos de nível cultural modesto, que acreditam nos poderes sobrenaturais de seu líder. Principalmente quando é um grupo religioso, unido em torno do misticismo, perante o qual ele aparece como ungido pelos deuses em consequentemente, dotado de poderes para ajudar os membros do grupo. O carisma parte da própria pessoa do líder, de seu comportamento, conigurando qualidades reais ou representadas, que são admiradas e seguidas por muitos, tendo em contraposição a capacidade de criar inimigos, que não acreditam em seus poderes e o julgam um farsante perigoso e mistiicador face ao perigo do poder de aglutinar forças para o uso pessoal. Adolf Hitler era um líder carismático, pois levou o povo alemão, indubitavelmente culto, a procedimentos ilógicos e a uma euforia de estar aglutinado e de poder realizar os seus pseudoideais. Ele não permitia aos liderados examinar se os objetivos, métodos e comportamentos eram certos, válidos e mereciam ser seguidos, desenvolvendo uma mística que envolvia e contaminava a massa. liderança Paternalista Baseia-se no saudosismo e no condicionamento que as pessoas possuem de que foi bom o período da juventude, em que receberam proteção e apoio da família, especialmente do pai, sensação que raramente desaparece na pessoa adulta, pois, mesmo amadurecida, ela continuará sempre procurando encontrar alguém que ajude na solução de seus problemas. O líder paternalista aparece perante os seus seguidores como que oferece proteção contra a adversidade, o infortúnio e até contra os possíveis inimigos, proporcionando a relativa segurança a que toda pessoa aspira. É uma verdadeira barganha em que o liderado abre mão tecnologia eM geStÃo coMeRcial98 de uma parcela de sua liberdade para receber em troca uma cobertura contra os riscos que não pode suportar. Os coronéis da antiga política do interior do Brasil eram líderes paternalistas, que interferiam em tudo na sua comunidade, estabeleciam casamentos, regras para negócios, quem podia ou não permanecer na sua área, até onde a autoridade federal ou estadual deveria ser aceita e respeitada, pois tinham uma verdadeira impunidade para as decisões mais arbitrárias. liderança Populista Baseia-se na insulação de massa, levando-a a esperar e a lutar por objetivos muitas vezes inatingíveis, que podem seduzir, como o ópio, pessoas desinformadas e são capazes de despertar as forças do animal pré-histórico que todo homem tem enjaulado dentro de si próprio, contidas pela pressão de controle social, pela educação e, principalmente, pela preocupação e esforço para merecer o respeito e o apoio necessário para sentir-se ajustado aos objetivos de seu grupo. A liderança populista é baseada no nepotismo, que consiste em nomear parentes e amigos para todos os cargos e posições possíveis, de maneira e reforçar a organização informal, de tal forma que a estrutura formal de autoridade se sinta impotente e bloqueada para enfrentar as investidas do líder. liderança situacional Emerge de uma situação atípica, da oportunidade histórica, exigindo determinado padrão de líder para enfrentar novos problemas que surgiram diante de uma problemática conjuntural diferente da anterior, para a qual os líderes existentes não podem apresentar solução viável, aparecendo à necessidade de um novo, capaz de enfrentar a situação. O PrOcessO e as abOrdagens da Liderança nOs PeríOdOs cLássicO, MOdernO e cOnteMPOrâneO e Os estiLOs de Liderança | unidade 5 99 liderança integrada O líder integrado, além de manifestar as características já descritas por White e Lippitt, possui também outros requisitos e valores que se adequam melhor ao atual contexto de liderança democrática eicaz. Assim sendo, poderíamos avaliar um bom desempenho comportamental na atuação gerencial, mediante a constatação da manifestação de determinadas atitudes e/ou comportamentos, conforme descrição abaixo, e que caracteriza o líder integrado. Tal estilo, do qual estamos pesquisando e difundindo, é coerente com o líder democrático, porém mais abrangente e eicaz em termos de clima organizacional. As características são: - Qualiicar as pessoas, reconhecendo-as sempre que necessário. Perceber a presença da pessoa e dar-lhe o devido valor que merece; - Optar por analisar mediante dados e informações da realidade, ao invés de criticar pejorativamente; - Saber colocar limites adequados em detrimento de determinações injustas e antiéticas; - Estimular o crescimento dando orientação e a proteção necessárias, ao invés de propiciar a dependência; - Levar as pessoas a pensar, raciocinar e encontrar as opções por si mesmas;- Manifestar-se com espontaneidade e autenticidade; - Saber dizer sim e dizer não no momento certo; - Estimular a cooperação, participação e motivação; - Ter consciência de suas qualidades e limitações; - Respeitar a si mesmo e aos outros; tecnologia eM geStÃo coMeRcial100 - Fixar e atingir metas de forma ética; - Propiciar resultados com elevado nível de qualidade de vida das pessoas. Na concepção do líder integrado, pressupõe-se haver certo equilíbrio no exercício da liderança. Dessa forma, consta-se inúmeros estilos de liderança que são coerentes com as características das Abordagens Clássica, Moderna e Contemporânea da Administração e das Políticas de Relações de Trabalho que descrevemos neste fascículo, o que sugere compreender o contexto organizacional para que seja aplicado um estilo de liderança apropriado. resumo Nesta Unidade, estudamos que a liderança é um processo que envolve a inluência de um líder, uma situação especíica, liderados e resultados que surgirão desse contexto. Observamos que as abordagens da liderança nos períodos Clássico, Moderno e Contemporâneo evoluíram na teoria e na prática requerendo novas competências e habilidades no peril dos líderes, em que cada contexto organizacional sugere um estilo de liderança adequado à sua cultura organizacional. O estilo de liderança e a forma que é utilizada a liderança para conseguir resultados com as pessoas, sendo que nesse processo onde envolve líder e liderados, há duas tendências para que alguém exerça a inluência: na forma clássica, mediante pressão, ameaças de punição e a própria punição, em que predomina o exercício do poder do cargo e tendem a condicionar os subordinados à submissão, passividade, pouca criatividade e às vezes rebeldia expressa; e através da conscientização pessoal-proissional, trabalho em equipe, apoiando e criando condições de trabalho para obtenção de resultados e reconhecimento das pessoas, gerando um ambiente organizacional saudável e produtivo nas organizações que buscam resultados com qualidade de vida das pessoas. o Processo e as abordaGens da liderança nos PerÍodos clássico, moderno e contemPorÂneo e os estilos de liderança | unidade 5 101 atividade de aprendizagem Descreva o signii cado do processo da liderança. Apresente as principais abordagens de liderança nos períodos Clássico, Moderno e Contemporâneo e os estilos de liderança predominantes em cada uma dessas nas abordagens. Descreva as vantagens e riscos à sociedade da liderança como fenômeno social. Podemos ai rmar que a liderança é nata, ou seja, o indivíduo já nasce com as características de um líder ou é uma habilidade treinável e desenvolvida? Disserte a questão, justii cando na visão teórica/ prática. Descreva as principais características da Liderança Integrada. referências ARAÚJO, Luís César G. de. GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de Pessoas; estratégias e integração organizacional.2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CHIAVENATO, Idalberto. introdução à teoria Geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. FOLLET, Mary Parker. dynamic administration. New York, 1942. KRAUS, Rosa. liderança, desenvolvimento organizacional e ei cácia Gerencial. Artigos e Notícias, RH – Salvador, 1985. 4 5 tecnologia eM geStÃo coMeRcial102 OUCHI, William. teoria Z. 4. ed. São Paulo: Ed. Fundo Educativo Brasileiro, 1981, 293 p. POLARY, Ilmar. Gestão com Pessoas-GP na administração. 1. ed. São Luís-MA: Eduema, 2015. ______. a eicácia da liderança integrada. 2. ed. 2ª reimp. São Luís-MA: Ediceuma, 2004. ______.revista Brasileira de administração (RBA) - CFA. p. 35, ago. 1993. unidade 6 objetivos desta unidade Apontar as competências e habilidades de um líder na gestão de equipes; Identiicar programas de desenvolvimento como instrumento de formação de líderes; Descrever o peril pessoal e proissional do Gestor de Pessoas. competências e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; educação Profissional e Programas de desenvolvimento como instrumento de formação de líderes; Perfil Pessoal e Profissional do Gestor de Pessoas 6.1 competências e habilidades de um líder As competências e habilidades de um líder na gestão de equipes foram evoluindo gradativamente nas Abordagens Clássica, Moderna e Contemporânea. Nessa evolução, aumentou as exigências quanto às competências e habilidades requeridas no peril do líder, do gestor e de qualquer pessoa que exerça inluência sobre alguém ou grupos nas organizações. Na abordagem Clássica, predominavam as competências e habilidades técnicas, o saber fazer. Na abordagem moderna onde predomina as correntes humanista e comportamental, predominou a competência comportamental, o saber lidar com as pessoas e administrar conlitos para a obtenção de resultados. Na abordagem contemporânea as competências e habilidades requeridas, além das competências técnica e comportamental, exigem do líder e/ou gestor uma visão tecnologia eM geStÃo coMeRcial104 conceitual interna e externa ampla da sua proissão, das áreas de trabalho da organização que atua e/ou do seu negócio, saber lidar com escassez de recursos, quer sejam inanceiros e/ou naturais e desenvolvimento contínuo de suas qualiicações para manter-se atualizado na teoria e na prática para liderar em suas funções e negócios. Nesse sentido, as características de um líder na gestão de equipes, são abrangentes, porém focadas para resultados que contemplem as pessoas no trabalho através da melhoria da qualidade de vida e as organizações na forma de produtividade com eiciência e lucro, quer sejam inanceiros, predominantes nas organizações privadas, ou social, nas organizações públicas, podendo ainda convergir tanto para o lucro social quanto inanceiro. Nesse contexto, Araújo (2009) descreve características de líderes, especiicadas na classiicação dos autores: Faria (2004), Karlof (1994), Bennis e Nanus (1998) Reddin (1981), e Gardner (1992) descritas a seguir: características da pessoa-líder: Faria (2004): - Autoliderança: o líder deve iniciar a sua trajetória liderando a si mesmo, pois, como você pode querer que alguém conie em você, se você mesmo não conia?; -Compartilhamento: característica chave para entender a relação entre poder e liderança, já que ao ser notado como um líder, você terá certo tipo de poder que deverá ser compartilhado; -Foco: consiste na concentração que o líder deve ter em seu objetivo inal, nenhum obstáculo pode desviar o foco da sua visão, o líder deve estar preparado para contornar todo e qualquer tipo de situação que venha a diicultar o atendimento de suas metas;-Visão: o líder deve ser capaz de enxergar os seus objetivos, enquanto no foco a ideia é não perder esta visão, aliás, para se ter esta visão o líder tem de ter visão holística; e-Visibilidade: líder deve estar visível sendo um exemplo a ser seguido, as pessoas precisam saber a veracidade de tudo o que é dito e feito por ele, pois falsas impressões não constroem relação de liderança; características da pessoa-líder (KARLOF, 1994): -Aberto e extrovertido: extrovertido não é sinônimo de exibido, pelo contrário, o líder deve ser comunicativo, acessível no sentido de fazer seus seguidores sentirem- se confortáveis ao recorrer a ele, por saberem que ele será solicito;- Inquisitivo: um líder deve buscar caminhos, por intermédio de constantes questionamentos, deve ser capaz de fazer críticas construtivas; e -Carismático: o líder deve ser capaz de acolher pessoas e ser dotado de CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimentoComo instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 105 empatia, tendo também a capacidade de se colocar no lugar do outro. O alto grau de coniança na relação líderes/seguidores é inevitável; características da pessoa-líder Bennis e Nanus (1998): entrevistaram 90 líderes e identiicaram cincos habilidades, consideradas por eles, primordiais para um líder eicaz: 1) A capacidade de aceitar as pessoas como elas são, não como você gostaria que fossem; 2) A capacidade de abordar relacionamentos e problemas em termos do presente e não do passado; 3) A capacidade de tratar os que estão perto de você com a mesma atenção cordial que você concede a estranhos e a pessoas que conhece casualmente; 4) A capacidade de coniar nos outros, mesmo quando o risco parece grande; e 5) A capacidade de agir sem a aprovação e o reconhecimento constante dos outros. compromissos do líder: Reddin (1981): 1) Defende valores que representam a vontade coletiva, do contrário, não seria capaz de mobilizar os seguidores à ação; 2) Cria o espírito de equipe; 3) Promove a lealdade à organização e aos seus valores; e 4) Gera coniança quanto aos resultados a serem obtidos; compromissos do líder: Gardner (1992): 1) Estabelece os objetivos; 2) Cria, mantém e administra uma equipe de bom nível; 3) Explica as razões do que deve ser feito; 4) Serve de símbolo para os seguidores; e 5) Renova os sistemas complexos que ele lidera. 6.2 educação Proissional e Programas de desen- volvimento como instrumento de formação de líderes educação Proissional: destacam-se ainda, as alterações na base da Educação Proissional, em que merece atenção do líder na Gestão de equipe quando dos investimentos em Educação Proissional e nos programas de desenvolvimento como instrumento de formação de líder, bem como as suas possibilidades e limitações, conforme descrito nas Tabelas 1 e 2, a seguir: tecnologia eM geStÃo coMeRcial106 tabela 1 - Alterações na base da educação proissional Economia tradicional Nova economia Implicação na formação Baixa proissionalização e altos Diferenciação nas proissões e nos salários Diversiicação dos programas de salários formação Alta organização, burocrática e hierarquizada Organização baixa, com ênfase na lexibilidade funcional Valorização da certiicação e da competência laboral Ocupação em massa e padronizada de trabalho, com um núcleo estável Fragmentação e polarização da força e diferenciação por funções Formação generalizada, porém com a maior parte instável Divisão entre administração e trabalho na produção Redução dos graus de diferenciação entre níveis de gerência, supervisão e produção Especialização lexível e formação multidisciplinar Maior parte dos trabalhadores nacional, recebe uma formação mínima sobre o trabalho Formação orientada pela demanda de força de trabalho, com uso de programas públicos de formação Formação como investimento sendo o Estado um ator estratégico Fonte: Brown & Lauder (1992, apud POCHMANN, 2001) tabela 2 - Brasil: estrutura da educação proissional Organização Duração Financiamento Característica Universidades e escolas técnicas (governos federais, estaduais e municipais) Longa Orçamento público Aprendizagem formativa, tendo o Estado como guia Formação setorial: indústria (Senai), comércio (Senac), Agricultura (Senar) e transporte (Senat) Média e curta Paraiscal (encargo social inserido no custo do trabalho assalariado Aprendizagem formativa com centralidade na escola Formação diversa Curta Recursos do faturamento das empresas (PIS/PASEP, como base do FAT) e grandes empresas Aprendizagem formativa com objetivo complementar Fonte: Pochmann (2001) CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimento Como instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 107 ProGraMas de desenvolviMento coMo instruMento de forMação de lÍderes Possibilidades: limitações: Desenvolvimento de habilidades técnicas A política de RH a nível interno; (saber fazer) e comportamentais (como fazer) As ameaças do ambiente externo. Ex: Trainne; programas especíicos de cada empresa. Empreendedorismo; Desenvolvimento de Executivos; Vocacionismo; generalização; Formação de Especialistas, dentre outros. Processo de conquistar pessoas; Ex: MBAs; Empretec (SEBRAE) liderança e cultura organizacional: outro aspecto a considerar na atuação do líder na Gestão de equipe é o diagnóstico da Cultura Organizacional como instrumento que possibilita a tomada de decisões, com base em suas características e tendências. Nesse sentido Polary (2004) cita que a década de 1990 foi fortemente marcada pela importância que os dirigentes empresariais, administradores, consultores e demais estudiosos deram sobre cultura organizacional, sendo necessário compreender a cultura para obtenção de êxito na busca de resultados pessoais-proissionais. Assim, descreve conceitualmente cultura organizacional como “um conjunto de crenças, valores, ideologias, “leis”, políticas e diretrizes, normas e procedimentos, oriundas da cúpula e repassadas aos demais níveis hierárquicos para a sua internalização social, que de forma direta ou indireta afetam o comportamento das pessoas na organização”. Tais características legitimam certa identidade organizacional e que se torna percebível e mensurável a nível externo. Relete também a ilosoia de trabalho e missão da organização. Descreve ainda, que a mensuração da cultura organizacional poderá ser realizada através da análise de diversas variáveis, dentre elas destacamos: Sistema de Administração; Estrutura de Poder; Estilo Gerencial; Comunicação; Política de Recursos Humanos; Conlitos; Tomada de Decisão; Relacionamento Interpessoal; Produtividade; Qualidade de Vida; e Clima Organizacional. tecnologia eM geStÃo coMeRcial108 Para efeito de compreensão conceitual, caracterizamos duas tendências de Cultura Organizacional: Tipo I e Tipo II. a cultura organizacional tipo i: Refere-se à cultura coerente com as características da abordagem Clássica da Administração, as quais destacaram: Predominância de sistema de administração centralizado; Estrutura de poder organizacional (estrutura, posição e recompensas); estilo gerencial Autocrático e outros coerentes (Paternalista, Carismático, Populista e Situacional - eventualmente); Comunicação formal, escrita; Política de gestão com pessoas fechada, inlexível, voltada para controle e manipulação das pessoas; Tomada de decisão de cima para baixo; Relacionamento interpessoal tenso, tóxico, negativo; Produtividade baixa (índices abaixo de 80%) ou alta com pouca eiciência; Qualidade de vida ruim e clima organizacional negativo. a cultura organizacional tipo ii: Coerente com as características da abordagem Humanista, Comportamental e Contemporânea de Administração, aplicáveis em organizações que avançaram nas políticas e práticas de relações de trabalho, com predominância de: Sistema de administração descentralizado; Estrutura de poder pessoal (conhecimento, apoio e competência interpessoal); Estilo gerencial Democrático e outros coerentes (Participativo, Consultivo, Liberal (Laissez-Faire), Situacional com maior frequência e Integrado); Comunicação verbal direta ou equilíbrio com a comunicação formal, proissional; Política de gestão com pessoasaberta, lexível, voltada para conscientização pessoal- proissional; Tomada de decisão participativa, comportamental; Relacionamento interpessoal saudável, positivo; Produtividade alta (índices acima de 80%) e com eiciência; Qualidade de vida boa e clima organizacional saudável. CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimento Como instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 109 Convém ressaltar a questão da predominância de cultura organizacional tipo I ou tipo II nas organizações após análise das variáveis apresentadas em termos de coerência e/ou divergência, sem qualquer conotação de extremos tanto em termos de um clima organizacional negativo e/ou positivo. Essa predominância de cultura sugere no comportamento das pessoas na empresa ações e reações diferentes, bem como há uma tendência para o uso de um estilo gerencial apropriado a cada tipo, ou seja, quando uma pessoa começa a trabalhar em uma organização vai percebendo se o seu estilo de atuação é coerente ou não com as características que deinem a cultura organizacional (tipo I ou tipo II), e nessa dinâmica, depara-se com três alternativas: Adaptar-se à cultura; Mudar a cultura, e para isso precisa continuar na organização; ou Sair da organização (te manda). Polary (2004) esclarece ainda, que os estilos Paternalista, Carismático, Populista e Situacional (eventualmente), descritos por Farias (1992), são coerentes com o estilo Autocrático de White e Lippitt (1939) no que se refere à submissão dos liderados no processo de inluência do líder, cuja ênfase é no líder; e os estilos do sistema de administração Participativo e Consultivo de Likert (1971), Liberal (laissez-faire) de White e Lippitt (1939), Situacional (com maior frequência) e Integrado, Polary (2004), são coerentes com o Democrático White e Lippitt (1939), no processo de inluência do líder, com ênfase no líder e nos liderados. Para Schein (1995), Cultura Organizacional é um padrão de pressupostos básicos que um grupo aprendeu à medida que resolveu seus problemas de adaptação externa e integração interna, que funcionou suicientemente bem para ser considerado válido e, portanto, para ser ensinado aos novos membros o modo correto de perceber, pensar e sentir com relação a esses problemas. relexões acerca do papel do líder nesse contexto: entendendo a Cultura organizacional do tipo I ou tipo II, através da dinâmica a seguir: 1º Como a Empresa Administra? De forma Centralizada ou Descentralizada? Descentraliza só a execução ou a execução e decisão? 2º Como é a forma de dar e receber ordens? Seca, Formal, Ordenando? tecnologia eM geStÃo coMeRcial110 Ou Solicitando, Instruindo de Forma Proissional e Receptiva? 3º Quais os instrumentos que comumente utiliza para conseguir as coisas? Pressionando, utilizando o poder do cargo? Ou pessoalmente conscientizando as pessoas? 4º Comunica-se mais por escrito ou verbalmente? 5º Prioriza salário, condições de trabalho e tecnologia com ênfase em controle, disciplina rígida? Ou elogios e reconhecimento pessoal- proissional, sem desconsiderar as condições viáveis e adequadas de trabalho? 6º Evita conlitos, fazendo de conta que não existem ou não percebe? Ou debate abertamente procurando administrá-los? 7º Decide sozinho e/ou com poucos da alta cúpula ou convida as pessoas dos demais níveis hierárquicos para decidirem e/ou opinarem, considerando as sugestões? 8º Descreva ou dê exemplos de como se relacionam a nível interpessoal no dia a dia de trabalho ou fora do trabalho (eventos sociais). 9º Qual a nota atribuída à produtividade em uma escala de zero a dez? Abaixo de oito ou acima de oito? 10º Se sente melhor quando chegam na empresa (contato com as pessoas, ambiente físico)? Ou quando vai chegando a hora de ir embora? 11º Descreva outros itens da empresa atualmente que consideram relevantes no comportamento e nas atividades das pessoas (positivas ou negativas). Mediante a análise das respostas apresentadas em cada uma dessas variáveis, será possível diagnosticar se a cultura organizacional é predominante para o tipo I ou para o tipo II, e deve ser considerada pelo líder quando de suas decisões que afetam o comportamento das pessoas na organização. Nesse contexto, Polary (2004) descreve um luxo, que embora seja uma sequência de etapas, porém prioriza outros aspectos de natureza comportamental, os quais são importantes para o exercício eicaz da liderança, conforme Figura1, a seguir: CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimento Como instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 111 decisão tÉcnica / coMPortaMental PROBLEMA / SITUAÇÃO ANÁLISE ESTRUTURAL FUNCIONAL ESTRUTURAL E FUNCIONAL figura 1 - Decisão Técnica/Comportamental Fonte: Polary (2004) 1 Adotar ação funcional (solucionadora do problema ou situação); 2 Qualiicar (considerar as pessoas no processo da decisão e suas consequências); 3 Ser assertivo (positivo na condução e ação); 4 Ser racional, pensar, informar-se. Evitar o desgaste emocional; 5 Problema/situação – resolvido ou controlado. 6.3 Peril Pessoal e Proissional do Gestor de Pessoas Acompanhando as diferentes mudanças nas titulações e no conjunto de responsabilidades inerentes à função de pessoal, o ocupante dessa posição, como era de esperar, também sofreu uma evolução natural no desenvolvimento do seu peril, de forma a poder acompanhar as mudanças exigidas a cada nova fase desse importante trabalho. tecnologia eM geStÃo coMeRcial112 Até os anos 50, o responsável pela área de pessoal era preferencialmente um advogado: em geral um proissional metódico, seguidor ferrenho das leis e pouco afeito aos meandros dos business ou dos detalhes psicossociais dos trabalhadores. Foi na fase tecnicista (1950-1965), que o peril desse proissional teve outra mudança signiicativa o administrador de pessoal. Na fase administrativa (1965-1985), veriicou-se a consolidação do gestor de Recursos Humanos (RH) como administrador de empresas. Foi na fase estratégica, após 1985, que o administrador de empresas retomou a sua posição nos organogramas das empresas, dessa vez de forma deinitiva. Numa outra análise pelas Escolas de Administração x Gestor de Pessoal, a chegada das máquinas, do vapor, da eletricidade, da eletrônica, do transistor e, mais recentemente, do chip, alavancou mudanças inacreditáveis na tecnologia, nos processos de produção e na metodologia da pesquisa. Assim, o Peril Pessoal e Proissional do Gestor de Pessoas requerido atualmente nas organizações também evoluiu, como descreve Polary (2015). Nesse contexto, como cita Gil (2001), os proissionais de Gestão de Pessoas são solicitados a assumir novas responsabilidades, logo precisam adquirir novas habilidades conceituais, técnicas e humanas. Assim, delineia-se um novo peril para esse proissional, que precisa ser capaz de: a) Atender aos usuários internos e externos: o foco de atenção do proissional do Gestor de Pessoas está voltado não apenas para as atividades no interior da empresa, mas também para o público externo, constituído pelos fornecedores e consumidores; b) Manter-se aberto para as novas tecnologias administrativas: o Gestor de Pessoas abandona a imagem tradicional de normatizador e iscalizador de políticas, mas procura assegurar que o trabalho rotineiro seja realizado com a maior eiciência possível; c) Proporcionar à organização empregadoscapacitados e motivados: um proissional que acredita serem as pessoas o maior patrimônio da empresa tem a obrigação de lhes proporcionar reconhecimento, não apenas pelo dinheiro, que constitui apenas o elemento básico para a satisfação de suas necessidades básicas; CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimento Como instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 113 d) Preocupar-se com a qualidade de vida no trabalho: é necessário que o Gestor de Pessoas preocupe-se em garantir aos empregados um ambiente de trabalho atraente e capaz de proporcionar-lhes a satisfação da maioria das necessidades individuais e garantir também que o empregado possa coniar na organização; e) Agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes: até pouco tempo, a preocupação maior dos proissionais de Recursos Humanos era a de garantir que os empregados izessem corretamente as coisas, com base nos padrões deinidos pela empresa e, dessa forma, garantir a eiciência desejada. Hoje, o Gestor de Pessoas precisa também se preocupar com o alcance dos objetivos da organização, dos empregados e dos clientes. f ) Atuar como agente de mudança: uma importante atribuição do Gestor de Pessoas é a de desenvolver a capacidade da empresa de aceitar a mudança e capitalizar-se com ela, para que as sugestões de mudança para a implementação de novos processos e tecnologias se faça de maneira adequada; g) Reconhecer as pessoas como parceiras da organização: como parceiras, as pessoas fazem investimento na organização esperando retorno desse investimento; h) Proporcionar competitividade à organização; e i) Manter um comportamento ético e socialmente responsável: os princípios éticos devem nortear toda a atividade das organizações. No ambiente da globalização, concebe-se haver outras variáveis que merecem a atenção do Gestor de Pessoas, tais como: saber lidar com as exigências do cliente diante do mundo de opções disponíveis; saber lidar com a escassez de recursos (desaio ambiental da GP), no qual exigirá criatividade; Multifuncionalidade, na qual se agrega uma série de atividades que fazem parte de um mesmo processo, ganha espaço nas organizações; e obter a produtividade com eiciência, maximizando os insumos de produção posto que com a competitividade entre as economias e mercados, torna-se uma condição básica para que as organizações se mantenham estáveis. tecnologia eM geStÃo coMeRcial114 Essas variáveis interferem nas práticas e políticas da Gestão com Pessoas, sugerindo dos proissionais dessa área o desenvolvimento contínuo teórico e prático de suas potencialidades e capacidades, sendo facilitado quando há interação e parcerias da academia com as empresas e vice versa, posto que favoreça o alcance da excelência organizacional. Prosseguindo na análise do processo de atuação do Proissional de Gestão com Pessoas, com foco na Gestão Estratégica de Pessoas, as políticas e práticas de GP precisam ser avalizadas pelas pessoas que detêm o poder maior de decisão e inluência na empresa (administração de cúpula), também chamadas de CEO, sigla inglesa “Chief Executive Oicer” - Diretor Executivo, termo muito utilizado em grandes empresas. O CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização e o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa. Nesse sentido, Bichuetti (2011) descreve que o CEO é o responsável maior pela criação de uma cultura organizacional e no que tange à gestão de pessoal compete a ele: - Difundir uma cultura em que os colaboradores sejam vistos como ativo e não como custo, reletindo em até que ponto se acredita nisso antes de fazê-lo; - Assegurar que a equipe de colaboradores diretos entenda seu papel na gestão dos respectivos recursos humanos, também difundindo esse empreendimento em toda a empresa; - Colocar a área de recursos humanos num plano estratégico da gestão da organização e assegurar que o seu líder tenha estatura para esta função: deve se situar num nível estratégico, com participação no comitê executivo, devendo o CEO assegurar que o líder dessa área possua as competências e a maturidade necessária e que as políticas e práticas e as ferramentas de RH estejam alinhadas com a estratégia empresarial e com as necessidades de recursos humanos da empresa; - Comprometer-se com o desenvolvimento e com a implementação da estratégia de recursos humanos, alinhando-a a estratégia empresarial da companhia; CompetênCias e Habilidades de um líder na Gestão de equipes; eduCação profissional e proGramas de desenvolvimento Como instrumento de formação de líderes; perfil pessoal e profissional do Gestor de pessoas | unidade 6 115 - Certificar-se de que a empresa não seja constituída por feudos, mas sim por “vasos comunicantes”, contribuindo para a formação de espírito de equipe e para a otimização do uso de recursos humanos; - Atuar como coach dos subordinados diretos, estabelecendo um padrão de comportamento educativo; - Em decisões sobre pessoal, agir com a cabeça fria e o coração quente; - Atuar como guardião da imagem da empresa, interna e externamente; - Ser o modelo de executivo que os colaboradores um dia quererão ser. Quanto ao RH, deve cumprir seu papel de apoio aos gestores. Pode e deve desenvolver sugestões que levem a melhorar o clima organizacional e realizar pesquisas para identiicar situações que possam comprometer o clima organizacional e acionar os meios adequados para equacioná-las e solucioná-las, juntamente com os respectivos gestores. Convém ainda, de acordo com Bichuetti (2011), identiicar os obstáculos na Gestão de Pessoas, em que descreve que os principais inluenciadores das lacunas existentes na gestão de pessoas nas organizações são: a) Atitude do CEO (sigla inglesa “Chief Executive Oicer”– Diretor Executivo, termo muito utilizado em grandes empresas) que não dá o valor devido à gestão do capital humano da empresa, inluenciando na cultura organizacional e na atitude de seus liderados; b) Preparo inadequado dos executivos para gerir seu pessoal; c) Posicionamento não estratégico e falta de valorização das áreas de recursos humanos; d) Ausência de abordagem desse tema, de modo abrangente nas universidades, como disciplina relevante nos cursos de graduação ou de mestrado em administração de empresas. tecnologia eM geStÃo coMeRcial116 Em síntese, o peril pessoal e proissional do Gestor de Pessoas perpassa pelas competências e habilidades das abordagens Clássica, Moderna e Contemporânea e das exigências do mundo globalizado em que predomina as incertezas do mercado mundial, mas que requer maturidade, com comprometimento proissional e idôneo nas relações com as pessoas e as organizações. resumo Nesta Unidade, observamos que as competências e habilidades de um líder na gestão de equipes são desaiadoras diante das exigências que cada contexto organizacional requer, perpassando pelas competências e habilidades técnicas, humana e comportamental. Esse peril requerido sugere além dessas competências e conhecimentos, uma visão conceitual interna e externa, do saber lidar com a escassez de recursos, da criatividade e do desenvolvimento contínuo de suas potencialidades e capacidades, posto que a maturidade pessoal-proissional, a idoneidade com ética, o saber lidar com gente como gente, se posicionar no sim e no não adequadamente com os limites necessários, a automotivação, autodisciplina, a conscientização pessoal, dentre outros valores ecompetências sejam relevantes para ser um proissional atuante e eicaz no lidar com pessoas. Este trabalho de pesquisa na literatura que originou este fascículo, não pretende apresentar nenhuma receita pronta de pretensões de como cada gestor e proissional deva atuar nos programas da Gestão com Pessoas, e sim que cada pessoa e proissional que lidam com pessoas possam reletir em suas atuações, considerando as diretrizes e conceituações técnicas apresentadas sobre os subsistemas da Gestão com Pessoas que convergem para que as organizações e as pessoas obtenham bons resultados e excelência organizacional. comPetÊncias e Habilidades de um lÍder na Gestão de eQuiPes; educação Profissional e ProGramas de desenvolvimento como instrumento de formação de lÍderes; Perfil Pessoal e Profissional do Gestor de Pessoas | unidade 6 117 atividade de aprendizagem Descreva as competências e habilidades de um líder na gestão de equipes para organizações que buscam resultados em termos de produtividade com ei ciências e qualidade de vida da força de trabalho. Descreva possibilidades e limitações de Programas de Desenvolvimento como Instrumento de formação de líderes. Caracterizar cultura organizacional e comentar sobre a relação entre o conhecimento da cultura pelo líder-gestor pela análise das variáveis de diagnóstico e sucesso ou fracasso nas ações de liderança. O peri l do proi ssional de Gestão com Pessoas - GP deve priorizar a qualii cação e atuação técnica (saber fazer) ou a comportamental (como fazer), ou ambas para a obtenção de resultados pessoais e proi ssionais nas organizações? Apresente e comente sobre as competências fundamentais do líder gestor, considerando: a) As características pessoais e a automotivação; b) O grau de maturidade e comprometimento proi ssional. c) As competências de formação requerida (técnica, comportamental e conceitual interna e externa). 4 5 tecnoloGia em Gestão comercial118 referência ARAÚJO, Luís César G. de. GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de Pessoas; estratégias e integração organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BICHUETTI, José Luiz. Gestão de Pessoas não é com o RH. São Paulo: Editora Lafonte, 2011. BROW, P. and Lauder, H., eds,. Education for Economic Survival: From Fordism to Post-Fordism? London: Routledge, 1992. GIL, Carlos A. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2001, 307 p. POCHMANN, Marcelo. O emprego na globalização. S. Paulo: Bom Tempo Editorial, 2001. POLARY, Ilmar. Gestão com Pessoas-GP na Administração. 1. ed. São Luís-MA: Eduema, 2015. ______. A ei cácia da liderança integrada. 2. ed. 2ª reimp. São Luís-MA: Ediceuma, 2004. SCHEIN, E. H. Organizational culture. Campus Verlag, Frankfurt/New York, 1995. 119 Ilmar Polary Pereira É Doutor em Administração EBAPE-FGV RJ. Mestre em Economia pela UFPE. Especializado em Administração de Recursos Humanos pela UFMA e em Dinâmica de Grupo pelo NDHO. Bacharel em Administração Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Professor Adjunto e Administrador da UEMA. Membro do Comitê Institucional de Editoração da UEMA. Sócio-Diretor do Centro de Gestão, Desenvolvimento e Pesquisa do Maranhão-CGDP-MA. Membro do Comitê Temático Tecnologia e Inovação do Micro Fórum Permanente Maranhense das MEs e EPPs da Secretaria da SEDINC/UEMA e da SMPE/PR. Conselheiro e Vice-Presidente do CRA-MA. Coordenador do Núcleo de Gestão Pública do CECGP. Especialista e Parecerista do CEE. Pesquisador nas áreas de Administração e Gestão. Escritor de Literatura Administrativa. Aprendiz permanente.
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