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Extensivo Técnicos dos Tribunais e Carreiras Bancárias CARREIRAS PÚBLICAS Damásio Educacional CARREIRAS PÚBLICAS Disciplina: Legislação Especial Professor: Carlos Eduardo Pellegrini Aula: 08 | Data: 09/10/2017 ANOTAÇÃO DE AULA 2º BLOCO Continuação 1. Crimes ambientais (continuação) Sujeito ativo: pessoa física ou jurídica. A maioria dos crimes, via de regra, são comuns, mas há também crimes próprios (art. 66 e 67). Precedente STJ Art. 2º da lei 9605/98 (diversas modalidades de culpa). Há o dever de vigilância culpa in vigilando, culpa in negligendo, culpa in elegendo (dever de fiscalizar, negligência e dever de contratar) ao escolher pessoa que não tem aptidão de preservar floresta considerada de preservação permanente. Quando há indícios de uma condita de crime de omissão dolosa, há vontade e consciência para praticar a omissão. Até 2015 havia a dupla imputação: imputar uma conduta a uma pessoa física e vincular essa conduta humana a uma pessoa jurídica. Atualmente, não há obrigatoriedade da dupla imputação: a responsabilidade da pessoa jurídica independe da pessoa física. De acordo com o art. 2º, Lei 9605/98, quem de qualquer forma concorre para a prática dos crimes previstos nessa lei (causalidade normativa, art. 13, §2º, CP), que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la (comissivos por omissão): Diretor da empresa; Administrador; Membro do conselho; Órgão técnico; O gerente; O auditor (ainda que independente); Preposto; Mandatário; Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá- la. Página 2 de 3 Competências nos crimes ambientais - União e suas autarquias e empresas públicas. Via de regra, quando a União for o titular desse direito lesado, a competência é da Justiça Federal (art. 109, IV, CF/88). - Se o meio ambiente tiver tratado internacional (Convenção Internacional da ONU sobre espécies de flora e fauna selvagem), a competência é também da Justiça Federal; - Se for cometido em aeronave ou navio, a competência é também da Justiça Federal; Bens tutelados - Crimes contra fauna: em regra é da Justiça Estadual, salvo se o crime contra a fauna for praticado em área protegida pela União. Ex.: parque nacional e área de reserva indígena. A súmula 91 do STJ foi cancelada, que colocava crimes contra fauna como competência da Justiça Federal; - Crimes transnacionais: sempre será da Justiça Federal, como tráfico de animais para o exterior; - Crimes praticados contra rios e lagos da União e também ao mar territorial brasileiro: são de competência da Justiça Federal; - Recursos minerais: são bens da União art. 20, IX, §1º, portanto a competência é da Justiça Federal. IBAMA é uma autarquia federal, mas a depender do crime, mesmo que venha a ser fiscalizado por ele, a competência é da Justiça Estadual. Ex.: crimes contra a fauna. Nos crimes contra o meio ambiente é possível aplicar institutos como: transação e suspensão condicional do processo. Esses institutos despenalizadores têm requisitos diferentes. Requisitos da Transação condicionada: - Considera-se infração de menor potencial ofensivo toda e qualquer infração cuja pena máxima cominada não seja superior a 2 anos. Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. Suspensão condicional do processo Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações: I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo; Página 3 de 3 II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput; IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III; V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano. Toda infração contra o meio ambiente é uma ação penal pública condicionada. O particular pode substituí- lo numa ação penal privada subsidiária. Atribuições da Polícia Federal Tem como atribuição investigativa todos os crimes ambientais contra a União. Espécies de penas da pessoa jurídica relacionadas às infrações ambientais 1) Multa; 2) Restritivas de direito: proibição de contratar com o Poder Público; 3) Prestação de serviços à comunidade. Ex.: execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 4) Liquidação forçada da empresa (art. 24, lei 9605/98); Responsabilidade penal da pessoa jurídica de direito público A doutrina, via de regra, exclui essa responsabilidade.
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