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Reações de Hipersensibilidade

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Reações de Hipersensibilidade
A hipersensibilidade ocorre quando o nosso sistema imunológico produz uma resposta imune específica aumentada e que resulta em lesões teciduais.
Essa resposta imune exacerbada normalmente acontece após o contado do organismo com uma substância estranha. Um bom exemplo de hipersensibilidade são as pessoas que apresentam tal reação ao comerem amendoim, ou então frutos do mar.
Tipos de Hipersensibilidade
As doenças desencadeadas pelas reações de hipersensibilidade caracterizam uma extensa gama de distúrbios.
O tipo de resposta responsável pela lesão tecidual e a natureza do antígeno que desencadeou a resposta são os dois principais fatores que determinam que tipo de manifestação clínica e patológica o indivíduo apresentará.
As hipersensibilidades são classificadas de acordo com o tipo de resposta imune e o mecanismo responsável pela lesão. Existem quatro tipos:
Tipo I – Imediata ou Anafilática
Tipo II – Citotoxidade mediada por anticorpos
Tipo III – Citotoxidade mediada por imunocomplexos
Tipo IV – Tardia, Celular ou Mediada por Linfócitos T
Hipersensibilidade Tipo I – Imediata ou Anafilática
A reação de hipersensibilidade do tipo I é também chamada de imediata, não por acaso, já que dentro de 15 a 30 minutos após a exposição ao alérgeno o organismo começa a desencadear a reação aguda.
Essa reação pode envolver pele, olhos, nasofaringe, tecidos broncopulmonares e trato gastrointestinal, indo desde pequenas inconveniências até a morte.
Primeiro contato
Tudo começa com a primeira exposição ao antígeno (alérgeno). Ele é processado pelas células apresentadoras de antígeno (APCs) e seus peptídeos são apresentados aos linfócitos T CD4+.
Em seguida, esses linfócitos T CD4+ liberam citocinas que estimulam os linfócitos B a produzirem e secretarem anticorpos IgE específicos para aquele alérgeno.
A IgE recém-produzida liga-se com alta afinidade à membrana de mastócitos e basófilos, sensibilizando-os. Até aqui as reações são apenas moleculares e celulares, não causando sintomatologia.
Contatos subsequentes
Do segundo contato em diante, todas as vezes que o organismo do indivíduo entrar em contato com aquele alérgeno em específico terá uma reação aguda.
Sendo assim, quando há exposição subsequente ao mesmo alérgeno ocorre reação cruzada com aqueles anticorpos IgE ligados aos mastócitos e basófilos.
Essas células degranulam, liberando várias substâncias farmacologicamente ativas.
Dentre essas substâncias, encontram-se mediadores pré-formados (histamina, triptase, cininogenase, ECF-A, etc.) e mediadores recém-formados (prostaglandinas, leucotrienos, PAF, etc.), além de fatores quimiotáticos, que atraem eosinófilos e neutrófilos para o local.
Reação aguda e crônica
A histamina e os mastócitos são os principais responsáveis pela sintomatologia na fase aguda. A histamina é um potente mediador farmacológico com ação vascular e sobre a musculatura lisa, o que causa vasodilatação, broncoconstrição, contração do músculo liso e edema.
Nos processos crônicos os aspectos predominantes advêm dos eosinófilos e mediadores inflamatórios clássicos.
Sintomatologia
A reação pode se manifestar por urticária, edema laríngeo, broncoespasmo, hipotensão e colapso cardiovascular grave, também chamado de choque anafilático. Tudo isso por que as mucosas do trato respiratório, gastrointestinal e tecido cutâneo são repletos de mastócitos.
Alguns alérgenos mais comuns
Drogas: penicilina, sulfonamidas, salicilatos, anestésicos. Alimentos: amendoim, frutos do mar, ovos, leite, ervilha. Insetos: picadas de abelha, vespa, formiga, mosquitos, partículas de baratas, ácaro. Outros: pólen de plantas, pelos de animais e esporos fúngicos.
Diagnóstico
Os testes diagnósticos incluem testes de pele (perfuração e intradérmico), dosagem de IgE totais e anticorpos IgE específicos contra os alérgenos suspeitos.
Tratamento
Utiliza-se antihistamínicos que bloqueiam receptores de histamina. Cromolina sódica inibe a degranulação de mastócitos. Utiliza-se também broncodilatadores, caso necessário.
Hipersensibilidade Tipo II - Citotoxicidade mediada por anticorpos
A Hipersensibilidade Tipo II é também conhecida como Hipersensibilidade Citotóxica mediada por anticorpos. Nesse tipo de reação, os anticorpos IgG ou IgM são autoimunes e ligam-se a antígenos (normalmente endógenos) presentes na membrana celular.
A reação pode ser desencadeada por três mecanismos principais:
Opsonização e Fagocitose
O sistema complemento é ativado por esses autoanticorpos, que opsonizam células de um determinado tecido. As células-alvo são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que possuem receptores para a porção Fc da IgG e IgM. Um exemplo é a anemia hemolítica autoimune.
 
Eritrócitos opsonizados por autoanticorpos, que serão destruídos pelos fagócitos no baço. Situação que acontece na anemia hemolítica autoimune.
Inflamação
Antígenos ligados a anticorpos são depositados no tecido, ativando o sistema complemento. Os fragmentos gerados irão recrutar macrófagos e neutrófilos, que uma vez ativados, liberam mediadores pró-inflamatórios, enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio. O resultado é um processo inflamatório que leva à lise celular. Doença reumática do coração é um exemplo.
Desorganização funcional
Anticorpos ligam-se a receptores normais, causando alterações na função desses receptores ou interferindo no funcionamento celular. O resultado pode ser desastroso, ainda mais se o receptor estiver envolvido na sinalização endócrina e neuromuscular. Nesse caso, pode ou não haver inflamação. Exemplos de doenças são a anemia perniciosa e a miastenia gravis.
Diagnóstico
Testes diagnósticos incluem detecção de anticorpos circulantes contra os tecidos envolvidos e a presença de anticorpos e complemento na lesão (biópsia).
Tratamento
Tratamento envolve agentes anti-inflamatórios e imunossupressores.
Hipersensibilidade Tipo III – Citotoxidade mediada por imunocomplexos
As doenças de hipersensibilidade tipo III são umas das doenças imunes mais comuns. Nelas, complexos de anticorpo e antígeno na circulação depositam-se nas paredes dos vasos sanguíneos causando inflamação. Alternativamente, esses complexos imunes podem formar-se em locais onde o antígeno ou anticorpo foi inicialmente depositado, como por exemplo na membrana basal de glomérulos.
Os antígenos nesses complexos podem ser exógenos (por exemplo, proteínas bacterianas) ou endógenas (por exemplo, nucleoproteínas).
Você pode estar se perguntando, “mas a formação de complexos antígeno-anticorpo não é uma parte normal da resposta imune”? Sim, é normal. Esses imunocomplexos podem causar doença apenas quando produzidos em quantidades excessivas, não sendo eliminados pelo sistema reticuloendotelial.
As reações de hipersensibilidade mediadas por complexos imunes podem ser divididas em reações locais e sistêmicas, mas as sistêmicas são a base das doenças imunes mais comuns e debilitantes, como artrite, glomerulonefrite, vasculite, etc.
  
Complexos antígeno-anticorpo
Os mecanismos são comuns em todas as doenças causadas pelos imunocomplexos, independentemente do seu local e distribuição.
O desenvolvimento das reações pode ser dividido em três etapas:
1- Formação do complexo antígeno-anticorpo
O complexo se forma na circulação quando os antígenos ligam-se aos anticorpos. O acúmulo acontece quando sua produção aumenta significativamente e rapidamente, e o sistema reticuloendotelial não consegue eliminar todos na mesma proporção e velocidade.
2- Depósito nos tecidos
Algumas variáveis influenciam onde os complexos irão se depositar. Grandes complexos são mais fáceis de serem eliminados do que os médios e pequenos. Quanto maior a afinidade da ligação mais chances de eles depositarem-se no tecido. Os principais locais para a deposição dos complexos são rins, articulações e capilares sanguíneos.
3- Inflamação
O sistema complemento é ativado, liberando mediadores químicos que aumentam a permeabilidade vascular e atraem neutrófilos e monócitos.
Essas células ativadas tentam fagocitar os imunocomplexos, liberando substância pró-inflamatórias, enzimas lisossomais, etc.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve exame de biópsias do tecido para depósitos de imunoglobulinas e complemento por imunofluorescência. A presença de complexos imunes no soro e diminuição do nível do complemento também são diagnosticadores.
Tratamento
O tratamento inclui agentes anti-inflamatórios.

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