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INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

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INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
INTRODUÇÃO
 As infecções odontogênicas graves são causas de morte conhecidas desde a antiguidade. Foram associadas a uma significativa taxa de morte entre 10 e 40%. Com o advento da Penicilina e os desenvolvimentos subseqüentes de antibióticos, este tipo de infecção tornou-se mais facilmente controlada. 
No entanto, nos últimos 10 a 15 anos tem ocorrido uma tendência à resistência antibiótica, o que acarreta o aparecimento constante de pacientes com infecções odontogências graves em hospitais. (ULUIBAU et al; 2005).
Ocorre quando os microorganismos invadem os tecidos, distantes do processo alveolar, formando um abscesso, cuja localização depende das barreiras anatômicas que encontram, como ossos, músculos e fáscias, que representam os locais de resistência. A propagação da infecção depende da virulência dos patógenos envolvidos e das condições sistêmicas do paciente, se portadores de HIV, diabete, doenças sistêmicas ou hematológicas.(ULUIBAL et al; 2005). 
Angina de Ludwig é uma celulite grave que acomete os espaços fasciais submandibulares, sublinguais e submentais, causada geralmente por infecções odontogênicas. Pode levar ao óbito principalmente por asfixia ou septicemia.
 Osteomielite é uma doença inflamatória do osso causada por infecção. A virulência dos microrganismos causadores é um fator importante para o seu progresso e desenvolvimento. Ocorre formação de seqüestros ósseos devido a necrose do tecido provocada pela isquemia proveniente do processo inflamatório. (DUMLU et al, 2006) Segundo Bartkowski (1994) investigações indicam que a necrose óssea ocorre devido à proliferação bacteriana que ocasiona distúrbios da coagulação e consequente fibrinólise, dificultando a perfusão da região. 
REVISÃO DA LITERATURA
 As infecções odontogênicas são geralmente resultantes de streptococos, stafilococos e bacteróides. (STEWART, 2005; HO et al; 2006; HUANG et al; 2006, REGA et al, 2006). A celulite não tratada produz hipóxia e acidez na região, favorecendo a proliferação de bactérias anaeróbias, que produzem enzimas proteolíticas, ocasionando maior degradação dos tecidos com maior produção de pus e abscesso, tornando a infecção mais grave. (STEWART, 2005)
As infecções odontogênicos podem acarretar complicações como a osteomielite, que acometem quase exclusivamente a mandíbula. A incidência desta infecção diminuiu consideravelmente nos últimos anos devido à introdução de antibióticos. A possibilidade predisponente ocorre quando o paciente apresenta-se num estado de imunossupressão ou condições subjacentes como doença de Paget ou osteopetrose.(BARRY et al; 2003; WANG et al; 2005). 
O tratamento de osteomielite é baseado em terapêutica antibiótica intensiva com tratamento de suporte, extração dentária quando for a causa da infecção, combinação cirúrgica com aplicação local de antibiótico, irrigação e drenagem. (BARRY et al; 2003) Segundo Rega (2006) infecções odontogênicas graves normalmente estão relacionadas a focos cariosos não tratados. Os antibióticos são fundamentais coadjuvantes na terapia cirúrgica, no entanto, se mal utilizados podem agravar a situação do paciente levando a uma condição potencialmente fatal.
O tratamento consiste em antibióticoterapia, drenagem cirúrgica e, se necessário, traqueostomia, (WANG et al; 2005; STEWART 2005; HO MW et al; 2006; HUANG et al; 2006; LARAWIN et al; 2006;) e, se possível, instituído após coleta de secreção purulenta para fins de cultura e antibiograma. Quando o paciente já faz uso de antimicrobiano ou não há amostra de secreção para fins de cultura institui-se medicação antimicrobiana conforme protocolos já estabelecidos para o tratamento desta patologia. (Ho MW et al; 2006)
Os exames pré-operatórios visam a análise sistêmica do paciente (STEWART, 2005; HO et al; 2006; ARIJI et al; 2002) e local como o emprego de ultrasonografia para localização da loja do abscesso (PELEG et al; 1998); coleta de secreção para cultura microbiana e antibiograma, mesmo que o paciente esteja sob antibioticoterapia prévia (HO MP et al, 2005; STEWART, 2005; HO MW et al; 2006; REGA, 2006). O tratamento cirúrgico deve ser realizado após antibioticoterapia e análise dos exames clínico laboratoriais e por imagens, a fim de evitar complicações e risco a vida do paciente (Bartkowski, 1994).

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