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CAMINHOS PARA A INSERÇÃO DA DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE EDUCADORES: POSSIBILIDADES E OBSTÁCULOS ENCONTRADOS Edileuza Dias de Queiroz – UFRRJ Considerações iniciais Neste estudo partimos do princípio de que a educação é prática social historicamente construída; é espaço dialético de limites e de possibilidades. Há, portanto, a necessidade de se analisar o papel que ela desempenha na disputa de interesses e as maneiras como pode, no mundo contemporâneo vivente da grave crise socioambiental, contribuir, de forma significativa, para a construção de uma sociedade mais igualitária e menos degradante. Em função disso, aspiramos a uma transformação socioambiental, embora ela pareça se distanciar e, os obstáculos, muitas das vezes, pareçam intransponíveis Nesse contexto de busca por outra realidade, sobressai a Educação Ambiental (EA), entendida como um processo pedagógico atrelado a uma proposta de modelo societário que se contrapõe ao atual, pois direciona suas análises e suas práticas para uma transformação significativa da sociedade, isto é, para uma transformação das relações de dominação e de exploração. Na sociedade contemporânea, os diversos problemas socioambientais são imediatamente refletidos na escola. Tal instituição tem grande importância para a sociedade, mas as políticas que a sustentam fomentam interesses diversos e, predominantemente, por dentro da lógica hegemônica do capital. Os nossos alunos carecem de algo mais que uma formação apenas para o mercado de trabalho – e muitas vezes nem isto conseguem −; carecem sim é de uma educação que os faça cidadãos plenos. Assim, é preciso verificar como os professores são formados, uma vez que são agentes fundamentais da transformação, são interlocutores de novas práticas escolares, possuem capacidade de pensar e fazer educação de maneira crítica. Consideramos que a formação inicial é condição indispensável para um professor tornar-se educador. E é na Universidade, lócus de produção de conhecimentos, que se adquire saberes para uma atuação docente ancorada na responsabilidade social e política. Esta atuação está em consonância com a vertente crítica da EA. Para Guimarães (2004), a EA é uma prática pedagógica que se realiza nas relações do ambiente escolar, na interação entre diferentes atores, conduzida por um sujeito, justamente os educadores. Todavia, para que possam estar aptos a enfrentar os diferentes desafios dessa crise contemporânea, que lhes é apresentada a cada dia, devem ter em sua formação inicial a inserção da dimensão socioambiental. Introduzir a EA Crítica nos processos formativos implica repensar a educação e sua relação com as questões socioambientais, políticas e econômicas. Essa relação é intrínseca e profunda, pois o compromisso educacional se dá com a construção da cidadania: única forma decente de sermos plenamente humanos. Neste trabalho, fruto de uma dissertação de mestrado, investigamos como se dá, no processo formativo, a dimensão socioambiental em cursos de formação de educadores, a fim de subsidiar a proposição de indicativos para a consolidação da EA Crítica na formação docente. Observamos tanto por meio da literatura quanto por nossa vivência que essa formação, infelizmente, ainda não vai ao encontro das necessidades sociais. Em razão disso, Gatti (2010) afirma, com o que corroboramos. que é necessário refletir acerca das Licenciaturas. Sociedade e Educação diante da Crise Socioambiental É fato que a sociedade contemporânea vive um momento de grande complexidade, pois presencia inumeráveis turbulências sociais, tais como a desigualdade, a inversão de valores e a injustiça. Logo, atentamos para a necessidade de reverter esse quadro de degradação socioambiental, cujo fator decisivo, segundo Layrargues (2006), é o próprio capitalismo. Por conseguinte, os debates têm se intensificado no intuito de apresentar soluções técnicas e instrumentais para os problemas ambientais; no entanto, vivemos mergulhados nas práticas de uma organização social predatória, ou seja, num modelo específico de sociedade e de seu modo de produção (GUIMARÃES, 2004). A problemática socioambiental, que se traduz em crise1, tem suas raízes em diversas atividades humanas e em sua organização social ao longo da história. Em suma, entende-se que estamos em um período de crise, porque o modelo de sociedade de nosso tempo não mais se sustenta, explica e/ou resolve os problemas criados por ele próprio; todavia, trata-se também de um período de possibilidades e alternativas. Nesse sentido, Trindade (2008, p. 69) assegura que, 1 Segundo Guimarães (2004), a crise ambiental é uma crise civilizatória de um modelo de sociedade e de seu modo de produção capitalista, o qual cria necessidades e estimula o consumo por uma pequena parcela da população, ao mesmo tempo que exclui a maioria. Uma época de crise configura-se como uma época de rupturas e questionamentos. Um tempo no qual somos convidados a pensar em outras possibilidades, rever antigos conceitos e concepções com um olhar que acolha múltiplas perspectivas e rejeite as explicações únicas ou as verdades universais que até agora nortearam nosso entendimento. Consideramos que a crise socioambiental, a mais planetária de todas as crises até hoje vivenciadas, origina-se de uma concepção antropocêntrica e utilitarista sobre a natureza e é resultado do modelo concentracionista de capital e do crescimento econômico ilimitado (GUIMARÃES, 2004). As consequências da degradação socioambiental têm colocado o mundo em alerta há bastante tempo; apesar disso, essa preocupação não significa o mesmo para todos, visto que, com as realidades e os objetivos heterogêneos e, muitas vezes, conflitantes, ainda predomina no imaginário mundial a ideia de que tal crise está baseada, exclusivamente, na exaustão e no uso incorreto dos recursos naturais. Como ainda são poucos os que se aventuram a destacar os aspectos sociais dessa crise civilizatória e socioambiental, para fazer seu diagnóstico, exige-se uma renovação profunda da cultura dominante da modernidade − ocidental e capitalista −, com seus valores, suas práticas e suas finalidades éticas. Não se trata de uma renovação apenas em medidas cosméticas interessadas na manutenção e na reprodução da “ordem – ou da desordem – instituída” (LIMA, 2011), porque é essa ordem político-econômica a raiz da grandiosa degradação que se manifesta na sociedade global, especialmente, nas camadas marginalizadas. Neste momento, precisamos refletir acerca da origem do que denominamos crise socioambiental. Segundo Lima (2011), o debate ambiental – que tenta explicar tal origem – é composto pela pluralidade de posições e por argumentos diversos. Uma dessas explicações põe o crescimento populacional, especialmente nos países pobres do Sul, como um fator determinante na produção de impactos ambientais, sugerindo meios de controle demográfico como solução para a problemática. Uma mesma visão “escapista”, que não busca a raiz das causas e que ideologicamente complementa a anterior, afirma que a tecnologia é a “salvação” para se reverter o estado crítico em que nos encontramos. Para os adeptos desse argumento, há a inadequação das tecnologias, ou seja, a saída está na mudança do modelo tecnológico para a geração de novas tecnologias, limpas, de baixo teor poluente, com a substituição da matriz energética não renovável por outra baseada em recursos renováveis. Na sociedade atual, a produção de tecnologia se dá nos países ricos, do Norte; portanto, a superação da crise será produzida, e capitalizada, por eles. Aos países do Sul, cabe “deixarem de existir” e, por conseguinte, as relações Norte-Sul, ricos-pobres, permanecem intocadas. No primeiro caso,não compartilhamos com o referido posicionamento, o neomalthusianismo. Entendemos que a maior causadora da crise socioambiental é, entre outros fatores, a distribuição injusta das riquezas entre os países e as classes sociais, o que gera a desigualdade social facilmente percebida na diferença substancial de consumo entre os ricos (classes e nações) e os pobres. Além disso, a produção para atender ao consumo é o que propicia grande pressão sobre a natureza, vista como recurso, característica esta estruturante do modelo de sociedade difundido pelos países centrais do capitalismo mundial. No segundo caso, entendemos que a tecnologia tem uma função relevante no contexto contemporâneo de enfrentamento da crise, porém, ela não é neutra, e se submete às relações de poder e de interesses econômicos e políticos hegemônicos que a conformam. Para uma nova configuração tecnológica na sociedade, a igualdade, a democracia e a ética devem ser prioridades. Assim, comungamos com Lima (2011) e Guimarães (2004), no sentido de que tal crise decorre principalmente do modelo de sociedade e de desenvolvimento adotado, bem como dos interesses e dos valores que o fundamentam. Desse modo, a superação, no momento histórico vivenciado, requer a transformação do modelo de sociedade, e não somente da tecnologia. Vale ressaltar que, apesar da contribuição tecnológica em novos formatos, seu êxito dependerá da adequação aos interesses populares de sustentabilidade socioambiental no contexto da realidade em suas múltiplas esferas, ou seja, na esfera ecológica, socioeconômica, política, cultural e ética. Nesse contexto, enfocamos uma educação direcionada para a denúncia das relações de dominação e exploração hegemônicas e para a construção de novas relações entre ser humano, sociedade e natureza. Nesse ínterim, as escolas preparariam seus alunos não apenas para o mercado de trabalho, mas, especialmente, para ingressarem na sociedade com as habilidades que lhes permitam refletir criticamente e intervir no mundo a fim de mudá-lo (GIROUX, 1997). Diante disso, emerge a EA, que é reconhecida pela sociedade, mesmo que ainda superficialmente, como uma das principais formas de superação da realidade em crise. Todavia, em relação a sua inserção na escola, sem desconsiderar os avanços conquistados, observamos que há importantes entraves e, dentre eles, está o próprio sistema educacional com seu tradicionalismo demarcado por uma visão cartesiana disciplinarizada, disjuntiva e “bancária” (FREIRE, 2005). Ademais, há o próprio contexto da Educação Ambiental, uma vez que, como muitos estudos (GUIMARÃES, 2004; LOUREIRO, 2007, 2009) apontam, sua complexidade abrange várias correntes de pensamento e diversos interesses. Em síntese, não se pode prescindir de que a EA também carrega todos os problemas da tão engenhosa teia social, com todos os seus conflitos, contradições e políticas institucionais que refletem tais embates pela hegemonia das atuais relações desiguais constitutivas da realidade tal qual ela se encontra. Alguns estudiosos, como Tozoni-Reis (2008), sinalizam possíveis “caminhos” a serem trilhados com relação aos desafios socioambientais com os quais nos deparamos. A autora afirma que “Para o enfrentamento da problemática ambiental é preciso superar, por um lado, a lógica antropocêntrica e, por outro, a dominação do homem sobre o homem” (TOZONI-REIS, 2008, p. 115). Guimarães (2004, p. 120) vai mais além e complementa o argumento, ao considerar que “(...) a superação da crise ambiental passa pelo processo de profundas transformações socioambientais e que, para contribuir nesse processo, a EA precisa assumir o caráter crítico-transformador”. Acreditamos na EA como uma possibilidade de contribuir para uma transformação da atual sociedade. Para Santos (2004), apesar do processo de globalização perversa que atravessamos, é possível outra realidade de caráter mais humano e solidário. Nesse sentido, a EA Crítica vai ao encontro disso, ou seja, instrumentaliza e mobiliza a base em busca de uma sociedade diferente desta, cujos fossos sociais são profundos e demasiadamente excludentes. A Formação de Educadores e o Desafio da Construção de um outro Modelo Societário Na busca por um outro modelo societário, as escolas se sobressaem. Segundo Giroux e Simon (2009, p. 95) essas instituições: (...) são formas sociais que ampliam as capacidades humanas, a fim de habilitar e intervir na formação de suas próprias subjetividades e a serem capazes de exercer poder com vistas a transformar as condições ideológicas e materiais de dominação em práticas que promovam o fortalecimento do poder social e demonstrem as possibilidades da democracia. Surgem, desse modo, questionamentos quanto à formação dos educadores para lidar com as mais variadas demandas que chegam a cada dia ao “chão da escola”, e, em razão disso, é fundamental, diante da complexidade da sociedade, investir nessa formação. O que se sabe é que os processos formativos nem sempre são coerentes e comprometidos com as demandas da maioria da população em situação de exploração e degradação socioambiental, já que estão envolvidos pela alienação ideológica. O papel social do educador, agente de transformação da realidade, é fundamental, mas, para tanto, esse sujeito precisa estar preparado e comprometido com a formação de cidadãos atuantes em prol de uma sociedade diferente desta. Em síntese, neste sistema, diariamente, desafios são lançados à escola e ao corpo docente. Com isso, algumas questões nos acompanham e nos intrigam neste estudo; dentre eles, surge a seguinte indagação: Nós, professores, fomos/estamos preparados para esses tantos desafios que nos são impostos? Macedo (2008) chama a atenção ao afirmar que a formação docente, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica em Nível Superior (2001), reforça a ideia de uma educação aligeirada, com conteúdos fragmentados, e cujo objetivo principal é apenas a profissionalização. Nesse tipo de educação, o sentido omnilateral não é privilegiado. E a autora alerta que “(...) não basta ao professor ter o domínio de competências técnicas, as quais, embora necessárias e imprescindíveis, não garantem a formação de um profissional crítico, questionador e capaz de dialogar com os mais variados segmentos da sociedade” (MACEDO, 2008, p. 61). De modo geral, o paradigma da racionalidade técnica tem sido a inspiração das políticas educacionais e de grande parte dos cursos de formação de professores no Brasil. Assim, essa formação é vista como um processo de transmissão de conteúdos pré-estabelecidos e de técnicas didáticas em detrimento de seu caráter político de formação de sujeitos comprometidos com a transformação da realidade. Atentando para a ideia de um outro olhar sobre a formação docente, Imbérnon (2010, p. 7) defende que: A profissão docente deve abandonar a concepção predominante no século XIX de mera transmissão do conhecimento acadêmico, de onde de fato provém, e que se tornou inteiramente obsoleta para a educação dos futuros cidadãos em uma sociedade democrática: plural, participativa, solidária, integradora (...). Considerando a importância da formação do educador para atuar em um mundo tão complexo, Fávero (2008, p. 52) disserta acerca do papel da Universidade como instituição formadora: “Se a Universidade é parte de uma realidade concreta, suas funções devem ser pensadas e trabalhadas levando-se em conta as exigências da sociedade, nascidas de suas próprias transformações em um mundo em constantes mutações e crises”. Tal pensamento deixa em evidência as relações existentes entre a Universidade, os educadores e as demandas sociais que se avolumam. É certo que vivemos tempos novos, e os impasses que nos são lançados noatual momento histórico se acumulam junto com os velhos problemas para os quais ainda não encontramos soluções (LINHARES, 2008). Nesse contexto, a Universidade não pode limitar a formação profissional apenas à especialização, ou seja, à transmissão de conhecimentos específicos do curso em questão. É preciso o conhecimento que permita a visão de um mundo integrado e interligado e a possibilidade de espaço e tempo para a realização das atividades coletivas, considerado o processo de construção do conhecimento em desenvolvimento na convivência humana, na interação entre indivíduo e sociedade, como um ato político intrínseco a essa formação. Logo, a Universidade, comprometida com a construção de melhores condições socioambientais na sociedade, deve assumir essa omnilateralidade em seus processos formativos, afinal, isto é também uma conquista nesse espaço, fruto de luta política. É um grande desafio formar educadores aptos a atuar em uma sociedade em que os excluídos são a maioria da população e a injustiça socioambiental impera. Reverter esse quadro não é uma tarefa simples, uma vez que envolve muitos atores sociais, cada um deles com seus propósitos e suas ambições dentro de uma organização social instituída por relações desiguais de poder. É imprescindível, portanto, a consolidação de uma educação crítica no espaço de formação dos educadores os quais, ao valorizar todos os saberes, produzirão conhecimentos, ao invés de se limitarem a ações rígidas e ao reprodutivismo neste contexto de complexidade e contradição. A Inserção da Educação Ambiental na Formação de Professores A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional – LDBEN não foi incisiva em relação à inserção da EA nos currículos. Em decorrência disso, podemos dizer que, no que toca a questão socioambiental, a referida legislação não deu relevância ao importante movimento que, desde a Conferência de Estocolmo de 1972, procurava incluir a EA como um instrumento de política pública relevante para a promoção de uma nova ordem mundial mais justa. É possível que tal omissão seja causa e consequência de um movimento que reflete um ritmo conservador de implantação de ações para a efetivação dessa dimensão educacional em diferentes níveis e modalidades do sistema de ensino brasileiro. A Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA acrescenta que “(...) os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental” (BRASIL, 1999). As leis existem, mas a EA, que já não é novidade nas escolas, não é pensada e praticada de forma articulada e referenciada. Muitos pensam e agem de forma diferente no que toca a EA. E aí surgem algumas inquietações: Será que os professores que dizem trabalhar com EA estão cientes das diretrizes que seguem? Será que, inconscientemente, não estão apenas reproduzindo em suas práticas pedagógicas o discurso do pensamento hegemônico? Que saberes de EA são afinal desenvolvidos nos cursos de formação de professores? Por que a EA ainda é tímida na educação superior? Imbernón (2010) afirma que o currículo formativo deveria promover experiências interdisciplinares por permitir ao professor em formação vivenciar a integração dos conhecimentos e dos procedimentos das diversas disciplinas. Dessa forma, também acreditamos que a EA deva estar presente no currículo dos cursos de formação de professores de forma interdisciplinar, pois, assim, será capaz de fomentar nos professores uma “atitude interdisciplinar” (FAZENDA, 1993), que lhes propiciará, em suas práticas pedagógicas, uma pré-disponibilidade a uma abordagem integradora e transversal na escola. Aquino (2010, p. 177) salienta que: (...) as transformações aceleradas da sociedade se refletem no cotidiano da escola, exigindo, também, mudanças para as organizações, compatíveis com as demandas de cada comunidade. Dentre as prioridades, a formação de um novo perfil profissional, cuja capacidade permita a compreensão e interpretação dos contextos histórico, social, cultural e político integrante às relações ambientais, exigindo uma nova concepção de currículo para formação de professores. Para justificar a importância da EA como componente essencial para o processo de transformação social, Guimarães (2009, p. 14) ressalta: A Educação Ambiental apresenta-se como uma dimensão do processo educativo voltada para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de um novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida socioeconômica e um mundo ambientalmente sadio. Diante disso, a EA se insere como componente essencial no processo de formação e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a reflexão crítica da realidade e para o envolvimento ativo dos diversos atores sociais. Vale reforçar que a EA deve ser desenvolvida na formação inicial de professores e incorporada em sua práxis pedagógica como forma de estimular a capacidade crítica dos cidadãos e favorecer o protagonismo nas transformações individuais e coletivas da realidade em que se encontram. Formar um educador, segundo os referenciais críticos, emancipatórios e transformadores − como pressupõe a EA pela qual militamos −, passa por ações e reflexões que possibilitam questionamentos e críticas frente aos determinismos neoliberais, que centram nas questões econômicas o referencial de valores para a sociedade, valores estes ainda hegemônicos também nas Universidades. As Trilhas Percorridas Neste estudo, investigamos de que forma a dimensão socioambiental vem sendo tratada na formação inicial. Os nossos recortes foram os cursos de Licenciatura em Geografia (FEBF-UERJ) e Pedagogia (IM-UFRRJ). Para a interpretação da realidade contemplada neste estudo, apoiamo-nos no materialismo histórico e dialético. Esse método está vinculado a uma concepção de realidade, de mundo e de vida no seu conjunto (FRIGOTTO, 2010) e oferece um caminho a partir da definição da categoria simples como síntese de múltiplas determinações (TOZONI-REIS, 2000). Para maior aprofundamento da pesquisa documental, dos questionários e das entrevistas e, com o objetivo de elaborar as categorias, para uma melhor análise dos questionários, das entrevistas e dos documentos, realizamos repetidas leituras dos discursos dos professores que responderam ao questionário e que participaram da entrevista, o que também foi feito com a análise textual discursiva (MORAES, 2003; MORAES & GALIAZZI, 2006) (adaptada) da parte documental. Assim, de acordo com o interesse desta pesquisa, definimos a priori três eixos temáticos que consideramos centrais para a análise, a saber: formação do educador/professor; concepção de EA; e inserção da dimensão socioambiental no currículo. A revisão bibliográfica foi a primeira etapa deste estudo; a segunda, a análise dos questionários, e a terceira, a realização de entrevistas. Os questionários foram enviados a 24 professores do curso de Pedagogia do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (IM/UFRRJ) e a 12 professores do curso de Licenciatura em Geografia da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FEBF/UERJ). Também foram enviados questionários aos coordenadores de ambos os cursos. Dos 24 questionários enviados aos professores do IM/UFRRJ, 11 foram devolvidos respondidos; e dos 12 questionários enviados aos professores da FEBF/UERJ, 5 retornaram respondidos. Todos os questionários enviados aos coordenadores foram respondidos. Um dado interessante sobre os professores do curso de Geografia da FEBF/UERJ é que apenas 5 deles, incluindo o coordenador, são efetivos, osdemais são professores substitutos. Quando questionamos acerca desse dado, a coordenação respondeu que: “Infelizmente, a UERJ abriu o curso, mas acabou não cumprindo o planejamento de abertura de vagas para o concurso conforme o planejamento inicial. Os governos anteriores também diminuíram muito os investimentos”. Aqui, enxergamos, com muita clareza, a falta de compromisso do poder público para com a educação, o que acarreta a precarização do trabalho docente, pois os salários pagos aos professores substitutos são muito inferiores aos dos efetivos com a mesma titulação Para uma melhor sistematização do material obtido durante a pesquisa de campo, partimos de unidades de sentido que emergiram dos textos, tais como: discussão⁄problematização; integração curricular; diálogo; falta de qualificação para o trabalho com a EA na Educação Básica; leitura de mundo; falsa consciência ambiental; visão integrada homem⁄meio; perspectiva crítica; perspectiva conservadora; valores socioambientais; fragmentação curricular; mudança de paradigma; entendimento difuso acerca da interdisciplinaridade⁄transversalidade; precarização; produtividade institucional; currículo praticado. A partir dessas unidades de sentido, constituíram-se as categorias: a) formação disjuntiva e relacional, para a análise da temática “formação do educador/professor”; b) concepção cognitivista focada no indivíduo, romântica preservacionista, comportamentalista e crítica, para a análise da temática “perspectiva⁄concepção de EA”; c) inserção integrativa, disciplinar e mista, para a análise da temática “inserção da dimensão socioambiental no currículo”. Ressaltamos que a análise documental foi feita seguindo o mesmo critério, visto que esse caminho nos levará a uma compreensão, de forma integrada, da realidade em que se encontra o complexo processo educacional⁄formativo. . A Inserção da Dimensão Socioambiental na Formação de Educadores: Limites e Possibilidades A partir das análises desta pesquisa, reafirmamos que os docentes necessitam desenvolver, desde a formação inicial, uma atitude de observação permanente dos fatos ocorridos na relação pedagógica, em íntima vinculação com o contexto social, político, econômico e cultural - socioambiental - em que suas práticas se efetivam. Os desafios da realidade requerem um novo formato para a formação docente, o qual responda às demandas emergentes no contexto da sociedade contemporânea. Esse formato deve buscar a superação das concepções tradicionais do processo educacional, as quais são sustentadas por uma lógica formal que hierarquiza, fragmenta e disciplinariza conhecimentos e conteúdos, propondo, ainda, uma estrutura curricular rígida. Em contraponto, encontramos na EA as brechas para novas possibilidades de produção de conhecimentos, de acordo com as necessidades das demandas sociais. Entretanto, é necessário que os diversos espaços formadores invistam na formação em EA. O desafio que as questões socioambientais colocam à educação superior não é simples; ele propõe transformações radicais. Os caminhos e as experiências brasileiras (como, por exemplo, as mapeadas e descritas em RUPEA, 2005) têm demonstrado que a inserção da dimensão socioambiental no âmbito das atividades acadêmicas encontra inúmeras e variadas dificuldades, apesar de ser formalmente reconhecida como uma necessidade para gerar conhecimentos interdisciplinares. Entre as dificuldades encontradas para a implementação da EA, o documento da RUPEA (2005) aponta as seguintes: as estruturas organizacionais das Universidades; a falta de financiamento; as políticas institucionais; e a imprecisão de fundamentos teóricos⁄conceituais⁄metodológicos. Em palestra2 realizada durante o 3° Seminário Internacional Sustentabilidade na Universidade, que ocorreu entre os dias 17, 18 e 19 de novembro de 2011 no campus da 2 A íntegra dessa palestra se encontra na plataforma virtual www.projetosustentabilidade.sc.usp.br. O acesso foi realizado em 26 de dezembro de 2011. USP, na cidade de São Carlos, a Professora Doutora Haydée Torres de Oliveira apresenta um panorama das iniciativas de ambientalização da EA a partir da Universidade brasileira. Depois de fazer um relato sobre as dificuldades encontradas para essa ambientalização, a pesquisadora faz considerações muito pertinentes, dentre as quais consideramos relevantes: 1) A ambientalização do ensino superior brasileiro está em construção e deve ser fortalecida por processos participativos que considerem as peculiaridades das IES. 2) A articulação em redes colaborativas e a participação em políticas públicas têm o potencial de influenciar positivamente a ambientalização das IES e da sociedade. 3) Superar as dificuldades na implementação da EA no Ensino Superior implica: criatividade, esforço conjunto e diálogo permanente. Diante disso, consideramos que os resultados encontrados por intermédio desta pesquisa estão em consonância com as considerações apontadas pela pesquisadora acima citada, pois as trilhas para uma educação pautada nos princípios da EA ainda se encontram cheias de obstáculos. Dentre eles, podemos citar a falta de iniciativas governamentais. Com relação a isto, Lima (2011, p. 222) observa que: (...) as prioridades sociais são definidas e medidas por uma visão utilitarista, que busca resultados econômicos de curto prazo ou, quando muito, resultados políticos que possam ser convertidos em lucro. Dentro dessa racionalidade economicista, educar, capacitar professores, discutir valores e atitudes relacionados com qualidade de vida, formar cidadãos e preservar o meio ambiente podem parecer tarefas louváveis no discurso, porém, estão longe de ser prioridade na agenda social. Percebemos que existe um descompasso entre o discurso sobre a inserção e a efetivação da EA e a prática, seja na escola, seja na Universidade. Então, é preciso que as instituições formadoras direcionem a atenção para esse fato, a começar pela reflexão sobre o papel dos professores formadores. Alertamos também para o fato de que existe um silêncio, no que diz respeito os debates socioambientais, no campo das políticas curriculares para a educação superior. Acreditamos que uma das possibilidades para a inserção da dimensão socioambiental na formação de educadores é a discussão da temática na instituição universitária, especialmente junto aos cursos de Licenciatura. Ressaltamos que é fundamental o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento, pois isto contribui para romper com as barreiras comportamentais, estruturais e organizacionais tão profundamente demarcadas ao longo do tempo. Indicativos para a Consolidação da Educação Ambiental Crítica na Formação de Educadores Entendemos que é necessário trazer para os cursos de formação de educadores uma dimensão complexa, integradora das diversas dimensões sociais. Entre essas dimensões, está a política, com visões e posturas de mundo que envolvem discussões sobre exclusão e desigualdade. Temos a certeza de que inserir a dimensão socioambiental nos cursos de formação inicial de educadores contribui imensamente para se consolidar a EA e fortalecer o processo formativo dos profissionais da educação. Nesse viés, Tozoni-Reis (2008, p. 145-146) afirma que: Formar profissionais de educação ambiental, com competência para formular sínteses socioambientais, exige um esforço criativo que significa reformular os currículos desses cursos. Exige reformulação radical que as instituições de ensino superior, pelo menos no que diz respeito à circulação de ideias sobre novos paradigmas, estão a solicitar, embora suas estruturas institucionais sejam grande obstáculo. Tozoni-Reis (2008) ressalta a importância da reestruturaçãouniversitária. Afirma que a formação de educadores ambientais pode ser sistematizada numa perspectiva de mudança paradigmática, com uma reestruturação radical do ensino, da pesquisa e da extensão nas Universidades e com a interdisciplinaridade, nesse viés, funcionando como o princípio metodológico básico. Nesse contexto, e em consonância com Guimarães (2004), acreditamos que a formação que possa contribuir significativamente para a formação de um cidadão mais crítico e ativo, ancorada pelo embate hegemônico, deve potencializar um ambiente educativo de caráter crítico, a fim de que o processo educativo possa estar inserido no movimento de transformação da realidade. Considerações Finais No decorrer desta pesquisa, diversos sentidos foram desvelados, especialmente os trazidos pelos professores formadores. A formação de educadores é um tema instigante, e refletir sobre o processo formativo de educadores ambientais é, de certa forma, contribuir para uma educação emancipatória, em que o cidadão tenha plena capacidade de intervir na realidade. E, como apostamos que a EA possibilita essa intervenção, ancoramo-nos em Guimarães (2009, p. 14): A Educação Ambiental apresenta-se como uma dimensão do processo educativo voltada para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de um novo paradigma que contemple as aspirações populares de melhor qualidade de vida socioeconômica e um mundo ambientalmente sadio. Assim, partindo dos pressupostos da EA Crítica, nesta pesquisa, investigamos, a partir de nosso recorte, como os cursos de formação inicial de educadores (cursos de licenciatura) abordam as questões socioambientais. Observamos que a inserção da dimensão socioambiental ainda ocorre de forma incipiente, ou seja, por ações individuais de apenas alguns professores. Constatamos também que, entre as diversas causas disso, está a disciplinarização, que, pautada no pensamento linear, representa um dos grandes entraves. Como o conhecimento oferecido pela Universidade se apresenta de forma fragmentada, os documentos orientadores (Diretrizes Curriculares e Projeto Político Pedagógico) dos cursos de formação de educadores assim também se apresentam. Em outras palavras, o enfoque interdisciplinar – princípio da EA – não é contemplado. Esperamos que as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental, quando aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, possam contribuir de maneira efetiva para consolidar a EA em todos os níveis de ensino. Pelo fato de os currículos de formação de educadores não se pautarem na interdisciplinaridade, o corpo docente dos cursos contemplados nesta pesquisa, apesar de julgar importante, não vê possibilidades, pelo menos em curto prazo, para que isso aconteça. Observamos que, segundo esse corpo docente, a fragmentação⁄especialização curricular na Universidade representa um dos limites para a inserção da dimensão socioambiental de forma interdisciplinar. O que também colabora com esse quadro é a escassez de discussões entre os diversos atores envolvidos – docentes, discentes e gestores. Para atender à legislação, alguns cursos incluem a EA como disciplina isolada, seja no elenco das disciplinas obrigatórias, seja como disciplina optativa. Ao optarem pela forma de inserção disciplinar, acabam por corroborar com o pensamento linear. Nesse contexto, Tristão (2004, p. 221) afirma que essa dinâmica “(...) embora não seja de todo negativa, apresenta sempre as barreiras e limites da lógica disciplinar”. Há quem acredite na reforma curricular como uma possibilidade de aproximar os futuros educadores da temática socioambiental; no entanto, observamos que isto não é suficiente se a estrutura universitária se mantiver rígida. É preciso a ruptura do paradigma da racionalidade técnica, abrindo caminho para outras racionalidades (Tristão, 2004). Também observamos, que os professores formadores ainda estão presos à “armadilha paradigmática” (Guimarães, 2004), pois, ainda que seus discursos sejam críticos e conhecedores da problemática instalada nos cursos de formação de educadores, muitas vezes não conseguem fincar o primeiro pilar: o diálogo. Consideramos que, para a consolidação de uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável, é urgente que a Universidade forme não apenas o professor, mas o educador ambiental que, como líder, sinta-se capaz de proporcionar um processo educativo que busque a transformação da realidade no sentido de superar as práticas educacionais comportamentalistas e individualistas, presas ao reducionismo e à exclusão da lógica capitalista. Deixamos aqui registrada a nossa certeza de que a educação representa um dos principais pilares para a construção de uma nova sociedade, se pautada em novos valores, tais como: democracia, ética, igualdade, emancipação e justiça socioambiental. Enfim, acreditamos no potencial da Universidade a qual, como produtora de conhecimentos, participe da “(...) regeneração de uma nova sociedade – utópica por ser inédita, no entanto viável” (GUIMARÃES, 2004, p. 159). Referências Bibliográficas AQUINO, M. S. A formação do professor para a educação ambiental: a prática da pesquisa como eixo norteador. In: CABRAL NETO, A; MACEDO FILHO, F. D. M. S. S (Orgs.). Educação ambiental: caminhos traçados, debates políticos e práticas escolares. Brasília: Líber Livro Editora, 2010. p. 175-194 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial, Brasília, 23 dez. 1996. ______. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. 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