Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANESTÉSICOS LOCAIS (AL) Características do anestésico ideal: produzir efeito adequado em concentração tolerável, via de aplicação simples e tópica produzir efeito de duração ao ato cirúrgico não produzir efeitos tóxicos acima da concentração tolerar associação com vasoconstritores - tolerar esterilização lesar pouco os tecidos, não interferindo na cicatrização não apresentar interações medicamentosas e reações alérgicas sua ação deve ser reversível Escolha dos anestésicos: - local do procedimento cirúrgico - duração da cirurgia - tipo de anestesia a ser realizada - peso, altura e estado geral do paciente. Comentários: A vasodilatação, acentuada facilita a velocidade de absorção, agravando, portanto, os efeitos sistêmicos e diminuindo a duração e efetividade da ação anestésica local. A adição de drogas vasoconstritoras, aos anestésicos locais, prolonga o tempo de ação anestésica, além de reduzir a toxicidade sistêmica do fármaco, pelo fato de retardar a sua absorção. Durante procedimentos cirúrgicos, a ação vasoconstritora pode trazer outros benefícios, como contribuir para hemostasia local. Mecanismo de ação dos AL: Os AL na sua forma não ionizada atravessam a membrana do axônio, penetrando na célula nervosa. Neste local, as moléculas do anestésico que voltam à forma ionizada ligam-se à porção interna do canal de sódio, impedindo a entrada do mesmo na célula bloqueando, conseqüentemente, a despolarização e condução do impulso nervoso ao SNC, não sendo possível, portanto, a percepção da dor. Os AL possuem três porções definidas em sua molécula: hidrofílica: que permite a injeção nos tecidos lipofílica: relaciona a reações alérgicas ou anafiláticas cadeia intermediária: permite classificar estas substâncias em ésteres ou amida. Ésteres: procaína, cloroprocaína, tetracaína e benzocaína. Amidas: lidocaína, prilocaína, mepivacaína, bupivacaína, articaína, ropivacaína e etidocaína. Vasoconstritores: No Brasil o cirurgião dentista dispõe de soluções anestésicas locais que contém basicamente dois tipos de vasoconstritores: aminas simpatomiméticas: que podem apresentar ou não em sua estrutura química um núcleo catecol, daí serem classificadas por este critério, 1.1) catecolaminas: epinefrina (adrenalina), norepinefrina (noradrenalina), levonordefina (neo-cobefrina) 1.2) não catecolaminas: fenilefrina 2) felipressina: derivado do hormônio antidiurético vasopressina. Atua estimulando diretamente o músculo liso da parede dos vasos sanguíneos. Está contida em soluções anestésicas locais cujo sal é a prilocaína. Menos eficaz que a epinefrina e menos tóxico nas concentrações empregadas. Deve evitar problemas com interação medicamentosa. Nome comercial: Octapressin. Anestésicos: Ésteres: Procaína Benzocaína vasoconstitores compatível com todos início ação imediato imediato analgesia 3 a 5 minutos duração s/v 30 minutos c/v 45 minutos apresentação - cloridrato de procaína 2% s/v (12 a 15 min) - cloridrato de procaína 2% c/v (30 a 45 min) - pote de 12g observações não utilizado - anestésico tópico - único tipo éster usado atualmente incompatibilidade farmacológica sulfonamidas A procaína quando metabolizada produz o ácido paminobenzóico que antagoniza competitivamente a ação bacteriana das sulfonamidas. Amidas: lidocaína prilocaína mepivacaína articaína bupivacaína vasoconst. compatível com todos felipressina (Octapressin-Citanest) compatível com todos adrenalina compatível com todos analgesia 2 a 4 min 2 a 4 min 2 min 3 min 10 min duração pulpar - s/v 20 min - c/v 60 min só c/v 60 min - s/v 30 min - c/v 1 a 2 hs 1 h 1,5 h duração tec. moles - s/v 1 a 2 hs - c/v 2 a 4 hs c/v 2hs - s/v 1 a 2 hs - c/v 1,5 a 2,5hs 2 a 5 hs 4 a 9 hs apresentação - lidocaína 2% - lidocaína 2% com adrenalina - lidocaína 2% com noradren. - lidocaína 3% com noradren. - lidocaína com fenilefrina - prilocaína 3% com felipressina - mepivacaína 3%, - mepivacaína 2% com levonordefrin - mepivacaína 2% com adrenalina - mepivacaína 2% com noradrenalina articaína 4% com adrenalina bupivacaína 0,5% com adrenalina indicação procedimentos clínicos e cirúrgicos de média duração procedimentos clínicos de média duração, pequenas cirurgias, hipertensos e cardiopatas procedimentos corriqueiros de média duração, s/v: hipertenso, asmático, com doença coronariana e diabéticos qualquer procedimento com necessidade de anestesiar osso, procedimentos simples ou complexos de longa duração extrações múltiplas, de incluso ou pós operatório doloroso contra indicação - c/v: diabético e hipertenso -com fenilefrina: pacientes com hipovolemia pacientes com metaemoglobina congênita ou idiopática, anemia ou insuficiência cardíaca ou respiratória evidenciada por hipóxia hipersensível ao grupo amida, grávidas e lactantes paciente com tendência a discrasia sanguínea crianças menores de 12 anos, pacientes com hipovolemia, bloqueio cardíaco oudistúrbio do coração cautela no uso grávidas, lactantes, asmáticos, cardiopatas pacientes idosos e debilitados, hepatopatas crianças e gestantes, paciente com doença hepático avançada ou grave disfunção renal, idosos e paciente debilitado hipertensos, doenças cardiovasculares ou problemas vasculares, em tratamento com IMAO ou ADT, com hipertireoidismo hipertensos, doenças cardiovasculares ou problemas vasculares, em tratamento com IMAO ou ADT, com hipertireoidismo grávidas, em tratamento com IMAO ou ADT, com hipertireoidismo dose máxima 4,4 mg/kg (8 tubetes) 0,027 U.I 4,4 mg/kg (8 tubetes) 7 mg/kg 1,3 mg/kg observações -mais utilizado -maior vasodilatação -efeito tóxico (s/v) - melhor opção s/v -fenômeno alérgico raro - ideal para pediatria e geriatria - maior lipossolubilidade e melhor difusão nos tecidos moles - baixa toxicidade - infiltra bem no osso -segura para grávidas -usado quando se espera dor pós operatória Nome comercial com e sem vaso Novocol 100, Xylocaína 2%, Lidostesin 2 e 3%, Lidocaína 50 e 100, Biocaína Citocaína, Prilocaína, Cytanest 3%, Biopressin 3%, Scandicaine 2 e 3%, mepivacaína 2 e 3%, carbocaíne 2 e 3% Articaine, Septanest 100 e 200, Neocaína 0,5%, Cirucaína 0,5% OBSERVAÇÕES: - em paciente com história de hipersensibilidade aos anestésicos locais convencionais uma alternativa é utilizar difenidramina a 1% com ou sem epinefrina. PACIENTES ESPECIAIS Crianças Opções: 1ª : lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou com noradrenalina 1:50.000 2ª : mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou com noradrenalina 1:100.000 3ª : prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/ml. Grávidas - lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou com noradrenalina 1:50.000 (no máximo 2 tubetes) Diabéticos Atendimento de urgência em paciente não controlado: - prilocaína (por causa da felipressina) Cardíacos Opções: 1ª : prilocaína (por causa da felipressina) 2ª : mepivacaína 3% s/v (se preferir anestésico sem vaso) Pacientes usando ADT, anti-hipertensivo e hormônio tireodiano - prilocaína (por causa da felipressina) TÉCNICAS DAS ANESTESIAS DENTÁRIAS 1. ANESTESIA MANDIBULAR Nervos bloqueados: - nervo alveolar inferior e seus ramos colateral e terminais (nervo milo-hioideo, incisivo e mentoniano) - nervo lingual (ramos comunicantes para o soalho bucal, ramo lingual para 2/3 anteriores da língua, ramos gengivais) Região anestesiada: - polpa dos dentes inferiores do lado correspondente (LC) do incisivo ao terceiro molar - lábio inferior do LC - gengiva e mucosa do lado vestibular de incisivo a pré-molar LC - osso alveolar e soalho bucal LC - 2/3 anteriores da línguaLC - cútis que recobre o mento LC Técnica: Agulha entra entre os dois pré-molares do lado oposto e mais distante do rebordo. Usar agulha longa. Para pegar alveolar e lingual faz punção na prega vindo do lado oposto. Se não tiver dente ver comissura do lado oposto. A punção deve ser alta. 2. ANESTESIA BUCAL Nervo bloqueado: - nervo bucinador do 3º grande ramo do trigêmio Região anestesiada: - mucosas das bochechas e gengivas da região alveolar vestibular dos três molares inferiores Somente utilizada para intervenções cirúrgicas que envolvem a região alveolar vestibular dos três molares inferiores. 3. ANESTESIA MENTONIANA Nervos bloqueados: - nervo mentalis - nervo incisivo Região anestesiada: - lábio inferior do LC - Cútis que recobre o mento - gengivas e mucosas vestibulares dos dentes anteriores - tecido pulpar dos incisivos, canino e pré-molares inferiores do LC 4. ANESTESIA DO NERVO NASOPALATINO Nervos bloqueados: - nervos incisivos ramos terminais do nervo nasopalatino Região anestesiada: - mucosa, periósteo e periodonto da região anterior palatina de canino a canino. 5. ANESTESIA DO NERVO PALATINO MAIOR Nervos bloqueados: - nervo palatino maior - parcialmente nervo palatino menor (por difusão) Região anestesiada: - mucosa, periósteo e periodonto da região posterior palatina na região dos três molares - região do palato-glosso e palato-faríngeo Indicada para cirurgias que envolvem a área dos três molares superiores. 6. ANESTESIA ZIGOMÁTICA Nervos bloqueados: - nervos alveolares superiores posteriores Região anestesiada: - mucosa e gengiva e osso da região alveolar vestibular dos três molares superiores - polpa dos três molares superiores exceto a raiz mesio vestibular do 1º molar superior - parede posterior do seio maxilar 7. ANESTESIA INFRA ORBITÁRIO INTRA ORAL Nervos bloqueados: - nervo alveolar superior anterior - nervo sub-orbitais ascendentes e descendentes Região anestesiada: - polpa de incisivos a pré molares superiores - cútis que recobre o pomo malar, asa do nariz - lábio superior - gengiva e mucosa vestibular da região dos incisivos a pré molares ANESTESIAS TERMINAIS Periapicais Peridentárias Intra-ligamentar Intra-óssea Intra-pulpar Tópica
Compartilhar