Buscar

As Concepções de Linguagem e O Ensino de Língua Portuguesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

As Concepções de Linguagem e O Ensino de Língua Portuguesa
 ¹ Flávio Alves Rodrigues
A Linguística é a ciência que se ocupa em estudar as características da linguagem humana. Partindo-se das discussões levantadas no capítulo Linguística e Ensino, identificamos várias concepções de linguagem, bem como as contribuições defendidas por alguns autores. Faremos uma contextualização histórica relacionando essas concepções ao ensino de Língua Portuguesa.
Primeiramente identificamos a concepção formalista de linguagem, essa esteve presente durante a minha formação colegial e ainda perdura nos dias atuais. Segundo Ramires (1994, p. 3), “essa concepção ilumina, desse modo, a prática tradicional daqueles professores de língua materna que a centram em atividades linguísticas isoladas do contexto das relações sociais mais amplas”. Nessa perspectiva o foco da atenção é tão somente a própria estrutura linguística, ainda marcada pelo prestígio que se dá ao ensino da norma padrão, excluindo-se todas as outras variedades da língua. Na escola formalista, o professor lia os textos e em seguida pedia aos alunos, por exemplo, a quantidade de substantivos, adjetivos, verbos, etc. Não eram trabalhados os aspectos comunicativos do texto, as interferências que cercam sua produção e recepção. O trabalho pedagógico era centrado nas aulas de gramática, priorizando a forma em detrimento do uso. 
Diferentemente do formalismo, o funcionalismo se caracteriza pelo objetivo de investigar a relação entre forma e função no uso da língua. Na análise linguística considera-se toda a situação comunicativa: o propósito do evento da fala, seus participantes e o contexto discursivo, a influência extralinguística do ato da fala. Em outras palavras, o formalismo vê a língua como um sistema independente, enquanto o funcionalismo vê a língua como um sistema não independente inserido em um contexto de interação social.
Outra concepção de linguagem, que deveria está presente nas escolas públicas do Brasil é a pragmática. Trata-se do ramo da linguística que analisa o uso concreto da linguagem pelos falantes da língua em seus variados contextos. Segundo a Pragmática, o sentido de tudo está na utilidade, no efeito prático que os atos de fala podem gerar. Para ela, o que realmente importa é a comunicação e o funcionamento da linguagem entre os usuários, concentrando-se nos processos de inferência pelos quais compreendemos o que está implícito. Nesse sentido o trabalho do professor privilegia os papeis sociais dos interactantes, pois essa concepção “situa a linguagem como o lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes se tornam sujeitos.” (GERALDI, 1984, 2003a, p.41).

Outros materiais