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MORFOLOGIA 10

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O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passa a valer a partir de 2009 no Brasil. O período de transição para que a população se adapte às mudanças vai até o fim de 2012 - a partir de 1º de janeiro de 2013, a nova ortografia será a única considerada correta.
ACORDO ORTOGRÁFICO: BOM OU RUIM?
Seguindo os preceitos de NOGUEIRA (2009, p. 153), ortografia se resolve com a leitura e com o ato de escrever, por memória visual. Assim, precisamos memorizar e praticar a fim de estarmos aptos às novas regras. Entretanto, temos problemas mais sérios a resolver no país antes dos problemas de ortografia. Mesmo assim, trata-se de um dispositivo legal e, como tal, deve ser seguido.
Os favoráveis ao acordo defendem que ele facilitaria o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países que falam Português; ampliaria a divulgação do idioma e da literatura de língua portuguesa, além de reduzir custos de produção e adaptação de livros. Poderia, ainda, facilitar a aprendizagem da língua pelos estrangeiros, o que nos parece grande falácia, pois se aprende uma língua pela oralidade, em primeiro lugar.
Os contrários ao Novo Acordo, por sua vez, advogam que todos que já possuem interiorizadas as normas gramaticais terão de aprender novas regras e isso seria motivação para o surgimento de dúvidas. Há também o alto custo de adaptação de documentos e publicações. As editoras, principalmente as de livros escolares, agradecem! Em última análise, outros aspectos que mereciam mudanças não foram contemplados a fim de, verdadeiramente, facilitar a compreensão.
AS PRINCIPAIS MUDANÇAS
As mudanças ocorridas foram na acentuação e no emprego do hífen. Houve também o retorno das letras K, W e Y que, na prática, nunca deixaram de existir.
Trema
O trema não mais existe em Língua Portuguesa a partir do acordo. Todavia, será mantido em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros e nos nomes de origem estrangeira: hübneriano, Müller etc. Vale salientar que, apesar da queda do trema, a pronúncia das palavras não muda!
Acentuação
No que concerne aos acentos, as mudanças ocorreram nas paroxítonas, palavras cuja sílaba tônica é a penúltima. Vejamos as principais mudanças:
1. Nos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas o acento caiu. Assim, termos como: colméia, estréia, geléia, idéia, jibóia, heróico, platéia, jóia, apóio (de apoiar), dentre outras, ficam: colmeia, estreia, geleia, ideia, jiboia, heroico, plateia, joia, apoio.
Importante: Lembre-se de que essa primeira regra é válida para as paroxítonas e, portanto, as oxítonas, ou seja, as palavras cujo acento tônico recai sobre a última sílaba continuam acentuadas: anéis, fiéis, papéis, heróis, troféu, chapéu etc.
2. O acento no i e u tônicos não existe mais quando vierem depois de ditongos nas paroxítonas. Dessa forma, vocábulos como: feiúra, baiúca, bocaiúva e cauíla, ficam: feiura, baiuca, bocaiuva e cauila.
3. Nas formas verbais paroxítonas que possuem o e tônico fechado em hiato (sons vocálicos adjacentes que ficam em sílabas separadas) com a terminação – na terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. 
4. Na vogal tônica fechada (^) em o nas paroxítonas, precedidas ou não de “s”: abençoo, doo (do verbo doar), enjoo, voo, povoo, perdoo etc. Com exceção dessas duas situações o restante continua igual!
Observação: os verbos “ter” e “vir” continuam com a conjugação normal na terceira pessoa do plural do indicativo: eles/elas têm, eles/elas vêm.
U tônico
A letra u não será mais acentuada nas sílabas que, qui, gue, gui dos verbos como arguir, redarguir, apaziguar, averiguar, obliquar. Assim, temos apazigue (em vez de apazigúe), argui (em vez de ele argúi), averigue, oblique.
I e U tônicos
As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas. Desta forma, agora escreve-se feiura, baiuca, boiuno, cauila. Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas; nesses casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.
Acento diferencial
O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas (que possuem a mesma pronúncia). Com o acordo ortográfico, ele deixará de existir nos seguintes casos: 
Exemplos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Entretanto, existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial:
pôr (verbo) -> para não ser confundido com a preposição por. 
pôde (verbo poder conjugado no passado) -> para que não seja confundido com pode (forma conjugada no presente). 
Torna-se facultativo o acento de fôrma, para diferenciar de forma substantivo ou terceira pessoa do singular do verbo FORMAR no presente do indicativo. Na prática, a sugestão de Bechara (2008) é que a grafia fôrma deve ser usada apenas nos casos em que houver ambiguidade, como nos versos do poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira: “Reduzi sem danos| A fôrmas a forma.”

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