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APOSTILA DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO competencia, jurisdiçao e principios

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APOSTILA DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO- TRT- TEMAS:
I PARTE:
PRINCIPIOS, JURISDIÇÃO, COMPETENCIA e PROCEDIMENTOS
1.1. Definição de Direito Processual do Trabalho:
A meu ver, o melhor conceito de direito processual do trabalho é o dojurista Carlos Henrique Bezerra Leite, observem:“Conceituamos o direito processual do trabalho como ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de princípios, normas e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõe a Justiça do Trabalho”.Para simplificar, elaborei o seguinte conceito de processo do trabalho:O Processo do Trabalho é um ramo do direito público/subjetivo que tem por escopo disciplinar as atividades dos órgãos da Justiça do Trabalho para asolução dos conflitos individuais e coletivos de trabalho entre empregados e empregadores, entre Sindicatos, entre Sindicatos e empresas e, ainda,conflitos oriundos de lides decorrentes da competência ampliada da Justiça doTrabalho estabelecida no art. 114 CF/88.
Vamos entender o conceito acima:
Dica: O Processo do Trabalho é um ramo do direito público, sendo
considerado direito subjetivo.
_ Por Direito Subjetivo entende-se a faculdade, ou seja, a “facultas agendi” que o sujeito de direito tem de invocar a norma ao seu favor. Como exemplo, podemos citar a relação jurídica em que o credor tem a faculdade de exigir do devedor o cumprimento da prestação, ou seja, o cumprimento do direito objetivo.
O Direito Objetivo é considerado uma “norma agendi”, porque são normas que disciplinam a ação do homem. Assim, o direito objetivo é qualificado como uma norma de ação ditada pelo poder público.A melhor forma de vocês entenderem a função do Processo do Trabalho é através de exemplos. Considero que o entendimento do direito processual do trabalho torna-se simplificado, quando ele é exemplificado.Exemplificando: Adalgisa, empregada doméstica, trabalha há um ano para Maria das Dores, sem nada receber.Ora, sabemos que o art. 7º da CF/88 e a Lei 5.859/72 asseguram aos empregados domésticos determinados direitos. Assim, a empregadora de Adalgisa está descumprindo a lei ao deixar de pagar a ela salários e os demais direitos legais.Para receber seus direitos, o que deverá a empregada fazer?A forma de Adalgisa garantir o recebimento de seus direitos será através da interposição de uma ação na Justiça do Trabalho (direito processual) pedindo ao juiz que lhe assegure o recebimento de seus direitos que estão sendo violados (direito material do trabalho) que estão sendo violados pela sua empregadora.O direito processual é, portanto o instrumento que está a serviço do direito material (direito do trabalho, por exemplo).
Quando o direito material for violado entra em cena o direito processual, uma vez que, no caso apresentado, Adalgisa não poderá fazer justiça com as próprias mãos (autotutela), porque constitui inclusive crime o exercício arbitrário das próprias razões.Adalgisa deverá ingressar com uma ação pedindo ao Estado-juiz que resolva o conflito de interesses entre ela e Maria das Dores (jurisdição).O conceito e as características da Jurisdição serão visto mais adiante!Porora quero que vocês observem os conceitos de direito material e direitoprocessual dos seguintes juristas: AdaPelegrini Grinover, Cândido RangelDinamarco e Antônio Carlos Cintra.“Chama-se direito processual o complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdiçãopelo Estado-juiz, da Ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.”
Demandante é o autor da ação (Adalgisa). Também denominada de
reclamante no processo do trabalho. Demandado é o réu (Maria das Dores). Denominada reclamada no processo do trabalho.
1.2. Fontes:
Fontes do Processo do Trabalho: A classificação adotada foi a do jurista Carlos Henrique Bezerra Leite.
a) Fontes Materiais: A finalidade do processo é promover a realização do direito material, assim ele é instrumental, pois não é um fim em si mesmo. As fontes materiais emergem do direito do trabalho, são os fatos sociais, por exemplo.
b) Fontes Formais: As fontes formais do processo do trabalho são
consideradas a forma de exteriorização do direito processual do trabalho. Elas são: a norma processual do trabalho positivada. Assim através das fontes formais é que o direito processual do trabalho atinge o status de direito positivo.
B1)Formal Direta(CLT, leis, CPC, costumes, decretos, etc.)
Fonte Formal B2) Formal indireta(doutrina e jurisprudência)
B3) Formal de Explicitação
(métodos integrativos)
1.3. Organização e funcionamento da Justiça do Trabalho:
De acordo com o art. 111 da CRF/88 são órgãos da Justiça do Trabalho o TST, os TRTS e os Juízes do Trabalho.Art. 111 da CRFB/88 Os Órgãos da Justiça do trabalho são:
I -Tribunal Superior do Trabalho;
II - Tribunal regional do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.
Varas de Trabalho (1º grau)
(Juízes do Trabalho)(Analista Judiciário- Área Judiciária – Execução de Mandados/TRT – 5ª Região/2008) De acordo com a CF, sãoórgãos da Justiça do Trabalho o TST, os TRTs e as juntas de conciliação e Julgamento.ERRADA. O erro da questão é que as Juntas de conciliação e Julgamento não são órgãos da Justiça do Trabalho desde o advento da Emenda Constitucional 24/99.
Das Varas do Trabalho:
⇒ É o primeiro grau de jurisdição.
⇒ A Jurisdição das Varas de Trabalho será exercida por um juiz singular.
⇒ Nas comarcas não abrangidas por jurisdição trabalhista, ou seja, nas quais não haja Vara de Trabalho, aos juízes de direito será atribuída à jurisdição trabalhista, com recurso para o respectivo TRT.
⇒ Compete às Varas de Trabalho:
a) conciliar e julgar:
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II - os dissídios concernentes à remuneração, férias e indenização por
motivo de rescisão do contrato individual do trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitada em que o
empreiteiro seja operário ou artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho.
TST(3º grau)
TRT (2º grau)
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o órgão gestor de mão-de-obra OGMO decorrentes das relações de trabalho.
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave;
c) julgar os embargos opostos ás suas próprias decisões;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua
competência.
Dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT):
⇒ São órgãos de segundo grau de jurisdição.
⇒ Compõem-se de, no mínimo, 07 juízes (art.115, CRFB/88).
⇒ Nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com
mais de 30 e menos de 65 anos, sendo a escolha mediante lista sêxtupla das respectivas classes, que serão encaminhadas ao Tribunal que elaborará lista tríplice e encaminhará ao Presidente da República que em 20 dias escolherá um de seus integrantes para nomeação.
⇒ 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício.
⇒ Os demais mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Do Tribunal Superior do Trabalho (TST):
⇒ É Órgão de terceiro grau de jurisdição.
⇒ Compõem-se de 27 Ministros, brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal por maioria absoluta.
⇒ 1/5 serão escolhidos dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício.
⇒ Os advogados devem ter notório saber jurídico e reputação ilibada.
⇒ A indicação será feita por lista sêxtupla elaborada pelos órgãos de
representação das respectivas classes, que a enviam para o tribunal que formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que terá o prazode 20 dias para escolher um dos indicados para nomeação.
⇒ Os demais serão escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira indicados pelo próprio TST.
As frases abaixo são verdadeiras e são abordadas em provas de concursos.
⇒ O serviço da Justiça do Trabalho é relevante e obrigatório, ninguém dele podendo eximir-se, salvo motivo justificado.
⇒ Os órgãos da Justiça do Trabalho funcionarão perfeitamente coordenados, em regime de mútua colaboração, sob a orientação do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
⇒ A Emenda Constitucional 24 de 1999, que extinguiu a representação classista na Justiça do trabalho acabando com as Juntas de conciliação e julgamento.
⇒ A Emenda 45/2004 prevê a criação de um Fundo de garantia das execuções trabalhistas, integrado pelas multas decorrentes de condenações trabalhistas e multas administrativas oriundas da fiscalização do trabalho.
⇒ Prevê a criação de um Conselho Superior da Justiça do Trabalho e de uma Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho que funcionarão junto do Tribunal Superior do Trabalho.
⇒ A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho funcionará junto ao TST e tem dentre outras funções a de regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira.
⇒ O Conselho Superior da Justiça do Trabalho funcionará também junto ao TST e exercerá, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Dos serviços auxiliares da justiça do trabalho
(artigos 710/721 da CLT)
_ Secretaria da Vara: Cada vara de Trabalho terá uma secretaria sob adireção de funcionário que o Presidente designar.
COMPETÊNCIAS DAS SECRETARIAS DAS VARAS DE TRABALHO:
1) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos
processos e outros papéis que lhe forem encaminhados;
2) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais
papéis;
3)o registro das decisões;
4) a informação, às partes interessadas e a seus procuradores, do andamento
dos respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará;
5) a abertura de vista dos processos às partes na própria secretaria;
6) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;
7) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do
arquivamento da secretaria;
8)a realização da penhora e demais diligências processuais;
9) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo
presidente da Vara para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos.
⇒COMPETÊNCIAS DOS CHEFES DE SECRETARIA DAS VARAS DE TRALHO:
1) superintender os trabalhos da Secretaria velando pela boa ordem dos
serviços;
2) cumprir e fazer cumprir as ordens emanadas do Presidente e das
autoridades superiores;
3) submeter a despacho e assinatura do Presidente o expediente e os papéis
que devem por ele serem despachados e assinados;
4) abrir a correspondência oficial dirigida à Vara e ao seu presidente, a cuja
deliberação será submetida;
5) tomar por termo as reclamações verbais nos casos de dissídios individuais;
6) promover o rápido andamento dos processos, especialmente na fase de
execução, e a pronta realização dos atos e diligências deprecadas pelas
autoridades superiores;
7) secretariar as audiências das Varas lavrando-se as respectivas atas;
8) subscrever as certidões e os termos processuais;
9) dar aos litigantes a ciência das reclamações e demais atos processuais de
que devam ter conhecimento, assinando as respectivas notificações;
10)executar os demais trabalhos que lhe forem atribuídos pelo Presidente da
Vara.
Distribuidores: Haverá um distribuidor nas comarcas onde
existirem mais de uma Vara de trabalho. Os distribuidores serão
designados pelo Presidente do Tribunal Regional, dentre os funcionários das Varas e do Tribunal Regional, existentes na
mesma localidade, e ao mesmo Presidente diretamente
subordinados.
⇒ A competência dos Distribuidores, onde houver, será:
1) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Junta, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelosinteressados; (Varas de Trabalho).
2) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito distribuído;
3) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos,sendo umorganizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados, ambos porordem alfabética;
4) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos distribuídos;
5) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for determinado pelos Presidentes das Juntas, formando, com as fichas correspondentes, fichários à parte, cujos dados poderão ser consultados pelos interessados, mas não serão mencionados em certidões
Secretaria do TRT: Cada Tribunal Regional tem 1 (uma) secretaria, sob
a direção do funcionário designado para exercer a função de secretário,
com a gratificação de função fixada em lei.
⇒Competem à secretaria dos Tribunais, além das atribuições
estabelecidas para as secretarias das Varas,as seguintes:
1) a conclusão dos processos ao Presidente e sua remessa, depois de
despachados, aos respectivos relatores;
2) a organização e a manutenção de um fichário de jurisprudência do Tribunal,
para consulta dos interessados. No regimento interno dos Tribunais Regionais
serão estabelecidas as demais atribuições, o funcionamento e a ordem dos
trabalhos de suas secretarias.
Do Oficial de Justiça: O art. 721 da CLT refere-se aos oficiais de justiça e aos oficiais de justiça avaliadores.
A função destes auxiliares da justiça é realizar atos decorrentes da execução dos julgados das Varas do trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivos Presidentes.
⇒É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a realização dos atos de execução das decisões desses Tribunais.
⇒Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça
Avaliador, Juiz poderá atribuir a realização do ato a qualquer
serventuário.
1.4. Do Ministério Público do Trabalho: Organização e competência
Conceito de Ministério Público do Trabalho (MPT): “É o ramo do
Ministério Público da União que atua processualmente nas causas de
competência da Justiça do Trabalho” (Carlos Henrique Bezerra Leite).
O art. 128 da CF/88 divide o Ministério Público em dois segmentos: o
Ministério Público da União e os Ministérios Públicos dos Estados.
O Ministério Público da União (MPU) divide-se em 04 ramos:
Ministério Público Federal;
Ministério Público do Trabalho;
Ministério Público Militar;
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Organização do MPT:
São Órgãos do Ministério Público do Trabalho:
⇒Procurador-Geral do Trabalho;
⇒Colégio de Procuradores do Trabalho;
⇒Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
⇒Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
⇒Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
⇒Subprocuradores-Gerais do trabalho;
⇒Os Procuradores Regionais do Trabalho.
⇒Os Procuradores do Trabalho
Competência: A competência do Ministério Público do Trabalho está regulamentada pela Lei Complementar 75/93, observem abaixo a transcrição do art. 83 da referida Lei.
Art. 83 da LC 75/93 Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho,para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação,resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiçado Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídiosde competência da Justiça do Trabalho;
XII - requerer às diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.
1.5. Jurisdição e competência:
Antes de falar de competência devemos falar de jurisdição! Sei que todos vocês são bacharéis em direito e possuem conhecimento sobre o tema, mas vou pedir licença para iniciar uma explicação bem simplificada do que seja jurisdição e competência.
Jurisdição é o poder-dever que o juiz, que representa o Estado, tem de aplicar o direito objetivo a um caso concreto, substituindo os titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente buscar, por meio da pacificação do conflito que os envolve, a realização da justiça e o estabelecimento da paz social.
Vocês se lembram da Adalgisa?
Ela precisou recorrer ao Poder Judiciário, porque não pode fazer valer o seu direito pelas suas próprias mãos. Isto ocorreu porque o Estado avocou para si a função de resolver os conflitos de interesses entre as partes.
Esta função é denominada de jurisdição!
A jurisdição é exercida pelos juízes.
“É a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade
concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de Órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la praticamente efetiva” (Chiovenda).
Art. 1º CPC “A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida
pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este código estabelece”.
Art. 2º CPC “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais”.
A competência é a delimitação da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional.
⇒A competência é a medida da jurisdição.
⇒Todo juiz possui jurisdição, mas nem todos os juízes possuem
competência para julgar determinadas ações.
Exemplificando: Se Adalgisa tivesse interposto a ação na Justiça
estadual em umas das Varas de família, o juiz titular de tal Vara não seria competente para julgas ação que trate de direito do trabalho. A justiça do Trabalho é que será competente para julgar o conflito entre empregada doméstica e sua empregadora.
Espécies de competência: Absoluta e Relativa.A Competência absoluta é a competência em razão da matéria, em razão da pessoa e em razão da função.
DICA: MPF (ABSOLUTA) VT (Relativa)Para que os meus alunos não se confundam na hora da prova, costumo usar a sigla MPF para lembrá-los da competência absoluta e VT para lembrá-los da competência relativa.
A competência absoluta é inderrogável pela vontade das partes e o juiz deverá conhecê-la de ofício (sem que as partes requeiram), não admitindo prorrogação.
Inderrogável é aquela competência que não poderá ser prorrogada, ou seja, o juiz que é absolutamente incompetente para julgar determinada ação jamais se tornará competente. Poderá ser argüida em qualquer tempo e grau de jurisdição. Deverá ser argüida em preliminar da contestação (estudaremos nas próximas aulas).
A competência relativa é a competência em razão do valor e do território.A competência relativa prorroga-se se o réu não argüir a exceção (art.114 CPC).
DICA: A prorrogação de competência é um fenômeno segundo o qual um juiz inicialmente incompetente torna-se competente. Este fenômeno somente ocorrerá com a incompetência relativa, nunca
com a incompetência absoluta.
Competência Relativa
Valor VT Território
Competência Absoluta em razão da matéria (Art.114 CRFB/88): Esta
competência determina que quando houver Varas especializadas a
competência será sempre destas.
Na Justiça do Trabalho a competência material está determinada pelo art. 114 da CRFB/88 que trata da competência em razão da matéria e da pessoa também.
Vamos estudar cada inciso mais adiante. Por ora, apenas, transcrevo o artigo.
Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,ressalvado o disposto no art.102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art.
195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir.
Competência absoluta em razão da pessoa: A competência em razãoda pessoa é fixada levando-se em consideração a qualidade da parte qufigura na relação jurídica processual. Exemplos: os Sindicatos (art.114,III da CF/88) e os entes de direito público externo (art. 114, I da CF/88).
⇒ Competência Absoluta em razão do valor da causa: Como exemplo
de competência em razão do valor da causa, podemos citar: aquelas que
são submetidas ao procedimento sumaríssimo cujo valor da causa não
exceda a 40 vezes o salário-mínimo.
⇒ Competência Relativa Territorial: No conceito de José Frederico
Marques: “A competência territorial é aquela que distribui o poder jurisdicional dos juízes em razão das circunscrições judiciárias em que o país se divide”.
Atenção: Competência Territorial da Justiça do Trabalho (art. 651 da CLT).
A competência territorial na Justiça do Trabalho é, em regra, atribuída às
Varas de Trabalho. É importante frisar que os TRTs e o TST possuem
competência originária para o julgamento de determinadas causas trabalhistas.
Art. 651 da CLT A competência das Varasde Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado em local diverso.
Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que quando o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos em locais diferentes, será competente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do último lugar da execução dos serviços e não a de cada local dos estabelecimentos da empresa no qual tenha prestado serviços.Exemplificando: Um empregado foi contratado em Manaus, trabalhou em Belém, em Recife e depois foi dispensado em Fortaleza. Neste caso a ação deverá ser proposta em Fortaleza/CE. § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agênciaou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial (aquele que presta serviços em mais de uma localidade), a regra da competência é dúplice,porque o empregado poderá ajuizar a ação na localidade em que a empresatenha filial e a esta esteja o empregado vinculado ou, em caso de inexistênciade agência ou filial, poderá demandar na localidade de seu domicílio ou nolocal mais próximo de seu domicílio.
§ 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial noestrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
O empregado poderá ser contratado em um país para prestar serviços em outro, ou ser contratado para prestar serviço em um país e depois ser transferido para outro.
A Súmula 207 do TST (cancelada) estabelecia: ”a relação jurídica
trabalhista será regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviços e não por aquelas do local da contratação”.
Em Julho de 2009 foi alterado o caput da lei 7.064 de 1962 que só era aplicada aos empregados de empresas de engenharia que eram transferidos para o exterior. A partir daí a lei passou a ser aplicada a todos os empregados que contratados no Brasil e transferidos por mais de 90 dias para prestar serviços no exterior. Assim, passou-se a aplicar a norma mais favorável.Esta é a razão do cancelamento da súmula 207 do TST. Quando o empregado for contratado no Brasil e transferido para o exterior por mais de 90 dias será aplicada a lei mais favorável. Trata-se da competência de lei.
O art. 651 da CLT trata da competência para julgamento. Não podemosconfundir a legislação material a ser aplicada, com a competência da Justiça brasileira para apreciar e julgar a matéria.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização deatividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
É importante ficar claro o que venha a ser “empregador que promova a realização de atividades fora do local do contrato de trabalho”. O parágrafo 3º é exceção à regra geral do caput do art. 651 da CLT e deverá ser utilizado quando o empregador exercer a sua atividade em locais transitórios, eventuais ou incertos.
Exemplificando: Empresas que promovam a prestação de serviços fora dolocal da contratação são: auditorias, atividades circenses, instalação decaldeiras, reflorestamento, exposições, feiras, desfiles de moda, montadoras,etc.
A Prevenção ocorrerá quando dois juízes forem competentes e for necessário determinar qual juiz julgará aquela ação.Quando os juízes tenham a mesma competência territorial o juiz prevento será aquele que despachou em primeiro lugar e quando os juízes tiverem competência territorial distinta será considerado prevento aquele em que ocorreu a primeira citação válida (arts. 106 e 219 do CPC).
Conflito de Competência:
Quando ocorre o conflito de competência, ou seja, quando dois juízes
declaram-se competentes ou incompetentes para processar e julgar
determinadas ações, quem irá solucioná-los será:
TRT Suscitados entre Varas de Trabalho
TST Suscitado entre Tribunais Regionais do Trabalho. Suscitados entre varas e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista de regiões distintas.
STF Conflitos entre STJ e qualquer outro Tribunal. Entre Tribunais
Superiores. Entre Tribunais Superiores e qualquer outro Tribunal.
STJ Entre quaisquer Tribunais, exceto se houver Tribunal Superior. Entre Tribunal e Juízes a ele não vinculados. Entre juízes vinculados a tribunais diversos
DICA: Aposto com vocês que caso seja cobrado na prova o tema conflito de competência, a banca irá abordar a Súmula 420 do TST, que estabelece que entre as Varas de Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho a que estejam vinculadas, há relação de hierarquia e não ocorrerá conflito de competência.
Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
Devemos entender a Súmula 180 do STJ da seguinte forma: Quem julgará o conflito de competência entre o juiz de direito investido em jurisdição trabalhista e as Varas de Trabalho serão os Tribunais Regionais.
Súmula 180 do STJ Na lide trabalhista compete ao TRT dirimir conflito decompetência verificado na respectiva região entre Juiz estadual e Juntas de conciliação e julgamento.
Vamos destacar alguns pontos importantes sobre a competência!
Atenção: A Jurisdição é o poder-dever do Estado-juiz de resolver conflitos intersubjetivos de interesses fazendo atuar a vontade concreta da lei aplicando o direito material ao caso concreto.A Competência é a delimitação da jurisdição de cada órgão do Poder Judiciário.
_ Veremos alguns conceitos importantes para a prova:
⇒ Competência Originária: É aquela que ocorre quando umdeterminado Órgão tem competência para primeiro manifestar-se sobre a demanda.
⇒ Competência Absoluta: Não poderá ser alterada pelo juiz ou pelavontade das partes porque envolve interesse público. Na Justiça doTrabalho como vimos esta competência é em razão da Matéria, da Pessoa e da Função. Deverá ser declarada de ofício pelo juiz.
Poderá ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independente de exceção (peça processual).
⇒ Competência Relativa: Na Justiça do Trabalho é a competênciaTerritorial. Deverá ser suscitada por meio de exceção. Não poderá ser declarada de ofício.
Atenção: Competência Material da Justiça do Trabalho (art. 114 da CF\88).Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I –as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direitopúblico externo e da administração pública direta e indireta da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Existe uma importante cizânia doutrinária em relação à abrangência dotermo relação de trabalho inserido no art. 114, I da CF/88 pela EmendaConstitucional 45/2004.1ª corrente. Corrente Ampliativa: Defende que a Justiça do Trabalho após o advento da Emenda Constitucional 45/04 possui competência para processar ejulgar qualquer demanda oriunda das relações de trabalho, desde que o prestador dos serviços seja pessoa física.
2ª Corrente. Corrente Ampliativa sem relação de consumo: Esta corrente faz distinção entre relação de trabalho e relação de consumo com base no que estabelece o art. 2º da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).Quando o serviço for prestado a um destinatário final será relação de consumoe por isso não competirá à Justiça do Trabalho porque na relação de trabalho a finalidade é negocial.
3ª Corrente. Corrente Restritiva: O alcance da expressão relação de trabalho seria o mesmo que relação de emprego no que se refere à competência.
ENTES DE DIREITO PÚBLICOEXTERNO:
(CESPE - Analista Judiciário- Área Judiciária - TRT – 5ªRegião/2008) Com o alargamento da competência da justiça dotrabalho, decorrente da Emenda Constitucional 45/2004, o STF passoua entender que cabe à Justiça Laboral processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho, bem como fazer executar os seus julgados, inclusive quando figura em pólo passivo ente de Direito público externo.
Comentários: (Errada) O STF ressalva o ente de Direito Público externo. Observem que a assertiva 66 fala em execução e é aí que está o erro da questão porque o STF ressalva o ente de direito público externo de um processo de execução. Está pacificado na jurisprudência do STF que os entes de direito público externo possuem imunidade de execução e, por isso a Justiça do Trabalho não possui competência para executar os seus julgados. A nova OJ é tema certo de cair na prova, pois a banca CESPE adora abordar temas novos. OJ 416 do TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo internacional. (Divulgada no DeJT 14/02/2012) As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não selhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos
praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótesede renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.
SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Com a nova redação do art. 114da CF/88 a Justiça do trabalho teria competência para julgar os processosenvolvendo servidores públicos, inclusive os estatutários. Acontece que o Ministro Nelson Jobim deferiu Liminar em sede de ADIN interposta pela Associação dos Juízes Federais na qual objetivava a inconstitucionalidade do art. 114, I da 114, I da emenda constitucional 45/04 no que se refere aos servidores estatutários.
ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT 10ª REGIÃO
PROCESSO DO TRABALHO – TEORIA E QUESTÕES CESPE
PROFESSORA: DAYANE CUNHA
Em 2006 o plenário do STF confirmou a Liminar e, por isso continua suspensa a interpretação do inciso I do art. 114 da CF/88 que atribuía àJustiça do Trabalho competência para julgar os estatutários, portanto esta competência é da Justiça Federal.
DICA: OJ 205 da SDI-1 do TST foi cancelada pela resolução 156/2009 e estabelecia em resumo: Em relação aos temporários (art. 37, IX da CF), se houver alegação de fraude na contratação para reconhecimento do vínculo, a competência será da Justiça do Trabalho. No entanto, se transcorrer legalmente o contrato e não ocorrer o pagamento de salários a competência será da Justiça Comum.
OJ-SDI1-205 I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalhodirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há controvérsiaacerca do vínculo empregatício. II - A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária deexcepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastantepara deslocar a competência da Justiça do Trabalho se se alegadesvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços àAdministração para atendimento de necessidade permanente e não para acudir
a situação transitória e emergencial.II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve;Neste inciso é importante destacar que as ações que envolvem o exercício do direito de greve em dissídio individual são de competência das Varas de Trabalho. Já o dissídio coletivo de greve é de competência do TRT.
Ações de interdito proibitório em greve (ação possessória):
1ª corrente: Não é competência da Justiça do Trabalho.
2ª corrente: È competência da Justiça do Trabalho.
_ Compete à Justiça do Trabalho o julgamento de interdito proibitório para garantir o livre acesso de funcionários e clientes às agências bancárias, sob o risco de interdição, devido ao movimento grevista (Ag.Rg no CC 101.574-SP, 2ªS, j. em 25/3/2009, Info. 388). Súmula vinculante 23 do STF: Competência - Processo e Julgamento – Ação Possessória - Exercício do Direito de Greve - Trabalhadores da Iniciativa Privada: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Ações de terceiros atingidos por ilícitos no curso de greve:
1ª corrente: Competência da Justiça do Trabalho.
2ª corrente: Competência da Justiça Comum.
III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos etrabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,ressalvado o disposto no art.102, I, o;
Relembrando: O conflito de competência é um incidente processual queocorre quando dois órgãos judiciais proclamam-se competentes (conflitopositivo) ou incompetentes (conflito negativo) para processar e julgardeterminado processo.
_ Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado proferida por um dos juízes conflitantes.
_ Não poderá suscitar conflito a parte que já apresentou exceção de incompetência.
_ Serão dirimidos pelos TRTs os conflitos de competência suscitados entre Varas do trabalho da mesma região, entre juízes de direitoinvestido na jurisdição trabalhista da mesma região ou entre varas de trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista da mesma região (art. 808 da CLT).
_ Serão dirimidos pelo TST quando suscitado entre TRTs, entre varas do trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes (art. 808 da CLT).
_ Serão resolvidos pelo STJ os conflitos suscitados entre vara do trabalho e juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista
(art. 105, I, d da CF/88).
_ Serão resolvidos pelo STF quando suscitado entre TST e órgão de
outros ramos do Judiciário (art. 102, I, o da CF/88).
_ Não há conflito de competência entre TRT e Vara de trabalho e
nem entre o TRT e o TST (Súmula 420 do TST).
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar o pedido de indenização por danos morais e materiais intentados, em nome e em busca de direitos próprios, pelos herdeiros do empregado falecido em razão de acidente de trabalho.
É de acidente do trabalho qualquer causa que tenha como origem essa espécie de acidente, sendo irrelevante, para a definição da competência jurisdicional da Justiça do Trabalho, que a ação de indenização não tenha sido proposta pelo empregado, mas por seus sucessores. Resta assim superado o entendimento consubstanciado na súmula 366 do STJ (CC 101.977-SP, CE, j. em 16/9/2009, Info. 407).
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir.
DICA: O TST modificou a redação da Súmula 368, para reconhecer,apenas a execução de ofício das contribuições previdenciárias provenientes das sentenças condenatórias.
Quanto aos acordos firmados em Comissão de Conciliação Prévia, não é competente a Justiça do Trabalho para a execução das contribuições previdenciárias, devendo o INSS fazer o lançamento e execução fiscal fora da Justiça do Trabalho.Súmula 368 do TST I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho,quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário-de-contribuição.
II. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições
previdenciáriase fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo decondenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre ovalor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final,nos termos da Lei 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimento da CGJT nº
01/1996.
III. Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuraçãoencontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 queregulamentou a Lei 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado,no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se asalíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição.
Comentários: Inicialmente, a CF/88 não previa a execução das contribuições
previdenciárias na competência da Justiça do Trabalho.Com o advento da Emenda Constitucional 20/98 ficou estabelecida acompetência da Justiça do Trabalho para executar de ofício as contribuiçõessociais previstas no art. 195, I, a e II e seus acréscimos (art. 114, parágrafo2º da CF/88).
A Emenda Constitucional 45/2004 repetiu o conteúdo do dispositivo acima
mencionado, alterando a sua topografia passando a tratá-lo no inciso VIII.Esta linha do tempo é importante porque a CESPE é uma banca que adora abordar o histórico de criação das normas constitucionais.Agora, a súmula 368 do TST regulamenta o tema.
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É importante estudar o teor da recente OJ sobre a contribuição socialdecorrente do SAT:OJ 414 do TST. Competência da Justiça do Trabalho. Execução de ofício.Contribuição social referente ao seguro de acidente de trabalho (SAT). Arts.114, VIII, e 195, I “a”, da Constituição da República. (Divulgada no DeJT14/02/2012) Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, dacontribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que temnatureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I,“a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).
IMPORTANTE: A competência em razão da função (funcional) é aquela que se refere à distribuição das atribuições cometidas aos diferentes órgãos da Justiça do Trabalho. Esta competência geralmente é pouco cobrada em concursos, que abordam mais a competência das Varas do Trabalho.A competência funcional das Varas do Trabalho é exercida pelo juiz titular ou substituto e, está prevista nos artigos 652, 653 da CLT e 114 da CF.
DICA
Compete funcionalmente à Vara do Trabalho do local onde ocorreu lesãoou ameaça a interesses ou direitos metaindividuais (difusos, coletivos ou individuais homogêneos) processar e julgar ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho ou associação sindical (art. 83, III da Lei complementar 75\93 combinado com o art. 2º da lei 7.347\85 e o art. 93 da Lei 8.078\90.
A competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho está
inserida no art. 678 da CLT. Já a competência funcional dos presidentes dos Tribunais Regionais está prevista no art. 682 da CLT.
Competência do Tribunal Superior do Trabalho: A principal função do TST é uniformizar a jurisprudência trabalhista. Acompetência do TST está disciplinada pela Lei 7.701\88 e pela ResoluçãoAdministrativa 1.295\2008 que instituiu o Regimento Interno do TST. Oregimento interno do TST e a competência do TST são abordados em concurso
do TST, sendo raramente abordado em concursos para o TRT, poristo nãoentrei neste tema na aula passada.
Súmulas e Orientações Jurisprudências referentes à competência:
_ Súmula 367 do STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 nãoalcança os processos já sentenciados.
_ Em relação à competência há esta importante súmula do TST: A
cobrança de honorários advocatícios em relação a um cliente pelo advogado não poderá ser processada e julgada pela Justiça do Trabalho.
Súmula 363 do STJ Compete à justiça estadual processar e julgar a açãode cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.
_ Súmula 300 do TST considera a Justiça do Trabalho competente
para ações que objetivem o cadastramento do empregado no PIS.
1.6. Questões CESPE sem comentários:
1. (Juiz do Trabalho – TRT 24ª Região – 2006) Compete ao Ministério Público do Trabalho propor ações visando a declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores.
2. (Juiz do Trabalho – TRT 24ª Região – 2006) III. O empregado e o empregador, no contrato de emprego, podem estabelecer foro de eleição.
IV. Quando dois ou mais juízos se derem por incompetentes, dá-se o conflito de competência negativo. Possível é o conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada, o qual será dirimido pelo TST.
3. (CESPE – Analista Judiciário – TST/2007) São órgãos da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e os tribunais regionais dotrabalho (TRTs), que detêm competências originárias ou recursais, e os juízesdo trabalho, integrantes do primeiro grau de jurisdição trabalhista, queprocessam e julgam as causas não-previstas na competência originária dos referidos tribunais.
4. (CESPE – Analista Judiciário – TRT 17.ª Região/ES - 2009) Em face dos serviços auxiliares da justiça do trabalho, julgue os itens a seguir.89 A secretaria da vara do trabalho é responsável pela contagem das custasevidas pelas partes, em seus respectivos processos.
5. (CESPE – Analista Judiciário – TRT 17.ª Região/ES - 2009) Em facedos serviços auxiliares da justiça do trabalho, julgue os itens a seguir.Na falta ou no impedimento do oficial de justiça ou do oficial de justiçaavaliador, o juiz da vara pode atribuir a realização do ato a qualquer serventuário.
92 A realização das penhoras e demais diligências processuais não está entre
as atribuições da secretaria da vara do trabalho.
6. (CESPE – Analista Judiciário – TRT 17.ª Região/ES - 2009) Em face
dos serviços auxiliares da justiça do trabalho, julgue os itens a seguir.
93 É facultado aos presidentes dos TRTs cometer a qualquer oficial de justiça
ou oficial de justiça avaliador a realização dos atos de execução das decisões
desses tribunais.
94 Em todas as localidades onde existe vara do trabalho há um distribuidor, o
qual deve fazer a distribuição segundo a ordem rigorosa de entrada.
7. (CESPE – TRT 17.ª Região/Analista Judiciário – Área: Judiciária –Execução de Mandados /2009) A carreira do Ministério Público do Trabalhoserá constituída pelos cargos de subprocurador-geral do trabalho, procuradorregional do trabalho e procurador do trabalho,sendo que o cargo inicial dacarreira é o de procurador do trabalho e o do do trabalho.
8. (CESPE - Exame de Ordem 2007-3) Um conflito de competência existente entre um juiz do trabalho e um juiz federal deve ser julgado
A) pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
B) por um tribunal regional federal.
C) pelo STJ.
D) pelo STF.
9. (CESPE - Exame de Ordem 2007-3) Alfredo, empregado da Empresa Mala Direta S.A., ao perceber que a empresa não havia providenciado o seu,cadastro no PIS, procurou a diretoria da empresa para sanar a omissão,obtendo como resposta que a empresa não tomaria qualquer providência a esse respeito. Nessa situação, caso Alfredo venha a demandar contra a empresa, objetivando o cadastramento no PIS, ele deve mover a ação perante
A) a justiça federal.
B) a justiça comum estadual.
C) o STJ.
D) a justiça do trabalho.
QUESTÃO
10. (CESPE - Exame de Ordem 2007-3) Assinale a opção correta,considerando que, em determinado processo, tenha sido sugerido haver conflito de competência funcional entre o TRT e uma vara do trabalho a ele vinculada.
A) Não se configura conflito de competência entre TRT e vara do trabalho a ele
vinculada.
B) O TRT deverá julgar o conflito.
C) O TST deverá julgar o conflito.
D) O STF deverá julgar o conflito.
11. (CESPE- Exame de Ordem 2007-3) Suponha-se que um empregadotenha sido demitido sem justa causa da empresa para que trabalhava e queesta não lhe tenha fornecido as guias do seguro desemprego. Nessa situação,caso o empregado tenha interesse em mover algum tipo de ação contra aempresa para obter indenização pelonão-fornecimento das guias do segurodesemprego, ele deve ingressar com ação
A) em vara cível da justiça comum estadual.
B) na justiça do trabalho.
C) na justiça federal.
D) em juizado especial cível da justiça comum estadual.
12. (UnB/CESPE – SERPRO/2008) Julgue certo ou errado.
93 Os crimes contra a organização do trabalho devem ser julgados por juiz
federal.
13. (UnB/CESPE – TRT 17.ª Região/Analista Judiciário – Área:Judiciária – Execução de Mandados /2009) Com base na organização doMinistério Público do Trabalho, julgue os itens subsequentes.
87 Entre os órgãos do Ministério Público do Trabalho está o Conselho Nacional
do Ministério Público.
14. (CESPE – TRT/1.ª Região - Analista Judiciário – Área: Judiciária –Especialidade: Execução de Mandados – 2008) Considerando o direitoprocessual do trabalho, assinale a opção correta.
A) Compete ao STJ dirimir conflitos de competência entre juízes trabalhistas
vinculados a tribunais regionais do trabalho diversos.
B) Na lide trabalhista, compete ao TRT dirimir conflito de competência
verificado, na respectiva região,entre juiz estadual e juiz do trabalho.
C) A incompetência absoluta de juiz do trabalho para apreciar matéria
referente a crime por exemplo, de falso testemunho, a ser julgado perante juiz
de direito, na justiça estadual, pode ser declarada pelo respectivo tribunal de
justiça .
D) Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, a nova regra de competência
contida da Emenda Constitucional 45/2004, que alterou o art. 114, da CF,
alcança processos em curso, independentemente da existência, ou não, de
sentença de mérito.
E) O Código Tributário Nacional coloca o crédito fiscal em situação mais
privilegiada que os créditos trabalhistas.
15. (CESPE/Analista Judiciário - Área Judiciária/TRT – 5ªRegião/2008) Julgue os itens seguintes, a respeito da competência:
81. Considere a seguinte situação hipotética. Um juiz federal declarou de ofício
a sua incompetência relativa e remeteu o processo para o juízo de direito quese considerou competente para o julgamento do feito. Nessa situação, o magistrado não poderia ter assim procedido, pois a incompetência relativa nãopode ser declarada de ofício; faz-se necessário que o réu argua exceção de incompetência na primeira oportunidade de manifestação nos autos.
82. Na hipótese de estarem correndo em separado ações conexas perante juízes que tenham a mesma competência territorial, considerar-se-á preventoo juiz do processo no qual, em primeiro lugar estiver ocorrido a citação válida.
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Gabarito:
1. 4. 7. 10. 13.
2. 5. 8. 11. 14.
3. 6. 9. 12. 15.
Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
Súmula 300 do TST Competência - Processo e Julgamento - AçãoRelativa ao Cadastramento no Plano de Integração Social (PIS).Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de empregados contraempregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social(PIS).
Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre TribunalRegional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
Súmula 389 do TST Seguro-desemprego. Competência da Justiça do Trabalho. Direito à indenização por não liberação de guias.I Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. II - O não fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização.
Princípios gerais do processo trabalhista (aplicação subsidiária do CPC).
2.1. Princípios: Os Princípios são formas de integração da norma jurídica, isto porque eles atuam como fonte de integração das normas jurídicas objetivando suprir as lacunas existentes, uma vez que o juiz não poderá eximir-se de sentenciar alegando omissões ou lacunas nas normas jurídicas.
_ Para o jurista Norberto Bobbio os princípios são normas,observem:“normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, as normas mais gerais. A palavra princípios leva a engano, tanto que é velha questão entre os juristas se os princípios gerais são normas. Para mim não há dúvida: os
princípios gerais são normas como todas as outras. Para sustentar que osprincípios gerais são normas os argumentos são dois, e ambos válidos:antes de mais nada, se são normas aquelas das quais os princípios geraissão extraídos, através de um procedimento de generalização sucessiva, nãose vê pó que não devam ser normas também eles: se abstraio da espécie animal obtenho sempre animais e não flores ou estrelas. Em segundo lugar,a função para a qual são extraídos e empregados é a mesma cumprida por todas as normas, isto é a função de regular um caso. E com que finalidadesão extraídos em caso de lacuna? Para regular um comportamento nãoregulamentado:mas então servem ao mesmo escopo a que servem asnormas expressas. E por que não deveriam ser normas?”
Exemplificando:
No exemplo de Adalgisa e Maria das Dores, o juiz não poderia deixarde resolver o conflito de interesses que lhe foi submetido através daação interposta por Adalgisa. Sendo assim, ele terá que proferir uma sentença (estudaremos nas próximas aulas), que é a decisão em relação ao conflito entre as partes.Caso a lei não regulamente o direito postulado por Adalgisa, o juiz mesmo assim deverá proferir decisão na causa (sentenciar), isto porque ele não poderá alegar lacuna na lei e eximir-se de proferir
decisão na ação. Para tal, ele poderá utilizar-se das fontes deintegração da norma jurídica, dentre elas os princípios de processo do trabalho.
DICA: O art. 769 da CLT, muito abordado em provas de concursos, autoriza a
aplicação subsidiária do Direito Processual Civil ao Direito Processual doTrabalho, como fonte subsidiária para suprir lacunas ou omissões, ressaltandoque a aplicação somente será possível quando não colidir com os princípios ecom as normas de Direito Processual do Trabalho.
Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processualcomum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho,exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.A seguir apresentarei a classificação dos princípios adotada por CarlosHenrique Bezerra Leite.
A) Princípios Gerais do Processo:
A.1. Princípios Informativos:
⇒ Lógico,
⇒ Jurídico
⇒ Político
⇒ Econômico
A. 2. Princípios Fundamentais:
⇒ Princípio do Devido Processo Legal
⇒ Princípio do Contraditório
⇒ Princípio do Juiz Natural
⇒ Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição
⇒ Princípio da Ampla Defesa
⇒ Princípio da Fundamentação das decisões
B) Princípios Peculiares do Processo do Trabalho:
⇒ Princípio do Dispositivo
⇒ Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório
⇒ Princípio da Oralidade
⇒ Princípio da Identidade física do juiz
⇒ Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias
⇒ Princípio do “Jus Postulandi” das partes
⇒ Princípio da conciliação
⇒ Princípio da Concentração dos Atos Processuais
⇒ Princípio da Imediatidade ou Imediação
⇒ Princípio da Extrapetição
A) Princípios Gerais do Processo:
A1) Princípios Informativos:
_ Lógico: Caracteriza-se pela seleção dos meios mais eficazes e rápidospara descobrir a verdade e evitar o erro.
_ Jurídico: è a garantia de igualdade de tratamento às partes e Justiça nasdecisões.
_ Político: Caracteriza-se por objetivar a máxima garantia social com o mínimo de sacrifício à liberdade individual.
_ Econômico: Objetiva fazer com que as lides não sejam tão dispendiosas ou demoradas e em propiciar o acesso do hipossuficiente (parte mais fraca da relaçãojurídica) ao Poder judiciário através dos institutos da assistência judiciária e justiça gratuita.
A2) Princípios Fundamentais:
_ PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: É assegurado ao cidadão o direito de ser processado nos termos da lei, garantindo o contraditório,a ampla defesa e o julgamento imparcial.
Art.5º LIV CRFB/88 “Ninguém será privado da liberdade ou de seus benssem o devido processo legal'.
_ PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: É um princípio fundamental que assegura às partes a garantia de serem ouvidas no processo sobre a manifestação da outra parte e expor argumentos contrários a seu favor.
Art.5º LV CRFB/88 “Aos litigantes em processo judicial ou administrativo,e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampladefesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
_ PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: Todos têm direito de ser julgados por juiz independente e imparcial, como órgão legalmente criado e instalado antes do surgimento da lide. A própria Constituição Federal como forma de garantir o Princípio do juiz natural proíbe tribunal de exceção que são aqueles que são instituídos para o julgamento de determinadas pessoas
ou crimes.
Art.5º LIII CRFB/88 “Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.”
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE/INDECLINABILIDADE: Está
expresso no art. 5º XXXV da CRFB/88 “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. A jurisdição não poderá ser transferida e nem delegada a outro órgão ou Poder.
Art. 126 CPC “o juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe- á aplicar as normas legais, não as havendo, recorrerá á analogia,aos costumes e aos princípios gerais do direito.”
_ PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: Assegura às partes envolvidas no
processo a produção de provas de maneira ampla, desde que lícitas. Está expresso no art. 5º LV CRFB/88.
_ PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES: Segundo este princípio, todas as decisões precisam ser fundamentadas sob pena de nulidade (art. 93 IX CRFB/88).
B) Princípios Peculiares ao Processo do Trabalho:
_ Princípio do Dispositivo: Informa que nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos caso se formas legais. É também conhecido como Princípio da Inércia da Jurisdição, que está consagrado no art. 2º do CPC.
No direito processual do trabalho há exceções ao princípio do dispositivo,como, por exemplo, a possibilidade da reclamação trabalhista ser instaurada de ofício e a possibilidade da execução ser promovida ex officio pelo juiz (art. 878 da CLT).
Art. 2º CPC Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais.
_ Princípio do Inquisitivo ou Inquisitório: O juiz tem a função de prestar a tutela jurisdicional, solucionando o conflito de interesses das partes que lhe é apresentado, tendo assim a função de impulsionar oprocesso na busca da solução do litígio. Vide art. 262 do CPC e 765 da CLT e 856 da CLT.
_ Princípio da Oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes.
Todos os exemplos dados no quadro acima serão estudados de forma aprofundada no momento próprio, por ora quero que vocês apenas guardem que eles são exemplos de atos praticados com através da manifestação verbal.
_ Princípio da Identidade física do juiz: Determina que o juiz que colheu as provas, ou seja, instrui o processo, deverá proferir a sentença.Tal princípio aplica-se ao processo Civil, porém ao Processo do trabalhoeste princípio não será aplicado, em face do que dispõe as Súmulas 136 do TST e 222 do STF. Súmula 136 do TST Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz.
_ Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias: No Processo do Trabalho as decisões interlocutórias não serão recorríveis de imediato, conforme estabelece o art. 893 § 1º da CLT, que somente permite apreciação das mesmas no recurso da decisão definitiva, geralmente no recurso ordinário. Decisão Interlocutória é o ato pelo qual o juiz no curso do processo resolve
questão incidente.
Art. 893 da CLT Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I - embargos;
II - recurso ordinário;
III- recurso de revista;
IV- agravo.
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
A Súmula 214 do TST traz hipóteses de exceção ao princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, quando o TRT proferir decisão interlocutória contrária a alguma Súmula e OJ do TST a parte poderá recorrer desta decisão. Quando a decisão interlocutória for passível de recurso para o mesmo Tribunal a parte prejudicada poderá recorrer desta decisão e quando for acolhida exceção de incompetência territorial relativa (estudaremos na aula sobre exceção, contestação e reconvenção) com remessa do processo para outro TRT a parte poderá recorrer da decisão interlocutória.
Neste sentido a Súmula 214 do TST!
Súmula 214 do TST Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
_ Princípio do “Jus Postulandi” das partes: Empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
DICA: A recente Súmula 425 do TST é tema certo de cair em prova. É oportuno frisar, que somente no âmbito da Justiça do trabalho eles poderão postular sem advogados (Varas de Trabalho/Tribunais Regionais doTrabalho).
SÚMULA 425 do TST O Jus Postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
_ Princípio da conciliação: O art. 764 da CLT dispõe que todos os dissídios sejam coletivos ou individuais deverão estar submetidos à conciliação na Justiça do Trabalho.
Art. 764 da CLT Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título.
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. As propostas de conciliação obrigatórias são duas no procedimento ordinário: antes do recebimento da contestação e após razões finais. É oportuno lembrá-los que as propostas são obrigatórias nestes dois
momentos processuais, mas que a qualquer tempo, o juiz poderá tentar a conciliação sempre que possível.O Termo de Acordo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, somente podendo ser atacado por Ação Rescisória, sendo considerado um título executivo judicial.
Para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe são devidas em face do acordo celebrado, o que for lavrado não valerá como decisão irrecorrível.
Princípio da Concentração dos Atos Processuais: Este Princípio objetiva a que a tutela jurisdicional seja prestada, no menor tempo possível, concentrando-se os atos processuaisem uma única audiência.
A audiência será contínua, porém o art. 849 da CLT preceitua que caso não seja possível concluí-la no mesmo dia o juiz poderá designar nova data para prosseguimento.
Princípio da Imediatidade ou Imediação: Este princípio permite um contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos e terceiros e com a própria lide objetivando formar o seu livre convencimento motivado determinado pelo Princípio da Persuasão Racional no que tange às provas.
Princípio da Extrapetição: Em casos expressamente previstos em lei, o juiz poderá condenar o réu por pedidos não postulados expressamente pelo autor na petição inicial.
Exemplificando: Como exemplo de aplicação deste princípio no âmbitolaboral pode citar: a aplicação de juros e correção monetária (Súmula 211 do TST), a fixação de gozo de férias por sentença fixando pena diária de 5% do salário-mínimo (art.136 §2º da CLT), dentre outros.
Súmula 211 do TST JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.
2.2. Princípios do Processo Civil aplicáveis ao processo do trabalho: Os princípios importantes do processo civil aplicados ao processo do trabalho são:
Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial: Este princípio está consagrado no art. 262 do CPC. No processo do trabalho o art. 765 da CLT permite ao juiz determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento das causas, o que caracteriza o impulso oficial.
Art. 262 do CPC O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Princípio da Instrumentalidade: O processo não é um fim em si
mesmo, mas um instrumento da Justiça. Assim, o processo deverá estar a serviço do direito material, sendo um instrumento para a realização deste.
O princípio da instrumentalidade é também conhecido como princípio da finalidade, segundo o qual quando a lei prescrever determinada forma, sem cominar nulidade o juiz considerará válido o ato, se realizado de outro modo lhe alcançar a finalidade (artigos 154 e 244 do CPC).
Princípio da Impugnação Especificada: Este princípio está presente no art. 302 do CPC estabelecendo que caberá ao réu manifestar-se sobre os fatos narrados na petição inicial, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos não impugnados. O ônus atribuído ao réu somente não ocorrerá: a) Quando não for admitida a confissão a respeito dos fatos não impugnados. b) Quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato. c) Quando estiverem em contradição com a defesa considerada em seu conjunto.
Princípio da Estabilidade da Lide: Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, este princípio informa que se o autor já propôs a sua demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá mais o autor modificar a sua pretensão sem a anuência do réu e, depois de ultrapassado o momento de defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isto será possível.
Princípio da Eventualidade: Este princípio está consagrado no art. 300 do CPC competindo ao réu alegar na contestação toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Princípio da Preclusão: O art. 245 do CPC estabelece que a nulidade
dos atos deverá ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Este princípio encontra-se expresso no art. 795 da CLT.
O parágrafo único do art. 245 traz exceções: A primeira é que a preclusão não será aplicada quando o juiz deva decretar de ofício a nulidade e a segunda exceção ocorrerá quando a parte provar legítimo impedimento para a prática do ato.
Princípio da Economia processual: Consiste em obter da prestação jurisdicional o máximo de resultado com o mínimo de esforço, evitando se gastos desnecessários para os jurisdicionados.
Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis: Está previsto no art. 87 do CPC, segundo o qual a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.
Princípio do ônus da Prova: Previsto no art. 333 do CPC e no art. 818
da CLT. Art. 818 da CLT A prova das alegações incumbe à parte que as fizer. Art. 333 do CPC O ônus da prova incumbe:
I- ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor;
Princípio da oralidade: Caracteriza-se pela prática de atos processuais verbais, ou seja, pelo uso da palavra oral, principalmente nas audiências, seja pelo Juiz ou pelas partes.
Princípio da Lealdade Processual: Impõe aos litigantes uma conduta
moral, ética e de respeito mútuo. Está consagrado nos artigos 16, 17 e 18 do CPC.
Não poderemos nos esquecer do princípio da congruência, segundo o qual o juiz deverá ao julgar a ação ficar adstrito ao que foi pedido pelo autor em sua petição inicial.
2.3. Aplicação Subsidiária do Código de Processo Civil:
O art. 769 da CLT autoriza a aplicação subsidiária do Direito Processual Civil ao Direito Processual do Trabalho, como fonte subsidiária para suprir lacunas ou omissões, apenas ressalta tal artigo que a aplicação somente será possível quando não colidir com os princípios e com as normas de Direito Processual do Trabalho.
Art. 769 da CLT Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
DICA: Em relação à aplicação subsidiária do Código de Processo Civil as bancas cobram muito dois artigos que estudaremos de forma mais aprofundada na aula de execução: o art. 889 e o art. 882 da CLT. É importante já mencionar que em relação ao processo de execução a lei dos executivos fiscais será utilizada como fonte subsidiária conforme estabelece o art. 889 da CLT. E, também que o art. 882 da CLT determina a prevalência do CPC em relação à ordem de nomeação de bens à penhora.
Art. 889 da CLT - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Art. 882 da CLT O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código de Processo Civil.
		PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTO ESPECIAL TRABALHISTA1 – Procedimento sumaríssimo
A inspiração do procedimento sumaríssimo na justiça do trabalho foi a Lei 9099/95 (lei dos juizados especiais). Seu objetivo foi proporcionar economia, celeridade e eficácia da prestação jurisdicional no processo do trabalho nos conflitos de pequena monta.É de se dizer que no procedimento sumaríssimo as causas não são de menor complexidade (admitindo-se inclusive a perícia), o valor de suas causas é que é reduzido.Sua base legal está no art. 852/A a 852-I da CLT; 895, §1º e 2º da CLT; art. 895, §6º daCLT; art. 897-A, também da CLT.O procedimento sumaríssimo é cabível nos dissídios individuais até 40 salários-mínimos
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. Não sendo cabível nas ações coletivas.Excluem-se do procedimento sumaríssimo a Administração Pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A, parágrafo único). Logo, sujeitam-se ao procedimento sumaríssimo as empresas públicas e as sociedade de economia mista.
1.1 – Petição inicial
O pedido deve ser certo e determinado (art. 852-B, I, CLT), em que pese o texto
Pedido certo é aquele que vem expresso, claro, não deixando dúvida do que se pretende.Ex. pagamento de horas extras.Pedido determinado é aquele que tem limites estabelecidos, que está perfeitamentecaracterizado. Ex.: pedido de 2 horas extras por dia, de Segunda a Quinta, de setembro anovembro.A inobservância desse requisito importará no arquivamento da reclamação(extinção do processo sem julgamento do mérito) – art. 852-B, §1º, CLT. Todavia, há quementenda que deve ser concedido prazo (10 dias) para que o autor emende a inicial.OBS.: o pedido genérico é excepcionalmente possível quando o mesmo não puder ser determinado desde logo. Ex.: pedido de equiparação
1.2 - Citação
O Reclamante deve indicar corretamente o nome e o endereço do reclamado. Não haverá citação por edital.Diante da inobservância desse requisito, os juízes têm determinado a conversão para o rito ordinário e promovendo a citação por edital.
1.3 - Procedimento
A citação será pelo correio ou oficial de justiça, não cabendo a citação por edital(art. 852-B, II, CLT).As mudanças de endereço das partes devem ser imediatamente comunicadas ao juiz, pena de considerar válidas as intimações feitas (art. 852-B, §2º, CLT).A apreciação da reclamação deve ser efetivada em até 15 dias (art. 852-B, III,CLT), podendo inclusive constar de pauta especial. É o que de fato ocorre, só que o prazo de 15dias normalmente não é observado, devido ao enorme movimento das varas.
1.4 - Audiência
Deve ser una (art. 852-C), podendo ser presidida pelo juiz titular ou substituto.A conciliação não é obrigatória nos mesmos moldes do procedimento ordinário. Oart. 852-E dispõe que o juiz esclarecerá as partes sobre as vantagens da conciliação tentando persuadi-las para alcançá-la.A ata de audiência será resumida (art. 852-F).Os incidentes (ex.: litispendência, coisa julgada, conexão, etc) e exceções serãodecididas de plano pelo juiz (art. 852-G). As demais questões serão decididas na sentença.
1.5 – Sistema probatório
O juiz tem liberdade para dirigir o processo.O ônus probatório será distribuído pelo juiz de acordo com a experiência comumou técnica (art. 852-D). O que já era assegurado pelo art. 765, CLT.Todas as provas serão produzidas em audiência, ainda que não previamenterequeridas (art. 852-H).Haverá no máximo 2 testemunhas (art. 852-H, §2º), que comparecerãoindependentemente de intimação. A condução coercitiva da testemunha será possível quando,intimada, não comparece (art. 852-H, §3º)É possível a prova pericial quando a prova do fato exigir (ex.: insalubridade e periculosidade). Não há indicação de assistente técnico.
1.6 – Sentença
O juiz deve resumir os fatos relevantes, sendo dispensado o relatório.O juiz adotará a decisão mais justa e eqüânime.A intimação da sentença será na própria audiência.
1.7 – Sistema recursal
Tem que fazer o depósito recursal e deve obedecer aos pressupostos extrínsecos eintrínsecos dos recursos.
  
APOSTILA DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
A)Recurso ordinário – art. 895, §§ 1º e 2º, CLT – prazo de 8 dias. Serãoimediatamente distribuídos. O relator deverá liberá-lo no prazo máximo de 10dias e será imediatamente colocado em pauta. O MPT dará parecer oral seentender necessário. O acórdão consistirá em certidão de julgamento comresumo do processo e das razões de decidir. Se a sentença for confirmada,servirá de acórdão.B)Recurso de revista – art. 896, §6º - possível quando a decisão contrariar enunciado do TST ou violar diretamente a CRFB/88. Prazo 8 dias.C)Embargos declaratório – art. 897-A, CLT – prazo de 5 dias. É cabívelinclusive com efeitos modificativos, neste caso, o juiz deve abrir vista paracontra-razões (OJ. 142, SDI-1, TST)

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