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resumo de GESTALT TERAPIA

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GESTALT TERAPIA - RESUMO
CONCEITOS BÁSICOS 
CAMPO ORGANISMO-MEIO – o homem é um ser em permanente relação com o meio que o cerca, e por isso, toda investigação, seja biológica, psicológica ou sociológica, dever partir dessa interação, ou seja, a interação entre indivíduo e meio. 
AUTO-REGULAÇÃO ORGANÍSMICA (HOMEOSTASE) – é o processo pelo qual o organismo interage com seu meio, ou processo pelo qual o organismo satisfaz suas necessidades na busca pelo equilíbrio que é sempre dinâmico. A satisfação de uma necessidade traz equilíbrio ao indivíduo, enquanto o surgimento de uma nova necessidade o desequilibra, gera tensão, e o motiva na busca de uma nova satisfação. 
CONTATO – circula entre a manutenção do já existente(preservação) e a necessidade da assimilação da novidade(crescimento). É manter a preservação e possibilidade de crescimento. 
O contato implica em ação e rejeição, em aproximação e afastamento, este movimento de alternância é saudável, já que acredita-se que nem todo contato é saudável e nem toda fuga é disfuncional. A alternância permite que o indivíduo vá para a fronteira, faça contato, se transforme e volte para si e só assim ele terá a diferenciação dele e do outro, do que é dele e do que é do outro. 
A origem do contato é uma sensação, que leva a uma sensação, que leva a uma ação, que responde a necessidade emergente, e o processo se encerra, quando o organismo chega no equilíbrio e novas figuras começam a se formar. Assim o contato é o processo de formação de uma figura contra um fundo, no campo organismo/meio, é um processo contínuo de surgimento de figuras que ativam o organismo como um todo, seu sistema vegetativo, sensorial, motor e cognitivo. 
FRONTEIRA DE CONTATO – é ao mesmo tempo o ponto de divisa e o ponto de união, à medida que delimita, ela não é fixa, possibilita o encontro com o novo, o diferente. É na fronteira de contato que pode ocorrer mudança, transformação. O indivíduo precisa aproximar-se ou retrair-se na fronteira contato a fim de satisfazer suas necessidades. A fronteira de contato 
não separa o indivíduo do ambiente, ela o contem, protege e delimita. A fronteira é sentida tanto como contato ou como isolamento, onde o individuo experiência através de um ponto pulsante de energia sua experiência com o EU em relação ao NÃO EU. É a fronteira de contato contem os eventos psicológicos como ações, emoções, e também os pensamentos que ocorrem nesse limite, são a forma de o individuo vivenciar esses fatos limítrofes. 
SUPORTE – é a inter-relação de partes que compõem a totalidade do homem. Essas partes referem-se as dimensões orgânicas, emocionais, cognitivas e culturais do indivíduo. O AUTO-SUPORTE, é desenvolvido gradativamente, o terapeuta será uma facilitador do processo gradual de passagem do apoio em suportes de outros para o reconhecimento e a criação de 
recursos próprios do indivíduo, para que possa, então, estabelecer contatos plenos. 
AJUSTAMENTO CRIATIVO – refere-se a capacidade do indivíduo de interagir ativamente com o ambiente na fronteira de contato, adaptando, sempre que necessário, a demanda das necessidades as possibilidades e atendimento do ambiente. Implica uma relação saudável do indivíduo com o meio a medida que favorece a homeostase ou auto-regulação a partir da satisfação das necessidades. Ou seja, o relacionamento entre individuo e seu meio onde ha responsabilidade da pessoa em reconhecer e conduzir de modo bem-sucedido sua própria vida. Além disso, é capaz de criar condições vantajosas para o seu bem estar. 
1 - Experiência 
 Sendo um método psicoterápico fundamentado na experiência, esse conceito é posto como cerne da Gestalt - terapia. É a partir da experiência humana no mundo que um sentido ou não-sentido pode se estabelecer. 
2 - Campo 
2 - O campo é o local de presença e atravessamento onde primeiro se apresenta o sentido da experiência. Não é um local espacial, mas sim a própria estrutura do devir. Compõe-se pelo organismo e pelo ambiente que juntos formam uma totalidade não-dicotômica. 
3 - Awareness 
2-1 - Estrutura 
 A estrutura diz respeito à configuração do campo. O campo está sempre movimentando -se para buscar a melhor configuração possível, de forma que o equilíbrio do campo é sempre provisório.
É o processo que tem início quando ocorre o choque p
3 - É o fluxo da experiência aqui - agora, o saber da experiência. Esse saber nunca é explícito ou reflexivo. Funciona no modo médio e é um processo que envolve contato, sentimento, excitamento e formação de gestalten. 
4 - Contato 
rovocado pela apresentação de uma novidade no campo. Envolve awareness das novidades assimiláveis ou rejeição das inassimiláveis. É através do contato que posso pensar minha existência. 
4.1 -Fronteira de Contato 
 Não é uma fronteira espacial, mas sim experiencial. Trata-se do local onde o contato tem início, é a divisão entre eu e mundo. A fronteira tem permeabilidade para permitir o contato e impermeabilidade para manter a identidade e autonomia do sujeito. 
4.2 - Ajustamento criativo Refere-se ao movimento ativo do sujeito para orientar-se segundo as exigências que o campo lhe apresenta. Tal movimento é entendido como criativo, pois tanto para sanar suas necessidades organísmicas quanto para que ocorra um contato que promova crescimento, é preciso inventar, adaptar-se criativamente junto das mudanças constantes do campo. O ajustamento criativo não provém de uma necessidade interior, mas de uma relação de campo.
5 - Modo Médio É um modo de existir no mundo que situa-se entre um viver totalmente passivo e um totalmente ativo. Sugere uma relação organismo/mundo em que ambos influenciam-se mutuamente. O sistema self e a awareness funcionam no modo médio, pois requerem um engajamento na ação e, ao mesmo tempo, uma aceitação do devir.
6 - Self - Em Gestalt-terapia é concebido como contato, e, sendo o contato um processo cíclico, o self situa-se no centro do ciclo, com suas funções operando de modo a conduzir a relação com o mundo. O self tem uma antecedência ontológica em relação ao contato, e, por tratar-se o contato de um processo que ocorre na relação organismo/ambiente, podemos perceber que o self aqui não se trata de um ente que subsiste em si próprio independente do mundo, mas sim como uma continuidade que, no entanto, modifica-se conforme o campo. Conceber o self como contato indica que, na Gestalt-terapia, o sentido de si mesmo só pode ser pensado a partir da relação do eu com o mundo.
Eixos da Experiência
Dialogicidade - A dialogicidade faz referência ao movimento das forças opostas, sem que essas sejam dicotômicas, mas perfaçam uma unidade. Toda a abordagem gestáltica é pensada dialeticamente.
Alteridade - A experiência do contato é sempre de contato com outro. É através do encontro com o não o que o eu se constrói e dá significado a si mesmo. 
Temporalidade - O sujeito em Gestalt-terapia é inseparável da ideia de temporalidade, pois se a experiência é o que faz o sujeito, é temporalmente que se pode pensar a experiência. É o movimento infindável do tempo que possibilita as mudanças constantes no campo organismo/ambiente e somente tendo uma atitude espontânea em relação a esse devir que é possível ter-se uma experiência. 
Corporeidade - Diferentemente de outras abordagens da psicologia, na Gestalt-Terapia o corpo não só é levado em consideração como é fundamental. É com o corpo que estamos presentes no mundo, e o corpo sempre se dirige intencionalmente ao mundo. O contato se dá primeiro no corpo, a nível sensório. É nele que as apresentações do campo primeiro reverberam, de forma pré-reflexiva. 
O CONCEITO DE NEUROSE EM GESTALT TERAPIA 
 
 
I- A definição de Neurose 
 
Os teóricos da Gestalt Terapia des envolveram uma 
compreensão dos processos patológicos do desenvolvimento a 
partir do estudo dos processos de auto-regulação organísmica 
e das fo rmas saudáveis de funcionamento da fro nteira de 
contatono campo organismo/meio. 
 
 Para p odermos definir o conceito de neurose d entro dessa 
abordagem, precisamos partir da idéia de totalidade e de 
campo orga nismo/meio. O p ressuposto de que o rganismo e m eio 
constituem partes de um me smo t odo, onde um influencia o 
outro e m constante relação de mutualidade, é um dos 
paradigmas centrais da Gestalt Terapia. A outra idé ia 
importante é que o o rganismo é uma unidade integrada que se 
relaciona constantemente com seu meio e o órgão pelo qual se 
dá essa re lação é definido como f ronteira de contat o. Tudo 
que se passa n o organismo, no nível sensorial ou motor, se dá 
na fronteira de contato e é semp re uma fun ção da int eração 
organismo/meio. Neste sentido, o estudo da neurose ou da 
forma c om o indivíduo at ua em seu m eio é o estudo dos 
processos da fronteira de contato. (Tenório, 1994) 
 
 A Gestalt Terapia acredita, portanto, que qualquer 
comportamento é sempre uma função do c ampo organismo/meio. 
Nesta perspectiva, v ai ser uma relação de co nflito existente 
entre o organismo e se u meio que inicialmente vai determinar 
a neurose, embora aconteça depois um processo de 
internalização d esse conflito. Sobre isso, Perls (1975) 
esclarece: 
 
 “O conflito mais importante que pode 
gerar um a personalidade integra da ou 
neurótica é o conflito entre as 
necessidades sociais e biológic as do ser 
humano. (...) En tretanto, com muita 
freqüência, o autocontrole so cialmente 
exigido pode ser conseguido à s custas da 
desvirtualização ou deteriorização de 
grande p arte das fu nções da p ersonalidade 
humana, gerando as neuroses individuais e 
coletivas”.(pp.78-79).
O CONCEITO DE NEUROSE EM GESTALT TERAPIA
RESUMO 
 
De acordo com a abordagem gestáltica, a neurose é o resultado de processos inconscientes, repetitivos e obsoletos de interrupção do contato, gerando uma distorção na percepção da realidade, dificultando a recuperação do equilíbrio no campo organismo/meio e impedindo o crescimento o self. A neurose é, portanto, um enfraquecimento das funções de ego do self, resultando numa perda de fluidez entre contato e retraimento, estabelecendo-se uma fixação da fronteira em uma dessas polaridades. A necessidade organísmica primordial, e que está na base do desenvolvimento da neurose, é a fome. Neste sentido, a agressividade oral, através da mordida e da mastigação, é uma importante resistência contra as imposições do meio; é a capacidade para desestruturar o alimento, para que este possa ser devidamente assimilado pelo organismo. 
A assimilação através da mastigação está na base do desenvolvimento saudável, enquanto a introjeção está na base do desenvolvimento neurótico da personalidade.
A Psicologia da Gestalt 
Antes de discorrer sobre o tema, convém conhecer brevemente o conceito da Psicologia da Gestalt e sua história. Ela é considerada uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas, pois seus fundadores preocuparam-se em torná-la tanto em uma conjectura consciente quanto em uma metodologia forte, que garanta a sua consistência (SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, E., 2005). 
Entre os principais fundadores, se destacam Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, baseando nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). 
O mentor da Gestalt, Wolfgang Köhler em 1912, assumiu a posição de pai desta abordagem por ter sido o porta-voz do movimento, porém Wertheimer impulsionou a abordagem com o fenômeno Phi, sendo este a ilusão de dois focos de luz fixos, movimentando de um lado a outro. Kurt Lewin contribuiu com os conceitos de Teoria de Campo, o qual explica o comportamento da pessoa com base no seu círculo de influência, e também o Espaço Vital, que são as grandes experiências obtidas e acumuladas pela pessoa. Quanto a Bluma Zeigarnik, esta entrou para a história da 
Gestalt com o conceito Fenômeno Zeigarnik, se referindo ao recordar, onde a pessoa tende a se lembrar mais facilmente das tarefas incompletas ou não concluídas, do que das já realizadas (SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, E. 2005, p. 319 -327). 
A palavra Gestalt deriva-se do alemão e significa dar forma, dar uma estrutura significante, porém para alguns escritores esta palavra significa configuração e inteireza. 
Heidbreder (1933 apud SCHULTZ, D.; SCHULTZ, E., 2005, p. 327), afirma que: A Psicologia da Gestalt tenta retomar a percepção simples, à experiência imediata [...] e insiste em afirmar que não encontra ali conjuntos de elementos, mas unidades completas; não massas de sensações, mas árvores, nuvens e céu. Essa afirmação convida todos à verificação, simplesmente abrindo os olhos e olhando apenas para o mundo de forma simples e cotidiana. 
Portanto a abordagem gestáltica visa a percepção em um todo, e a tentativa de 
reduzi-la em elementos a destrói. A Gestalt se p reocupa e foca na pessoa quanto ao seu presente, que pode em muitas ocasiões, estar vivenciando angústias do passado. 
Teoria do Contato 
A Gestalt foi por muito tempo, e ainda é considerada a terapia do contato. 
Atualmente é nomeada como Gestalt-Terapia, a qual teve como catedrático Fritz Perls em 1951, este adaptou os conceitos filosóficos da Gestalt para a prática de maneira simples e clara. Ribeiro(1985, p.132) assegura que, “[...] a Gestalt -Terapia é uma proposta humanística de ver o homem em toda a sua plenitude, em pleno desenvolvimento de suas potencialidades”. 
Dessa forma percebe-se que a Gestalt-Terapia, tem raízes na teoria holística e na fenomenologia. A primeira das teorias defende as mudanças do indivíduo, ou seja, a evolução procedente do contato, pois somente assim a pessoa se mantém viva. Já a fenomenologia, asseverada por Ribeiro (1985), consiste no processo pelo qual a realidade objetiva da pessoa é transposta para a mesma de tal modo que sua compreensão tenha também chegado à sua essência, isto é, faz tomar posse daquilo que de fato, o caracteriza como ser no mundo, um dado absoluto que individualiza e formaliza. 
Com relação ao contato, Ribeiro (2007b, p. 11) enfatiza que; “[...] é pelo contato com o outro que me percebo como existente”, isso vem a significar que a terapia do contato está presente nas relações intra e interpessoais dos indivíduos enquanto seres existenciais. Para Ginger, S. e Ginger, A. (1995, p. 17, grifo do autor) acentua que: “[...] a Gestalt, para além de uma simples psicoterapia, apresenta-se como uma verdadeira filosofia existencial, uma arte de viver, uma forma particular de conceber as relações do ser vivo com o mundo”. 
Portanto contato é a troca de experiências, de sentimentos e/ou de relação não apenas com o outro, mas consigo mesmo e com o mundo, pois é pelo contato com o outro que me percebo como existente . 
 Ribeiro (1985) relata que a pessoa deve ser vista em seu comportamento e compreendida a partir de sua visão dentro de um determinado campo com o qual ela se encontra relacionando. 
Por sua vez, Lopes (1987) descreve que mesmo em um momento inoportuno, ocorre contato, que provem de estímulos presentes. O que confere em modificações advindas do meio externo, que consequentemente altera o ser em seu aspecto biopsicossocioespiritual. Na teoria de Goodmam sobre o contato, este enfatiza quatro fases principais abordadas por Ginger, S. e Ginger, A. (1995, p.130-131) que são: o Pré-contato: fase de sensações, durante a qual a percepção ou excitação nascente em meu corpo, geralmente por um estímulo do meio, tornar-se-á a figura que solicita meu interesse. 
 Tomar contato: fase ativa, no decorrer da qual o organismo vai enfrentar o meio. Trata-se aqui, não do contato estabelecido, ou seja, de um estado, mais sim de um processo.O Contato final ou contato pleno: é o momento essencial de confluência saudável, de indiferenciação entre o organismo e o meio, entre o eu e o tu, momento de abolição da fronteira, unificação do aqui agora. 
O Pós-contato ou retratação: fase de assimilação, que favorece o crescimento. 
Para Jaccard (1990) a fronteira de contato, relacionada ao contato final ou contato pleno, consiste no estudo da maneira como a pessoa funciona em seu meio social, sendo 
os seus pensamentos, ações e reações, comportamentos e mesmo as emoções. Já para Ginger, S. e Gin ger, A. (1995), a fronteira é o ajustamento entre o organismo e o meio, assim a fronteira de contato ou limite, é a adequação da pessoa a uma determinada situação alocada. 
Segundo Ribeiro (2007b, p. 13) “[...] todo contato implica uma relação. Primeiro eu existo, depois sinto, penso, faço e falo. Primeiro eu percebo a realidade fora de mim, depois eu percebo que percebi e percebo o que percebi”. Isso vem assegurar que o contato procede a partir da awareness, que é o ato de se ter consciência da própria consciência. 
Fazer contato é indagar para onde as coisas correm naturalmente, é se ver projetado no amanhã. O contato só ocorre quando diferenças ocorrem. Ao ter uma percepção do outro já está havendo um contato, pois o outro lhe é referência, existindo no pensamento. 
Não se deve esquecer que para a Gestalt só se aprende quando se compartilha experiências, Macedo (2002, não paginado) profere que “o simples fato de dizer não sei, já significa que o mesmo tem a capacidade de se conhecer, e compreendendo suas limitações está trocando informações, que seria contato intrapessoal”. Tal contato refere-se à troca perceptiva de experiências do eu para com o eu. 
No entanto par a Prette, Z. A. P.e Prette, A. D. (2009), todos utilizam de formas diferenciadas na troca das relações. Dessa forma a relação no cônjuge que tende, a ser uma expectativa de liberdade e transparência, nem sempre é presenciada, pois o casal se prende em fortes tabus, que não os permitem se aproximar um do outro acarretando conflitos, desgastes e infidelidades. Geralmente o vínculo amoroso consiste num desejo de que um seja o cúmplice do outro, onde o marido e a esposa se compreendam e aceite as suas desigualdades diferenças) tais como são.

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