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Sociologia Uberização

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IFMG – Câmpus Avançado Piumhi 
Engenharia Civil – 3º período 
Sociologia – Profª Mônica Barros 
Alunos: Guilherme Barbosa, Marina Molinar, Ricardo Santos
 
Taylor na virada do século XIX para o século XX pensou que poderia usar o método científico na organização do sistema de produção, e teve a ideia de separar os setores, composto por um setor de planejamento e um setor de produção, tendo aqueles que pensam, planejam, e organizam o sistema de produção e aqueles que executam, é a famosa administração e o chão de fábrica, que até então não havia essa separação.
Por se tratar de um sistema capitalista, em que o objetivo principal é o lucro, e o lucro só é adquirido com o trabalho, tinham que fazer com que as pessoas trabalhassem mais para obter mais dinheiro, e apenas com a organização na forma de trabalhar dessas pessoas, o lucro seria conquistado. Estabelece assim uma rotina na produção, como fazer e em quanto tempo fazer, padronizando a produção. Essa padronização e a organização do sistema de produção em setores são denominadas de taylorismo.
Henri Ford, na passagem da primeira para a segunda guerra, criou algumas estratégias para garantir o lucro de sua fábrica de automóveis. Primeiramente observou que só conseguiria garantir o lucro diminuindo o tempo de produção, para isso criou as linhas de montagem e conseguiu diminuir ainda mais o tempo de produção, logo o tempo de montagem diminuía, e o operário produzia mais peças. Além disso, percebeu que quanto mais produzisse do mesmo produto, iria ganhar mais, criando assim a chamada produção em série, produzindo muito, e muito do mesmo artigo. 
Com muito produto produzido ele tinha que fazer com que esses produtos fossem comprados, e como produção foi barateada, poderia baratear o produto, vendendo mais barato (baixo custo, baixo preço). 
Para fazer com que seus produtos fossem vendidos, Ford criou o consumo de massa, começou a criar estratégias, usando a comunicação para estimular as pessoas à compra. Todas essas estratégias são denominadas fordismo. No fordismo, com as linhas de montagem e a produção em série, o indivíduo se confunde com o próprio instrumento de trabalho e torna-se um mero executor. O trabalho é apenas mais um instrumento no processo de produção.
O Toyotismo surgiu dentro de uma fábrica da Toyota para resolver um problema interno e utilizou-se de algumas estratégias. O primeiro pensamento era o de não trabalhar com estoques, trabalhar apenas com produção certa, com grande demanda, totalmente contrário ao fordismo. Logo, a medida em que se tem demanda, há uma solicitação de serviço, vai haver produção e os produtos seriam colocados diretamente no mercado, sem ter a necessidade de armazenamento em estoque, pois estoque demanda bastante investimento.
Como iria se trabalhar com demanda, não havia a necessidade de trabalhar com um corpo de funcionários tão extenso, podendo contratar de acordo com a demanda, e contratar funcionários específicos para demanda específica. 
Passa a vender diretamente, ou seja, produz e entrega ao consumidor, pois não precisa de ter um espaço para comercialização, logo algumas empresas passam a fazer isso também, como as empresas que vendem por correspondência, internet, etc.
No toyotismo se estabelece a precarização do trabalho, com esse sistema já não há mais as garantias trabalhistas, pois se trabalhamos com produção por demanda, se não há demanda, não há trabalho, e mesmo que se há demanda, nada garante na contratação, pois a fábrica irá querer aquele que custe menos, para aumentar o lucro. É aqui que entra a terceirização da mão de obra. 
A uberização tratada no artigo refere-se a exploração do trabalho, que traz mudanças ao estatuto do trabalhador, à configuração das empresas, assim como às formas de controle, gerenciamento e expropriação do trabalho. Está ligada á um novo passo para as terceirizações, que, ao mesmo tempo que se complementa também pode concorrer com o modelo anterior das redes de subcontratações compostas pelos mais diversos tipos de empresas.
Assim como a terceirização, a uberização do trabalho retira garantias mínimas dos trabalhadores ao mesmo tempo que mantém sua subordinação; ainda, se apropria, de modo administrado e produtivo, de uma perda de formas publicamente estabelecidas e reguladas do trabalho.
Podemos entender a uberização como um futuro possível para empresas em geral, que se tornam responsáveis por prover a infraestrutura para que seus “parceiros” executem seu trabalho; assim como as manicures, depiladoras, maquiadoras, motofretistas tratadas no artigo. 
As atuais empresas promotoras da uberização que no artigo são tratadas como empresas aplicativo desenvolvem mecanismos de transferência de riscos e custos não mais para outras empresas a elas subordinadas, mas para uma multidão de trabalhadores autônomos engajados e disponíveis para o trabalho. Na prática, tal transferência é gerenciada por softwares e plataformas online de propriedade dessas empresas, os quais conectam usuários trabalhadores a usuários consumidores e ditam e administram as regras (incluídos aí custos e ganhos) dessa conexão.
O Uber pode ser classificada como uma empresa Neofordista, pois nelas há a criação de um serviço totalmente padronizado, de modo a garantir baixo custo em relação ao serviço regulamentado de transporte, como o táxi. 
Além de Neofordista, empresas como o Uber e outras que fazem parte da uberização do trabalho também podem ser consideradas toyotistas, pois há a precarização do trabalho, não há vinculo da empresa com o prestador de serviço através de um contrato, permitindo com que a empresa se exima de pagar os direitos do trabalhador, assim a parte mais fraca, o motorista, sofre por não ter seus direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, ao passo que a empresa lucra ainda mais.
A Natura, citada no artigo, e todas as outras empresas que se utilizam de revendedoras para a venda de seus produtos, também está relacionada ao toyotismo, pois são empresas que criam demanda através de suas revistas, para que suas revendedoras revendam esses produtos, e apenas vai produzir de acordo com aquela demanda. Além disso também há a precarização do trabalho, pois essas revendedoras não tem vínculo empregatício nenhum com a empresa, assim como no Uber.
REFERÊNCIAS
Uberização do trabalho: subsunção real da viração. Disponível em: http://passapalavra.info/2017/02/110685 Data de Acesso: 26/05/2017
 
SANTANA, Marco Aurélio; RAMALHO, José Ricardo. Sociologia do trabalho no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. 63 p. (Coleção passo-a-passo; Ciências sociais 39). ISBN 9788571107847.

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