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PSICOFISIOLOGIA

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PSICOFISIOLOGIA
"O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma". (Charles Chaplin)
Aula 1: Motivação	
Introdução
Primeiramente, as definições de motivação segundo alguns fisiologistas que tentam explicá-la.
Depois, você irá estudar as principais estruturas de nosso sistema nervoso que participam da regulação interna de nosso corpo e identificará quais são os principais hormônios que participam do processo e as suas funções.
Esses conhecimentos o levarão a definição de homeostase, o que permitirá uma breve avaliação da influência dos hormônios no comportamento.
Uma análise mais detalhada desta relação será feita a cada aula, quando você estiver estudando mais especificamente cada comportamento. 
Conceitos fundamentais:
motivações ou estados motivacionais podem ser definidos de várias formas: Conjunto de impulsos internos que nos levam a realizar certos ajustes corporais e comportamentais (Lent, 2004).
Força que compele um comportamento a acontecer (Bear, 2008).
O propósito subjacente a um comportamento (Kolb, 2002).
Independente da definição que julgamos mais interessante, o fato a destacar é que as definições sempre se referem às inferências que nós fazemos para descrever porque uma pessoa demonstrou ou demonstra um determinado comportamento.
Conceitos fundamentais:
Os atos promovidos pelas nossas motivações são definidos por Lent, 2004 como comportamentos motivados, exemplificando: fome e sede são motivações, comer e beber são comportamentos motivados. Este autor subdivide esses comportamentos em:
ELEMENTARES Regulação da temperatura, sede e fome.
SEXUAIS Reprodução e prazer sexual.
COMPLEXOS Impulsos subjetivos: estudar, trabalhar e etc.
Conceitos fundamentais: Em todas estas subdivisões encontramos elementos que são chamados de:
APETITIVOS Buscar alimentos na geladeira,Buscar agasalho no armário, Buscar um parceiro em uma festa
CONSUMÁTORIOS Comer,Vestir um casaco,Ato sexual.
Hipotálamo e hipófise:
Inicialmente, vamos localizar as estruturas. Passe o mouse sobre as letras:
CERÉBRO / CORPO CALOSO / HIPOTÁLAMO / HIPÓFISE / CEREBELO PONTE / BULBO / MEDULA ESPINAL /
HIPÓFISE ANTERIOR OU ADENO-HIPÓFISE / LOBO ANTERIOR
HIPÓFISE ANTERIOR OU NEURO-HIPÓFISE / LOBO POSTERIOR
Hipotálamo e hipófise:
á conhecedores da localização das estruturas e de como funcionam, podemos agora estudar os hormônios e neurormônios que elas produzem e quais as suas funções. 
Hipófise posterior (neurormônios):
Ocitocina: participa das contrações uterinas no trabalho de parto e da ejeção do leite materno.
Vasopressina (também conhecida por ADH ou hormônio antidiurético): regula os níveis volumétricos e de concentração salina do sangue.
Hipófise anterior:
FSH (hormônio folículo estimulante): participa da maturação dos gametas.
LH (hormônio luteinizante): determina a oocitação (antigamente reportada por ovulação) e é responsável pela síntese de andrógenos.
TSH (hormônio estimulador da tireóide ou tireotropina): determina a secreção de tiroxina (elevação do metabolismo).
ACTH (hormônio adrenocorticotrópico ou corticotropina): determina a secreção de cortisol (disponibiliza as reservas de energia, inibe o sistema imune).
GH (hormônio de crescimento): estimula a síntese de proteínas e renovação celular.
Prolactina: crescimento das mamas, produção e secreção de leite materno.
COMO PODEMOS DEFINIR HOMEOSTASE
Definida como a permanente tendência dos organismos de manter a constância do meio interno por Walter Canon (1871-1945), é atualmente reportada como a manutenção do ambiente interno do organismo dentro de estreitos limites fisiológicos (Bear, 2008). O fundamental é entendermos que a manutenção do organismo em homeostase assegura as condições necessárias para uma vida livre e independente.
Essa busca é constante e conta com o hipotálamo com grande integrador que realiza os ajustes necessários, interferindo no funcionamento do organismo, graças à produção de neurormônios ou a estimulação da produção de hormônios pela hipófise.
O hipotálamo recebe, pela nossa circulação sanguínea, informações sobre as condições de funcionamento de nosso corpo e sempre que necessário determina ajustes ao estimular ou inibir a liberação dos hormônios, como resultado, verificamos o estimulo ou bloqueio dos nossos comportamentos apetitivos. Além disso, estabelece conexões com nosso córtex cerebral que irão regular nossos comportamentos consumatórios.
Na linha final de toda essa engrenagem encontramos nossos órgãos e sistemas funcionando adequadamente:
SISTEMA RESPIRATÓRIO Desempenha um papel vital neste contexto: nutrição, eliminação dos produtos não utilizados, regulação da temperatura e defesas imunológicas.
SISTEMA CIRCULATÓRIO Atua no controle dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono circulante no organismo.
FÍGADO E PANCRÊAS Participam da produção e controle das reservas de energia.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Controlam os níveis de hormônios no sangue.
RINS Regulam a concentração de hidrogênio, sódio, potássio e íons fosfato.
Sempre que tudo está funcionando bem, temos a certeza de que nosso organismo está conseguindo manter-se em equilíbrio. Ou seja, nossa homeostase está ocorrendo adequadamente.
Homeostase comportamental
A homeostase comportamental está diretamente relacionada ao conceito de preservação do meio interno, referindo-se a uma série de respostas comportamentais que garantem a preservação do indivíduo ou espécie, conforme estudamos no início desta aula.
Esses processos são regulados por mensagens químicas hormonais diversas que são enviadas/recebidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário. Ao longo de nosso curso iremos estudar como nosso organismo busca esse equilíbrio em diversos comportamentos.
Nossa próxima aula, por exemplo, irá abordar o comportamento alimentar, sua regulação visando a homeostase e a fisiopatologia deste comportamento, ou seja, o que ocorre quando aparece o desequilíbrio.
Aula 2: Comportamento alimentar
Transtornos alimentares
Introdução
Na nossa primeira aula, ao estudar o tema motivação, você teve a oportunidade de conhecer os mecanismos gerais de regulação do nosso organismo, que nos permitem manter a vida com qualidade. 
Nesta aula, iremos focar nos mecanismos de regulação do comportamento alimentar e definir diversos termos (estado prandial, anabolismo, estado pós-absortivo e catabolismo) que favorecem nossa compreensão do que ocorre em nosso organismo, fisiologicamente, que nos mantém neste ciclo contínuo de refeições e intervalos sem ingerir alimentos. Iremos avaliar ainda a relação entre gostar e querer comer e identificar a relação da dopamina e da serotonina com o comportamento alimentar. 
Concluindo as explicações sobre os mecanismos normais, você irá estudar a fisiopatologia do comportamento alimentar, onde terá a oportunidade de conhecer os casos típicos e atípicos de anorexia e bulimia nervosa além de estudar a obesidade e sua relação com os disruptores endócrinos.
Regulação do comportamento alimentar e definições fundamentais
Longo Prazo
Sabemos que complexos mecanismos regulatórios internos permitem o armazenamento de energia em nosso corpo, desta forma haverá energia disponível sempre que houver necessidade.
A razão primária para a nossa motivação de comer é a manutenção destas reservas em um nível suficiente para que não ocorra falta de abastecimento energético e consequentemente prejuízo de nossas funções vitais.
Estado Prandial
Quando consumimos uma refeição e imediatamente após este consumo, ocorre a reposição das reservas energéticas em nosso corpo, este processo é conhecido como período prandial e a energia pode ser armazenada de duas formas em nosso organismo:
Glicogênio
As reservas de glicogênio possuem uma capacidade limitada e são encontradas principalmente no fígado e no músculo esquelético. São utilizadas cotidianamente, e fornecem a energia necessária para o funcionamento adequado de nosso corpo, assim que essas reservas começam a baixar sentimos necessidadede repô-las, o que chamamos de fome.
Triglicerídeos
Reservas de triglicerídeos possuem uma capacidade virtualmente ilimitada, sendo encontrados no tecido adiposo. Dizemos virtualmente ilimitada, pois, em condições de equilíbrio em nosso organismo, elas não serão utilizadas em sua totalidade, sempre existindo uma boa quantidade disponível para situações emergenciais (como problemas de saúde e dietas específicas) armazenadas em nosso tecido adiposo.
Regulação do comportamento alimentar e definições fundamentais
Anabolismo
Também denominado metabolismo anabólico, é o período do estado prandial onde ocorre síntese das macromoléculas (glicogênio e triglicerídeos) a partir de precursores simples.
Esse fenômeno é responsável pela transformação da energia disponível nos alimentos que ingerimos em moléculas que podem ser armazenadas em nosso corpo para uso cotidiano (glicogênio e triglicerídeos) ou em situações especiais (triglicerídeos).
Estado pós absortivo
Período de jejum entre as refeições, neste estado o glicogênio e os triglicerídeos que foram armazenados são fragmentados, fornecendo um suprimento contínuo das moléculas utilizadas como combustível para o funcionamento das células de nosso corpo: glicose (para todas as células) e ácidos graxos e corpos cetônicos (para todas as células, exceto os neurônios).
Catabolismo
Ocorre no estado pós-absortivo, representando o processo de quebra das macromoléculas (glicogênio e triglicerídios). Como podemos observar ele representa o oposto do anabolismo. Devemos atentar para o fato de que se o equilíbrio do sistema for adequado, as reservas serão repostas nas mesmas taxas médias em que são gastas. Caso a ingestão e o armazenamento de energia exceder consistentemente a utilização haverá um aumento da quantidade de gordura corporal, levando à obesidade. No entanto, se a ingestão de energia falhar consistentemente em alcançar as demandas corporais haverá perda de tecido adiposo, levando em situações extremas à inanição.
A regulação hormonal e hipotalâmica da gordura corporal e dos alimentos deverá ser estudada através do texto-base do seu livro customizado, no capítulo de motivação. 
Estude atento e procure identificar o papel da leptina neste processo.
Regulação em curto prazo
O equilíbrio do sistema depende de meios para a regulação do comportamento alimentar com base no tamanho das reservas energéticas e na sua velocidade de reposição.
Mecanismos regulatórios: São múltiplos e agem durante um longo período, para manter as reservas de gordura corporal, e outros, durante um curto período, para regular o tamanho e a frequências das refeições.
Mecanismos de curto prazo
Estão diretamente relacionados ao que foi comido na última refeição e que quantidade ingerimos deste alimento.
FASES DA ALIMENTAÇÃO
Fase cefálica
A presença de alimentos no campo visual e o cheiro da comida desencadeiam diversos processos fisiológicos que antecipam a chegada da refeição: ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático e da divisão entérica do sistema nervoso vegetativo que determina a secreção de saliva na boca e de suco gástrico no estômago.
Fase gástrica
Com a mastigação e ingestão dos alimentos verificamos um progressivo preenchimento do estômago, o que determina uma intensificação das respostas.
Fase de substrato
Com o preenchimento do estômago, os alimentos parcialmente digeridos são encaminhados para o intestino e inicia-se a absorção dos nutrientes o que os levará à corrente sanguínea. 
O término da refeição ocorre pelas ações coordenadas de diversos sinais de saciedade
DISTENSÃO GÁSTRICA
O estiramento das paredes do estômago é um sinal significativo da saciedade, sendo inervado por neurônios mecanossensoriais vagais.
O preenchimento do estômago determina o envio da mensagem (“estômago cheio”) para o núcleo do trato solitário e estes sinais inibem no sistema nervoso central o comportamento alimentar. Cabe ressaltar que há outras mensagens reforçando o comportamento, como as aferências enviadas diretamente pelas papilas gustativas (na língua) para o núcleo gustativo.
COLECISTOCININA
Sendo liberada como resposta à estimulação do intestino por certos tipos de alimento, notadamente pelos gordurosos, sua presença reduz a frequência da ingestão e a quantidade de alimento ingerida (os experimentos que levaram a esta descoberta datam da década de 1970). Está presente em algumas das células do intestino e em alguns neurônios do sistema nervoso entérico e sua principal ação enquanto peptídeo da saciedade ocorre em neurônios sensitivos vagais, atuando em associação com a distensão gástrica na inibição do comportamento alimentar.
INSULINA
Sendo produzida pelas células β do pâncreas ela é utilizada no transporte da glicose para quase todas as células do corpo, a exceção são os neurônios que não precisam deste intermediador para receber esse nutriente. É fundamental para o anabolismo  e importante para o catabolismo, com a liberação da glicose de seus sítios de armazenamento, sua captação por outras células do organismo e sua utilização como combustível. Desta forma, verificamos que os níveis de glicose no sangue estão inversamente relacionados aos níveis de insulina, ou seja, muita insulina circulante retira a glicose da corrente sanguínea e a direciona para as células. Os níveis de insulina estão diretamente relacionados com as fases da alimentação. 
Por que comemos?
Esta é uma questão complexa e que se relaciona com a motivação psicológica para comer. Um dos aspectos relevantes é o relativo ao prazer de comer, que ocorre pelo sabor, aroma e da visão dos alimentos, além do ato de comer propriamente dito.
Outro aspecto é o da redução de impulso: a satisfação de um desejo, ou seja, comemos porque estamos com fome e desejamos/precisamos de alimentos.
DOPAMINA
Alguns neurotransmissores possuem papel importante para nosso comportamento alimentar. A dopamina, por exemplo, está relacionada com a estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico. 
Por exemplo, um animal consome um determinado alimento que considera muito saboroso, isto promove a liberação de dopamina no encéfalo, o que causa a sensação de prazer. Essa experiência levará o animal a buscar novamente este alimento de modo a repetir aquela mesma sensação prazerosa.
SEROTONINA
Já os níveis de serotonina, no hipotálamo, estão baixos durante o período pós-absortivo, aumentam em antecipação à chegada de alimento e alcançam um pico durante uma refeição, especialmente em resposta aos carboidratos.
Na depressão, por exemplo, esses níveis apresentam-se reduzidos no sistema nervoso central, o que pode explicar a sensível melhora do humor quando deprimidos consomem alimentos que levam ao aumento dos níveis encefálicos de serotonina, como tortas, bolos e chocolates.
Os carboidratos são os alimentos que mais elevam os níveis de serotonina no encéfalo porque a serotonina é produzida a partir do aminoácido triptofano, presente nos alimentos que ingerimos cotidianamente, principalmente aqueles que são ricos neste tipo de nutriente.
Mecanismos fisiopatológicos da anorexia nervosa, da bulimia nervosa e da obesidade
Bulimia
Está relacionada com uma ingestão exagerada de alimentos seguida de purgação
BULIMIA NERVOSA: Definida pelo CID 10: A bulimia é uma síndrome caracterizada por acessos repetidos de hiperfagia e uma preocupação excessiva com relação ao controle do peso corporal conduzindo a uma alternância de hiperfagia e vômitos ou uso de purgativos. Este transtorno partilha diversas características psicológicas com a anorexia nervosa, dentre as quais uma preocupação exagerada com a forma e peso corporal.
Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e complicações somáticas. 
Nos antecedentes encontra-se frequentemente, mas nem sempre, um episódio de anorexia nervosa ocorrido de alguns meses a vários anos antes.
Anorexia nervosa
Perda do interesse pelos alimentos com consequente perda significativa de massa corporal
Definida de uma forma geral como falta fisiopatológica de apetite,acompanhada de uma aversão à comida e inabilidade em comer, essa perda ou ausência de apetite apresenta aspectos bem mais complexos, como um comportamento dirigido à perda de peso, padrões peculiares de manuseios dos alimentos, medo intenso da obesidade e perturbação da imagem corporal. Pode evoluir até a morte. É uma doença psiquiátrica que demanda cuidados médicos específicos.
Pelo CID 10 é definida: “Anorexia nervosa é um transtorno caracterizado por perda de peso intencional, induzida e mantida pelo paciente. O transtorno ocorre comumente numa mulher adolescente ou jovem, mas pode igualmente ocorrer num homem adolescente ou jovem, como numa criança próxima à puberdade ou numa mulher de mais idade até na menopausa.
A doença está associada a uma psicopatologia específica, compreendendo um medo de engordar e de ter uma silhueta arredondada, intrusão persistente de uma ideia supervalorizada. Os pacientes se impõem a si mesmos um baixo peso. 
Existe comumente desnutrição de grau variável que se acompanha de modificações endócrinas e metabólicas secundárias e de perturbações das funções fisiológicas. Os sintomas compreendem uma restrição das escolhas alimentares, a prática excessiva de exercícios físicos, vômitos provocados e a utilização de laxantes, anorexígenos e de diuréticos.”
Obesidade
Acúmulo excessivo de reservas de gordura no organismo devido a diversos fatores.
É uma condição decorrente do acúmulo excessivo de gordura (peso corporal aumentado em mais de 10 a 15% do esperado para um determinado indivíduo). Podendo ter diversas origens, como, por exemplo, a predisposição familiar (genética), comportamental, psicológica ou outras.
Peso é uma calculadora de Índice de Massa Corporal (IMC).
Calcular peso ideal através do IMC, é uma das formas para se obter um indicativo se você está abaixo do peso, no peso normal ou acima do peso.
Casos atípicos de anorexia nervosa e bulimia nervosa
Bulimia Atípica
CID 10: Transtornos que apresentam algumas características da bulimia nervosa, mas cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico. Por exemplo, pode haver acessos repetidos de hiperfagia e de uso exagerado de laxativos sem uma alteração significativa de peso ou então a preocupação típica e exagerada com a forma e peso corporal podem estar ausentes.
Anorexia nervosa Atípica
CID 10: Transtornos que apresentam algumas das características da anorexia nervosa, mas, cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico. Por exemplo, um dos sintomas-chave, tal como um temor acentuado de ser gordo ou a amenorréia, pode estar ausente na presença de uma acentuada perda de peso e de um comportamento para emagrecer. Este diagnóstico não deve ser feito na presença de transtornos físicos conhecidos associados à perda de peso.
Etiologia da obesidade e disruptores endócrinos
Nas duas últimas décadas a prevalência entre os adolescentes triplicou. No Brasil, as maiores prevalências de obesidade são encontradas nas regiões mais industrializadas do país, portanto onde potencialmente ocorre maior exposição da população aos disruptores endócrinos. Apesar de ser de etiologia multifatorial, da qual participam o desequilíbrio energético, a predisposição genética e os fatores ambientais, culturais e emocionais, existem razões óbvias para a epidemia de obesidade, principalmente relacionadas ao estilo de vida sedentário e aos hábitos alimentares inadequados, com o aumento da ingestão calórica.
Contudo, outras razões podem estar associadas à obesidade: privação do sono, a menor variabilidade na temperatura ambiental, mudança na distribuição dos grupos étnicos, a gravidez mais tardia, fatores intrauterinos, fertilidade em grupos com maior IMC, redução do tabagismo, uso de medicações como antidepressivos, baixa ingestão de cálcio, estresse, convivência com obesos, alguns tipos de vírus e bactérias e os disruptores endócrinos.
Aula 3: Comportamento Reprodutivo 
Concepção - Sistema Reprodutivo
Introdução
Na nossa aula passada, ao estudar o comportamento alimentar e sua fisiopatologia você teve a oportunidade de conhecer os mecanismos de regulação deste comportamento no nosso organismo.
Nesta aula, você irá focar nos mecanismos de regulação do comportamento reprodutivo e estudará a importância dos hormônios sexuais nesse processo. Irá ainda descobrir a relação do hipotálamo com esse comportamento e o que ocorre na formação de nosso organismo para que existam diferenças significativas entre indivíduos de sexos opostos. Para finalizar receberá noções de orientação sexual.
Sexo e gênero
Comumente usados como sinônimos, os termos sexo e gênero reportam a condição macho ou fêmea de um indivíduo. Segundo a maior parte dos dicionários, podemos resumir sexo como a conformação particular que distingue o macho da fêmea ou masculino do feminino, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração, e conferindo-lhes certas características distintivas.
O gênero é definido através das diversas características biológicas e atributos que distinguem um macho de uma fêmea, incluindo a natureza dos cromossomos sexuais, a anatomia das gônadas e os órgãos genitais, ou seja, os conceitos são um tanto semelhantes.
No entanto, uma abordagem comportamental também pode ser utilizada para definir o sexo/gênero de um indivíduo. Vemos, portanto, que são termos com grande amplitude de discussão sobre seu significado.
As características sexuais de um ser humano são transmitidas geneticamente pelo resultado da combinação do par de cromossomos que determina o sexo.
Os órgãos do sistema reprodutor feminino incluem os ovários, as tubas uterinas (antigamente chamadas de trompas de Falópio), útero, vagina e vulva, além das mamas.
Em homens destacamos testículos, pênis e próstata.
Os caracteres sexuais secundários (nas mulheres: mamas, estrutura corporal arredondada, etc. e nos homens: pelos, massa muscular, voz) são determinados pelos hormônios sexuais
Um gene chamado SRY está presente na região determinante do sexo no cromossomo Y, ele é responsável pela produção de uma proteína chamada fator de determinação testicular, participando, junto a outros genes, da formação de organismos geneticamente masculinos.
A elevação dos níveis de testosterona em fetos é fundamental para viabilizar a sua masculinização e, na adolescência, picos deste hormônio nos meninos determinam o amadurecimento das características sexuais secundárias.
A calvície em homens é determinada geneticamente, mas depende da ação da testosterona para se estabelecer.
As mulheres possuem aproximadamente 10% da quantidade de testosterona encontrada nos homens.
A maior parte dos contraceptivos orais atua inibindo a secreção de FSH e LH, o que impede a oocitação (ovulação) e, desta forma, evita a gravidez indesejada.
Regulação hormonal no ciclo reprodutivo feminino
Em nossa primeira aula, ao estudar a homeostase, você foi apresentado a uma glândula endócrina chamada hipófise que atua junto ao hipotálamo nesta continua busca pelo equilíbrio, lembra-se?
Alguns dos hormônios que ela produz são fundamentais para a compreensão de nossa aula. Recomendamos uma revisão do tópico antes de continuar seus estudos, ok?
Além dos hormônios do eixo hipotalâmico-hipofisário, deve-se considerar ainda alguns hormônios produzidos pelas gônadas (ovários) em nossos estudos sobre a regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino. São eles: estrogênio e progesterona.
FSH
A escamação do endométrio determina o início de um novo ciclo mensal feminino e é reportada como menstruação (marca 1º do novo ciclo), esse período varia entre as mulheres, durando entre 3 e 7 dias. Durante estes dias de escamação, a hipófise inicia gradualmente a liberação de FSH, que progressivamente eleva suas taxas na corrente sanguínea e, ao encontrar receptores nos ovários dispara uma mensagem química fundamental: folículos ovarianos devem amadurecer.
Caso não ocorra uma gestação
O corpo amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina.
Caso ocorrauma gestação
O corpo amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
ESTROGÊNIO
Conforme esses folículos crescem, eles produzem e liberam na corrente sanguínea os estrogênios, que sinalizam quimicamente ao hipotálamo que já é o momento de autorizar a hipófise a liberar LH.
Caso não ocorra uma gestação
O corpo amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina.
Caso ocorra uma gestação
O corpo amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
LH
Com a elevação de LH circulante verificamos a oocitação (reportada antigamente por ovulação): o oócito (antigo óvulo) sai do ovário e é encaminhado para a tuba uterina para aguardar a fertilização. Ocorre aproximadamente no 14º dia do ciclo (em mulheres “relógio” com ciclo de 28 dias).
Caso não ocorra uma gestação
O corpo amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina.
Caso ocorra uma gestação
O corpo amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
PROGESTERONA 
No local onde ele foi liberado do ovário se forma o corpo lúteo (ou corpo amarelo) que continuará produzindo estrogênios e passará a produzir também progesteronas. Este corpo amarelo atingirá seu máximo de desenvolvimento aproximadamente sete dias após a ovulação. Estrogênio e progesterona atuam em conjunto sobre o útero, preparando o endométrio para uma possível implantação, caso ocorra uma gravidez, além disso, as altas taxas desses hormônios exercem um efeito inibidor sobre a hipófise, que diminui drasticamente a produção de FHS e LH.
Caso não ocorra uma gestação
O corpo amarelo deixará de produzir os hormônios, o que determinará uma nova escamação uterina.
Caso ocorra uma gestação
O corpo amarelo persistirá, sob o comando da beta-gonadotrofina coriônica humana (produzida pelo concepto recém-implantado), produzindo os hormônios que irão garantir que o útero não sofrerá contrações e garantirá tempo para a placenta se formar e assumir definitivamente a produção dos hormônios gestacionais.
Bases neurais dos comportamentos sexuais
O comportamento sexual em homens e mulheres é controlado por ações conjuntas de diversas estruturas do nosso sistema nervoso. O córtex cerebral tem papel importante, sendo o sítio onde as ideias eróticas surgem e se diversificam.
A medula espinhal tem papel determinante, pois por ela seguem as aferências para o cérebro (estímulos táteis, por exemplo) e os comandos que determinarão as eferências (ereção do pênis e clitóris, por exemplo).
Diferenciação sexual do sistema nervoso
As diferenças são sutis, para compreender as diferenças morfofisiológicas você deverá responder atentamente ao questionário, proposto abaixo, com a ajuda de seu livro customizado.
Outras questões interessantes são aquelas relacionadas a um possível dimorfismo sexual cognitivo, diversas pesquisas tentam mostrar, ainda sem muito sucesso, que o desempenho de homens e mulheres tende a ser diferente em determinadas tarefas. Abaixo, você confere alguns exemplos, mas é fundamental ressaltar que essas pesquisas ainda não foram plenamente comprovadas.
Homens tendem a ter melhor desempenho em leitura de mapas, aprendizado de labirintos e no raciocínio matemático.
Mulheres tendem a ter melhor desempenho em tarefas verbais.
ORIENTAÇÃO SEXUAL
O comportamento se apresenta desde a infância, segundo algumas pesquisas.
Alguns experimentos demonstram que a preferência por brinquedos pode estar relacionada à homossexualidade na vida adulta, revelando uma tendência entre meninos que preferem brinquedos de meninas de apresentarem-se homossexuais quando do amadurecimento sexual.
Pois é... Esta é uma região do cérebro que parece estar envolvida no processo de comportamento homossexual, em homossexuais masculinos o INAH-3 apresenta o mesmo tamanho do esperado para mulheres, ou seja, possui metade do tamanho esperado em um homem heterossexual, no entanto, essa diferença só pode ser percebida na idade adulta.
Outras pesquisas demonstram que pode haver alguma tendência genética na determinação do comportamento homossexual na vida adulta, principalmente quando os casos ocorrem na família da mãe (principalmente tios e primos). Entretanto, pesquisas com gêmeos idênticos, não revelam a mesma orientação sexual em ambos, o que revela que muito ainda há que ser pesquisado para compreender esse tema.
Experimentos em roedores demonstraram que estresse (causado por uma limitação controlada experimentalmente da quantidade de água e comida) durante a gestação pode determinar o nascimento de filhotes geneticamente masculinos que se comportam como fêmeas quando do amadurecimento reprodutivo, expondo a genitália diante de outros machos. Será que o estresse pode ser um fator também em humanos?
Aula 4: Aprendizagem e Memória
As razões são múltiplas e cada caso deverá ser avaliado de modo individual por profissional competente, como um geriatra ou um neurologista.
Algumas questões são muito relevantes, por exemplo:
- Com que idade o indivíduo estava quando as falhas começaram a incomodar?
- Faz uso contínuo de algum medicamento? Qual? Há quanto tempo? Por quê?
- Tem sono regular?
- Alimenta-se adequadamente?
- Pratica alguma atividade física regular?
- Está ativo no mercado de trabalho?
- Apresenta casos semelhantes na família (irmãos e antecessores?)
- Sofreu algum acidente vascular cerebral ou outro evento?
Alguns exames complementares podem ser solicitados para averiguar alguma particularidade de funcionamento no encéfalo, mas geralmente o diagnóstico é definido por uma boa anamnese.
Introdução
Ao compreender a relevância do comportamento reprodutivo para a manutenção de nossa espécie, em seus estudos de nossa aula passada, você pode estabelecer uma nítida associação entre fisiologia e comportamento humano.
Na aula de hoje, você deverá focar no histórico dos estudos em aprendizagem para entender como se deram as evoluções no conhecimento que nos permitem entender os processos da memória e identificar os estágios da aprendizagem e da memória.
REFLEXÃO
Para entender um pouco o que ocorre quando a memória falta, estudará um pouco sobre a amnésia e irá distinguir as estruturas cerebrais ligadas à memória. Finalizará seus estudos analisando algumas noções de biologia molecular e memória. Aproveite!
Conhecer o histórico
Karl Lashley, que era psicólogo, apresentou, mais de 60 anos depois, na década de 1920 o termo engrama para se referir a uma suposta base neural para os traços de memória, através de estudos que pretendiam verificar uma visão localizacionista da memória. Através de estudos em ratos ele pretendia verificar se haveria regiões específicas do sistema nervoso central que seriam responsáveis pela memória, no entanto, observou que os animais estudados apresentaram maiores dificuldades para sair de um labirinto do que animais saudáveis, no entanto, essa dificuldade não estava relacionada a uma localização específica da lesão, mas sim de sua extensão. De modo que ele concluiu que o engrama estaria distribuído por todo o córtex, ou seja, não haveria uma localização específica como havia questionado ao iniciar seus estudos. Veja suas palavras:
“Não é possível demonstrar a localização isolada de qualquer vestígio de memória em nenhuma parte do sistema nervoso. Determinadasregiões podem ser essenciais para a aprendizagem ou para a retenção de uma atividade específica, mas o engrama está representado por toda parte.”
Hoje, sabemos que sua interpretação foi errada e que aqueles animais apresentavam maiores dificuldades, pois nos experimentos ele havia lesado áreas importantes para a visão, entre outras (sensações e movimentos) que complicavam as habilidades de deslocamento do animal.
Donald Hebb, aluno de Lashley deu continuidade às proposições na década de 1940, reforçando através de suas propostas aquelas conclusões de Lashley, para ele sempre que um evento era percebido por um indivíduo, determinados circuitos corticais seriam imediatamente ativados e esses circuitos representariam no cérebro o evento, a sua evocação (lembrança) seria, simplesmente, a reativação desses circuitos, o que envolveria todo o sistema.
Ainda na década de 1940, Wilder Penfield, se destaca ao demonstrar que os processos da memória apresentam localizações específicas no cérebro humano. Em seus experimentos pode mapear funções motoras, sensoriais e da linguagem ao explorar a superfície cortical e pode verificar que a estimulação produzia uma “resposta experiencial” ou retrospecção, na qual o paciente descrevia uma lembrança correspondente a uma experiência vivida.
É fundamental considerarmos que essas pesquisas representam os primórdios do conhecimento na área que possuímos hoje. As falhas e acertos representaram parte do processo de investigação científica e resultaram dos recursos e estratégias disponíveis a cada momento histórico. Atualmente, conhecemos relativamente bem diversas áreas de nosso cérebro, graças a tecnologias como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.  
Processos da memória
A memória é a capacidade de armazenar e recuperar as informações. Veja abaixo:
AQUISIÇÃO
Está relacionada com a entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais relacionados com a memória.
SELEÇÃO
Processo que explica que somente os aspectos mais importantes dos eventos são escolhidos durante a aquisição para ser armazenados em nossa memória.
RETENSÃO
Relacionado com a capacidade de armazenar, por tempo variável (de segundos a anos), aqueles aspectos importantes que foram selecionados.
CONSOLIDAÇÃO
Permanência prolongada na memória de aspectos de um evento.
EVOCAÇÃO
Lembrança (ou o acesso à informação) de um dado aspecto armazenado para ser utilizado mentalmente na cognição, emoção ou mesmo para expressar um comportamento.
Estágios da aprendizagem e da memória
Como podemos descrever o processo de aprendizagem?
A aprendizagem é considerada um processo de aquisição de informações, ou seja, a entrada de um evento de origem sonora, visual, emocional, etc em nosso sistema neural.O evento pode ter origem externa ou interna ao nosso organismo.
Os processos de aprendizagem e memória estão sujeitos a modificações por ação de drogas ou outros eventos durante a formação da memória.
Essa memória em formação sob condições particulares será considerada como uma memória dependente de estado, ou seja, o que aprendemos em determinado estado mental ou circunstâncias será mais bem lembrado no mesmo estado ou circunstância.
EXEMPLO
Por exemplo: se você costuma comer chocolates ou beber isotônicos enquanto estuda para as provas, esteja preparado para ingeri-los durante as provas e cuidado para não exagerar (Atenção, não basta comer chocolates ou beber algo, tem de estudar de fato!). Da mesma forma, já reparou que eventos tristes são mais recordados quando você está triste e os alegres quando você está alegre?
Existem outras formas de aprendizagem, ditas não associativas, que destacaremos:
Sensibilização
Também chamada de pseudocondicionamento, é caracterizada por uma única experiência ruim que deixa o organismo em alerta por dias, ou seja, um único evento determina a previsão de um evento futuro e mesmo estímulos inócuos induzem a uma resposta vigorosa.
Habituação
Neste tipo de aprendizagem uma experiência inócua passa a ser ignorada por nosso organismo, ou seja, nosso sistema perceptor passa a aceitar eventos que à primeira vista pudessem parecer ofensivos com as sucessivas exposições.
Outros conceitos como o condicionamento clássico e o operante também representam outros mecanismos de aprendizagem, neste caso, associativas. 
Você irá estudar oportunamente durante seu curso.
1. A memória pode ser classificada quanto ao tempo de retenção:
Ultrarrápida: dura poucos segundos apresentando o seguinte decaimento (arquivo icônico): ½ segundo e 
arquivo ecoico: 20 segundos.
Curta duração: minutos a horas.
Longa duração: dias, semanas, meses e até muitos anos.
2. A memória pode ser classificada quanto à natureza:
Memória de representação perceptual. Corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. Exemplo: a imagem de um objeto pode ser retida nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc.
IMPLÍCITA OU NÃO DECLARATIVA
Memória de procedimento
Está relacionada aos hábitos e habilidades e às regras em geral. Exemplo: nós sabemos os movimentos necessários para dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-los verbalmente.
Memória associativa
É a que faz, por exemplo, com que salivemos antes que a comida chegue a nossa boca, por termos associado o cheiro à alimentação.
Memória não-associativa
É a que faz, por exemplo, com que aprendamos que um estímulo repetido que não traz consequências é inócuo, e o ignoremos.
EXPLÍCITA OU DECLARATIVA
Operacional
É uma forma de utilização rápida no raciocínio e planejamento de comportamentos. Exemplo: Onde estacionou o carro? Onde deixou a bolsa? Onde estão seus livros? Onde estão seus filhos?.
Semântica
É uma forma de memória explicita, ou declarativa, que envolve conceitos atemporais. Exemplo: quando aprendemos que a capital da Argentina é Buenos Aires, os neurônios se comunicam por meio de neurotransmissores.
Episódica
É uma forma de memória explícita que envolve eventos datados, ou seja, relacionados ao tempo.Exemplo: evocação do nosso aniversário de 18 anos; lembrança do primeiro capítulo da novela que vimos na tv.
Onde as informações ficam armazenadas?
Os mecanismos são pouco esclarecidos. Mas, já sabemos, por exemplo, que o hipocampo tem participação fundamental na consolidação das informações adquiridas de forma explícita e que elas ficam temporariamente armazenadas no lobo temporal e pré-frontal.Como já vimos, pesquisadores na década de 1920 propuseram que todo o sistema seria necessário para gerenciarmos quaisquer dados no SNC, hoje já foi comprovado que as informações ficam distribuídas de acordo com as áreas funcionais do cérebro.
Como se dá a consolidação?
É influenciada por sistemas moduladores, especialmente os envolvidos com o processamento emocional (amígdala e lobo temporal). Depende dos estados emocionais e são diretamente determinadas por fatores como a atenção, motivação, dedicação etc.
Definir amnésia
A amnésia é definida de modo geral como uma perda patológica completa ou parcial da habilidade de recordar experiências passadas (amnésia retrógrada) ou de formar novas memórias (amnésia anterógrada). Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicológica. As formas orgânicas de amnésia estão normalmente associadas com disfunção do diencéfalo ou hipocampo (dicionário digital PDAMED).
Como podemos definir Amnésia?
A amnésia é definida de modo geral como uma perda patológica completa ou parcial da habilidade de recordar experiências passadas (amnésia retrógrada) ou de formar novas memórias (amnésia anterógrada). Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicológica. As formas orgânicas de amnésia estão normalmente associadas com disfunção do diencéfalo ou hipocampo (dicionário digital PDAMED).
Amnésia psicogênica hoje é conhecida como dissociativa, sendo definida pelo DSM IV como uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicadapelo esquecimento normal, envolve um prejuízo reversível da memória, no qual recordações da experiência pessoal não podem ser recuperadas em uma forma verbal (ou, se são temporariamente recuperadas, não podem ser completamente retidas na consciência). Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Apresenta-se, com maior frequência, como uma lacuna ou série de lacunas relatada retrospectivamente, na recordação de aspectos da história de vida do indivíduo. Essas lacunas habitualmente estão relacionadas a eventos traumáticos ou muito estressantes. Alguns indivíduos podem ter amnésia para episódios de automutilação, ataques violentos ou tentativas de suicídio. Com menor frequência, apresenta-se como um episódio exuberante com aparecimento súbito. Esta forma aguda é mais provável em tempos de guerra ou em resposta a um desastre natural. 
Diversos tipos de distúrbios de memória foram descritos na amnésia dissociativa de acordo com o DSM IV, veja:
AMNÉSIA LOCALIZADA
O indivíduo não consegue recordar eventos que ocorreram durante um período limitado de tempo, em geral as primeiras horas após um evento profundamente perturbador (por ex., o sobrevivente que saiu ileso de um acidente automobilístico no qual um membro da família morreu, pode não ser capaz de recordar coisa alguma do que aconteceu desde o momento do acidente até 2 dias mais tarde).
Três outros tipos de amnésia — generalizada, contínua e sistematizada — são menos comuns:
AMNÉSIA GENERALIZADA
O fracasso em recordar abrange toda a vida da pessoa. Os indivíduos com este raro transtorno em geral se apresentam à polícia, a salas de emergência ou a serviços de consultoria-ligação de hospitais gerais.
AMNÉSIA CONTÍNUA
É definida como uma incapacidade de recordar eventos subsequentes a um momento específico (inclusive) até o presente.
AMNÉSIA SISTEMATIZADA
Representa a perda de memória para certas categorias de informações, tais como todas as recordações envolvendo a própria família ou uma determinada pessoa.
AMNÉSIA SELETIVA
A pessoa consegue recordar alguns, mas não todos os eventos durante um período limitado de tempo (por ex., um veterano de guerra consegue recordar apenas algumas cenas de uma série de experiências de combate violento). Três outros tipos de amnésia — generalizada, contínua e sistematizada. Conhecer as estruturas cerebrais ligadas à memória
A remoção bilateral do hipocampo leva à incapacidade de formação de novas memórias, no entanto, não interfere em aquisição, mas sim na consolidação dos dados. Provavelmente esta estrutura está relacionada à transferência de informações da memória de curto prazo para a memória de longo prazo.
Essas lesões de hipocampo não tornam o indivíduo debilitado intelectualmente ele somente não consegue armazenar novas experiências. Curiosamente parece não interferir no armazenamento de informações auditivas, que ficam descontextualizadas.
Está associando as áreas sensitivas primárias (tato, visão e audição) as demais áreas corticais e ao hipocampo.
Memória explícita ou declarativa: hipocampo, amígdala, três regiões corticais temporais mediais (córtex entorrinal, córtex para-hipocampal e córtex perirrinal), prosencéfalo basal, tálamo, córtex pré-frontal, neocórtex. 
Memória implícita ou não declarativa: gânglios basais, córtex pré-motor, tálamo, substância negra. É muito importante destacar que diversas doenças psiquiátricas simulam a demência e com os futuros estudos de psicopatologia você ficará instrumentado para diferenciar esses casos.
DEPRESSÃO HOMOSSÍNAPTICA
no potencial de ação registrado nos neurônios resultante de uma redução na quantidade de neurotransmissores liberada nos terminais dos neurônios sensoriais.É dita homossináptica uma vez os fenômenos ocorrem nas mesmas sinapses que são ativadas pela estimulação.
FACILITAÇÃO HETEROSSINÁPTICA
Um estímulo sensibilizante leva à ativação dos neurônios sensoriais, com liberação do neurotransmissor. Ocorre indiretamente, através do recrutamento de neurônios facilitadores.Inclui a ativação de sinapses adicionais ao circuito neural primário da reação de defesa. Por isso é chamada de facilitação heterossináptica.
PLASTICIDADE NEURONAL
A experiência produz alterações plásticas no cérebro, incluindo o crescimento de dendritos e a formação de sinapses.
É uma propriedade que permite um desenvolvimento de alterações estruturais dos circuitos neurais em resposta à experiência e como adaptação a condições diversas e a estímulos repetidos.
Aula 5: Mecanismos da emoção
Sistema límbico
Teorias das emoções
James (1842-1910) e Lange (1834-1900):
Na teoria, divulgada em 1894, eles propuseram que não existe emoção sem expressão e que a experiência subjetiva é causada por ela, ou seja, eles sugeriram que nós experimentamos a emoção em respostas as alterações fisiológicas que ocorrem em nosso organismo, assim, por exemplo, ficaríamos tristes porque estamos chorando e não o contrário. A princípio parece estranha essa colocação, mas se você analisar com calma verificará que caso retirássemos todas as alterações fisiológicas de nosso corpo ficaria complicado sentir qualquer emoção. Explicando, imagine um indivíduo muito irritado, agora retire suas alterações fisiológicas: acalme seus batimentos cardíacos, tranquilize a respiração, relaxe a sua musculatura. Ele ainda estaria irritado? Pois é... Foi avaliando desta forma que eles desenharam essa teoria. Hoje sabemos que não é bem assim.
Cannon (1871-1941) e Bard (1898-1977):
Apresentada pela primeira vez em 1927, logo se tornou popular entre os cientistas e propunha que a experiência emocional pode ocorrer independente de uma expressão emocional fisiológica.
Para embasar sua teoria eles apresentaram estudos em pessoas que possuíam lesões na medula que as impediam de perceber as sensações e que, no entanto, preservavam a capacidade de sentir emoções. Outra questão apresentada por essa nova teoria era de que as mesmas alterações fisiológicas ocorriam em emoções bem diversas, como o palpitar rápido do coração de uma pessoa irritada e de um apaixonado.  Para eles o tálamo seria o grande ativador das emoções.
Charles Darwin (1809-1882):
Observou as semelhanças entre indivíduos de diversas espécies (cães, gatos, homens,...) na expressão emocional da raiva e caracterizou que as expressões faciais e corporais mostravam uma determinação inata que persiste com a evolução das espécies, revelando deste modo grande importância para a manutenção/sobrevivência das espécies.
Charles Darwin (1809-1882):
Para Darwin, as emoções permitem:
Sobrevivência do indivíduo
O predador tem que conseguir matar a presa e a presa tem que conseguir fugir do predador. Desta forma ocorre equilíbrio nas populações duas espécies. Como? Alguns predadores morrem de fome e algumas presas sobrevivem.
Sobrevivência da espécie
Os machos disputam as fêmeas para reprodução de modo que os mais fortes, atraente e possuidores de bons genes conseguem filhotes saudáveis. Desta forma eles estabelecem uma hierarquia e demarcam áreas seguras para as fêmeas e filhotes.
Comunicação social
Todos os animais do grupo não precisam apanhar do macho dominante para compreender que ele é o líder, somente aqueles que se julgarem mais fortes farão um desafio. Por quê? Porque os outros assistem às demonstrações de força e recebem sinais visuais que lhes sugerem sua posição hierárquica do grupo. Na nossa espécie a comunicação visual é muito utilizada.
Papel do sistema límbico para o comportamento emocional
ntes de iniciarmos nossos estudos específicos cabe ressaltar a origem do termo lobo límbico. Ele foi descrito por Paul Broca, em artigo publicado em 1878, que designou que o córtex cerebral localizado ao redor do corpo caloso formaria um lobo límbico (borda), principalmente o giro cingulado e o córtex na superfície medial do lobo temporal, incluindo o hipocampo. Naquela época suspeitava-se de forte envolvimento dessas estruturas com o olfato. Depois,em torno de 1930, descobriram o envolvimento com nossas emoções.
Medo e ansiedade
As emoções são as funções mais complexas que o sistema nervoso humano processa. Elas possuem três componentes principais:
Sentimentos Que podem ser positivos e negativos
Comportamentos Atos motores específicos de cada emoção
Ajustes fisiológicos específicos Hormônio e neurormônios secretados
Como já vimos atualmente áreas neurais da emoção estão agrupadas sob a denominação de sistema límbico.
A ansiedade é definida por uma sensação de aflição, receio ou agonia, sem causa aparente e costumeiramente está associada ao medo.
As emoções negativas são mais conhecidas e estudadas do que as positivas. 
Dentre estas, o MEDO é o mais estudado, sendo um estado subjetivo que ocorre diante de ameaças e determina reações das mais diversas: luta, fuga, ativação do SNA e etc.
Hoje, sabemos que as amígdalas cerebrais são estruturas importantes no entendimento do comportamento emocional, ela dispara emoções a partir da interpretação de informações sensoriais ou internas desencadeando ajustes que serão realizados no tronco encefálico e hipotálamo. Lesões nas amígdalas estão diretamente relacionadas com redução da reação emocional, incluindo o medo.
Hoje, sabemos que as amígdalas cerebrais são estruturas importantes no entendimento do comportamento emocional, ela dispara emoções a partir da interpretação de informações sensoriais ou internas desencadeando ajustes que serão realizados no tronco encefálico e hipotálamo. Lesões nas amígdalas estão diretamente relacionadas com redução da reação emocional, incluindo o medo.
Raiva e agressão
Para compreender esses circuitos, vamos primeiramente definir o porquê destes comportamentos. Animais das mais variadas espécies atuam de forma agressiva por diversos motivos:
Sabemos hoje que a presença de andrógenos (hormônios sexuais masculinos) está diretamente relacionada a esse comportamento. Todos já devem ter conhecido um caso de animal doméstico masculino que foi castrado e ficou dócil. Em humanos algumas pesquisas já comprovaram altos níveis de testosterona em homens que cometeram crimes muito violentos.
A agressão pode ser dividida em dois padrões de comportamento nos animais:
Agressão predatória
(ou ataque silencioso com mordida): caça (ataque contra membro de outra espécie para obter alimento). É um comportamento planejado que é realizado com pouca ativação simpática. O ataque é direcionado para pontos fatais na vítima, como cabeça e pescoço e geralmente silencioso. Está relacionada com o hipotálamo lateral.
Agressão afetiva
(ou ataque com ameaça): defesa de território (exibição, geralmente ruidosa, de seus atributos físicos). Neste comportamento há expressiva ativação da divisão simpática do sistema nervoso vegetativo. Está relacionada com o hipotálamo medial.
Experimentos com remoção total do telencéfalo (hemisférios cerebrais), em que se preservavam parcialmente o diencéfalo, revelaram a participação do hipotálamo na regulação destes comportamentos. Os animais que sofriam essa remoção apresentaram o que os pesquisadores chamaram de raiva simulada, uma vez que respondiam de forma agressiva a estímulos não irritantes, como carinhos. Isso ocorria sempre que o hipotálamo posterior era preservado na cirurgia. Quando ele era retirado o comportamento de raiva simulada não aparecia.
Outros estudos correlacionaram os níveis de serotonina com a agressividade, sendo a relação inversamente proporcional, ou seja, quanto mais serotonina, menor agressividade.
Reforço e recompensa
Os estudos que mapearam as áreas cerebrais relacionadas com reforço e recompensa datam da década de 50 e têm como pioneiros James Olds e Peter Milner. 
Eles implantavam cirurgicamente eletrodos no cérebro de ratos de modo a poder disparar descargas elétricas e estimular o funcionamento do cérebro para observar o que acontecia com os animais. 
Algumas áreas, quando estimuladas, provocavam um comportamento interessante: o animal parecia querer receber novamente o estímulo repetindo o comportamento que havia levado os pesquisadores a disparar a descarga elétrica (eles iam para um lado da caixa de observação, por exemplo).
Os estudos que mapearam as áreas cerebrais relacionadas com reforço e recompensa datam da década de 50 e têm como pioneiros James Olds e Peter Milner. 
Eles implantavam cirurgicamente eletrodos no cérebro de ratos de modo a poder disparar descargas elétricas e estimular o funcionamento do cérebro para observar o que acontecia com os animais. 
Algumas áreas, quando estimuladas, provocavam um comportamento interessante: o animal parecia querer receber novamente o estímulo repetindo o comportamento que havia levado os pesquisadores a disparar a descarga elétrica (eles iam para um lado da caixa de observação, por exemplo).
Aula 6: Pensamento 
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.” Albert Einsten
Organização do pensamento
Nosso pensamento pode ser definido de diversas formas, por exemplo, de acordo com a capacidade de nosso cérebro para formular e evocar ideias diversas. A partir de nossas experiências e da nossa criatividade, podemos relacionar conceitos, impor nosso julgamento, alterar e inventar fatos e etc. O pensamento pode ainda ser relacionado à nossa capacidade de reflexão e criação a iniciarem-se de ideias pré-existentes.
Uma questão interessante a dedicarmos nossos estudos é o fato de que diferindo de nossas sensações, que são bem estruturadas e dependem de um estímulo para que sejam percebidas, as nossas imagens mentais surgem de forma espontânea e voluntária, independendo de um estímulo sensorial específico. 
Geralmente elas estão ligadas aos conceitos que temos dos objetos e ao significado dos mesmos.
Para entender um pouco melhor a organização de nosso pensamento, faça o seguinte exercício mental:
Imagine que você está andando na rua e encontra uma velha amiga dos tempos da escola. Ela segura um bebê, de pele rosada, bem gordinho e com fofas meias azuis. Enquanto a conversa acontece, o bebê mexendo o pezinho te encanta. Na despedida, você comenta: Que belo menino, parabéns! E sua amiga o corrige: Giovana! O nome DELA é Giovana. Você fica um pouco embaraçado, se desculpa com outro elogio e só então percebe que o universo daquele bebê é típico do utilizado para meninas em nossa sociedade, o carrinho que está ao lado é xadrez rosa e cinza, os brinquedinhos são flores e bonequinhas .
Para entender um pouco melhor a organização de nosso pensamento, faça o seguinte exercício mental:
O que ocorreu? Seu cérebro, ao fixar as meias azuis, fez uma predição e antecipou para você uma série de julgamentos sobre aquele bebê. Como o assunto da conversa não foi o bebê e, sim, outras coisas que ocorreram durante os anos de afastamento... Pronto, seu cérebro esperto já havia programado o que deveria ser dito, para o que ele deduziu ser um menino. 
A nossa imagem mental de bebês de roupas rosa faz nosso cérebro associá-los a meninas e bebês de azul a meninos. Ao ter contato com um elemento de uma imagem mental, evocamos as informações relacionadas a ela.
O cérebro pode evocar, combinar e mesmo criar novos conceitos e hipóteses diante de uma cena e isso dá ao nosso pensamento a habilidade de antecipar probabilidades relativas aos acontecimentos.
Sempre devemos ter claro que, somente a partir de elementos fornecidos por nós e pelo ambiente que nos cerca, através de nossas sensações (em alguns casos, percebidos desde a vida fetal, como os estímulos auditivos), é que formamos essa série de objetos mentais. No entanto, no momento em que iniciamos a formação deste banco de dados mentais, as possibilidades de combinação de elementos são infinitas.
Seu cérebro pode e, corriqueiramente, faz uma série de combinações de assuntos relacionados ao tema de seu problema, ao comparar com outras situações vividas por você, ou compartilhada com amigos, ele pode ou não encontrar uma boa solução.
Papel do córtexpré-frontal
Esta região do cérebro está principalmente relacionada com as ações motoras, no entanto, o córtex frontal, onde ela se encontra, participa de uma série de questões interessantes, como a capacidade de avaliar as consequências de planejamentos e ações futuras. Nosso córtex pré-frontal integra as informações que o ambiente está oferecendo com as nossas experiências anteriores para poder programar as respostas motoras apropriadas para cada estímulo.
O objetivo desta área é simples: reunir informações sensoriais e experiências emocionais, de modo a produzir percepções conscientes que resultem em comportamentos específicos, que atendam a nossas necessidades em cada momento.
Lesões desta área parecem desligar planejamento e ação, de modo que a pessoa, apesar de aparentemente compreender bem o que lhe é informado pelo ambiente, não realiza os ajustes motores necessários a realização de tarefas.
Papel do córtex parietotemporoccipital
É a região responsável por promover uma análise detalhada das diferentes modalidades sensoriais, integrando-as e traduzindo como uma função mental superior. 
Integra os estímulos recebidos e processados pelas áreas pré-frontais e límbicas, levando à expressão complexa de nossas ações.
Papel do córtex límbico 
O córtex límbico está relacionado com a memória, emoção e aspectos motivacionais relacionados a um dado comportamento.
O estado de nosso meio interno (homeostase alimentar, sexual, emocional e etc.) está diretamente relacionado com a nossa habilidade de perceber estímulos sensoriais do meio ambiente. Conexões entre nosso córtex pré-frontal e límbico permitem que tenhamos uma percepção do colorido emocional relacionado a cada experiência. 
Regiões do córtex de associação límbico:
• Córtex orbitofrontal.
• Porções do lobo temporal.
• Giro de cíngulo.
As lesões do córtex orbitofrontal promovem redução da raiva e do comportamento agressivo e redução da dor crônica. Esse fenômeno foi observado experimentalmente em animais de laboratório e posteriormente em homens com lesões devidas a acidentes traumáticos.
Bases biológicas de transtornos mentais
A partir do esclarecimento dos processos mentais normais, fica mais fácil compreender uma série de desordens mentais. Ou seja, se um desvio acontece em alguma área cerebral, há a grande possibilidade de que ocorra um transtorno.
Estudos sobre as funções superiores, como o pensamento e, principalmente, a linguagem, vêm contribuindo de forma significativa neste sentido.
Pelo que temos estudado até aqui em nossa disciplina, já podemos compreender que uma determinada percepção pode ser desdobrada em diversos aspectos no entendimento dos processos mentais.
• Desordens de pensamento e afeto:
perda da lógica de fluxo de pensamento, pobreza da fala, labilidade emocional, alienação do mundo e da própria doença.
• Alucinações:
a pessoa passa a se relacionar de modo diverso com o meio exterior. Independente de sua vontade, imagens mentais são produzidas espontaneamente e comumente elas escutam vozes comentando seus atos.
• Delírios: 
sensação de perseguição, de superioridade em relação às outras pessoas ou mesmo de que seus pensamentos estão sendo controlados por forças exteriores ao corpo.
Esses problemas aparecem com frequência em psicoses, que podem ser classificadas, em linhas gerais, em orgânicas (neuropatologia passível de identificação) ou idiopáticas (sem causa definida). As psicoses serão estudadas detalhadamente sob a abordagem psicológica na disciplina Psicopatologia.
Bases biológicas da esquizofrenia:
Nesta psicopatologia as áreas do córtex pré-frontal e o polo do lobo temporal estão significativamente comprometidos, com uma clara disfunção do hemisfério esquerdo cerebral. Além disso, verifica-se um déficit de comunicação entre os hemisférios cerebrais. Com esses problemas, o indivíduo passa a usar principalmente o hemisfério esquerdo (que está precário) e começa a interpretar as mensagens oriundas do hemisfério direito como externas ao seu corpo (delírios e alucinações).
Estudos mais detalhados revelaram o papel da dopamina nesta patologia, onde ela está com uma hiperfunção: há um aumento da transmissão dopaminérgica em esquizofrênicos. Não podemos esquecer que a alteração na fisiologia de uma rede neural interfere em outras, o que leva a complexidade da terapia destes pacientes.
Aula 7: Linguagem
Introdução
Nesta aula iremos estudar um pouco sobre a linguagem humana, relacionando a comunicação, conhecendo as áreas encefálicas diretamente relacionadas com nossa linguagem e o que ocorre quando algo não vai bem com essas vias: as afasias.
Comunicação e linguagem
Hoje sabemos que o uso da linguagem é uma característica unicamente humana, que engloba a fala, a compreensão e a nomeação, permitindo expressar o nosso pensamento, por meio, por exemplo, da comunicação falada. Essa exclusividade humana se dá devido à complexidade e sofisticação do nosso sistema nervoso, que distingue nossa espécie das demais. Muito mais do que emitir apenas sons, como fazem centenas de espécies para se comunicar, a nossa linguagem compreende um sistema de sons, gestos e símbolos que permitem nossa intercomunicação, com uso criativo de palavras de acordo com regras gramaticais sofisticadas que independem de situações estereotipadas.
Você pode estar pensando: Os macacos usam sons, gestos e símbolos, então devem ter uma linguagem como a nossa? A resposta é não, pois, esse conjunto de ações sempre ocorre em situações-chave: avisar o grupo da presença de adversários, demarcar território, defender a posição de macho alfa (dominante no grupo) etc. Eles aparentemente não se comunicam uns com os outros sem um motivo claro e necessário ao bem-estar do grupo ou de um membro. Pelo menos é o que mostram os estudos atuais. Pode ser que no futuro se comprovem outras ideias.
Outra questão relevante a cerca de nossa linguagem é o fato de que uma criança que não conviva com pessoas que falam, apresente sérias dificuldades para utilizar a linguagem falada.
Escutar e interagir com pessoas que falam dos 12 meses até os seis anos de idade é determinante para o desenvolvimento pleno da fala.
Áreas encefálicas relacionadas à linguagem
Os estudos que tentam explicar a linguagem humana são antigos, alguns trabalhos datam do século XVI. Porém, um real e recente entendimento, demonstra que praticamente todas as pesquisas que esclareceram a importância do encéfalo para a linguagem ocorreram a partir do século XX.
Área de Broca
Pesquisando em diversos pacientes com dificuldade para utilizar a linguagem falada, Paul Broca propõe em 1861 que lesões nos lobos frontais do cérebro eram importantes para a explicação destas limitações na comunicação. Na época o assunto foi polêmico, pois, de certa forma, propunha a existência de uma área da linguagem específica no cérebro. Em 1863 ele complementa suas colocações indicando o hemisfério esquerdo do lobo frontal com a área mais crítica nestes casos.
Área de Wernickie
Karl Wernickie, em 1874, descreve outras áreas no hemisfério esquerdo que também estavam envolvidas com a linguagem falada. Estas áreas ficam no lobo temporal (entre o córtex auditivo e o giro angular).Estudando as afasias, ou seja, a perda parcial ou completa das habilidades da linguagem a partir de lesões no encéfalo, fica mais fácil de compreender a importância das áreas de Broca e Wernickie para a linguagem. Cabe ressaltar que em muitas afasias não há perda de qualquer faculdade cognitiva ou habilidade para mover os músculos faciais envolvidos com a fala.
Comunicação e linguagem – Afasias
Afasia de Broca
O portador apresenta grande dificuldade em falar, mesmo que tenha capacidade de entender o que escuta ou lê. Ou seja, a inteligência geralmente está preservada, mas a habilidade de se expressar pela linguagem falada não. Curiosamente há uma preferência por substantivos, verbos (não conjugados) e adjetivos e uma indiferença aos artigos e pronomes. Podemos resumir que nessa afasia a linguagem geralmente é entendida, mas não éproduzida pelo portador.
Lesões na área de Broca interferem diretamente na produção da fala, pois os sinais corretos não podem ser enviados para o córtex motor. A compreensão permanece normal, pois a área de Wernickie está intacta.
Afasia de Wernickie
Diferindo significativamente da afasia de Broca, na afasia de Wernickie a fala é fluente, no entanto a compreensão é precária. Neste caso, como a região é responsável por transformar sons em palavras, o entendimento do que é dito fica significativamente prejudicado. 
Como a área de Broca está intacta o indivíduo fala, no entanto, a produção verbal não passa de uma locução de frases sem sentido.
Afasia de condução
Ocorre por lesão nas fibras do fascículo arqueado, que comunica a área de Broca com a área de Wernickie. Atente que nesta afasia de condução as áreas estão preservadas, apenas as fibras que as comunicam estão lesionadas. 
O portador desta afasia compreende bem e fala bem, no entanto, apresenta dificuldades de repetição de palavras.
Afasia em bilíngues
Pessoas que dominam dois idiomas ao serem acometidas, por exemplo, por um AVC (acidente vascular cerebral) podem desenvolver uma afasia curiosa, geralmente elas tendem a apresentar dificuldades com o idioma aprendido secundariamente, enquanto a língua-mãe pode ficar apenas parcialmente prejudicada, de acordo com a gravidade da lesão. Uma pessoa que aprendeu dois idiomas ao mesmo tempo (por exemplo, o paterno e o materno, que eram diferentes) tende a apresentar dificuldades em ambos em casos de AVC.
 Essa particularidade é interessante e se dá pela utilização de células nervosas diferentes, quando aprendemos línguas em tempos distintos.
Comunicação e linguagem – Surdez
Estudos em indivíduos surdos, usuários da linguagem de sinais, revelam dados interessantes:
Lesões do hemisfério esquerdo podem promover sintomas semelhantes às afasias de Broca: o indivíduo compreende bem a linguagem de sinais, mas não consegue se expressar utilizando-a. Atentar que o problema não é motor, a habilidade motora das mãos está preservada, o que está complicado é a construção da linguagem.
Afasias semelhantes às de Wernickie também são observadas, o indivíduo não compreende bem a linguagem de sinais e, apesar de realizar os diversos movimentos que correspondem a determinados sinais, não constrói sentenças adequadamente e não consegue se comunicar.
Aula 8: Atenção 
Introdução
Apesar de pouco pensar sobre nosso estado de atenção, certamente você já se viu em alguma discussão sobre hiperatividade, seja falando de uma criança conhecida ou observando o comportamento agitado de alguém.
Geralmente tendemos a ver como um problema infantil, no entanto, muitos adultos convivem com essa realidade. Nesta aula vamos definir atenção, conhecer os processos ditos explícitos e implícitos e encerraremos analisando o déficit de atenção e a hiperatividade.
Nossa atenção é selecionada por nosso cérebro, que pode pré-programar o sistema para procurar alvos que atendam nossos desejos.
Atenção:
A atenção está diretamente relacionada com a seletividade do processamento de informações, podendo estar correlacionada, por exemplo, com uma dada posição no espaço ou a uma característica física do ambiente: uma cor, som, odor, textura ou objeto interessante.
Isso ocorre porque nós conseguimos sensibilizar áreas específicas de nosso cérebro que executam essa tarefa e acabam inibindo ou reduzindo a tarefa das demais. Esse processo é conhecido por atenção sensorial ou percepção seletiva.
As neurociências têm obtido resultados interessantes em suas pesquisas, principalmente com a atenção visual.
Tipos de Atenção
Atenção explícita
Aberta: você sabe exatamente o que está requisitando sua atenção. Automática: independe de sua escolha. O objeto de desejo atrai sua atenção.
O foco da atenção coincide com a fixação visual e com os movimentos oculares, no centro da fóvea.
Atenção implícita
Oculta: você busca algo que sabe o que é, mas não está com o objeto de desejo focado. Voluntária: você direciona seu olhar para pontos específicos, por exemplo, na multidão, para procurar objetos vermelhos e com o formato de um boné.
A atenção está direcionada a buscar pelo objeto de desejo, não há fixação no centro da fóvea e, sim, em sua periferia ou no próprio campo visual. 
Podemos concluir que as vias da atenção estão diretamente relacionadas com a seleção de aspectos do cenário em que estamos inseridos. Essa sequência de eventos pode ser observada na ilustração a seguir.
Note que os estímulos do ambiente externo desencadeiam reações primárias, que são traduzidas como nosso registro sensorial de um estímulo; Esse evento levará a reações secundárias, quando identificado (análise perceptual) e, posteriormente, reações terciárias revelarão o seu significado para nós, de acordo com a experiência de cada um (codificação e análise do significado).
O registro e identificação determinam a seleção precoce de nossa atenção.
A identificação e significado levarão a uma seleção tardia. Da integração das seleções precoce e tardia construiremos nosso comportamento adequado a cada situação, considerando nossas experiências particulares, nossa habilidade cognitiva e envolvimento emocional.
Déficit de atenção / Hiperatividade
Observe os cinco critérios principais que são considerados para a caracterização do TDAH:
1) É um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento. 2) Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos. 3) Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho). 4) Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos. 5) A perturbação não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de um transtorno invasivo do desenvolvimento, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não é melhor explicada por um outro transtorno mental.
Analisando o texto completo, você poderá conhecer o detalhamento de cada um destes critérios, com refinamento para diagnóstico clínico. O link para acesso ao texto completo está no tópico SAIBA MAIS. 
Subtipos, curso e padrão familial:
A maior parte dos TDAH possui sinais de desatenção e de hiperatividade combinados, já em alguns portadores, ocorre apenas um ou outro.
Para o diagnóstico da condição atual de um indivíduo devem ser considerados os sintomas nos últimos seis meses. Ou seja, quando se está diagnosticando um pré-adolescente por exemplo, vale apenas seu comportamento nos últimos seis meses, ainda que as informações de suas atitudes desde bebê sejam relevantes para o fechamento do diagnóstico.
Caracterização :
1)TDAH, Tipo Combinado.
Este subtipo deve ser usado se :
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade persistirem há pelo menos seis meses.
A maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o Tipo Combinado. Não se sabe se o mesmo vale para adultos.
2) TDAH, Tipo Predominantemente Desatento
Este subtipo deve ser usado se:
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e menos de seis sintomas de hiperatividade-impulsividade persistirem há pelo menos seis meses.
3) TDAH, Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo.
Este subtipo deve ser usado se:
Seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (mas menos de seis sintomas de desatenção) persistirem há pelo menos seis meses. A desatenção pode, com frequência, ser um aspecto clínico significativo nesses casos. O transtorno é muito mais frequente no sexo masculino, com as razões masculino-feminino sendo de 4:1 a 9:1, dependendo do contexto (isto é, população geral ou clínicas). A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de atividade motora quandoas crianças ainda estão engatinhando, frequentemente coincidindo com o desenvolvimento da locomoção independente. Entretanto, uma vez que muitos bebês hiperativos não desenvolvem o TDAH, deve-se ter cautela ao fazer este diagnóstico em uma idade muito precoce. Geralmente, o transtorno é diagnosticado pela primeira vez durante as primeiras séries, quando o ajustamento à escola está comprometido.
Na maioria dos casos observados nos contextos clínicos, o transtorno é relativamente estável durante o início da adolescência. Normalmente, os sintomas atenuam-se durante o final da adolescência e idade adulta, embora uma minoria dessas pessoas vivencie o quadro sintomático completo até os anos intermediários da idade adulta.
Outros adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico em Remissão Parcial. Este diagnóstico aplica-se aos indivíduos que não mais têm o transtorno com todos os seus aspectos característicos, mas ainda retêm alguns sintomas que causam prejuízo funcional.
Ocorre com maior frequência nos parentes biológicos em primeiro grau. Estudos sugerem que existe uma prevalência superior de Transtornos do Humor e de Ansiedade, Transtornos da Aprendizagem, Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtorno da Personalidade Antissocial nos membros das famílias de indivíduos com TDAH.
Características relativas à idade e ao gênero:
É especialmente difícil estabelecer o diagnóstico em crianças com menos de 4 ou 5 anos, pelo fato de seu comportamento característico ser muito mais variável do que o de crianças mais velhas e incluir, possivelmente, aspectos similares aos sintomas do transtorno. Além disso, em geral é difícil observar sintomas de desatenção em bebês e crianças pré-escolares, porque as crianças jovens tipicamente sofrem poucas exigências de atenção prolongada. Entretanto, mesmo a atenção de crianças pequenas pode ser mantida em uma variedade de situações (por ex., a criança típica de 2 ou 3 anos de idade em geral consegue ficar sentada com um adulto, olhando livros de figuras). 
Em comparação, crianças pequenas com TDAH movem-se excessivamente, sendo em geral difícil contê-las. Indagar sobre uma ampla variedade de comportamentos em uma criança pequena pode ser útil para se assegurar da obtenção de um quadro clínico completo.
À medida que as crianças crescem os sintomas geralmente se tornam menos conspícuos.
Ao final da infância e início da adolescência, os sinais de excessiva atividade motora ampla (por ex., correr ou escalar excessivamente, não conseguir permanecer sentado) passam a ser menos comuns, podendo os sintomas de hiperatividade limitar-se à inquietação ou uma sensação íntima de agitação ou nervosismo.
Em crianças na idade escolar, os sintomas de desatenção afetam o trabalho em sala de aula e o desempenho acadêmico.
Os sintomas de impulsividade também podem levar ao rompimento de regras familiares, interpessoais e educacionais, especialmente na adolescência.
Na idade adulta, a inquietação pode ocasionar dificuldades ao participar de atividades sedentárias e a evitar passatempos ou ocupações que oferecem limitadas oportunidades para movimentos espontâneos (por ex., trabalhos burocráticos).
Aula 9: Dor
Introdução
Iniciaremos nossa aula definindo os nociceptores e a hiperalgesia para que você possa estudar e reconhecer os aferentes primários, as vias ascendentes e a regulação aferente e descendente da dor. Apresentaremos ainda os principais opióides endógenos e uma doença conhecida como ausência congênita de dor. Boa aula!
Nociceptores e hiperalgesia:
A dor, ou sensação dolorosa, pode ser percebida em qualquer parte do corpo, em maior ou menor intensidade. E é reportada nesta fase como algesia, que significa sensibilidade a dor. As fibras nervosas que estão envolvidas na percepção e transmissão de estímulos dolorosos, chamam-se nociceptores, elas são terminações nervosas livres, ramificadas e não mielinizadas, que sinalizam quando o corpo está sendo lesionado ou corre risco de lesão. 
A nocicepção permite que nós venhamos a sentir a dor, ou seja, é o processo sensorial que provê sinais que desencadeiam a experiência da dor.
O que pode ativar um nociceptor, causando consequentemente uma sensação dolorosa?
• Estimulação mecânica intensa. • Temperaturas extremas. • Falta de oxigênio no tecido. • Exposição a produtos químicos. • Outros.
Dois tipos de fibras nervosas transmitem informações dolorosas:
1.Aδ: levemente mielinizadas. 2.C: não mielinizadas.
Os nociceptores estão na maior parte dos tecidos corporais, mas são ausentes no tecido nervoso.
A hiperalgesia é determinada por um aumento da sensibilidade, e gera a percepção de dor exagerada. Os nociceptores disparam diante de lesões ou potenciais lesões, já a hiperalgesia está relacionada com nossa capacidade de controlar a dor. Após a lesão, e consequente ativação dos nociceptores, os tecidos já estão lesionados, no entanto, ficam muito sensíveis a estímulos, um simples toque no ponto lesado pode desencadear dor extrema.
Mas o que pode desencadear a hiperalgesia? Um limiar reduzido para a dor.Intensidade aumentada do estímulo doloroso.Dor espontânea.
A hiperalgesia pode ser primária, quando ocorre dentro da área do tecido lesionado (na área do machucado, por exemplo) ou secundária, quando atinge o entorno da região lesionada.
Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, entre elas destacam-se a bradicinina, as prostaglandinas e a substância P.
Aferentes primários
Vias ascendentes
A dor e a temperatura do corpo entram em nosso sistema nervoso via medula espinhal, utilizando fibras que seguem diretamente para o tálamo (região do diencéfalo): são as vias espinotalâmicas.
Já a informação oriunda da face (rosto) segue pelo nervo trigêmeo diretamente para o tálamo: São as vias trigeminotalâmicas.
Regulação aferente e descendente
Antes de entendermos a regulação da dor, é fundamental que fique claro que a percepção dolorosa é variável de indivíduo para indivíduo. Além disso, dependendo do contexto comportamental a mesma intensidade de ativação nociceptora poderá produzir mais ou menos dor. 
Caso fibras mecanorreceptoras (táteis) de baixo limiar, como as fibras Aβ, sejam ativadas, inibiremos a dor em sua origem, inibindo as mensagens que seguiriam pelas vias espinotalâmicas, essa é dita a regulação aferente.
Opióides endógenos
Sob o termo “opióides” encontra-se uma variedade de substâncias que promovem analgesia (ópio, morfina, codeína, heroína e etc.). 
Os opióides endógenos são representados por substâncias produzidas pelo nosso sistema nervoso e que atuam inibindo a dor. Essas substâncias são chamadas coletivamente de endorfinas. As principais endorfinas são chamadas de β-endorfinas, sendo produzidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.
Ausência congênita de dor
Talvez você já tenha pensado em “como seria bom se eu não sentisse mais dor”. Bom, caso você reflita calmamente sobre a colocação verá que esse desejo não deve ser realizado, afinal, a dor nos avisa que algo não vai bem com nosso organismo, não é mesmo? Além disso, é ela que nos avisa que a área machucada ainda está prejudicada e nos induz a deixá-la de repouso para plena recuperação.
Algumas raras pessoas nascem com uma falha no desenvolvimento dos nociceptores, além de possuírem falhas nas transmissões nervosas de vias relacionadas à dor com o sistema nervoso central. As outras vias sensoriais são perfeitas, exceto aquelas relacionadas à dor.  Essas pessoas sofrem da ausência congênita de dor.
Veja alguns exemplos de complicações possíveis: • Queimaduras diversas, mesmo em situações cotidianas como cozinhar.• Fraturas que não são percebidas e tratadas. • Escarras e úlceras de decúbito, pois o indivíduo não fica com dores no corpo e dificilmente muda de posição durante o sono. • Incapacidade de perceber alterações nas articulações, permitindo degenerações e deformações.
A dor é adaptativa, é necessário que ela promova um incômodo significativo que demande nossa busca por cuidado.
Aula 10:

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