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AD1 FEB 2017 2 Piraí

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Avaliação à Distância – AD1 (PROVA)
Período - 2017/2º
Disciplina: FORMAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA
Coordenador: ALEXIS TORÍBIO DANTAS
Pesquise no material didático recomendado para o curso e discuta as seguintes questões:
Quais as principais diferenças entre o sistema de parceria e o sistema de colonato na utilização do imigrante na produção exportadora de café no Brasil? (3,0 pontos)
Resposta: Com o fim do tráfico negreiro o número de escravos diminuiu no mercado e fez-se necessário um novo sistema de capacitação de mão de obra. O senador Vergueiro foi o idealizador do sistema de parceria que, mais tarde, tornou-se uma continuação do sistema escravocrata. Os imigrantes oriundos da Europa vinham para o Brasil com uma ideia de recomeçar a vida com a promessa de terras para cultivo, trabalho e moradia. Porém, viajavam em péssimas instalações, alguns não chegavam vivos ao destino, e tinham sua mão de obra explorada da mesma forma que os escravos vindos da África. Os fazendeiros agiam de má fé e elaboravam contratos amarrando os colonos a circunstâncias que os deixavam em dívidas eternas com os fazendeiros, pois tinham que pagar a viagem e todos os supostos investimentos que os empregadores fizeram para trazê-los da Europa. Os fazendeiros mudavam as cláusulas dos contratos, mesmo depois de assinados, a seu gosto. As moradias eram uma adaptação das antigas senzalas e os colonos eram punidos sob argumentações de vadiagem, embriaguez ou outras situações semelhantes. Em contrapartida, os fazendeiros se sentiam frustrados, pois os colonos reivindicavam direitos trabalhistas e, para eles, não passavam de escravos com pele clara. Esse sistema, logicamente, não se sustentou por muito tempo e logo chegou a Europa a notícia das más condições a que os colonos eram submetidos e as falsas promessas foram desmascaradas. O sistema de colonato surgiu como uma nova opção para o fluxo de imigrantes ao país. Ele garantia pagamento direto ao colono e as despesas de viagem e do primeiro ano de trabalho eram custeadas pelo fazendeiro. O colono também recebia um pedaço de terra para cultivo de subsistência. Outro passo importante para que esse sistema desse certo foi a participação do governo da província de São Paulo, que passou a financiar o transporte dos colonos para o Brasil e as instalações dos estrangeiros. 
Analise as principais medidas adotadas no governo Campos Sales para deter a recorrente desvalorização cambial que marcou a economia brasileira no final do século XIX. (4,0 pontos)
Resposta: A primeira medida adotada por Campos Sales foi ir a Europa captar recursos externos para resolver os problemas financeiros internos. Ele assinou o II Funding Loan, que consistia em um empréstimo concedido pela Inglaterra sob condições favoráveis ao pagamento, visando assim, melhorar a economia no país que atravessava uma crise na comercialização do café. O então ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho, criou novos impostos e tirou boa parte do papel moeda de circulação, depositando esse montante em bancos estrangeiros. Essa última ação fazia parte do acordo firmado com a Inglaterra, garantindo assim o pagamento da dívida. O aumento dos impostos pesou no bolso da população e a diminuição da circulação do papel moeda causou pânico, fazendo a economia estagnar. Essas medidas valorizaram efetivamente o câmbio, houve, porém, um descontentamento devido a desaceleração da economia cafeeira, o que levou cafeicultores a pressionarem por mudança política. 
Examine os objetivos e as medidas adotadas no Convênio de Taubaté em 1906. (3,0 pontos)
Resposta: O convênio de Taubaté tinha como objetivo evitar uma nova crise de superprodução de café. Contrariando o presidente da República na época, as três províncias com maior influência econômica (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) instituíram algumas medidas preventivas. O convênio estabeleceu que os governos envolvidos comprariam os excedentes de produção de café e que a compra seria viável por meio de um financiamento. O gasto com a compra do excedente seria coberto por um imposto cobrado na venda de cada saca de café exportada. Um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio. Taxas proibitivas também foram instituídas visando inibir o aumento da expansão das lavouras no longo prazo. Essas providências estabeleceram internacionalmente o preço do café e concentraram a economia em torno da atividade cafeeira. Os maiores lucros foram direcionados para os operadores do mercado financeiro, principalmente os banqueiros internacionais e as casas comissionadas, que compravam o café em baixa e vendiam na alta. O enriquecimento do público externo permitiu a compra das grandes fazendas nacionais. Além disso, a alta dos preços e da receita de exportação inviabilizou o controle do crescimento das lavouras e o problema se tornou insolúvel no longo prazo.

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