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Direito Administrativo I - Resumo G2

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6. DEVERES DO GESTOR
6.1. Pressupostos
Supremacia do interesse público sobre o particular.
6.2. Poder-dever e dever-poder
Poder-dever do Estado: agir quando os interesses particulares estiverem se sobrepondo aos interesses da coletividade.
Dever-poder: é o dever de agir. A teoria do poder-dever existe para produzir um dever de agir perante um dado caso concreto quando a respectiva norma legal que autoriza a ação apenas confere uma autorização ou faculdade para agir, mais exatamente: nos casos onde uma norma legal não se dirige de modo imperativo e cogente aos agentes públicos.
6.3. Dever de Eficiência
6.4. Dever de Probidade (Art. 37, §4º, CF e lei 8429)
A lei da probidade regula os atos Ilícitos administrativos punidos pela mesma, embora se pareçam com muitos tipos penais, não tem caráter criminal, por exemplo enriquecimento ilícito (Art. 9º).
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
Outro ato de improbidade que constitui ilícito é o prejuízo ao erário (Art. 10º).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Constitui ilícito também atentado aos princípios constitucionais (Art. 11)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
6.5. Dever de prestar contas
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
7. PODER DO GESTOR
A doutrina brasileira mais tradicional busca sistematizar e elencar os principais "poderes" instrumentais da Administração Pública bem como os "poderes" dos agentes administrativos. Esse elenco de poderes provém basicamente de Hely Lopes Meirelles reconhece inicialmente que "os poderes e deveres do administrador público são os expressos em lei, impostos pela moral administrativa e os exigidos pelo interesse da coletividade. Fora dessa generalidade não se poderá indicar o que é poder e o que é dever do gestor público, porque, estando sujeito ao ordenamento jurídico geral e às leis administrativas especiais, só essas normas poderão catalogar, para cada entidade, órgão, cargo, função, serviço ou atividade pública, os poderes e deveres de quem os exerce".
Assim, "cada agente administrativo é investido da necessária parcela de poder público para o desempenho de suas atribuições. Esse poder é de ser usado normalmente, como atributo do cargo ou da função, e não como privilégio da pessoa que o exerce. É esse poder que empresta autoridade ao agente público quando recebe da lei competência decisória e força para impor suas decisões aos administrados. (...) O poder administrativo, portanto, é atribuído à autoridade para remover os interesses particulares que se opõem ao interesse público."
O gestor tem que ser exercido de acordo com os limites impostos pela constituição, sem desviar das finalidades, em que pese a constituição prevê remédios para evitar ilegalidades e abuso de poder por parte do gestor, mediante mandado de segurança.
O abuso de poder seria tanto o excesso de poder quanto o desvio da finalidade, ou até mesmo a omissão, por exemplo, a autoridade pública pode ser incompetente para praticar o ato administrativo, ou se competente exorbita de seus poderes.
Art. 5º, LXIX, CF - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Hely Lopes Meirelles "Para bem atender ao interesse público, a Administração é dotada de poderes administrativos – distintos dos poderes políticos – consentâneos e proporcionais aos encargos que lhe são atribuídos. Tais poderes são na verdade instrumentos de trabalho, adequados à realização das tarefas administrativas. Daí o serem considerados poderes instrumentais (...) Os poderes administrativos nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem."
Os poderes da Administração Pública consistiriam então em poder vinculado ou discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; e poder de polícia.
7.1. Poder vinculado e poder discricionário
Os poderes vinculado e discricionário designam a maior ou menor liberdade de agir que a lei confere à Administração Pública perante um caso concreto – nenhuma liberdade no ato vinculado, alguma e mesmo ampla liberdade no ato discricionário. 
Hely Lopes Meirelles "Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo – a lei – confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. ... Daí se dizer que tais atos são vinculados ou regrados, significando que, na sua prática, o agente público fica inteiramente preso ao enunciado da lei, em todas as suas especificações."
Hely Lopes Meirelles "Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. ... A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade de ação ue é conferida ao administrador. ... A atividade discricionária encontra plena justificativa na impossibilidade de o legislador catalogar na lei todos os atos que a prática administrativa exige."
A margem do poder discricionário envolve critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo (as medidas tomadas não previstas em lei). O exercício do poder discricionário não é controlado pelo poder judiciário. A discricionariedade não se confunde com o arbítrio, pois há limites impostos por lei e pelo princípio da proporcionalidade, respeitados pelo poder discricionário.
7.2. Poder hierárquico
O poder hierárquico envolve uma atividade harmônica entre supervisão, ordenação, correção e coordenação. A ordenação é a distribuição das atividades; a supervisão é o controle dos atos, visando a perfeição técnica dos atos e a observância da legalidade dos atos administrativos; a correção serve para corrigir os atos administrativos, a fim de manter a estabilidade, podendo acarretar o exercício poder disciplinar.
Hely Lopes Meirelles "Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.[..] Hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes do Poder Executivo, com a distribuição de funções e a gradação da autoridade de cada um. ... O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito da Administração Pública. ... Do poder hierárquico decorremfaculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos dos inferiores."
Uma leitura atenta da CF 1988 pode demonstrar que até a promulgação do art. 84, VI, "a", CF 1988 em 2002 apenas e somente a lei poderia fixar in concreto a hierarquia no âmbito dos órgãos administrativos (cf. art. 48, IX, X, XI c/c art. 61, § 1º, II c/c art. 88, CF 1988). Depois da introdução do art. 84, VI, "a", CF 1988, o Poder Executivo somente pode fixar a hierarquia funcional em caso de não haver aumentos despesas. Nesse contexto, o poder hierárquico é o poder do superior hierárquico de determinar, fiscalizar e rever o cumprimento das competências orgânico-funcionais previstas na lei pelos inferiores hierárquicos, e de delegar e avocar essas competências orgânico-funcionais em caso de expressa autorização legal para tanto.
Art. 116.  São deveres do servidor:
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
7.3. Poder disciplinar
Está articulado ao poder hierárquico, pois é através do poder hierárquico que se identifica as irregularidades (imperfeição técnica, ilegalidade, abuso de poder), investiga-as (por sindicância ou PAD) e aplica-se penalidade, através de um processo administrativo (não há tipicidade), observado o devido processo legal. É o típico poder-dever, sendo o gestor público obrigado a exercer tal poder, vide o exemplo do art. 143, lei 8.112.
Art. 143, lei 8.112.  A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Hely Lopes Meirelles "Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração."
Em relação a penalidade administrativa não há tipicidade, ou seja é derivada do poder discricionário do gestor (128, 166, 167 e 168, lei 8.112). No entanto, deve se respeitar o processo legal, pois o procedimento de aplicação é previsto, logo não discricionário, sob pena de nulidade.
Art. 128, lei 8.112.  Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
7.4. Poder regulamentar
É o poder que estabelece comandos, diretrizes abstratas para detalhar como a lei será aplicada. Esse poder nunca inova via decreto, ele serve para preencher lacunas, nesse caso. Ademais, é vedado impor obrigações aos particulares que não reguladas estritamente por lei, em razão do princípio da legalidade.
Hely Lopes Meirelles "O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. É um poder inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV) [e art. 84, VI, "a"], e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado."
Parte da doutrina e mesmo a jurisprudência também usam a expressão "poder regulamentar" em um senso mais amplo (i.e., como gênero), a qual engloba todas as espécies de normas editadas pela Administração Pública. Assim, nesse senso amplo o poder regulamentar é o poder da Administração de editar normas infralegais, nos seus mais variados escalões.
7.5. Poder de Polícia
Hely Lopes Meirelles "Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar a restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Em linguagem menos técnica, podemos dizer que o poder de polícia é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Por esse mecanismo, que faz parte de toda Administração, o Estado detém a atividade dos particulares que se revelar contrária, nociva ou inconveniente ao bem-estar social, ao desenvolvimento e à segurança nacional."
A rigor, o poder de polícia não é poder somente da Administração Pública e tampouco surge originariamente como um faculdade dela, uma vez que por força do art. 5º, II, CF 1988 somente a lei pode restringir a liberdade e a propriedade privadas. A Administração Pública sobretudo executa essas normas legais de polícia, às vezes de modo vinculado, às vezes como faculdade, conforme estipulado na lei. No que tange a atuação do poder de polícia, pode ser preventiva (licenciamento), ou repressiva (fiscalização, sancionador).
Características d poder de polícia:
Indelegabilidade do poder: em sendo um poder típico de Estado não poderia ser delegado, como ocorre no caso da EPTC, por exemplo;
Discricionariedade do poder (conveniência, oportunidade e conteúdo): O poder deriva da Constituição, mas com a exceção das regras de competência, o poder, no que diz respeito ao momento de conveniência, é discriciDonário, por exemplo, quando o executivo decidiu fazer fiscalização no camelódromo, é uma ação de oportunidade e conveniência, conteúdo, em relação a quais órgãos de fiscalização estariam presentes, como SMIC (comércio regular), Inmetro (qualidade), a Fazenda (sonegação) entre outros.
Auto-executoriedade: Não se faz necessária licença de outro poder para exercer a atividade do poder de polícia. 
Coercibilidade: Deriva da auto-executoriedade, é a prerrogativa de ao encontrar resistência por parte do particular, podem ser tomadas medidas administrativas repressivas (multa e apreensão) e além do mais, buscar auxilio da segurança (polícia militar).
8. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
Bens públicos são aqueles bens que pertencem às pessoas jurídicas de direito público interno ("bens próprios") ou que são da coletividade em geral ("bens do povo") e que por isso restam sob o domínio de uma pessoa jurídica de direito público interno.
Marçal Justen Filho (Curso) "O Estado não recebe os bens para a satisfação de seus próprios interesses. Sempre se trata de utilizar os bens para promover os direitos fundamentais da população. Os bens públicos são atribuídos ao Estado para fins de proteção e para fruição democrática e adequada de suas utilidades. Logo, a definição de propriedade privada, tal como adotada no art. 1.228 do CC, é absolutamente inaplicável ao âmbito dos bens públicos."
Art. 99, CCB. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praçasm;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
8.1. De uso Comum
São aqueles bens de titularidade difusa, cujo usuário direto é a coletividade ("povo"), muito embora eles estejam sob a titularidade de uma das entidades públicas, isto é: em última instância cabe a estas regular o uso comum do bem pelo público – logo: esses bens estão afetados para o uso comum do povo.
Exemplo 1: Qualquer do povo pode usar de uma rua, calçada ou praça, vez que a finalidade desses bens é exatamente esse uso comum; mas cabe ao Município regular especificamente esse uso e gozo, por exemplo, dispondo sobre os locais de estacionamento, colocando semáforos ou quebra-molas nas ruas, constituindo calçadões em áreas de maior fluxo de pedestres etc. Em Porto Alegre, o Parque da Redenção é exemplo clássico.
Características: Utilização livre (Não necessidade de autorização), 
8.2. Bens de Uso Especial
São moveis e imóveis destinadosao desenvolvimento da atividade administrativa / prestação de serviços público, em que a entidade pública é efetivamente proprietária do bem, e ela os usa para o cumprimento de suas atribuições e/ou serviços. A expressão "serviço ou estabelecimento" abarca então todo o conjunto de bens que de qualquer maneira são utilizados para o cumprimento das atribuições e/ou competências pelas pessoas jurídicas de direito público – logo: esses bens estão "afetados" para uso especial pela própria entidade administrativa de direito público.
Exemplo: O prédio da Prefeitura Municipal (funcionamento da administração municipal), o prédio de um Tribunal ou Fórum (serviço público de administração da Justiça), a máquina de asfalto e o caminhão de obras (servem para obras públicas), o caminhão do Corpo de Bombeiros (serviço público de segurança contra incêndios), o prédio da garagem de veículos públicos, o prédio de uma escola estadual, o prédio de um posto de saúde municipal (servem para prestação de serviços públicos) etc.
Em Porto Alegre, temos o Teatro São Pedro, o Foro, o TJRS, o Auditório Araújo Viana.
Características: 
8.3. Bens Dominicais / Dominiais
São bens que constituem propriedade (e patrimônio) de uma entidade pública, são disponíveis, podendo ser alienados, e não possuem qualquer destinação pública, isto é: não têm nem destinação comum e nem destinação especial. Logo, por exclusão, os dominicais são todos aqueles bens públicos que não estão, no presente momento, afetados nem para uso comum e nem para uso especial, são bens de domínio privado do Estado.
Exemplos: Um apartamento entregue por particular ao Município como pagamento de dívida tributária (dação em pagamento); um terreno sem qualquer uso pertencente ao Estado etc.
Por analogia com o direito romano ("teoria do fisco": bens do Estado submetidos a regime de direito privado), os bens dominicais também são denominados "bens fiscais" ou bens do "domínio fiscal" do Estado. Essa analogia ganha fôlego quando se leva em conta que o dinheiro e os títulos públicos do Estado são tradicionalmente reconhecidos como bens dominicais. 
8.4. Características dos bens afetados e desafetados
a) AFETAÇÃO - Instituto pelo qual se atribui a um bem público uma determinada destinação ou finalidade pública específica ("bem afetado"), podendo ocorrer tacitamente e também podendo perder essa qualidade pela desafetação.
Ex: um terreno dominical por afetação pode se tornar um bem de uso público ou especial, pela afetação, transformando em praça, por exemplo.
Inalienabilidade, indisponibilidade: O art. 100, CCB já prevê a impossibilidade:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Impenhorabilidade: o Estado não pode satisfazer seus débitos com esses bens, conforme art. 100, CF.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Impossibilidade de oneração: Igualmente há impossibilidade de qualquer gravame, não podem ser dados em garantia, porque não podem ser alienados.
Imprescritibilidade: Não podem ser esses bens usucapidos, vide art. 102, CCB, 183, §3º, CF e art. 191, §único, CF.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 191,CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
b) DESAFETAÇÃO - Instituto pelo qual se retira de um bem sua destinação ou finalidade pública específica ("bem desafetado"). Os bens de domínio público podem ser transformar em bem do domínio privado do Estado, implicitamente o art. 100, CCB, menciona quando dispõe: “enquanto conservarem a sua qualificação”, podendo, então, ocorrer expressamente por lei ou tacitamente.
Ex: uma escola municipal que pegou fogo é naturalmente desafetada (tacitamente), até que seja recuperada a sua função social. 
A inalienabilidade característica do bem de domínio público pode ser: 
Natural – Decorre da própria natureza da coisa, como ocorre com os bens que são insuscetíveis de valorização patrimonial, tais como os rios e mares. 
Legal – É a lei que destinou legalmente o bem para determinada finalidade, afetando-o a um determinado uso. 
ART. 22 DA 6766 = AFETAÇÃO LEGAL. AS ÁREAS NATURALMENTE AFETADAS NÃO PODEM SER DESAFETADAS, AS LEGALMENTE AFETADAS PODEM DESDE QUE TENHAM PERDIDO SUA FUNÇÃO.
Quando a inalienabilidade decorre da lei, o bem pode ser objeto de desafetação, perdendo sua destinação pública e, então, poderá ser alienado ou cedido a particular. 
Segundo José Cretella Júnior “Desafetação é fato ou a manifestação de vontade do poder público mediante o qual o bem do domínio público é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado, do Estado ou da Administração” (grifo nosso).
A afetação ou desafetação do bem público pode ser expressa (por lei) ou tácita (pela ação direta da Administração dando ao bem uso distinto de sua classificação original). 
Prescrição: Quinquenal: Art. 1º, lei 20.910: 5 anos
Prescrição Súmula: 20 anos.
8.5. Bens do domínio PRIVADO do Estado (bens dominicais)
São aqueles bens que integram o patrimônio das pessoas jurídicas de Direito Público sem afetação a uso determinado, sendo portanto bens disponíveis. 
Diferentemente do que acontece com os bens de uso PÚBLICO do estado, os bens dominicais comportam uma função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar rendas ao estado, em oposição aos demais bens públicos, que são afetados a uma destinação de interesse geral. Outra característica distintiva dos bens dominicais é o fato de que se submetem a regime jurídico de direito privado, no sentido de que o Estado age em relação a eles como se proprietário fosse. 
Embora o poder público tenha uma liberdade maior na Administração destes bens comparativamente às demais classes de bens, por serem bens públicos, a lei estabelece algumas regras próprias. 
Regras especiais: 
Os bens públicos não são suscetíveis de apropriação pela via da usucapião (art. 183, § 3º e art. 191, parágrafo único da Constituição Federal). 
Restrições quanto à alienação de bens públicos são impostas pela lei 8.666/93, (ver artigo 17 da lei), sendo exigidos:
Prévia avaliação (patamar mínimo para a venda)
Demonstração do interesse público na alienação (motivação)
Licitação 
Autorização Legislativa (controle legislativo sobre executivo)
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
Exceção: Há bens que ingressam desafetados, adquiridos pelo Estado por dação em pagamento ou por procedimento jurídico. Art. 19
Art. 19.  Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado deprocedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.
Uso de bem público por particular
O uso privativo de bens públicos requer habilitação. Os bens públicos das três modalidades previstas no art. 99 do Código Civil (uso comum, uso especial, e dominical) podem ser utilizados pela pessoa jurídica de direito público que lhe é titular e podem ainda ser cedidos a outros entes públicos e a particulares. 
Uso comum do bem público pelos particulares – é o que se exerce em igualdade de condições, anonimamente e sem sujeito determinado, por todos os membros da coletividade, sem distinções. Essa utilização comum do bem público é, regra geral, gratuita e independe de titulação. 
Uso privativo do bem público pelos particulares – é o que a Administração Pública confere, mediante título jurídico individual, a pessoa ou grupo de pessoas determinadas, para que o exerçam, com exclusividade, sobre parcela de bem público. 
 
	Instrumentos estatais de outorga de uso privativo
	
	Autorização
de uso
	Permissão
de uso
	Concessão
de uso
	Conceito
	Ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a Administração consente, a título precário , que o particular se utilize de bem público com exclusividade.
	Ato administrativo unilateral,discricionário e precário, gratuito ou oneroso , pelo qual a Administração faculta a utilização de bem público, para fins de interesse público.
	Contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a utilização privativa de bem público, para que o exerça conforme sua destinação.
	Constituição
	Por ato administrativo unilateral
	Por ato administrativo unilateral
	Por Contrato Administrativo
	Características
	Precariedade
Discricionariedade
Ausência de utilidade pública
Dispensa de licitação
	Menor precariedade
Discricionariedade
Obrigação de uso para finalidade pública
Dispensa de licitação (excetuada legislação específica)
	Bilateralidade
Oneroso ou gratuito
Uso determinado e vinculante para o concessionário
Exigência de licitação
Temporária ou perpétua
	Extinção
	Revogação, pois a regra geral é que possa ser extinta a qualquer tempo.
	Término do prazo
Revogação (quando não há prazo)
	Término do prazo
Revogação (quando não há prazo)
Observação: Somente os bens dominicais também podem ser objeto de transferência de uso aos particulares por meio de institutos de direito privado: concessão de direito real de uso, aforamento, locação, cessão, arrendamento.
No caso das autorizações de uso, o interesse é do particular, por exemplo, as bancas de jornais, as mesinhas de bar na cidade baixa.
Quanto a permissão de uso, há interesse público, a tendência é de que se permita o uso do bem público, através de oportunidade e conveniência, também tem interesse do particular. E tem prazo médio de até 5 anos e ocorrerá uma nova licitação. Ex: Brick da Redenção, ZaptZum, Café do Lago.
As concessões de uso são mais estáveis (prazos longos, 10 anos) e a destinação é específica do bem, há um contrato (não um mero ato administrativo), assumindo, o particular e a administração, direitos e deveres. Ex: conjuntos habitacionais do DEMHAB, cemitérios municipais.
A concessão de uso especial para fins de moradia, prevista no §1º do art. 183, CF é um direito subjetivo do ocupante e não tem prazo.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
8.6. Terras Devolutas
O conceito jurídico de terras devolutas vem do direito medieval português. Inicialmente, a Coroa portuguesa doava terras aos particulares, com o encargo de as tornarem produtivas. Devolutas (ou: devolvidas) eram então as terras retomadas pela Coroa porque não foram tornadas produtivas pelo donatário. E, devolvida a terra ao Poder Público, em princípio ela não tinha nenhuma destinação e/ou uso público. Daí um segundo sentido jurídico para as terras devolutas: terras "desocupadas", "vagas".
Desde o início da colonização do Brasil o inteiro território foi juridicamente considerado como "terra devoluta", a qual ia sendo paulatinamente partilhada com doações de terras pela Coroa Portuguesa a privados (capitanias hereditárias, sesmarias etc). Já a partir disso o conceito de terras devolutas é residual: são todas "aquelas que não estão destinadas a qualquer uso público nem incorporadas ao domínio privado" (Di Pietro). Terras devolutas, por sua própria natureza (não destinadas a um fim público específico), constituem bens dominicais. Cabe referir, por fim, que a CF 1988 não reconhece terras devolutas municipais (mas elas podem existir em face de prévia doação federal ou estadual).
A definição de "terras devolutas" (aquelas sobre as quais não incide um título de propriedade privada e não são utilizadas pelo Poder Público) pressupõe mera desafetação de fato;
Art. 20, II, CF 1988 "São bens da União: . as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei."
Art. 225, § 5º, CF 1988 "São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.”
As terras devolutas podem ser da União e dos Estados, o critério para determinar é do art. 20, II, CF para União e um critério residual para os Estados, de acordo com o art. 26, IV, CF:
Art. 26, IV, CF 1988 "Incluem-se entre os bens dos Estados: ... as terras devolutas não compreendidas entre as da União."
8.7. Terrenos de Marinha
A origem dos terrenos de marinha está em se criar um conceito jurídico que permitisse a defesa da costa brasileira contra ataques navais. Assim, terrenos de marinha se diferenciam (ou: se destacam) do restante da propriedade do solo e constituem propriedade exclusiva da União, a fim de que as forças armadas de defesa ali possam ser postadas e transitar, juntamente com os equipamentos (em especial canhões) para a respectiva defesa. 
Art. 20, VII, CF 1988 "São bens da União: os terrenos de marinha e seus acrescidos"
Art. 2°, Decreto-lei 9.760/46 "São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar médio de 1831:
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; 
b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se façam sentir a influência das marés."
Art. 11, Item 1, Código de Águas "São públicos dominicais ... os terrenos de marinha."
Acrescidos – Faixas de terra que surgem do antigo leito do mar, seja por baixa do preamar de 1831, seja por acréscimo artificial, como a construção de aterros, portos etc.
Instrumento Enfiteuse
Em 1830, não existia os instrumentos de autorização, permissão e concessão de uso, usa-se até hoje a enfiteuse, conforme art. 49, §3º, das disposições transitórias da Constituição, transcrevo in verbis:
Art. 49, § 3º, das disposições transitórias CF. A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurança, a partir da orla marítima. 
Segundo o Novo Código Civil (art. 2.038, § 2º) utiliza-se o instituto da "enfiteuse" (ou "aforamento") para legitimar o uso especial por terceiros dos terrenos de marinha da União.
A enfiteuse é um instituto do direito medieval e constitui modalidade de "direitoreal sobre coisa alheia". Ela traduz juridicamente as relações entre o senhor feudal (proprietário da terra e "senhorio") e seus vassalos (usuários da terra e "enfiteutas"): em troca do uso da terra em caráter perpétuo para plantar e/ou criar gado, o vassalo devia uma renda anual (o "fôro") ao senhor feudal (renda essa que, na prática, era uma parte da produção agrícola/pecuária). O caráter perpétuo de sua duração (que funcionava como um fator de garantia temporal para o vassalo) diferencia a enfiteuse da locação/arrendamento (cujo prazo é sempre determinado ou determinável). Como se trata de direito real, a enfiteuse podia ser transferível pelo enfiteuta (vassalo) a terceiros (transferência do domínio útil), desde que o senhorio recebesse um percentual em face da transferência ("laudêmio").
Na enfiteuse administrativa sobre os terrenos de marinha, o "senhorio" é a União Federal e, de outro lado, o "enfiteuta" ou "foreiro" é o utente do terreno de marinha. A União tem o direito de cobrar o foro anual pelo uso perpétuo da coisa bem como direito a receber o laudêmio a cada vez que o direito real de enfiteuse for transferido pelo enfiteuta a um terceiro. 
8.8. Faixa de Fronteira
A faixa de fronteira não é um bem público pertencente à União Federal, mas sim uma zona imaginariamente demarcada em paralelo à linha fronteiriça terrestre com outros dez países e que se submete a uma regulação específica e restritiva em face dessa proximidade geográfica com os territórios estrangeiros. Criada ainda no tempo do Império com uma largura de 60 quilômetros, originariamente para fins de defesa do território, ela foi sendo depois paulatinamente aumentada (Constituições de 1934, 1937 e 1946). Atualmente a faixa de fronteira ocupa o limite máximo de largura que a Constituição de 1988 possibilita para sua extensão, isto é: 150 quilômetros, ao longo de uma fronteira com extensão total de cerca de 15.719 quilômetros, representando assim 27% de todo o território nacional. A faixa de fronteira atinge 11 Estados da federação e 588 municípios, e nela vivem 10 milhões de habitantes. As restrições relativas ao uso e ocupação da faixa de fronteira constantes na Lei nº 6.634/79 e no Decreto nº 85.064/80 variam conforme a natureza do uso e da ocupação, abrangendo: (i) alienação e concessão de terras públicas; (ii) serviços de radiodifusão; (iii) atividades de mineração; (iv) colonização e loteamentos rurais; (v) transações e propriedade de imóveis rurais envolvendo estrangeiros.
Art. 20, § 2º, CF 1988 "A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei."
Art. 91, § 1º, III, CF 1988 “Compete ao Conselho de Defesa Nacional ... propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo”.
Art. 176, § 1º, CF 1988 “A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas”.
8.9. Ilhas Marítimas, Fluviais e Lacustres
As ilhas marítimas pode ser oceânicas ou costeiras:
Oceânicas: São ilhas que não tem ligação com um município, que estão dentro do território do país, mas fora da plataforma continental.
Ex: Fernando de Noronha
Costeiras: São ilhas com ligação a municípios, como: Florianópolis, Vitória, São Luis do Maranhão.
Há também as ilhas fluviais (em rios) e lacustres (em lagos e lagunas). 
Ex: Ilhas delta do Guaíba.
Art. 20, IV, CF 1988 "São bens da União: ... as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
Art. 26, CF 1988 "Incluem-se entre os bens dos Estados: ...
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União."
8.10. Águas
Bens da união: lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a territórios estrangeiros ou deles provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. (ver artigo 20, III da C.F.). 
Bens dos Estados: águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito (artigo 26, I da CF).
José Afonso da Silva (Comentário contextual à Constituição): "Todas as correntes de água são públicas, de sorte que a Constituição reparte o domínio das águas entre a União e os Estados, modificando profundamente o Código de Águas, eliminando as antigas águas municipais, as comuns e as particulares."
Art. 14, Código de Águas (Decreto nº 24.643/34) "Os terrenos reservados são os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance das marés, vão até a distância de 15 metros para a parte de terra, contados desde o ponto médio das enchentes ordinárias."
8.11. Jazidas
A jazida é toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra e que tenha valor econômico. 
Pelo sistema jurídico brasileiro, “os recursos minerais, inclusive os do subsolo” são bens da União. (art. 20, IX da CF). O § 1º do artigo 20, no entanto, já estabelece um regramento distinto, ao estatuir a participação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para geração de energia elétrica e outros recursos minerais, ou compensação financeira por essa exploração.
Art. 20, § 1º, CF - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. 
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
§ 3º - A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
§ 4º - Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
8.12. Meio Ambiente
O meio ambiente recebe o tratamento constitucionalde bem de uso comum do povo. Trata-se de portanto de um bem com titularidade indeterminada, não privativo do Estado mas de uso coletivo, direito difuso de toda a população.
Art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Lei nº 6.398/81 – Institui o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente; Lei nº 9.605/98 – Institui as sanções penais e administrativas por lesões ao meio ambiente; Lei nº 9.985/00 – Institui o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

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