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Visão geral da Semiótica peirciana A tríade peirciana é centrada no homem anti-cartesiano = sinto logo existo. A semiótica como estudo dos fenômenos e, portanto, de todas as linguagens se baseia em três categorias : Primeiridade, secundidade e terceiridade. Podemos compreender isso através da seguinte imagem: Pronto. Agora, tendo em mente essa relação, entendamos que tudo é signo. Veja bem, signo é a representação de um objeto, e não o objeto em si. Esclarecido esse ponto, respondamos a questão: como essa concepção se aplica em semiótica? Segundo Santaella “o signo só pode representar seu objeto para um intérprete, e porque representa seu objeto, produz na mente desse intérprete alguma outra coisa”. Em outras palavras o signo só tem representação quando em nossa mente. Somos o intérprete e a representação sígnica na mente, o interpretante. Sendo assim, o significado de um signo é outro signo, porém este último em nossa mente. É importante ressaltar que um signo não consegue esgotar todas as possibilidades de um objeto, como o sentimento. Vamos compreender a questão de interpretante dinâmico/ imediato e objeto dinâmico/ imediato. PARADO (signo) INTERPRETANTE DINÂMICO INTERPRETANTE IMEDIATO Sentido que pode ser produzido. (ordem de um bandido) Sentido real. (alguém sem fazer nada) Entendida a questão signo, objeto, intérprete e interpretante, vamos entender como o signo se relaciona em relação a ele mesmo, ao objeto e ao interpretante: Como sempre Peirce nos apresenta tríades. As da tabela acima são as mais utilizadas, porém há muitas outras. O signo pode se relacionar consigo mesmo: O quali-signo é uma qualidade sígnica imediata, tal como a impressão causada por uma cor. O quali-signo é uma espécie de pré-signo, pois se essa qualidade se singulariza ou individualiza, ela se torna um sin- signo. Ex.: as impressões que as cores azul e rosa podem causar em um indivíduo, antes de singularizadas, são quali-signos, meras sensações ou qualidades. O sin-signo é o resultado da singularização do quali-signo. A partir de um sin-signo pode-se gerar uma ideia universalizada (uma convenção, uma lei que substitui o conjunto que a singularidade representa), tornando-se assim um legi-signo. Ex.: se o indivíduo acha que as sensações são de seriedade, para o azul, e de de-licadeza, para o rosa, é porque ele percebe essas cores dessa forma singular. O legi-signo é o resultado de uma impressão mediada por convenções, por leis gerais estabelecidas socialmente. Ex.: a idéia geral de que “azul transmite seriedade e deve ser associada ao sexo masculino” e “rosa transmite delicadeza e deve ser associada ao sexo Gato (signo) OBJETO DINÂMICO OBJETO IMEDIATO O que substitui o sentido na mente do intérprete. Parte gráfica ou/e acústica do signo feminino” é uma convenção. Essa idéia se tornou uma lei geral, culturalmente convencionada em nossa sociedade. Trata-se agora de um legi-signo Pode se relacionar com o objeto: O ícone, de forma semelhante ao quali-signo, representa uma parte da semiose em que se destacam alguns aspectos qualitativos do objeto. O ícone é o resultado da relação de semelhança ou analogia entre o signo e o objeto que ele substitui. Ex.: um retrato ou uma caricatura são semelhantes aos objetos que eles substituem; eles são signos icônicos. O índice, assim como o sin-signo, resulta de uma singularização. Um signo indicial é o resultado de uma a relação por associação ou referência. A categoria indicial se evidencia pelo vestígio, pelos indícios. Ex.: rastros de pneus, pegadas ou cheiro de fumaça não se parecem com os objetos que eles substituem (pneus, animais ou a fumaça), mas nós associamos uns aos outros, respectivamente; são exemplos de signos indiciais. O símbolo resulta, tal como o legi-signo, da convenção. A relação entre o signo e o objeto que ele representa é arbitrária, legitimada por regras. Ex.: a pomba branca é símbolo de paz, um retângulo verde com um losango amarelo, círculo azul e estrelas é um dos símbolos do Brasil, mas em nenhum des-ses casos há relação de semelhança ou de associação singular; trata-se de regras, leis convenções. E com seu interpretante: Em lógica formal, o rema corresponde ao que se chama de termo, isto é, um enunciado impassível de averiguação de verdade. Em língua portuguesa, uma palavra qualquer (“menino”, por exemplo) fora de um contexto sintático é um rema. Se a palavra “menino” se insere em uma sentença, como em “o menino está doente”, podemos verificar seu grau de veracidade. Em lugar de um termo, temos uma sentença; em Semiótica, essa sentença chama-se dicente (dici-signo ou dissisigno). Investigamos se o menino está verdadeiramente doente porque a sentença não nos forneceu os motivos pelos quais se afirmou isso, mas temos elementos para tal averiguação. Se houvesse informações comprobatórias, não se trataria mais de um dicente, mas de um argumento. A sentença “O menino está doente porque apresenta manchas vermelhas e temperatura alta” traz um raciocínio completo, justificado, com caráter conclusivo. Nesse caso, temos então um argumento. Fontes: https://semioticaonline.wordpress.com/2012/08/30/as- tricotomias-peirceanas-classificacao-dos-signos/ O que é Semiótica. – Lúcia Santaella.
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