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Caderninho Pediatria completo

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EMERGÊNCIA E 
TRAUMATOLOGIA 
NORMAS GERAIS DE FLUIDOTERAPIA 
 
Indicações da Hidratação Endovenosa 
- desidratação de 2 e/ou 3 graus francos 
- sepsis, coma, comprometimento do estado geral 
- íleo paralítico 
- crise convulsiva 
- vômitos incoercíveis 
- diarréia profusa 
- insucesso na tentativa de reidratação oral 
- acidose metabólica grave ( pH  7.10 ou HCO3  7 mEq/l ) 
 
Avaliação do Grau da Desidratação: 
- estimado clinicam/e ou através da perda de peso, qdo houver dados. 
 
Lactentes Cças Maiores 
D. Grau I  peso de 2,5 a 5% idem até 3% 
D. Grau II  peso de 6 - 10% 4 - 6% 
D. Grau III  peso de 11 - 15% (ou +) 7 - 9% 
 
FASE DE REPARAÇÃO 
 
Deve ser realizada de preferência em 4 horas. Se o volume infundido foi 
insuficiente, por erro na avaliação inicial ou por perdas abundantes durante 
essa fase, e a criança estiver desidratada no máximo de 1º grau, prolongar a 
reparação por mais 2 horas, passando 3 a 5% de volume, totalizando 6 horas. 
Se o grau da desidratação for maior, o volume deverá ser reajustado, bem 
como o tempo de infusão. 
 
1. Soluções a serem utilizadas: 
- 1/2 SF : 1/2 SG5% (77 mEq/l NaCl): desidratação isonatrêmica (crianças 
bem nutridas até 2 anos de idade e crianças abaixo dos dois meses de idade, 
independente do estado nutricional) 
- 2/3 SF : 1/3 SG5% (100 mEq/lNaCl): desidratação hiponatrêmica, 
desidratação de crianças desnutridas > 2 meses, desidratação de crianças > 2 
anos, independente do estado nutricional. 
 
Observação: 
Em crianças desidratadas, apresentando sinais e sintomas compatíveis com 
hiponatremia (crise convulsiva, edema cerebral, movimentos de descerebração, 
irritabilidade ou apatia extremas, alteração do ritmo cardio-respiratório), 
corrigir sódio pela fórmula : 
(Na desejado - Na atual) x 0,6 x peso = mEq de Na+ 
Utilizando para o Na desejado, valores entre 125 e 130 mEq/l, dependendo do 
valor do Na atual (a diferença deve ser ao redor de 10 mEq/l). 
 
Administrar 50% do total calculado, utilizando solução de NaCl a 20% (1 ml = 
3,4 mEq Na = 22 ml SF), diluída em 5 partes de SG5%, durante 
aproximadamente 30 minutos. Tomar a precaução de infundir essa solução em 
veia mais ou menos calibrosa, cuidando para que não haja extravazamento, 
dada sua alta osmolaridade (igual cuidado deve ser tomado com a infusão de 
sais de cálcio "em bolo"). O soro de reparação programado (2/3 SF : 1/3 
SG5%) deve ser administrado ao mesmo tempo, em outra veia. 
 
2. Correção da Acidose Metabólica 
O critério p/ utilização de NaHCO3 qdo em hidratação EV é o achado de HCO3  
13 mEq/l. Corrigir pela fórmula BE x 0,3 x peso, não ultrapassando 6 mEq/kg 
por período de 4 a 6 horas. Não esquecer de descontar o teor de sódio do SF, 
substituindo-o por SG5%. 
NaHCO3 8,4% - (1 ml = 1 mEq Na + 1 mEq HCO3  6,6 ml SF) 
Na impossibilidade de coleta de sangue para gasometria, e em vigência de 
sinais clínicos evidentes de acidose metabólica, pode-se administrar até 6 mEq 
de HCO3/kg na fase de reparação. 
 
 
 
3. Indicação do Uso do Potássio na Reparação. 
Sempre que o K+ estiver  4,5 mEq/l, em vigência ou não de acidose 
metabólica, colocar K+ na reparação. A quantidade recomendada é de 1-2 ml 
da solução de KCl 19,1% / 100 cal metabolizadas / 24 horas (1 ml = 2,5 mEq), 
corrigindo-se esse valor para o número de horas em que foi programada a 
reparação. A concentração final da solução não deve ultrapassar 50-60 mEq/l. 
ATENÇÃO: ñ acrescentar K+ em soros já instalados, a menos que isso tenha 
ocorrido a curto espaço de tempo. Orientar sempre p/ que solução seja bem 
homogeneizada. 
 
4. Uso de Sais de Cálcio na Fase de Reparação 
Dado a possibilidade de ocorrência de hipocalcemia durante a correção da 
acidose metabólica em crianças desidratadas (principal-mente naquelas de 
baixa idade, em pacientes com quadro infeccioso grave, em crianças muito 
desnutridas ou mesmo quando a acidose for muito intensa), pode-se 
administrar 1 ml/kg de gluconato de cálcio 10% (ou 0,25 ml/kg de CaCl2 
10%), diluído em igual volume de SG5%, sob ausculta cardíaca, no meio ou no 
final da reparação, para prevenir o aparecimento de sinais clínicos de 
hipocalcemia. Igual procedimento é indicado naqueles pacientes que 
apresentam sintomatologia. 
 
ATENÇÃO: sais de cálcio precipitam em solução contendo bicarbonato! 
Não administrar cálcio em bolo em pacientes com hipopotassemia! 
 
FASE DE MANUTENÇÃO 
 
Não iniciar a manutenção se não houver DIURESE !!!!! 
 
NECESSIDADES BASAIS 
 
 
 
 
1. Água 
A necessidade hídrica diária durante a fase de manutenção é calculada de 
acordo com a regra de Darrow, a qual estabelece que para cada 100 calorias 
metabolizadas, há consumo de 150 ml de água, assim distribuída: 
 
Perda insensível = 30 - 40 ml/100 cal. 
 Sudorese = 10 - 20 ml/100 cal. 
 Urina = 60 - 80 ml/100 cal. 
 Fezes = 10 - 20 ml/100 cal. 
 ----------------------------- 
 110 - 150 ml/100 cal. 
 
O gasto calórico ou metabolismo basal, varia com a atividade física, idade, 
“stress” e febre, entre outros. Em lactentes internados, é estimado que o gasto 
calórico médio oscila entre 60 a 80 cal/kg/dia, diminuindo com o crescimento, 
chegando a 20 a 30 cal kg/ dia no adulto (vide tabela a seguir). 
 
 Gasto Calórico Diário 
Peso em kg Cal. / kg 
RN 45 - 50 
3 – 10 60 - 80 
11 – 15 45 - 65 
16 – 25 40 - 50 
26 – 35 35 - 40 
35 – 60 30 - 35 
> 61 25 - 30 
 
Para crianças maiores, com peso acima dos 10 kg, também pode ser utilizada 
a regra de Holliday, que é uma adaptação da de Darrow: 
 
até 10 kg - 100 ml / kg 
11 - 20 kg - 1000 ml + 50 ml/kg acima de 10 kg 
21 - 30 Kg - 1500 ml + 20 ml/kg acima de 20 kg 
 
2. Sódio e Cloro 
A necessidade diária de sódio e cloro é de aproximadamente 3 a 5 mEq / 100 
cal. metabolizadas, que é fornecida com a seguinte solução (para todas as 
idades): 
- 1/4 SF : 3/4 SG5% ou SG10% 
 
3. Potássio 
1 a 2,5 ml / 100 cal. metab./ dia da solução de KCl 19,1% (1 ml = 2,5 mEq) 
 
4. Cálcio 
1 a 2 ml / kg /dia da solução da CaCl2 10% (1 ml = 27 mg) ou 
4 a 8 ml / kg /dia da solução de Gluconato Ca 10% (1 ml = 9 mg ) 
(máximo basal: 20 ml CaCl2 10% ou 80 ml Gluconato Ca 10% / dia) 
 
5. Magnésio 
0,5 a 1 ml / kg /dia da solução de MgSO4 6% (1 ml = 1,0 mEq) 
(máximo basal: 20 ml / dia) 
 
6. Fósforo 
1 a 2 ml /kg /dia da solução de KH2PO4 13,6% (1 ml = 1 mEq K e 1mMol 
PO4) 
(máximo basal: 20 ml/dia) 
 
Atenção: sais de magnésio devem ser utilizados rotineiramente em crianças 
desidratadas abaixo dos 2 meses (promove maior retenção de Na+ e K+), em 
crianças desnutridas e em todo paciente que necessite de hidratação 
parenteral por tempo mais prolongado. 
 
Necessidades Anormais ou de Reposição 
São calculadas de acordo com o tipo e intensidade das perdas, em ml/kg/dia. 
Em se tratando de diarréia e/ou vômito, as perdas variam de 20 a 100 (ou 
mais) ml/kg/dia. A composição da solução deve ser 1/2 SF : 1/2 SG5% (77 
mEq /l de NaCl) . Em casos de diarréia muito profusa (acima de 70 - 80 ml /kg 
/dia) ou quando haja queda da natremia, utilizar solução 2/3 SF : 1/3 SG5%, 
com exceção das crianças menores que 2 meses de idade. Quando se tratar de 
perdas insensíveis, como taqui ou hiperpnéia ou febre, acrescentar volume de 
líquido com composição semelhante à do soro de manutenção utilizado(1/4 
SF : 3/4 SG5%). 
 
CRIANÇAS COM HIPONATREMIA (Na < 130) NA MANUTENÇÃO 
 
A. Sem sintomatologia clínica 
A correção deve ser lenta, alterando-se apenas a composição do soro de 
reposição para 2/3 SF : 1/3 SG5%, se Na até 125 mEq/l. Se abaixo desse 
valor, alterar a composição final do soro (manutenção + reposição) para 1/2 
SF : 1/2 SG5% ou mesmo 2/3 SF : 1/3 SG5%, programada para 12 ou 24 
horas, dependendo da natremia encontrada. 
 
B. Com sintomatologia clínica 
Proceder como descrito na fase de reparação, com correção rápida do sódio em 
aproximadamente 30 minutos, e em seguida, proceder como acima. 
 
CORREÇÃO DA ACIDOSE METABÓLICA DURANTE A MANUTENÇÃO 
 
- Se HCO3 < 13 mEq/l, continuar correção com bicarbonato EV. Como há limite 
de volume e de sódio a ser fornecido nessa fase, consegue-se passar apenas 3 
a 4 mEq/ kg de NaHCO3 em 6 horas. O que se faz geralmente é calcular o 
soro de manutenção na base de 80 cal / kg, acrescentando-se 30 a 40 ml / kg 
perdas, tornando a composição final do soro 1/2 SF : 1/2 SG5% nesse período. 
 
- Caso o bicarbonato continue < 13 mEq/l após 6 horas, pode-se repetir esse 
mesmo esquema mais uma vez, observando apenas se a criança não está 
edemaciada, quando então as perdas devem ser revistas. Nesta eventualidade, 
dependendo da avaliação clínica de cada caso, talvez seja necessário passar 
cálcio "em bolo". 
- Se HCO3  13 mEq/l, tentar correção com NaHCO3 por via oral, calculando-se 
a dose necessária pelo BE e fracionando-a em 4 a 6 tomadas. Em lactentes 
menores que 3 meses, naquelas crianças com desnutrição acentuada ou 
naquelas que apresentem diarréia profusa, pode ser utilizado maior quantidade 
de NaHCO3, como 1.5 a 2 vezes o BE. Sempre diluir o NaHCO3 com água, 
para diminuir a osmolaridade da solução. 
 
- Como regra geral, com HCO3  16 mEq/L, não é mais necessário utilizar 
NaHCO3 por via oral, com exceção dos casos onde a perda fecal é profusa ou 
em lactentes pequenos. 
 
TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO HIPERNATRÊMICA 
 
Caracteriza-se pela riqueza de sinais neurológicos (irritabilidade extrema, sede 
intensa, febre alta, convulsões, sinais meníngeos, hipertonia de membros) e 
escassos sinais de desidratação do compartimento extracelular, que podem se 
tornar evidentes somente a partir de um segundo grau avançado e/ou terceiro 
grau, o que é bastante raro. Por isso o tratamento difere dos demais tipos de 
desidratação, principalmente no que diz respeito à fase de reparação, já que 
na maioria das vezes não há urgência em se repor rapidamente a volemia. 
 
A. Ausência de sinais de hipovolemia 
Calcular o volume hídrico para 24 horas, computando-se juntos os volumes 
referentes à reparação e manutenção + reposição. A composição dessa solução 
deve ser 1/4 SF : 3/4 SG5%. 
 
B. Presença de sinais de hipovolemia ou choque 
Infundir 10 - 20 ml/kg peso de SF durante a primeira hora e a seguir, 
proceder como acima. Sendo necessário o uso de bicarbonato, pode-se utilizar 
1 mEq/Kg nessa primeira fase. 
 
- Após restabelecida a diurese, acrescentar potássio e cálcio ao soro 
programado, de acordo com as necessidades, corrigindo-se para o número de 
horas. 
 
- A correção da acidose metabólica é feita de modo mais lento que nos outros 
tipos de desidratação, pois a oferta de sódio no soro programado para 24 
horas, é menor. 
 
Em casos de hipernatremia sem sintomatologia clínica, com dosagem 
laboratorial repetida e confirmada, com sinais apenas de desidratação do 
extracelular, utilizar solução 1/2 SF : 1/2 SG5%, prolongando a reparação para 
6 horas. 
 
HIDRATAÇÃO ORAL 
 
Via de escolha para reidratação, desde que se respeite as contra-indicações: 
- desidratação grau II franca ou grau III - alterações da consciência 
- vômitos incontroláveis - infecções graves 
- distensão abdominal com íleo 
- acidose metabólica grave ( pH  7,1 ou HCO3  7 mEq/l ) 
 
A solução recomendada para a fase de reparação é a preconizada pela OMS. 
Na fase de manutenção também deve ser utilizada a SH-OMS, tomando-se 
como parâmetro para a quantidade de solução a ser fornecida, a intensidade 
da perda fecal. Em casos de diarréia leve ou mesmo moderada, podem ser 
utilizadas soluções com menores teores de sódio (Pedialyte 45®) que contêm 
de 45 a 60 mEq/l de Na. Todas as soluções hidratantes orais contêm lactato ou 
citrato como agentes alcalinizantes, com concentração semelhante, 
aproximadamente 30 mEq/l de bicarbonato. Devido a isso, como regra, não se 
deve fornecer bicarbonato de sódio adicional. 
 
Observação: Está contra-indicado o uso de sucos, chás, refrigerantes e água 
como soluções alternativas para a reidratação. 
ROTEIRO PARA REIDRATAÇÃO ORAL 
 
FASE DE REPARAÇÃO 
Grau da Desidratação Volume SH-OMS Tempo 
1º (2,5 a 5%) 25-50 ml/kg + 50% * 4 a 6 horas 
2º (6 a 8%) 60-80 ml/kg + 50% * 6 horas 
* permitindo-se acréscimos a depender da intensidade da diarréia. 
 
FASE DE MANUTENÇÃO + REPOSIÇÃO 
Intensidade da Diarréia Volume (SH - OMS/ Leite) Tempo 
Leve (até 5 x/dia) ** 150 ml / kg (100/50) 24 horas 
Moderada (6 - 10 x /dia) 200 ml / kg (150/50) 24 horas 
Grave (+ 10 x /dia) 250 ml / kg (200/50) 24 horas 
* Levar em conta ñ só o nº como também o volume das evacuações. 
 
Esse planejamento é válido para as primeiras 24 horas de manutenção, nos 
dias subsequentes, deve-se ir aumentando o leite e diminuindo a SH, de 
acordo com critérios clínicos. Na fase de manutenção, nas diarréias leves ou 
moderadas, podem ser utilizadas SHO contendo 45 a 60 mEq/l de sódio. 
 
OBS: O volume de 200 ml/kg/dia aplica-se apenas a lactentes até 
aproximadamente 8 Kg. Acima desse peso, deve-se calcular a necessidade ao 
redor de 120 a 150 ml/kg/dia, aumentando-se esse valor de acordo com a 
intensidade da diarréia ( ao redor de 2000 a 2400 ml/dia). 
 
Lembrar também que uma criança maior deve receber no máximo 1000 a 
1200 ml de leite por dia, em condições ideais, daí quando em vigência de 
diarréia essa quantidade deve ser reduzida. 
TRATAMENTO DA CETOACIDOSE DIABÉTICA NA INFÂNCIA 
 
A cetoacidose diabética (CAD) é definida pela presença de glicemia acima de 
250 mg%, pH  7,25, HCO3  15 mEq/l, cetonúria e glicosúria. Alguns autores 
classifiicam a CAD em graus, sendo considerada grave quando pH  7,1 e 
HCO3  10 mEq/l. Lembrar que em alguns casos a glicemia pode estar abixo 
de 250 mg%. 
Virtualmente, todos os pacientes com CAD apresentam certo grau de 
desidratação, devido a perdas hidroeletrolíticas secundárias à diurese osmótica, 
hiperventilação, vômitos e, mais raramente, à diarréia. Como geralmente são 
crianças maiores, os sinais clássicos de desidratação são mais difíceis de serem 
observados. Lembrar que a perda de peso, referida pelos pais, geralmente 
acentuada, se deve não só à perda hídrica, como também à perda tecidual. 
Devido ao efeito osmótico da hiperglicemia, ocorre passagem de água do 
compartimento intra para o extracelular, dificultando ainda mais o diagnóstico 
de desidratação. 
Basicamente, o tratamento da CAD visa a reposição hidroeletrolítica e a 
administração de insulina, sendo o uso de bicarbonato mais restrito. 
LÍQUIDOS 
O grau da desidratação deverá ser estimado clinicamente, considerando-se 2,5 
a 12% para os lactentes e 3 a 9% para as crianças maiores, programando-se a 
infusão de líquidos para 6 horas, devido ao componente de hipertonicidade e 
desidratação celular. Apenas no caso de sinais de hipovolemia ou má-perfusão 
periférica, pode-se infundir 10 ml/kg da solução programada na primeira hora 
e a seguir, o volume restantenas próximas 5 horas. 
A composição da solução deve ser a seguinte: 
NaCL 0.9% (SF) : Água Destilada (2:1) 
Se o sódio corrigido for ≤ 130 mEq/L iniciar a reidratação com SF. 
 
A maioria das crianças com CAD apresenta níveis de sódio séricos baixos ou no 
limite inferior da normalidade, devido ao efeito osmótico da hiperglicemia, 
associado ao aumento da lipemia ("pseudohiponatremia"). Como regra geral, 
aceita-se que para cada aumento de 100 mg% na glicemia, ocorre queda na 
natremia de 1,6 mEq/l. Com a correção da CAD, os níveis de sódio devem se 
elevar, e por isso não deve ser feita a correção rápida dessa 
"pseudohiponatremia". A elevação da natremia (corrigida para o valor da 
glicemia) no curso do tratamento da CAD é considerada sinal de bom 
prognóstico. Se não houver aumento da natremia, mudar a solução de 
reparação para SF. 
 
Quando a glicemia estiver ao redor de 250 mg%, deve-se acrescentar glicose 
ao soro que está sendo infundido. 
 
Se a criança ainda estiver desidratada, apenas substituir a água destilada 
por SG5%, ou então acrescentar glicose na base de 2,5%, computando-se o 
volume de soro restante. Se a criança já estiver hidratada, iniciar soro de 
manutenção conforme esquema utilizado no Serviço de Hidratação (1/4 SF : 
3/4 SG5%). 
 
POTÁSSIO 
Administrar potássio precocemente, já no início da reparação, a menos que a 
dosagem sérica seja superior a 6 mEq/l. Nessa eventualidade, acrescentá-lo 
posteriormente, na segunda ou terceira horas do início do tratamento. A 
quantidade recomendada é de 1 - 2,5 ml/100 cal/d (1,5 a 3,0 mEq/kg/d), 
corrigindo-se para o número de horas, devendo ser feito controle laboratorial 
periódico. Deve-se respeitar a concentração de 50 a 60 mEq/l no soro 
infundido. 
 
BICARBONATO DE SÓDIO 
Administrar bicarbonato de sódio, apenas se o nível plasmático estiver  7,0 
mEq/l. Nessa condição, utilizar dose equivalente a 50% do déficit (BE x 0,3 x 
peso), não ultrapassando 4 mEq/kg durante a fase de reparação (6 horas). 
Colher a gasometria pelo menos a cada 2 horas, e quando HCO3  10 mEq/l, 
descontinuar a infusão do mesmo, substituindo o soro. Esse cuidado deve ser 
tomado, porque com a administração de insulina, ocorre regeneração do 
bicarbonato consumido no tamponamento dos cetoácidos, e portanto, pode-se 
precipitar uma alcalose metabólica (lembrar que a fisiopatologia da acidose 
metabólica no diabetes é diferente da que ocorre na desidratação e diarréia, 
onde o bicarbonato é perdido para o meio externo). 
 
INSULINA 
Administrar 0,1 U/kg de insulina simples IM. 
 
A seguir, aplicar 0,1 U/kg de insulina simples, IM, de hora em hora, com 
controles de dextro horários e de glicemia a cada 2-3 horas pelo menos. 
 
Podem ocorrer as seguintes situações: 
 
1) correção parcial da acidose metabólica (pH ≥ 7,25 e HCO3 ≥ 15 mEq/l) e 
nível de glicemia próximo a 250 mg%: aplicar mais uma dose de insulina 
simples IM, 0,1 U/kg, acrescentar SG5% ao soro de reparação ou manutenção 
e espaçar a insulina para cada 4 a 6 horas, passando para a via SC, já 
iniciando VO, se não houver contra-indicação. 
 
2) não correção da acidose ( pH  7,25 e/ou HCO3  15 mEq/l ) e glicemia ao 
redor de 250 mg% : continuar com a dose de insulina horária, IM, e 
acrescentar glicose ao soro, na base de 2,5%, 5% ou até mesmo 10%, até que 
haja correção da acidose (essa condição ocorre geralmente quando há 
processo infeccioso concomitante). Quando isto ocorrer, proceder como em 1. 
 
3) correção parcial da acidose e glicemia acima de 300 mg% : aplicar mais 
uma dose de insulina IM, 0,1 U/kg, e espaçar a aplicação da mesma para cada 
4 a 6 horas, via SC, iniciando VO, como indicado em 1. 
 
Uma vez satisfeitas as condições acima, com a melhora parcial da acidose e 
níveis de glicemia próximos de 250 mg%, e com a criança hidratada, 
consciente e sem vômitos, iniciar líquidos VO (sucos e leite sem açúcar), e 
espaçar a aplicação da insulina para cada 4 a 6 horas, utilizando a via SC. 
Procura-se o mais rápido possível iniciar dieta sólida e com isso a insulina 
passa a ser aplicada 30 minutos antes das principais refeições, mais ou menos 
a cada 6 horas, na dosagem de 0,1 a 0,3 U/kg, de acordo com os resultados 
de glicemia ou glico-ceto. 
 
Como regra prática: 
 
dextro ou G  150 mg% = 0,1 U/kg 
dextro ou G > 150 e  250 mg% = 0,2 U/kg 
dextro ou G > 250 mg% = 0,3 U/kg 
 
Após 2 a 3 dias, se tudo estiver bem, passar para a insulina NPH, via SC, 
utilizando como cálculo para a dose diária o total de insulina simples utilizada 
no dia anterior. Iniciar com duas doses de NPH, sendo 2/3 pela manhã e 1/3 à 
tarde, antes do jantar. Concomitantemente, aplicar uma dose de insulina 
simples pela manhã, conforme os resultados de glicemia (ou glico-ceto 
descritos acima, em crianças maiores). 
Continua-se com glico-ceto antes das principais refeições (em lactentes que 
não controlam a urina, isso se torna impossível! [faz-se dextro], e em crianças 
maiores, solicitar sempre uma 2ª amostra de urina) e inicia-se a coleta de 
urina de 24 horas, diariamente, para quantificação da glicosúria fracionada, 
ajustando-se a dose de NPH. Quando as condições da criança estiverem mais 
ou menos estabilizadas, pode-se também traçar um perfil glicêmico (antes das 
refeições principais, antes das doses de insulina, às 23 e às 2 horas). 
De preferência, quando em uso de NPH, só utilizar insulina simples quando 
houver dextro acima de 350-400 mg%. Deve-se evitar alterar as doses de 
insulina NPH diariamente, para uma melhor observação e evitar superposição 
de efeitos, e quando necessário a dose deve ser ajustada com variações de 10 
a 20%, no máximo. 
Geralmente o controle da criança diabética é feito com 0,5 a 1,0 U/kg/dia de 
insulina NPH. 
 
 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
- No caso de descompensação, com hiperglicemia, glicosúria e cetonúria, 
porém sem acidose, estando ou não a criança hidratada, pode-se iniciar 
esquema de manutenção de insulina simples, via SC, 30 minutos antes das 
principais refeições, conforme citado acima. 
- Se a criança fez uso de NPH no dia da descompensação, deve-se 
complementar com insulina simples, conforme esquema, cuidando apenas para 
não haver superposição do pico de ação das mesmas. 
- As infecções causam descompensação na criança diabética pelo aumento 
relativo da insulina devido ao "stress" e/ou aumento dos hormônios 
contrareguladores. Por outro lado, a anorexia, náusea e/ou vômitos, 
diminuindo a ingestão, levam à hipoglicemia, podendo então ocorrer efeitos 
opostos. Dependendo da situação dominante, podem-se tomar as seguintes 
condutas: 
* manter a dose diária de NPH, complementando com IR, S/N. 
* ↓ a dose diária de NPH de 10 a 20%, complementando com IR, S/N. 
* suspender a insulina NPH e passar para IR, de 6 em em 6 horas. 
 
DIETA 
A base para o cálculo da dieta é a seguinte: 
 
até 10 kg = 100 cal/kg 
10 a 20 kg = 1000 cal + 50 cal/kg acima de 10 kg 
20 a 30 kg = 1500 cal + 20 cal/kg acima de 20 kg 
 
A dieta deve ser fracionada em 6 refeições, sendo 3 principais e 3 lanches. É 
importante salientar que o cálculo acima é teórico, devendo-se adequar a dieta 
à idade e aos hábitos da criança, no que diz respeito à qualidade e quantidade 
dos alimentos, sendo fundamental que o pediatra examine a dieta, verifique se 
a criança está satisfeita, e, se necessário, entre em contato com a nutricionista, 
para auxiliá-lo, principalmente em se tratando de lactentes. 
Também é importante orientar os pais sobre a possibilidade de trocar um 
alimento por outro do mesmo tipo, usando-se uma tabela de equivalênciados 
alimentos, o que vai possibilitar grande variação no cardápio, que pode ser 
adaptado a diferentes situações. 
 
Distribuição das Calorias (6 refeições) 
25% Café / 25% Almoço / 30% Jantar / 20% Lanches 
 
Monitorização Laboratorial 
Devem ser solicitados à admissão: glicemia, eletrólitos, gasometria, 
hemograma, uréia e creatinina, cetonemia, glicosúria e cetonúria. Se 
necessário, exames radiológicos e culturas. 
Durante a correção da cetoacidose, o dextro deve ser realizado de hora em 
hora, e a glicemia a cada 2 horas, juntamente com a gasometria, eletrólitos e 
osmolalidade plasmática. Determinações mais ou menos frequentes ficam a 
critério clínico. 
Lembrar que a creatinina sérica, dependendo do método utilizado, pode estar 
anormalmente elevada, devido à presença do ácido aceto-acético. Também 
deve ser lembrado que a cetonúria pode até se intensificar durante a correção 
da cetoacidose, não sendo portanto um exame útil para avaliar a eficácia do 
tratamento. Isso porque com a correção da cetoacidose, o ácido 
betahidroxibutírico transforma-se em ácidoaceto-acético e acetona, os quais 
são detectados pelo nitroprussiato, enquanto o primeiro não. 
 
ATENÇÃO: O edema cerebral é uma complicação rara (1 a 2%), porém muito 
grave e potencialmente fatal, da CAD. Ocorre principalmente em crianças, na 
maioria das vezes com diabetes recém-diagnosticado, e geralmente nas 
primeiras horas do tratamento, quando aparentemente as condições clínicas e 
bioquímicas do paciente estão melhorando. Os sinais neurológicos mais 
precoces são cefaléia, sonolência excessiva, e pupilas dilatadas, fixas e não 
responsivas à luz, convulsões, bradicardia e alterações da temperatura, entre 
outros. Deve-se imediatamente utilizar manitol (0,5-1 g/kg peso iv, rápido), 
elevar a cabeceira da cama, restringir líquidos e se necessário, iniciar 
hiperventilação, não muito agressiva. Pode ser utilizado também salina 
hipertônica. 
Várias teorias têm sido propostas para explicar o edema cerebral : - 
velocidade de reidratação, quantidade e tonicidade dos líquidos infundidos, 
variações bruscas na glicemia, utilização de bicarbonato, excessiva secreção de 
hormônio antidiurético - porém até o momento nenhuma delas isoladamente 
parece justificar satisfatoriamente os casos relatados. Alguns autores referem 
que certo grau de edema cerebral provavelmente ocorre durante o tratamento 
da CAD em todos os pacientes, porém só raramente ele se torna clinicamente 
significante. Alguns fatores devem ser considerados para identificar os 
pacientes com maior risco de desenvolverem edema cerebral, embora a 
prevenção da CAD continue sendo a arma mais importante para evitar as 
compliações intracerebrais: história prolongada (vários dias) de 
descompensação (hiperosmolaridade "crônica", com provável adaptação 
osmoprotetora), geralmente primeiro episódio, acidemia moderada a grave 
(pH < 7.2), valor de sódio plasmático corrigido em nível hipernatrêmico, 
durante tratamento, queda da natremia ou não aumento em relação à queda 
da glicemia, queixa de cefaléia durante o tratamento. 
 
Tratamento 
- Manitol: 0,25-1,0 g/kg em 30 minutos (pode ser repetido em 2 horas se não 
houver resposta inicial). 
- NaCl 3%: 5-10 ml/kg em 30 min (em associação ao manitol) 
- Intubação e ventilação não agressiva 
 
GLICEMIA IDEAL 
 HbA1c Pré-prand Pós-prandial 
lactentes, pré escolares < 8,5 100-180 <200 
escolares < 8 80-150 <200 
adolescentes < 7,5 70-140 <180 
Glicosúria fracionada: < 1g/kg/dia até no máximo 30 g/dia 
SEDAÇÃO E ANALGESIA 
 
1) HIDRATO DE CLORAL 
- sedativo, hipnótico. 
- risco de depressão respiratória. 
- início de ação em 20 min, meia vida 8 – 12 horas. 
Solução oral a 16%: DOSE 1 mL para cada 4 kg (SOMENTE VO) 
(160 mg/ml) (40 mg/kg) 
 
2) MIDAZOLAM (DORMONID) 
- benzodiazepínico, sedativo, hipnótico, ansiolítico, amnésia anterógrada. 
- risco de depressão respiratória e hipotensão arterial. 
- pico de ação: EV 3 – 5 min; intranasal: 10 min; retal: 20 – 30 min. 
- meia vida: 2 – 4 horas. 
- apresentações: ampolas 3 ml/ 15 mg (5 mg/ml) 
10 ml/ 50 mg (5 mg/ml) 
5 ml/ 5 mg (1 mg/ml) 
- dose máxima 10 mg 
DOSE EV: 0,1 mg/kg (de 0,05 a 0,3 mg/kg) fazer lento em 2 a 3 min. 
(dica: das soluções de 5mg/ml: diluir 1 ml para 5 ml e fazer 0,1 ml/kg) 
DOSE INTRANASAL: 0,2 – 0,4 mg/kg 
(preferencialmente puro, pegar na seringa de 1ml = 100 unidades, sem agulha) 
DOSE RETAL: 0,4 – 1 mg/kg (pode diluir em 5ml de solução fisiológica) 
ANTAGONISTA: FLUMAZENIL (ampola 0,5mg/5ml = 0,1 mg/ml) 
Dose 0,01 mg/kg (máximo 1mg) 
Meia vida curta (manter observação e monitorização) 
 
3) FENTANIL 
- opióide, analgésico, sedativo e hipnótico em doses maiores. 
- risco de depressão respiratória, rigidez torácica (bolus), hipotensão arterial. 
- início de ação: 1 min 
- duração: 30 – 60 min 
- apresentação 50 mcg/ml (ampolas com 2 - 5 - 10 ml) 
DOSE (SOMENTE EV): 1 )g/kg (de 0,5 a 2 >g/kg) fazer lento em 3 min. 
(dica: diluir 1 ml para 5 ml e fazer 0,1 ml/kg = 1 >g/kg) 
ANTAGONISTA: NALOXONE (NARCAN®) 
(ampola 0,4mg/1ml ou ampola neonatal 0,02 mg/1ml) 
Dose 0,1 mg/kg (reversão total) e 0,01 mg/kg (reversão parcial), máximo 
2mg/dose. 
Meia vida curta, podendo ser necessário repetir. 
Cuidado com abstinência em uso crônico. 
 
4) CETAMINA (KETAMINA, KETALAR) 
- sedativo, analgésico, amnésico. 
- associar midazolam para evitar sintomas psicológicos (delírios e alucinações). 
- risco de hipertensão arterial e intracraniana (não usar em TCE e cardiopatas). 
- útil em broncoespasmo, por ter ação broncodilatadora. 
- início de ação EV: 30 segundos; IM: 4 minutos. 
- duraçãoEV: 5 – 10 minutos; IM: 12 – 25 minutos. 
- apresentação: frasco 10 ml (50 mg/ml) 
DOSE EV: 0,5 – 2 mg/kg (diluir 1 ml para 5 ml e fazer 0,05 – 0,2 ml/kg, lento) 
DOSE IM: 2 – 6 mg/kg 
 
5) TIOPENTAL 
- barbitúrico, sedativo, anestésico. 
- risco de depressão respiratória, cardiovascular, hipotensão, hipotermia. 
- não usar em asma (liberação de histamina) e choque. 
- útil em TCE, hipertensão intracraniana (reduz metabolismo cerebral). 
- início de ação: 30 segundos / duração: 10 – 15 minutos/ apresentação: 
frasco 1000 mg. 
DOSE EV: 0,5 – 3 mg/kg (diluir 1 fr p/ 10 ml, pegar 1 ml e rediluir p/ 10 ml) 
concentração de 10 mg/ml e fazer 0,05 – 0,3 ml/kg em 2 a 10 minutos). 
 
 
 
 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
 
- fazer somente após sedação e analgesia para intubação difícil ou na 
seqüência rápida em TCE, asma, HIC, hipertensão pulmonar. 
- a succinilcolina (Quelicin) é o único agente despolarizante, sendo contra-
indicada em politrauma, queimados, miopatias, lesões oculares; risco de 
hipertermia maligna, hiperpotassemia, elevação da PIC, arritmias. 
 
NÃO DESPOLARIZANTES 
 
1) VECURÔNIO 
- início de ação: 2- 4 min. 
- duração: 25 – 40 min (pode ser maior em neonatos e lactentes). 
- efeitos hemodinâmicos mínimos. 
- apresentação: frasco 10 mg. 
DOSE EV: 0,1 mg/kg (diluir 1 frasco para 10 ml, e fazer 0,1 ml/kg). 
 
2) ROCURÔNIO (ESMERON) 
- início de ação: 1 min. 
- duração: 15 – 45 min. 
- taquicardia, hipertensão, liberação histamínica (urticária, broncoespasmo, 
hipotensão). 
- apresentação: ampola 5 ml (10 mg/ml). 
DOSE EV: 0,6 – 1,2 mg/kg (diluir 1 ml para 10 ml, e fazer 0,6 – 1,2 ml/kg). 
 
3) PANCURÔNIO (PAVULON) 
- início de ação: 4 – 6 min. 
- duração: 2 – 3 horas. 
- taquicardia, hipertensão, liberação histamínica (urticária, broncoespasmo, 
hipotensão). 
- apresentação: 2 mg/ml (ampolas com 2 – 5 – 10 ml) . 
DOSE EV: 0,1 mg/kg (fazer 0,05 ml/kg).ESQUEMAS DE INFUSÃO ENDOVENOSA PARA SEDAÇÃO 
 
Droga “Bolus” (mcg/kg) Manutenção (mcg/kg/min) 
Alfentanil 10-25 0.25-1 
Fentanil 1-3 0.01-0.03 
Sufentanil 0.1-0.3 0.01-0.05 
Midazolam 25-100 0.25-1 
Propofol 250-1000 10-50 
 
 
PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL 
 
PPC=PAM-PIC 
Aceitável: 
Adulto: 60-70 mmHg 
Crianças: 50-60mmHg 
Lactentes: 40-50mmHg 
 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SEC. À VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
A pressão positiva intra torácica reduz o retorno venoso e consequentemente o 
débito cardíaco 
 
Medidas : - Adequar a volemia 
 - Reduzir o Tins 
- Reduzir o volume corrente 
- Reduzir o PEEP 
DROGAS DE INFUSÃO CONTÍNUA 
 
DROGA APRESENTAÇÃO DOSE IV OBSERVAÇÃO 
DOBUTAMINA 
Dobutrex 
12,5mg/ml 
5 a 15 
mcg/Kg/min. 
Inotrópico; 
vasodilatador 
DOPAMINA Revivan 5mg/ml 
5 a 15 
mcg/Kg/min. 
Inotrópico;vasodilatad
or renal e esplâncnico 
em baixas doses, 
vasopressor em altas 
doses. 
EPINEFRINA 
Adrenalina 
1mg/ml 
0,1 a 1,0 
mcg/Kg/min. 
Inotrópico; vasodi-
latador em baixas 
doses e em doses altas 
vasopressor 
FENTANIL 50 mcg/ml 
1 a 5 
mcg/Kg/hora. 
Utilizar bloqueador 
neuromuscular em 
caso de rigidez 
torácica. 
KETAMINA Ketalar 50mg/ml 
1 a 2 
mg/Kg/hora 
Associar 
 midazolan 
LIDOCAINA 
Xylocaína 2% 
20mg/ml 
20 a 50 
mcg/Kg/min. 
Inotropismo 
 negativo leve 
MIDAZOLAN 
Dormonid 
 5mg/ ml 
0,1 a 0,3 
mg/Kg/hora 
Mal convulsivo = 1 a 
18 mcg/Kg/ min. 
MILRINONA 
Primacor 
1mg/ml 
Ataque 
 50 mcg/Kg 
Manutenção 
 0,5 a 0,75 
 mcg/Kg/min. 
Inotrópico; 
vasodilatador 
NITROPRUSSIATO 
DE SÓDIO 
Nipride 
25mg/ml 
0,5 a 8 
mcg/Kg/min. 
Diluir em SG. 
Necessita foto-
proteção 
NOREPINEFRINA 
1mg/ml 
 
0,1 a 2,0 
mcg/Kg/min. 
Vasopressor 
ROCURÔNIO 
Esmeron 
10mg/ml 
6 a 10 
mcg/Kg/min. 
Associar sedação 
PROSTAGLANDINA E 
Prostin 
500mg / ml 
0,05 a 0,1 
mcg/Kg/min. 
Monitorizar apnéia, 
hipotensão, 
hipoglicemia e 
sangramento. 
SOMASTOSTATINA 
Stilamin 
3mg / ml 
3,5 a 5,0 
mcg/kg/hora 
Monitorizar pressão 
arterial e glicemia. 
TERBUTALINA/ 
SALBUTAMOL 
Bricanyl / Aerolin 
0,5 mg/ml 
0,1 a 4,0 
mcg/kg/min. 
Monitorizar ritmo 
cardíaco e K sérico. 
TIOPENTAL 
Thionembutal 
Frasco de 0,5 a 1,0g 
10 a 100 
mcg/Kg/min. 
Monitorização 
hemodinâmica 
 
DROGAS NA EMERGÊNCIA 
 
DROGA APRESENTAÇÃO DOSE IV OBSERVAÇÃO 
ADENOSINA Adenocard 3mg/ml 
0,1 – 0,2 mg/ 
Kg 
Max.= 12mg/ bolo 
rápido e 3 a 5ml de 
SF após a infusão da 
droga 
AMIODARONA Ancoron 50mg/ml 5mg/Kg 
ATROPINA 0,25mg/ ml 
0,01 a 0,02 
mg/kg 
Min.= 0,1mg 
Max.= 0,5mg criança 
e 1,0mg adolescente 
BICARBONATO DE 
SÓDIO 
3% - 3ml/1mEq 
8,4% - 1ml/1mEq 
1mEq / Kg Diluição 1:1 com AD 
DIAZEPAN Valium 0,2 – 0,5mg/Kg Max.= 10 mg/ dose 
EPINEFRINA 
Adrenalina 
1:1000 – 1mg/ml 
1:10000-0,1mg/ml 
0,01 mg/Kg = 
0,1ml/Kg 
(1:10000) 
ET = 0,1mg/Kg 
0,1ml/Kg (1:1000) 
FENITOÍNA Hidantal 50 mg/ml 
15 – 20 mg/Kg 
V.Max.: 
1mg/Kg/min. 
Max.= 1500mg 
Não diluir em glicose 
FENOBARBITAL 
SÓDICO 
200mg / 2ml 15 – 20 mg/Kg Max.= 800mg 
FLUMAZENIL Lanexat 0,1 mg/ml 0,01 mg/Kg 
Max.= 0,2mg/dose 
até 1 mg 
GLICOSE 
10% - 100mg/ml 
25% - 250mg/ml 
0.5 – 1,0g/Kg 
10% - 5 a 10ml/kg 
25% - 2 a 4 ml/kg 
GLUCONATO DE 
CÁLCIO 
10% - 1ml = 100mg 60 – 100mg/kg 
0,6 – 1,0 ml/Kg 
diluição 1:1 com AD 
LIDOCAÍNA 
Xylocaína 2% 
20mg/ml 
1 mg/Kg Max.= 300mg 
MANITOL 20% - 200ml 0,5 – 1,0g/ Kg 
Infusão lenta (20 a 
30min.) 
MORFINA Dimorf 0,2mg/ml 
0,1 – 0,2mg/ 
Kg 
Max.= 15mg 
NALOXONA Narcan 0,4mg/ml 0,01mg/Kg 
Max.= 2mg 
Também SC, IM ou ET 
PROCAINAMIDA Procamide 100mg/ml 15mg/Kg 
Infusão lenta (20 a 30 
min) 
SULFATO DE 
MAGNÉSIO 
10% - 100mg/ml 
20% - 200mg/ml 
25 – 50 mg/Kg Max.= 2g 
TERBUTALINA/ 
SALBUTAMOL 
Bricanyl / Aerolin 
0,5mg/ml 
10 mcg/Kg 
(ataque) 
Infusão lenta (10 – 30 
min.) 
TIOPENTAL 
Thionenbutal 
(0,5 e 1,0g) 
3 – 5 mg/Kg 
 
ESCOLHA DA COT 
 
Tamanho COT sem Cuff = idade + 4 
4 
Tamanho COT com Cuff = idade + 3 
4 
 
Inserção da COT= tamanho da COT x 3 
Posição no Rx= 1-2 cm acima da Carina (nível T2-T3) 
COTs com Cuff podem ser usadas em qualquer idade quando há redução da 
complacência pulmonar. 
 
ESCOLHA DO LARINGO 
 
Lamina reta = Miller (“pinça” a Epiglote) 
Lamina curva = Macintosh (coloca na valécula) 
 
Tamanho da lâmina: 
- RNPT: 0 
- RNAT: 1 
- Lactente: 1 
- 3-10 anos: 2 
- 10 anos: 3 
 
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 
 
1. Hipoxêmica 
PO2 em AA < 60 e relação PO2 /FiO2 anormal (normal=450) 
Fisiopatologia : 
a. Alteração da relação ventilação- perfusão 
- Shunt – perfunde, mas não ventila 
- Espaço morto – ventila, mas não perfunde 
b. Hipoventilação alveolar 
c. Distúrbios na difusão do O2 
d. Altas altitudes 
 
Em condições normais, Hb está 90% saturada em PAO2 de 60 mmHg. 
 
2. Hipercapnéica 
PCO2 > 50 com pH < 7,36 
Fisiopatologia : Hipoventilação alveolar + Aumento no espaço morto 
 
3. Mista 
 
SARA 
A. Aguda (até 5 dias) 
- Influxo de líquido no espaço aéreo por perda de continuidade da membrana 
alvéolo capilar secundária a injúria do endotélio capilar e do epitélio alveolar. 
Com isso, há lesão das células epiteliais alveolares tipo 2, produtoras de 
surfactante. A liberação de citocinas amplifica a resposta inflamatória. As 
regiões edemaciadas colapsam levando a atelectasias e redução na 
complacência pulmonar. A hipoxemia resulta em distúrbio da relação 
ventilação perfusão devido ao shunt intra pulmonar 
 
B. Subaguda ou fibroproliferativa (5-10 dias) 
- Fibroblastos e pré colágeno no espaço alveolar produzindo fibrose e 
consequente hipercapnia e alteração da complacência pulmonar. 
 
C. Crônica (após 10 dias) 
Diagnóstico: Início agudo, velamento alveolar bilateral com ou sem efusão 
pleural, sem evidencia de insuficiência cardíaca de base, PO2/FiO2 '< ou =' 
200, injúria pulmonar aguda PO2/FiO2 > 200 e '< ou =' 300. 
 
ESCALA DE GLASGOW MODIFICADA PARA CRIANÇAS 
 
 
 Lactente Criança Adulto Pontos 
Abertura 
ocular 
Espontânea Espontânea Espontânea 4 
Responde a voz Responde a voz Responde a voz 3 
Responde a dor Responde a dor Responde a dor 2 
Nenhuma Nenhuma Nenhuma 1 
Reposta 
verbal 
Balbucia e sussura Orientado, 
adequado 
Orientado 5 
Irritável, chora Confuso Confuso 4 
Choro em resposta 
a dor 
Palavras 
Inapropriadas 
Palavras 
Inapropriadas 
3 
Gemidos em 
resposta a dor 
Palavras 
incompreen-síveis 
ou sons 
inespecíficos 
Sons incompreen-
síveis 
2 
Nenhuma Nenhuma Nenhuma 1 
Resposta 
motora 
Move-se 
espontânea-mente 
Obedece a 
comandos 
 
Obedece a 
comandos 
 
6 
Retirada em 
resposta ao toque 
Localiza o estímulo 
doloroso 
 
Localiza o estímulo 
doloroso 
 
5 
Retirada em 
resposta a dor 
Retirada em 
resposta a dor 
Retirada em 
resposta a dor 
4 
Flexão em resposta 
a dor 
(Decortica) 
Flexão em 
resposta a dor 
Flexão em 
resposta a dor 
 
3 
Extensão em 
resposta a dor 
(Descerebra) 
Extensão em 
resposta a dor 
Extensão em 
resposta a dor 
 
2 
Nenhuma Nenhuma Nenhuma 1 
 
MANEJO DO TCE LEVE EM CRIANÇAS 
 
TCE Leve ECG = 14-15 
Moderado = 9-13 
Grave = ≤ 8 
 
Alto risco: 
• rebaixamento do nível de consciência ou alteração neurológica focal 
• perda de consciência >1min 
• convulsão 
• fraturaou sinais de afundamento de crânio ou fratura de base 
• abaulamento de fontanela 
• irritabilidade inconsolável 
• vômitos persistentes (>6horas) 
Conduta: CT de crânio 
 
Risco intermediário: 
• perda de consciência < 1min, alteração de comportamento, letargia ou 
irritabilidade ou trauma não testemunhado. 
• fratura identificada após 24h de trauma 
• vômitos esporádicos 
• quedas de mais de 1 m sobre superfície dura 
• mecanismo de trauma envolvendo grande energia cinética 
• hematoma subgaleal 
Conduta: observação por 6 horas ou CT de crânio. Se hematoma subgaleal RX 
de crânio. 
 
Baixo risco: 
• Paciente assintomático, maiores de 12 meses 
• Baixa energia cinética (quedas <1metro), > 2 horas do acidente 
Conduta: dispensar com orientação de observação. 
CHOQUE 
 
Choque Frio: redução no débito cardíaco e aumento da resistência vascular 
periférica → aumento da FC, pulsos finos, pele mosqueada e perfusão 
periférica lenta. 
 
Choque Quente: aumento no débito cardíaco e redução da resistência 
vascular periférica → aumento da FC, pulsos amplos, enchimento capilar rápido, 
extremidades quentes e PA divergente. 
 
 COMPENSADO DESCOMPENSADO 
NEURO Ansioso, agitado Sonolência, estupor, coma 
PA Normal ou aumentada Diminuída 
FC Aumentada Aumentada ou diminuída 
FR Aumentada Aumentada ou diminuída 
TRAB. RESP. Levemente aumentada Muito aumentada, dispnéia 
PELE Normal, pálida Fria, marmórea, cianótica 
RENAL Normal/discreta oligúria Oligúria,anúria 
 
Choque DC RVS PA PVC 
HIPOVOLÊMICO   Normal ou   
CARDIOGÊNICO   Normal ou   
OBSTRUTIVO   Normal ou   
DISTRIBUTIVO   Normal ou  Normal ou  
Choque Séptico = hipovolêmico + distributivo+ cardiogênico 
 
PARTICULARIDADES DO CHOQUE EM CRIANÇAS: 
- Apresentação inicial é sutil: apenas taquicardia e taquipnéia. 
- Crianças tendem a aumentar muito a RVS por isso têm mais choque frio 
(80% das vezes). 
- A hipotensão é um evento pré terminal. 
MANEJO DO CHOQUE 
 
1. Oxigênio a 100% SEMPRE! 
2. Reposição volêmica: 20ml/kg/vez de solução ISOTÔNICA o mais rápido 
possível. 
a. Suspeita de choque cardiogênico: alíquotas menores (5-10ml/kg) em 
maior tempo (15 min) 
b. Recém nascidos: alíquotas de 10ml/kg/vez. 
3. Transfundir se Hb<10 
4. Monitorar hipoglicemia principalmente em lactentes e crianças pequenas. 
Em RN monitorar e tratar hipoglicemia e hipocalcemia 
5. Corrigir a hiperglicemia: 
- < 150 em crianças pequenas 
- <100-120 nas crianças maiores 
 
AMINAS VASOATIVAS 
 
Receptor 1 1 2 D 
Dopamina Vasocontrição 
 RVS e RVP 
 
Inotrópico e 
cronotrópico 
Discreta va-
sodilatação 
periférica 
Vasodila-
tação renal 
Dobutamina ---- Inotrópico ---- ---- 
Epinefrina Vasocontrição 
 RVS e RVP 
Inotrópico e 
cronotrópico 
Vasodilata-ção ---- 
Norepinefrina Vasocontrição 
 RVS e RVP 
Inotrópico 
(pouco) 
---- ---- 
 
Dopamina: 
- Dose alta (10-20 mcg/kg/min): efeito α1 
- Dose intermediária (5-10 mcg/kg/min)efeito β1 e β2 
- Dose baixo (2,5-5 mcg/kg/min): efeito dopaminérgico (apenas vasodilatação 
renal) 
DROGAS VASOATIVAS 
 
DROGA 
DOSE 
INOTRÓPICA 
DOSE 
VASOPRESSORA 
COMENTÁRIOS 
Dopamina 2-15 
g/kg/min 
>12 g/kg/min Primeira linha no choque 
séptico, crianças pequenas 
podem ser insensíveis devido 
a depleção nos estoques 
miocárdicos de noradrenalina 
Dobutamina 2,5-20 
g/kg/min 
--- Problema: a FC e  a RVS 
causando hipotensão 
Epinefrina 0,05-0,5 
g/kg/min 
0,1-1,0 
g/kg/min 
Problema: a FC e o 
consumo de O2 no miocárdio 
Norepinefrina ---- 0,05-1,0 
g/kg/min 
Vantagem: a RVS sem 
efeito na PA 
Vasopressina ---- 0,3-2,0 
mlU/kg/min 
 
Milrinone 0,25-0,75 
g/kg/min 
---- Ação não mediada por 
receptores: inotrópica e 
vasodilatadora 
1mg=1000g 
1ml dopa=5.000g 
1ml dobuta=12.500g 
1ml epinefrina=1.000g 
1ml norepinefrina=1.000g 
1ml milrinone=1.000g 
 
CHOQUE SÉPTICO REFRATÁRIO A CATECOLAMINAS 
 
Lembrar sempre da possibilidade de Insuficiência Adrenal principalmente se 
hipoglicemia, hiponatremia e hiperpotassemia. 
 
Tratamento: Hidrocortisona ataque 10mg/kg 
manutenção 100mg/m2/dia 
REPOSIÇÃO DE ELETRÓLITOS 
 
COMPOSIÇÃO INTRA E EXTRACELULAR 
 Intracelular (mEq/L) Extracelular (mEq/L) 
Na 20 135 – 145 
K 150 3 – 5 
Cl - 98-110 
HCO3 10 
Venoso: 25 – 29 
Arterial: 21 – 28 
PO4 110-115 5 
 
DISTÚRBIOS DO SÓDIO 
 
Hiponatremia: crise convulsiva, edema cerebral, movimentos de 
descerebração, irritabilidade ou apatia extremas, alteração do ritmo 
cardiorespiratório, náuseas, vômitos, confusão mental e coma. 
► Corrigir só se sintomática ou NaCl <120mEq/L. 
 
(Na esperado-Na encontrado)x 0,6 x Peso = ml de NaCl 3% 
2 
 
Preparação do NaCl3%: dividir o volume por 6,7-7 = volume de NaCl 20% e 
completar com AD → 89 ml de SF 0,9% + 11 ml de NaCl 20% = 100 ml de 
NaCl 3%. 
Não aumentar o sódio mais do que 12 mEqL nas primeiras 24h. 
 
 Na esperado Velocidade de infusão 
Hiponatremia Aguda 130 mEq/L 10ml/kg/hora 
Hiponatremia Crônica 120 mEq/L 5ml/kg/hora 
 
DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO 
 
Hipopotassemia: fraqueza muscular, íleo paralítico, hipotensão e arritmias 
(ECG=depressão ST, achatamento ou inversão onda T, onda U, extra-sístoles 
ventriculares e atriais). 
Hipopotassemia leve K = 2,5-3,5 mEq/L / Grave K < 2,5 mEq/L 
 
► Reposição EV: deve-se corrigir EV se K < 2,5 mq/L com ou sem sintomas, 
lembrando sempre de monitorar ECG. 
 
0,3-0,5 mEq/kg/hora em 3-5 horas 
 
Não ultrapassar 80 mEq/L em veia central e 40 mEq/L veia periférica. 
Cada queda de 0,1 no pH aumenta 0,2-0,4 mEq/L no K. 
Se hipo K refratária investigar hipomagnesemia. 
Se houver hipocalcemia associada fazer reposição do cálcio pelo risco de 
tetania após a correção do K. 
 
Lembrando que: KCl 19,1% 1ml = 2,5 mEq de K 
KH2PO4 13,6% 1ml = 1mEq de K 
 
► Reposição VO: se K = 2,5 - 3,5 e assintomático repor VO 3-5 mEq/ kg/dia. 
 
Lembrando que: KCl Xarope 6% 1ml=0,8 mEq 
KCl Xarope 20% 1ml=2,66 mEq 
KCl 1cp=500mg=7mEq 
Slow K 1cp=600mg de KCla=8 mEq 
DISTÚRBIOS DO CÁLCIO 
 
Hipocalcemia: estridor laríngeo, hipertonia muscular, tremores, clônus, 
irritabilidade, crise convulsiva, hipotensão, bradicardia,bloqueios e arritmias. 
Tetania, Sinais de Trousseau (espasmo do carpo induzido por compressão da 
artéria braquial com manguito de PA) e Chevostek (contrações dos músculos 
faciais á percussão da região pré auricular). 
Na desnutrição cada redução de 1g na albumina leva a queda de 0,8mg/dl no 
Ca total. 
 
► Reposição EV: 1- 2ml/kg de GluCa 10% (ou 0,25-0,5 ml/kg de CaCl 10%), 
diluído em igual volume de SG 5% sob ausculta cardíaca 
Infundir lento, não ultrapassar 50mg/kg/min. 
Suspender de FC cair abaixo de 80 bpm. Monitorar Mg e fósforo. 
 
Lembrando que: GluCa 10% 1ml=9mg=0,45 mEq 
CaCl 10% 1ml=27,2mg=1,36mEq 
 
► Reposição VO: 300-500mg/kg/dia de Ca elementar. 
 
GluCa10% 10ml=93mg de Ca elementar 
CaCl 10% 10ml=272mg de Ca elementar 
CaCO3= Cada 1g do sal tem 400mg de Ca elementar (20 mEq de Ca) 
 
DISTÚRBIOS DE GLICOSE 
 
Devemos corrigir a glicemia em casos de hipoglicemia sintomática, sem 
disponibilidade da via oral (desmaio, covulsão, entre outros). 
 
Peso x 2 = Volume total de SG10% (em 10 minutos) 
Dividir o valor por 5. Pegar 1 parte de SG50% e 4 partes de AD 
DISTÚRBIOS DO MAGNÉSIO 
 
Magnésio sérico = 1,4-2,3 mEq/L. 
Usar em: crianças abaixo dos 2 meses (promove maior retenção de Na e K),crianças desnutridas e manutenção EV prolongada (> 3 dias). 
 
Hipomagnesemia = náuseas, vômitos, letargia, fraqueza, espasticidde, 
hiperrreflexia, tetania, manifestações neurológicas (depressão, psicose, 
confusão, apnéia, coma) e arritmias (Torsades de pointes). 
ECG: prolongamento PR e QT, T achatada e invertida, depressão ST, 
alargamento QRS. 
 
► Reposição EV ou IM: se sintomático 
 
0,25mEq/Kg IM a cada 6h ou 1 mEq/kg EV em 24 horas 
Se arritmias 0,2-0,4 mEq/kg em 30min 
 
MgSO4 6% 1ml= 0,5 mEq MgSO4 10% 1ml= 0,8 mEq 
MgSO4 20% 1ml= 1,6 mEq MgSO4 50% 1ml= 4 mEq 
 
► Reposição VO: 2 mEq/kg/dia 
 
Pidolato de Mg 1ml = 150mg = 1mEq 
Cada 500mg de MgSO4 = 49,3mg de Mg elementar = 4,1 mEq 
Hidróxido de Mg 5ml = 166mg = 13,8mEq de Mg 
 
DISTÚRBIOS DO ZINCO 
 
Sérico = 50-120 mcg% 
Sulfato de zinco 1% =4mg/ml → Dose: 2mg/kg/dia 
DISTÚRBIOS DO BICARBONATO 
 
Corrigir EV quando bicarbonato < 13. 
Corrigir VO quando bicarbonato entre 13 – 16. 
Bicarbonato > 16 só corrigir se perdas profusas. 
 
0,3 x Peso x BE = mEq de Bicarbonato de Sódio 
 
Não ultrapassar 6 mEq/L. Se VO multiplicar por 1,5. 
 
Bic Na 8,4% 1ml= 1mEq de Na e 1 mEq de Bic 
1ml Bic Na 8,4%=6,6ml de SF 0,9% 
 
Bic Na 3% 1ml=0,36 mEq de Bic e 0,36 mEq de Na 
Bic Na 10% 1ml=1,2 mEq de Bic e 1,2 mEq de Na 
Bic Na 1g=12 mEq 
 
DISTÚRBIOS DO FÓSFORO 
 
Sérico RN= 4,2-9,0 mg/dL 
Até 1 ano= 3,8-6,2 mg/dL 
De 2-5 anos =3,5-7,0 mg/dL 
 
Hipofosfatemia = fraqueza muscular, dificuldade no desmame da VM. 
 
Aporte basal = 0,5- 1,1 mmol/kg/dia. 
Reposição Terapêutica = 1,0-2,2 mmol/kg em 6-8 horas. 
 
Fosfato Tribásico de Ca 1ml = 0,2mmol de PO4 e 390 mg da Ca elementar/g 
(0,65mEq) de Ca 
HIPERNATREMIA 
 
Normalmente é causada por um déficit de água livre (aporte baixo ou perdas 
anormais) ou aporte excessivo de sódio. Casos graves e/ou sintomáticos ou na 
impossibilidade de se repor água livre oral, calcula-se o déficit de água livre. 
 
Deficit de água livre (em litros) = Peso x 0,6 x [(Na – 140)/140] 
ATENÇÃO: não reduzir Na em mais do que 0,5 – 1,0 mEq/L por hora! 
 
Definimos hipernatremia crônica quando o tempo de instalação é > 48 horas. 
Se não souber o tempo de instalação, considerar crônica. 
 
Sintomas: fraqueza muscular, insônia, letargia, coma. 
 
Pode ocorrer crises convulsivas, principalmente quando ocorre correção rápida 
do sódio. Coma saída de água do intracelular, há uma tração mecânica sobre 
os vasos que pode causar danos ao endotélio com hemorragia subaracnóidea, 
subdural e parenquimatosa. Quando a hipernatremia é crônica ocorre a 
produção de osmóis idiogênicos pelas células nervosas que não desaparecem 
na mesma velocidade de correção de sódio (quando rápida), causando 
intoxicacao hídrica (edema intracelular) nestes casos. 
Se o paciente está normovolêmico, pode-se acrescentar o déficit de água livre 
ao soro de manutenção na forma de SG 5, com concentrações de sódio entre 
20-30 mEq/L. 
Se há choque (hipovolenmia), priorizar reposição de volume, que pode ser 
feita com 40 ml/Kg de SF 0,9% (hipotônico em relação ao paciente) em 1 hora. 
Após correção inicialmente rápida, passa-se a uma solução glicofisiológica 1:1 
(0,45%) até controle total da volemia. 
 
HIPERPOTASSEMIA 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Leve: K < 6 mEq/L com ECG normal ou apenas onda T apiculada. 
Moderada: K entre 6 – 8 mEq/L e ECG com onda T apiculada. 
Grave: K > 8 mEq/L ou ECG com onda P ausente, QRS alargado ou arritmias. 
 
TRATAMENTO 
Nos casos graves, deve-se: 
(1) corrigir fatores causais. 
(2) antagonizar os efeitos neuromusculares com gluconato de Ca+2 10%, 0,5 – 
1,0 ml/Kg,EV, em 15 minutos. 
(3) redistribuir o K internamente através do uso de bicarbonato de sódio 1 – 2 
mEq/Kg EV (efeito por aproximadamente 2 horas). 
(4) redistribuir o K internamente através do uso de glicoinsulinoterapia: 
glicose 0,5 – 1,0 g/Kg + 1 UI de insulina para cada 4g de glicose, EV em 60 
minutos. Isso reduz o K em 1–2 mEq/L em 30 a 60 minutos e o efeito persiste 
por 4 a 6 horas. 
(5) aumentar a eliminação do K: furosemida 0,5 – 1 mg/Kg EV. 
(6) resinas de troca: 0,5 – 1 g/Kg de 6/6 horas ou de 4/4 horas, diluído com 
água ou sorbitol (3 ml/g de resina), de preferencia por via oral ou SNG (utilizar 
a via retal em caso de vômitos). 
QUEIMADURAS 
 
REPOSIÇÃO HIDRO-ELETROLÍTICA 
Fórmula de Parkland: 4 ml/kg de peso corporal/% superfície corporal 
queimada. Deve ser usado ringer lactato. Programar para que ½ deste volume 
seja infundida nas primeiras 8 horas após a queimadura. Deve-se observar 
diurese a partir da primeira hora, e controlar a hidratação para que se obtenha 
0,5 ml/kg/h ou 30-50 ml em adultos e 1 ml/kg/h em crianças. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DE QUEIMADURAS 
 
PEQUENO QUEIMADO 
- 1º grau em qualquer extensão, em qualquer idade. 
- 2º grau com área corporal atingida até 5% em crianças < 12 anos. 
- 2º grau com área corporal atingida até 10% em > 12 anos. 
 
MÉDIO QUEIMADO 
- 2º grau com área corporal atingida entre 5-15% em < 12 anos. 
- 2º grau com área corporal atingida entre 10% a 20% em > 12 anos. 
- Qualquer queimadura de 2º grau envolvendo mão, pé, face, pescoço, axila 
ou grande articulação (cotovelo / punho / coxofemoral / joelho / tornozelo). 
- Queimaduras de 3º grau que não envolva face, mão, períneo ou pé, com até 
5% da área corporal atingida em crianças < 12 anos, ou até 10% da área 
corporal atingida em > 12 anos. 
 
GRANDE QUEIMADO 
- 2º grau com área corporal atingida maior do que 15% em < 12 anos. 
- 2º grau com área corporal atingida > 20% em crianças > 12 anos. 
- 3º grau com área corporal atingida maior do que 5% em < 12 anos. 
- 3º grau c/ área corporal atingida maior do que 10% em > 12 anos. 
- 2º ou 3º grau atingindo o períneo, em qualquer idade. 
- 3º grau atingindo mão ou pé ou face ou pescoço ou axila, em qualquer idade. 
- Queimaduras por corrente elétrica. 
São considerados também grandes queimados todos os pacientes vítimas de 
queimaduras de qualquer extensão que tenha associada uma ou mais das 
seguintes situações: lesão inalatória, politrauma, fratura óssea em qualquer 
localização, trauma craniano, choque de qualquer origem, insuficiência renal, 
insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, diabetes, IAM, embolia pulmonar, 
distúrbios da coagulação e hemostasia, quadros infecciosos graves decorrentes 
ou não da queimadura e que necessitem antibioticoterapia venosa, síndrome 
compartimental ou do túnel do carpo, associada ou não à queimadura, doenças 
consuptivas ou qualquer outra afecção que possa ser fator de complicação à 
lesão ou ao quadro clínico da queimadura. 
 
 
 
 
SSIHAD 
 
- O Hormônio Anti-Diurético (HAD) é normalmente liberado pelo hipotálamo 
em resposta a hipovolemia, aumento da osmolaridade plasmática e/ou ↓ PAS 
 
- Quadro Clínico: Redução do Débito Urinário, volume intra-vascular normal ou 
aumentado, aumento do Sódio urinário, hiponatremia sérica (dilucional), 
hiposmolaridade sérica, função excretora renal normal 
 
- Tratamento: 
- Restrição de volume a 50% das necessidades 
- Se hiponatremia sintomática corrigir sódio 
- Se necessário utilizar diuréticos 
 
Salina a 3% (0,5mEq/ml) - 5ml/kg em 30 minutos 
Divide o volume encontrado por 7= 1 parte de NaCl 20% + 6 partes de AD 
 
DIABETES INSIPIDUS 
 
- Quadro Clínico: Poliúria, hipernatremia, densidade urinária < 1.005, 
osmolaridade urinária < 200 mOsm/L, osmolaridade plasmática ≥ 295 mOsm/L 
 
Tratamento 
- Reposição de água livre e DDAVP 
- Déficit de água livre (em litros) = Peso X 0,6 X (Naencontrado - Na 
esperado/ Na esperado) 
 
 Volemia Débito 
urinário 
Na 
sérico 
Na urinário UOsm POsm UOsm/ 
POsm 
SSIHAD Normal 
ou ↑ 
↓ ↓ Aumentado > 
30m Eq/L 
>500 < 
280 
> 1 
Síndrome 
perdedora 
de sal 
↓ Normal 
ou ↑ 
↓ Muito 
aumentado 
>100 mEq/L 
↑ ↓ > 1 
Diabetes 
insipidus 
↓ ↑ ↑ ↓ Reduzida 
(±100) 
> 
300 
< 1,5 
 
 
 
 
GASTRO 
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
 RN AT e Crianças Maiores 
Glicose 5% G x 2 x Peso 
Aminoácidos 10% AA x 10 x Peso 
Emulsão Lipídica 20% IL x 5 x Peso 
NaCl 20% mEq x Peso / 3,4 
KCl 19,1% mEq x Peso / 2,5 
Gluconato Ca 10% mEq x Peso 
MgSO4 0,8 mEq/ml 0,3–0,5 mEq/kg 
Zinco 400 mcg/kg 
Microelementos Ped 0,2 ml/kg 
Glicerofosfato Sódio 1 ml/kg 
Polivitaminas 5 ml 
 
MgSO4: Calcular em mEq x Peso e dividir por 0,8 para chegar em ml. 
Microelementos: cada 0,1 ml tem 50 mcg de Zn, descontar do cálculo de Zn. 
Glicerofosfato sódio: cada 1 ml tem 2 mEq de Na, descontar do cálculo de NaCl. 
 
Se houver colestase, retirar microelementos e deixar apenas o zinco. 
Se houver insuficiência renal, avaliar redução de aminoácidos. 
Se houver icterícia importante ou sepse, avaliar redução de IL. 
 
Controles laboratoriais 
 
Diário Semanal Quinzenal 
Balanço hídrico 
Peso 
Dextro 
Glicosúria 
Eletrólitos –fase inicial, 
paciente instável 
Estatura 
Na,K,Cl após 
estabilização 
Ca,Po4.Mg 
Lipidograma 
 
Gaso venosa 
PT e albumina 
HMG 
U/Cr 
Função hepática 
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA 
 
Estágio Manifestações Clínicas Alterações EEG 
Grau I Confusão, alteração de humor Mínimas 
Grau II Sonolência, comportamento 
inapropriado 
Lentificação 
generalizada do ritmo 
Grau III Maior sonolência mas obedece 
a ordens simples ou pode ser 
despertado 
Lentificação anormal 
grosseira 
Grau IV A Coma, responde a estímulos 
dolorosos 
Ondas delta, amplitude 
diminuída 
Grau IV B Coma profundo, não responde 
a estímulos 
Ondas delta, amplitude 
diminuída 
 
TRATAMENTO 
 
1. Jejum até descartar doença metabólica. Passar SNG. 
2. Restrição protéica 1g/kg/dia. 
3. Restrição hídrica 75% das necessidades. 
4. Monitorar hipoglicemia e hiponatremia. 
5. Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e acido base. 
6. Suspender quaisquer medicamentos desnecessários. 
7. Prevenção da Hemorragia digestiva (Ranitidina ou Omeprazol). 
8. Em caso de sangramento administrar plasma fresco. 
9. Vitamina K EV lactentes 1mg, cças 5mg, cças maiores 10mg. 
10. Lactulose 1-2ml/kg/dose de 3-4 vezes ao dia. 
11. Neomicina 50-100mg/kg/dia de 6/6h. 
12. Flumazenil pode reverter temporariamente os efeitos da encefalopatia, sua 
administração é seguida por um período de despertar de minutos a horas. 
13. Monitorização neurológica (risco de edema cerebral). 
14. Manter Hb > 10g/L. 
 
 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
 
Enemas Esvaziatórios 
Fazer durante 3 a 5 dias. Suspendê-los quando o paciente eliminar fezes 
amolecidas, 1-2 vezes ao dia. 
 
a. Fleet enema® (fosfato de sódio dibásico 0,06 g + fosfato de sódio 
monobásico 0,16 g/mL frasco 130 mL). Não usar antes dos 2 anos, na 
insuficiência renal ou na Doença de Hirschsprung. 
- Dose=6 mL/Kg (máximo de 1 frasco). 
 
b. Minilax® (lauril sulfato de Na 0,05 g + sorbitol 70% 4,64 g bisnaga 6,5 g). 
- Dose=1 bisnaga/vez, pode ser repetida uma vez se necessário. 
 
c. Solução Glicerinada (disponível comercialmente em solução a 12%, ou pode 
ser preparada com 10% de glicerina anidra + 90% de SF 0,9% ou água 
morna). 
- Dose= 10-20 ml/Kg/vez em gotejam/o lento no máximo de 250 ml. 
 
d. Clister caseiro: 1 porção óleo de cozinha e 2 de soro fisiológico ou água 
fervida morna com uma pitada de sal = 20ml/kg até o máximo de 250ml. 
 
Tratamento de Manutenção 
 
a. Óleo Mineral: contra indicado para < 2 anos e crianças com refluxo gastro 
esofágico acentuado ou problemas neurológicos pelo alto risco de pneumonia 
lipoídica. 
- Dose = 1-3 ml/kg/dia em 1-3 vezes, longe das refeições. 
- 5-11 anos: 5-10 ml/dia em 1-3X 
- >12 anos 15-45 ml/dose 
 
 
b. Leite de Magnésia (Hidróxido de Magnésio 400mg/5ml): evitar em menores 
de 1 ano e pacientes com insuficiência renal 
- Dose=1-3 ml/kg/dia em 1-2 tomadas 
- <2 anos: 0,5ml/kg/ dia 
- 2-5 anos: 5-15ml/dia 
- 6-12 anos: 15-30ml 
- >12 anos: 30-60ml/dia 
 
c. Lactulose (Lactulona® 667 mg/mL) 
- 1 a 3 ml/kg/dia distribuída em 1 ou 2 tomadas. 
- < 1 ano: 5 ml/dia 
- 1-5 anos: 5-10 ml/dia 
- 6-12 anos: 10-15 ml/dia 
- >12 anos: 15-30 ml/dia 
 
PRÓ-CINÉTICOS E ANTI-EMÉTICOS – DOSES 
 
DROGA DOSE 
INTERVALO 
ENTRE DOSES 
APRESENTAÇÕES 
Bromoprida 
(máx: 10-20 
mg/dose) 
0,5-1mg/kg/dia 
(3-6 gotas/kg/dia) 
EV: 0,03mg/kg/dose 
8/8h 
Gotas 4mg/ml 
Solução 1mg/ml 
1cp=10mg 
1amp=10mg/2ml 
Domperidona 0,25mg/kg/dose 8/8h 1ml/1mg 
Granisetrona > 2 anos: 10-20mg/kg/dose 1amp=1ml 
Ondasetrona 
<4 anos: 0,15mg/kg/dose 
4-11a: 4mg/dose 
>12a:8mg/dose 
8/8h 
1cp=4 ou 8mg 
1amp=4 ou 8mg 
 
ANTIÁCIDOS – DOSES 
 
DROGA DOSE INTERVALO DOSE MÁX. APRESENTAÇÕES 
Ranitidina VO RN: 2-4 
mg/kg/dia 
Lactentes e 
crianças:4-5 
mg/kg/dia 
De 8/8h ou 
12/12h 
150mg/dose 15mg/ml 
1cp=150 mg 
Ranitidina EV RN :2 
mg/kg/dia 
Lactentes e 
crianças:2-4 
mg/kg/dia 
De 6/6 ou 
8/8h 
50mg/dose 1amp= 50mg/2ml 
Famotidina 1-1,2 mg/kg/dia 1x/dia ou 
12/12h 
40mg/dia 1cp=20 ou 40mg 
Cimetidina Lactentes: 10-
20 mg/kg/dia 
Crianças: 20-40 
mg/kg/dia 
6/6h ou 
12/12h 
400mg/dose 1cp=200, 300, 400 
ou 800mg 
Omeprazol 0,6-0,7 
mg/kg/dose 
(0,3-3,3 
mg/kg/dia) 
1x/dia ou de 
12/12h 
40mg/dose 1cp=10 ou 20mg 
1amp=40mg 
Lanzoprazol 0,8 mg/kg/dose 1x/dia ou de 
12/12h 
30mg/dose 1cp=15 ou 30mg 
Pantoprazol 6-13 anos: 0,5-
1mg/kg/ dia ou 
20 mg/dose 
Maiores: 20-
40mg/dose 
1x/dia 40mg/dia 1cp=20 ou 40mg 
1 amp=40mg 
Sucralfato 40-80 
mg/kg/dia 
6/6h 1g/dose 1g/5ml 
1cp=1g 
 
 
 
 
 
 
 
INFECTOLOGIA 
INDICAÇÕES DE PRECAUÇÕES DE CONTATO 
 
Abscesso e feridas extensas com grande drenagem não contida 
Impetigo e furunculose 
Escabiose e Pediculose 
Diarréia infecciosa em incontinentes 
Hepatite A 
Herpes neonatal 
Herpes mucocutâneo severo 
Varicela e Herpes Zoster* 
Rubéola congênita 
Infecção ou colonização por germes MDR 
Vírus Respiratórios 
 
INDICAÇÕES DE PRECAUÇÕES PARA GOTÍCULAS 
 
Influenza até 7º dia sintomas 
Adenovírus 
Coqueluche até 5 dias do tratamento 
Rubéola 
Caxumba 
Meningite por meningococo e Hib até 24h de tratamento 
Escarlatina - até 24h do tratamento 
 
INDICAÇÕES DE PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS 
 
Tuberculose pulmonar bacilífera 
Sarampo 
Varicela*** 
Herpes zoster em imunossuprimidos 
COQUELUCHE 
 
O tratamento antimicrobiano em geral não modifica o curso da doença, quando 
iniciado após a fase catarral, mas é essencial para erradicar a B. pertussis. 
 
1a Escolha Azitromicina 
Idade Posologia 
< 6 meses 10mg/kg 1x/dia por 5 dias 
≥ 6 meses 10mg/kg (máximo 500mg) no primeiro dia e após 5 mg/kg 
(máximo 250mg) 1x/dia por mais 4 dias 
Adultos 500mg no 1º dia e após 250mg 1x/dia por mais 4 dias 
 
2a Escolha Claritromicina 
Idade Posologia 
< 1mês Não recomendado 
1-24 meses ≤ 8kg 7,5mg/kg/dose de 12/12 h por 7 dias 
> 8kg 62,5 mg/dose de 12/12 h por 7 dias 
3-6 anos 125 mg/dose de 12/12 h por 7 dias 
7-9 anos 187,5 mg/dose de 12/12 h por 7 dias 
≥ 10 anos 250 mg/dose de 12/12 hpor 7 dias 
Adultos 500 mg/dose de 12/12 h por 7 dias 
 
Eritromicina 
Idade Posologia 
< 1mês Não recomendado 
1-24 meses 125 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias 
2-8 anos 250 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias 
> 8 anos 250-500 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias 
Adultos 500 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias 
SMX-TMP (apenas em caso de alergia ou intolerância aos macrolídeos) 
Idade Posologia 
< 2 meses Contraindicado 
2-5 meses 100mg de SMX/20mg de TMP de 12/12h por 7 dias 
≥6 meses - 5 a 200mg de SMX/40mg de TMP de 12/12h por 7 dias 
6-12 anos 400mg de SMX/80mg de TMP de 12/12h por 7 dias 
Adultos 800mg de SMX/160mg de TMP de 12/12h por 7 dias 
 
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO 
- Desconforto respiratório e/ou taquipnéia 
- Pneumonia bacteriana secundária 
- Incapacidade de alimentação 
- Cianose ou apneia 
- Convulsões 
 
CRITÉRIOS DE ALTA 
- A criança é capaz de tolerar os acessos de tosse sem ficar com hipóxia ou 
bradicárdica 
- Capacidade de se alimentar 
- Cuidadores confiáveis e seguros 
- Garantia de seguimento clínico 
 
TRATAMENTO ADJUVANTE 
- Suporte clínico e monitoramento (FC, FR, Sat O2) 
- Prevenção e tratamento das complicações 
- Podem ser necessárias hidratação EV ou alimentação por SNE (lembrar que a 
sonda pode estimular o reflexo de tosse em algumas crianças) 
- Nenhuma medicação é comprovadamente eficaz no controle da tosse. O uso 
de aerossóis pode precipitar e piorar os acessos de tosse. 
 
QUIMIOPROFILAXIA DOS CONTACTANTES 
- São usadas as mesmas medicações e doses recomendadas para tto. 
- Deve ser indicada em situações muito especiais. 
Para decidir sobre sua indicação devemos considerar: 
- Contagiosidade do paciente índice 
- Intensidade da exposição 
- Potenciais consequências da coqueluche no contactante 
- Possibilidade de exposição secundária a indivíduos de alto risco 
- Os comunicantes íntimos, < de 7 anos inadequadamente vacinados deverão 
receber assim que possível uma dose de vacina contra a coqueluche e 
orientação para completar o esquema de vacinal. 
 
A quimioprofilaxia está indicada para os seguintes comunicantes*: 
- Crianças < 1 ano que tenham tido contato íntimo com um caso de 
coqueluche independente da situação vacinal. 
- Crianças entre 1-7 anos ñ vacinadas ou c/ esquema vacinal incom-pleto (< 4 
doses) que tiveram contato íntimo c/ caso de coqueluche. 
- Comunicantes adultos que trabalhem em profissões que envolvam o contato 
direto e frequente com < 1 ano ou imunodeprimidos (estes devem ser 
afastados de suas atividades, por 5 dias após o início do uso do 
antimicrobiano). 
- Comunicantes adultos que residam com crianças < 1 ano de idade. 
- Comunicantes que são imunodeprimidos. 
 
* Definição de Comunicante: 
Qualquer pessoa que tenha tido contato íntimo** com um caso de coqueluche, 
entre o início da fase catarral até 3 semanas após o início da fase paroxística 
da doença (período de transmissibilidade). 
 
** Definição de Contato Íntimo: 
- Moradores do mesmo domicílio 
- Crianças que frequentem a mesma sala na creche. 
- Compartilhar ambiente fechado c/ pcte sintomático por  1 hora. 
- Contato direto com secreções respiratórias ou orais (tosse, espirro, 
compartilhar talheres) de um paciente sintomático. 
 
IMPORTANTE!!! A quimioprofilaxia apresenta maior eficácia quando instituída 
dentro de 21 dias do início da fase paroxística no caso índice. Caso a exposição 
tenha ocorrido após 21 dias ou mais do início da tosse no caso índice, a 
quimioprofilaxia deve ser considerada para aqueles indivíduos com contatos de 
alto risco.*** 
 
***Contatos com alto risco: 
- Lactentes menores de 1 ano. 
- Gestantes no terceiro trimestre. 
- Pessoas com imunodeficiência. 
- Portadores de doenças pulmonares crônicas. 
- Pessoas que trabalham em serviços de saúde ou diretam/e c/ cças. 
 
CONTROLE DA FONTE DE INFECÇÃO: 
- Pacientes hospitalizados: Isolamento em quarto privativo com precauções 
respiratórias para gotículas até o 5o dia de tratamento 
- Pacientes não hospitalizados: afastamento das atividades escolares ou de 
trabalho por 5 dias após o início do tratamento ou por 21 dias após o início da 
fase paroxística para aqueles não tratados. 
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES POR CANDIDA SP 
 
Quando pensar em Candidemia? 
Febre não responsiva a antibioticoterapia de amplo espectro + hospitalização 
prolongada + exposição a múltiplos fatores de risco. 
 
O diagnóstico pode ser baseado em Escores Diagnósticos, contudo nenhum 
eles está validado para uso em pacientes pediátricos. 
 
Escore de Leon (Cândida Score) 
Critério Pontos Valores % de Candidemia 
Sepse grave 2 < 3 2,3 
Cirurgia 1 3 8,5 
NPT 1 4 16,8 
Colonização multifocal 1 5 23,6 
 
TERAPIA ANTIFÚNGICA EMPÍRICA 
 ESCOLHA ALTERNATIVA COMENTÁRIOS 
Pacientes NÃO 
NEUTROPÊNICOS 
Fluconazol ou 
Equinocandina 
Anfo-D ou 
Anfo- L 
 
Iniciar baseado em 
fatores de risco com ou 
sem colonização de 
sítios não estéreis 
Pacientes 
NEUTROPÊNICOS 
Anfo- L ou 
Caspofungina ou 
Voriconazol 
Fluconazol ou 
Itraconazol 
Considerar uso a partir 
de 4 dias de febre a 
despeito de 
antibioticoterapia de 
amplo espectro 
 
 
 
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES GENITO-URINÁRIAS POR CANDIDA 
 
 Primeira Escolha Alternativa Tempo de 
tratamento 
Candidúria 
Assintomática 
Tratamento ñ é indicado de rotina, 
apenas antes de cirurgia urológica 
(mesma dose de pielonefrite). Em 
pacientes de alto risco (neutropênicos e 
RNPT de EBPN) investigar candidíase 
disseminada. 
Eliminar os fatores 
predisponentes 
(ex: SVD, ATB) 
 
Cistite 
sintomática 
Fluconazol: 200 mg 
(3 mg/kg/dia em 
crianças) por 7-14 
dias 
Anfo-D: 0,3-0,6 
mg/kg/dia por 1-
7 dias 
 
Eliminar os fatores 
predisponentes 
 
Pielonefrite Fluconazol: 200–400 
mg (3–6 mg/kg/dia 
em cças) - 14 dias 
Anfo-D: 0,5-0,7 
mg/kg/dia por 14 
dias 
 
Bola fúngica 
urinária 
Idem pielonefrite idem pielonefrite Remoção cirúrgi-
ca fortem/e 
recomendada 
 
CRITÉRIOS DE DUKE MODIFICADOS – ENDOCARDITE INFECCIOSA 
 
Caso confirmado = 2 critérios maiores OU 1 critério maior e 3 critérios 
menores OU 5 critérios menores. 
Caso possível = 1 critério maior e 1 critério menor OU 3 critérios menores. 
Caso descartado = alternativa diagnóstica concreta OU resolução do quadro com 
antibioticoterapia por tempo ≤ 4 dias OU nenhuma evidencia patológica de endocardite 
em necropsia ou cirurgia com tempo de ATB < 4 dias OU não preenchimento dos 
critérios acima. 
 
Critérios Maiores 
 
1. Hemocultura Positiva 
A. Crescimento de germes tipicamente causadores de Endocardite infecciosa 
em 2 ou mais HMC colhidas separadamente (Estreptococo do Grupo viridans, S. 
bovis, Grupo HACEK, Staphylococcus aureus, Enterococos (na ausência de foco 
primário de infecção). OU 
B. Hemocultura persistentemente positiva OU 
C. Isolamento por cultura de Coxiella burnetii ou anticorpos IgG com títulos ≥ 
1:800 
 
Grupo HACEK: Haemophilus spp,. Actinobacillus actinomycete comitants, 
Cardiobacterium hominis, Eikenella spp, e Kingella kingae 
 
2. Evidencia de envolvimento cardíaco 
A. Alterações no Ecocardiograma: presença de vegetação em valva ou material 
protético (sem uma explicação anatômica) ou abscesso perivalvar ou nova 
deiscência parcial de prótese OU 
B. Nova regurgitação valvar: aparecimento de sopro ou mudança das 
características de um sopro pré-existente. 
 
CRITÉRIOS DE DUKE MODIFICADOS – ENDOCARDITE INFECCIOSA 
 
Critérios Menores 
 
1. Fator predisponente: valvopatiaprévia ou uso de drogas EV. 
2. Febre. 
3. Fenômenos imunológicos: 
- Fator reumatóide positivo 
- Glomerulonefrite 
- Nódulos de Osler 
- Manchas de Roth 
4. Fenômenos vasculares: 
- Êmbolos sépticos 
- Infarto pulmonar séptico 
- Aneurisma micótico 
- Hemorragia intracraniana 
- Hemorragia conjuntival 
- Lesões de Janeway 
5. Evidência microbiológica: 
- Hemocultura positiva sem preencher os critérios maiores ou evidência 
sorológica de infecção ativa com microrganismo compatível com 
endocardite infecciosa. 
ENDOCARDITE INFECCIOSA 
 
Aguda: sintomas com duração de dias até 1-2 semanas 
- Toxemia e complicações embólicas. Fenômenos imunológicos são 
menos comuns. Valvas previamente normais 
- Principais agentes: S. aureus, S.pyogenes 
Subaguda: tempo de doença > 6 semanas 
- Apresentação insidiosa 
- Principais agentes: Estreptococos e Enterococos 
 
AGENTES 
Valva Nativa 
Idade Estreptococos Enterococo S. 
aureus 
SCoN BGN Cultura 
negativa 
RN 15-20% 0% 40-50% 10% 10% 4% 
2 meses -15 
anos 
40-50% 4% 25% 5% 5% 0-15% 
>15 anos 45-65% 5-8% 30-40% 3-
5% 
4-
8% 
3-10% 
 
Valva Protética 
Tempo pós 
cirurgia 
Estreptococos Enterococo S. 
aureus 
SCoN BGN Fungo 
<2 meses 1% 8% 20-40% 30-35% 10-15% 5-10% 
2-12 meses 7-10% 12% 10-15% 30-35% 2-4% 10-
15% 
>12 meses 30-33% 11% 15-20% 10-12% 4-7% 1% 
 
Tratamento: 
Endocardite Aguda: iniciar antibioticoterapia empírica logo após coleta de 2-3 
pares de hemocultura (intervalo de 30 min-1 hora). 
Endocardite Subaguda: colher hemoculturas seriadas num período de 24-72h e 
iniciar antibioticoterapia somente após os resultados das hemoculturas. 
TRATAMENTO EMPÍRICO 
 
Valva Nativa 
 Tratamento Empírico Inicial 
Endocardite Aguda 
 
Não usuário de Drogas EV 
 
Oxacilina + Gentamicina 
Usuário de Drogas EV 
 
Vancomicina + Gentamicina 
Endocardite Subaguda 
 
Penicilina ou Ampicilina + 
Gentamicina 
 
Valva Protética 
Tempo após a cirurgia Tratamento Empírico Inicial 
< 12 meses Vancomicina + Gentamicina 
 
> 12 meses Oxacilina+ Ampicilina + Gentamicina 
 
 
ENDOCARDITE RELACIONADA A CVC 
 
Principais agentes: S. aureus, Estafilococos coagulase negativos, Candida e 
Enterococo 
Fazer ECO dos pacientes com ICS relacionada a CVC se: 
- Portadores de válvula protética, marca passo ou desfibrilador implantado 
- Bacteremia ou fungemia persistentes e/ou febre após 72h de 
antibioticoterapia efetiva para o agente isolado + retirada do CVC 
- ICS por S. aureus quando se planeja tratamento por 14 dias 
Idealmente este Eco deve ser realizado pelo menos 1 semana após o início da 
bacteremia (maior sensibilidade) 
Considerar repetir Eco naqueles pacientes nos quais o primeiro exame foi 
negativo mas a suspeita permanece alta. 
 
TRATAMENTO POR AGENTE ISOLADO 
 
Agente Tratamento 
S.bovis ou 
S.viridans 
MIC Penicilina 
≤ 0,1 
Penicilina por 4 semanas ou 
Penicilina + Gentamicina por 2 semanas* ou 
Ceftriaxone por 4 semanas (alérgicos não 
hipersensibilidade tipo I) 
Alérgicos: Vancomicina 4 semanas 
MIC Penicilina 
0,1-0,5 
Penicilina por 4 semanas + Gentamicina por 2 
semanas ou 
Ceftriaxone por 4 semanas + Gentamicina por 2 
semanas (alérgicos não hipersensibilidade tipo I) 
 
MIC Penicilina 
≥0,5 
Vancomicina+ Gentamicina por 4-6 semanas 
Enterococo Ampi S 
Genta S 
Ampicilina ou Penicilina + Gentamicina por 4 
semanas** 
(6 semanas para pacientes com sintomas há mais 
de 3 meses ou endocardite de válvula protética) 
Alérgicos: Vancomicina + Gentamicina por 6 
semanas 
Ampi S 
Genta R 
Ampicilina ou Penicilina + Estreptomicina por 4 
semanas*** 
(6 semanas para pacientes com sintomas há mais 
de 3 meses ou endocardite de válvula protética) 
Alérgicos: Vancomicina + Estreptomicina por 6 
semanas 
Ampi R 
Genta S 
Vancomicina + Gentamicina por 6 semanas 
S. aureus MSSA Oxacilina por 6 semanas**** com ou sem 
Gentamicina nos primeiros 3-5 dias 
Alérgicos não hipersensibilidade tipo I: Cefalotina 
MRSA Vancomicina por 6 semanas***** 
SCoN Vancomicina por 6 semanas 
Bacilos Gram negativos Cefalosporina de 3a ou 4a geração + Amicacina por 
6 semanas 
HACEK Ceftriaxone por 4 semanas 
Candida Anfo Deoxicolato 0,6-1mg/kg ou Anfo Lipossomal 
3mg/kg ou Equinocandina por pelo menos 6 
semanas 
 
NOTAS 
* Tratamentos curtos só podem ser realizados em pacientes sem evidência de 
complicações intra ou extra cardíacas 
** Pode-se suspender a Gentamicina após 2 semanas de uso nos pacientes 
que desenvolvem toxicidade renal 
*** Caso a cepa seja sensível a Estreptomicina, do contrário utilizar 
monoterapia com Ampicilina ou Penicilina 
**** Endocardite estafilocócica de câmaras esquerdas e todas a endocardites 
estafilocócicas em crianças devem ser tratadas por 6 semanas. É mínimo o 
benefício clínico da associação de um Aminoglicosídeo à Oxacilina ou 
Vancomicina no tratamento de endocardite estafilocócica de câmaras 
esquerdas. Endocardites de câmaras direitas não complicadas em adultos 
podem ser tratadas por 2 semanas utilizando a combinação Oxacilina + 
Gentamicina 
***** Não está indicada a associação de gentamicina à vancomicina no 
tratamento da endocardite por MSSA ou MRSA em válvula nativa, apenas em 
válvula protética mantendo a gentamicina por 2 semanas 
 
DOSES 
Penicilina Cristalina: 
S.bovis ou S.viridans com MIC  0,1: 200.000Ui/kg/dia (máximo 12-18 
milhões UI/dia) de 4/4 ou 6/6h 
S.bovis ou S.viridans com MIC 0,1-0,5 e MIC ≥ 0,5 ou Enterococos sensíveis: 
300.000Ui/kg/dia de 4/4 ou 6/6h (máx. 24 milhões UI/dia) 
Ampicilina: 300mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6h (máximo 12g/dia) 
Oxacilina: 200mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6h (máximo 12g/dia) 
Gentamicina: 3mg/kg/dia de 8/8h 
Estreptomicina: 15mg/kg/dia de 12/12h 
Vancomicina: 40mg/kg/dia de 12/12h ou 8/8h 
Ceftriaxone: 100mg/kg/dia de 24/24h (máximo 2g/dia) 
MANEJO DE INFLUENZA 
 
A. Síndrome Gripal em pctes com fatores de risco para complicações 
- Indicado Oseltamivir empírico independente da situação vacinal. 
- NÃO AGUARDAR CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL. 
 
B. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 
- Internação e terapia de suporte, incluindo hidratação venosa e O2. 
- Indicado Oseltamivir após a suspeita clínica, independentemente da coleta de 
material para exame laboratorial. 
- Na possibilidade de coleta de amostras para exame laboratorial, esta deve 
ser realizada preferencialmente antes do início do tratamento e em pacientes 
com até 7 dias de início dos sintomas. 
- O quadro clínico pode ou ñ ser acompanhado de alterações labora-toriais 
(leucocitose, leucopenia ou neutrofilia) e radiológicas (infiltra-do intersticial 
localizado/difuso ou presença de área de condensação). 
 
C. Síndrome Gripal em pctes sem fatores de risco para complicações 
- Não iniciar medicação antiviral rotineiramente. 
- Todos os pctes de sd. gripal em seguimento ambulatorial devem ser 
orientados para retornar ao serviço de saúde em caso de piora. 
- Sinais de agravamento: (1) aparecimento de dispneia ou taquipnéia ou SpO2 
< 95%; (2) persistência ou ↑ da febre por mais de 3 dias (pode indicar 
pneumonite primária pelo vírus influenza ou secundária a infecção bacteriana); 
(3) exacerbação de dça pré-existente (DPOC, cardiopatia ou outras doenças 
com repercussão sistêmica); (4) disfunções orgânicas graves; (5) alteração do 
sensório; (6) exacerba-ção dos sintomas gastrointestinais em cças; (7) 
desidratação. 
- Todos os pacientes que apresentarem sinais de agravamento devem também 
receber de imediato o tratamento com o antiviral. 
TRATAMENTO

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