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1 Notas de Aula CÁLCULO I Jorge Luis Domínguez Rodríguez Livro Texto: JAMES STEWART, 6a Edição. Instituição: Universidade Estadual de Campinas Instituto de Matemática, Estatística e Computação Cientí�ca Departamento de Matemática 2 Sumário 1 Derivação Implícita 1 2 Derivadas de Funções Logaritmicas 3 2.1 Derivação Logarítmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.2 O Número e como um Limíte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3 Funções Hiperbólicas 7 3.1 Identidades Hiperbólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.2 Derivadas de Funções Hiperbólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4 Funções Hiperbólicas Inversas 8 4.1 Derivadas de Funções Hiperbólicas Inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5 Taxas Relacionadas 11 6 Aproximações Lineares e Diferenciais 14 6.1 Diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 6.2 Interpretação Geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 6.3 Polinômios de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 7 Aplicações da Derivada 19 7.1 Valores Máximo e Mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 7.1.1 O Método do Intervalo Fechado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 7.2 Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 7.3 Formas Indeterminadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 7.3.1 Produtos Indeterminados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 7.3.2 Diferencias Indeterminadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 7.3.3 Potencias Indeterminadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 7.4 Critérios da Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 7.4.1 Critério da Primeira Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 7.4.2 Critério da Segunda Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 7.5 Esboço de Curvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 7.5.1 Problemas de Otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 8 Integrais 39 8.1 A Primitiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 8.2 Movimento Retilíneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 8.3 Areas e Distâncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 8.3.1 Problema da Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 3 8.4 A Integral De�nida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 8.5 Cálculo de Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 8.5.1 Propriedades dos Somatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 8.5.2 Regra do Ponto Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 8.5.3 Propriedades da Integral De�nida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 8.6 O Teorema Fundamental do Cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 1 1 Derivação Implícita As funções até agora encontradas são expressas de maneira explícita, ou seja, uma variavel em termos da outra, por exemplo, y = (x+ 1)2 ou y = x2 tg x Em geral, y = f(x) Entretanto, algumas funções sã de�nidas implicitamente por uma relação entre x e y, tal como, x2 + √ y = 16 ou x1/3 + y1/3 = 4xy Em alguns casos é possível resolver estas equações e isolar y como uma função explicita de x, como é o caso da primeira equação anterior, já na segunda isto não é possível. O Método : A derivação implícita consiste em derivar ambos lados da equação em relação a x e então isolar y′ na equação resultante, observado y como uma função de x: y = y(x) Exemplo 1.1. (exercícios 3 e 10 da pág. 197) a) Se 1 x + 1 y = 1, encontre dy dx . b) Encontre dy dx , derivando implícitamente a equação y5 + x2y3 = 1 + yex 2 Solução. a) Derivando ambos lados da equação, temos d dx ( 1 x + 1 y ) = d dx (1) d dx ( 1 x ) + d dx ( 1 y ) = 0 − 1 x2 − 1 y2 dy dx = 0 então, isolando dy dx , temos dy dx = −y 2 x2 2 b) Derivando ambos lados da equação, temos d dx ( y5 + x2y3 ) = d dx ( 1 + yex 2 ) d dx ( y5 ) + d dx ( x2y3 ) = d dx (1) + d dx ( yex 2 ) No que segue deste cálculo, devemos respeitar as regras de derivação de um produto, levando em conta que y depende implícitamente de x, segue-se 5y4 dy dx + x2 d dx ( y3 ) + y3 d dx ( x2 ) = 0 + ex 2 d dx (y) + y d dx ( ex 2 ) 5y4 dy dx + 3x2y2 dy dx + 2xy3 = ex 2 dy dx + yex 2 d dx ( x2 ) 5y4 dy dx + 3x2y2 dy dx + 2xy3 = ex 2 dy dx + 2xyex 2 isolando dy dx , tem-se dy dx = 2xy ( ex 2 − y2 ) 5y4 + 3x2y2 − ex2 Exemplo 1.2. (Exercício 29, pág. 197) Use a derivação implícita para encontrar uma equação da reta tangente à curva 2(x2 + y2)2 = 25(x2 − y2) (lemniscata) no ponto (3, 1). Solução. Lembre que a derivada dy dx respresenta a inclinação da reta tangente á curva y = y(x) num determinado ponto, então precisamos primeiramente obter este valor no ponto desejado, po- rem devemos derivar implícitamente ambos lados da equação, d dx ( 2(x2 + y2)2 ) = d dx ( 25(x2 − y2)) 4(x2 + y2) d dx ( x2 + y2 ) = 25 d dx ( x2 − y2) 4(x2 + y2) ( 2x+ 2y dy dx ) = 25 ( 2x− 2y dy dx ) Quando x = 3 e y = 1, temos 4(32 + 12) ( 2(3) + 2(1) dy dx ∣∣ (3,1) ) = 25 ( 2(3)− 2(1)dy dx ∣∣ (3,1) ) 40 ( 6 + 2 dy dx ∣∣ (3,1) ) = 25 ( 6− 2dy dx ∣∣ (3,1) ) 240 + 80 dy dx = 150− 50dy dx 3 então dy dx ∣∣ (3,1) = − 90 130 = − 9 13 A equação da reta tangente á curva no ponto (3,1) é dada por: y − 1 = − 9 13 (x− 3) 2 Derivadas de Funções Logaritmicas Vamos usar a derivação implícita para achar as derivadas das funções logaritmicas. d dx (loga x) = 1 x ln a Seja y = loga x, então por de�nição ay = x derivando implicitamente temos, ay(ln a) dy dx = 1 =⇒ dy dx = 1 ay(ln a) = 1 x ln a Observação 1. Se a = e, temos d dx (lnx) = 1 x Exemplo 2.1. (Exercício 4, pág. 204) Derive y = ln ( sen 2x ) Solução: Para usar a Regra da Cadeia vamos fazer u = sen 2x, Então y = y(u(x)) =⇒ dy dx = dy du du dx onde, { y = lnu =⇒ dy du = 1 u u = sen 2x =⇒ du dx = 2 sen x cos x =⇒ dy dx = 2 sen x cos x sen 2x = 2 ctgx Exemplo 2.2. (Exercício 26, pág. 204) Encontre y′ e y′′, onde y = ln (sec x+ tg x) Solução: Seja u = sec x+ tgx, então y = lnu 4 Utilizando a formula deducida na observação anterior, temos dy dx = dy du du dx = 1 u du dx = 1 secx+ tg x d dx (secx+ tgx) = 1 secx+ tg x ( tg x sec x+ sec2 x ) = sec x secx+ tg x ( tg x+ secx) = sec x Então, d2y d2x = d dx (secx) = tgx secx Exemplo 2.3. (Exercício 11, pág 204) Derive a função F (t) = ln (2t+ 1)3 (3t− 1)4 Solução: Observe que F (t) = ln(2t+ 1)3 − ln(3t− 1)4 = 3 ln(2t+ 1)− 4 ln(3t− 1) Agora derivando temos, d dt [F (t)] = 3 d dt ln(2t+ 1)− 4 d dt ln(3t− 1) = 3 2t+ 1 d dt (2t+ 1)− 4 3t− 1 d dt(3t− 1) = 6 2t+ 1 − 12 3t− 1 2.1 Derivação Logarítmica Cálculos de derivadas de funções complicadas envolvendo produtos, quacientes ou potências, são muitas vezes simpli�cados tomando os logaritmos desta funções, o método usado é chamado de- rivação logarítmica. Passos na Derivação Logarítmica 1. Tome o logaritmo naturam em ambos lados da equação. 2. Derive implícitamente em relação a x. 3. Isole y′ na equação resultante. 5 Exemplo 2.4. (Exercício 37, 39 e 41, pág 204) Use derivação logarítmica para achar a derivada da função: a) y = (2x+ 1)5(x4 − 3)6 b) y = sen 2x tg 4x (x2 + 1)2 c) y = xx Solução: devido á di�culdade nos produtos e quacientes nestas 3 funções, tomamos o logaritmo em ambos lados da equação e usamos as propriedades logarítmicas para simpli�car. a) Observe que ln y = ln [ (2x+ 1)5(x4 − 3)6] = ln(2x+ 1)5 + ln(x4 − 3)6 = 5 ln(2x+ 1) + 6 ln(x4 − 3) derivando ambos lados em relação a x, temos d dx (ln y) = 5 d dx ln(2x+ 1) + 6 d dx ln(x4 − 3) 1 y dy dx = 5 1 2x+ 1 (2) + 6 1 x4 − 3(4x 3) dy dx = y [ 10 2x+ 1 + 24x3 x4 − 3 ] dy dx = (2x+ 1)5(x4 − 3)6 [ 10 2x+ 1 + 24x3 x4 − 3 ] = (2x+ 1)4(x4 − 3)5 [ 10 2x+ 1 (2x+ 1)(x4 − 3) + 24x 3 x4 − 3(2x+ 1)(x 4 − 3) ] = (2x+ 1)4(x4 − 3)5 [10(x4 − 3) + 24x3(2x+ 1)] Então, dy dx = (2x+ 1)4(x4 − 3)5 [58x4 + 24x3 − 30] b) Usando propriedades logarítmicas, ln y = ln sen 2x tg 4x (x2 + 1)2 = ln sen 2x+ ln tg 4x− ln(x2 + 1)2 = 2 ln sen x+ 4 ln tg x− 2 ln(x2 + 1) 6 derivando implicitamente, temos d dx (ln y) = 2 d dx ln senx+ 4 d dx ln tg x− 2 d dx ln(x2 + 1) 1 y dy dx = 2 1 senx d dx senx+ 4 1 tg x d dx tgx− 2 1 x2 + 1 d dx (x2 + 1) dy dx = y [ 2 cos x sen x + 4 sec2 x tgx − 4x x2 + 1 ] dy dx = sen 2x tg 4x (x2 + 1)2 [ 2 cos x sen x + 4 sec2 x tgx − 4x x2 + 1 ] Então, dy dx = 2 sen 2x tg 3x (x2 + 1)2 + 4 tg 5x (x2 + 1)2 − 4x sen 2x tg 4x (x2 + 1)3 c) Aplicando logarítmo, ln y = ln xx ln y = x lnx derivando ambos lados, temos d dx (ln y) = d dx (x lnx) 1 y dy dx = x d dx lnx+ dx dx lnx dy dx = y ( x 1 x + ln x ) Então, dy dx = xx (1 + ln x) 2.2 O Número e como um Limíte Como vimos anteriormente, Se f(x) = ln x =⇒ f ′(x) = 1 x Assim, f ′(1) = 1, por outro lado, pela de�nição de derivada f ′(1) = lim h→0 f(1 + h)− f(1) h = lim x→0 f(1 + x)− f(1) x = lim x→0 ln(1 + x)− ln(1) x = lim x→0 1 x ln (1 + x) 1 7 ou, f ′(1) = lim x→0 ln(1 + x) 1 x = 1 Pela continuidade da função exponencial, temos e = e1 = e lim x→0 ln(1 + x) 1 x = lim x→0 eln(1+x) 1 x = lim x→0 (1 + x) 1 x Então, lim x→0 (1 + x) 1 x = e Observação 2. Se colocamos x = 1 n , então x→ 0 quando n→∞ e temos a fórmula lim n→∞ ( 1 + 1 n )n = e 3 Funções Hiperbólicas senhx = ex − e−x 2 cossechx = 1 senhx coshx = ex + e−x 2 sech x = 1 coshx tanhx = senhx coshx cothx = coshx senhx 8 3.1 Identidades Hiperbólicas senh (−x) = − senhx cosh(−x) = cosh x cosh2 x− senh 2x = 1 1− tanh2 x = sech 2x senh (x+ y) = senhx cosh y + coshx senh y cosh(x+ y) = cosh x cosh y + senh x senh y 3.2 Derivadas de Funções Hiperbólicas d dx ( senh x) = cosh x d dx ( cossechx) = − cossechx cothx d dx (coshx) = senhx d dx ( sechx) = − sechx tanhx d dx (tanhx) = sech 2x d dx (coth x) = − cossech 2x 4 Funções Hiperbólicas Inversas Através dass �guras das funções hiperbólicas podemos observar que senh e tanh são injetoras; logo elas tem inversa denotadas por senh −1 e tanh−1 respectivamente. Já cosh não é injetora, mas quando restrita ao domínio [0,∞) torna-se injetora. A inversa do cosh esta de�nida como a inversa desta restrição. y = senh −1x ⇐⇒ senh y = x y = cosh−1 x ⇐⇒ cosh y = x e y ≥ 0 y = tanh−1 x ⇐⇒ tanh y = x Uma vez que as funções hiperbólicas são de�nidas em termos de exponenciais, elas podem ser expressas em termos de logaritmos. i.e, senh −1x = ln ( x+ √ x2 + 1 ) , x ∈ R cosh−1 x = ln ( x+ √ x2 − 1 ) , x ≥ 1 tanh−1 x = 1 2 ln ( 1 + x 1− x ) , −1 < x < 1 9 Exemplo 4.1. Mostre que cosh−1 x = ln ( x+ √ x2 − 1 ) , x ≥ 1 Solução: Seja y = cosh−1 x. Então x = cosh y = ey + e−y 2 logo, ey − 2x+ e−y = 0 multiplicando por ey, (ey)2 − 2xey + 1 = 0 Resolvendo a fórmula quadrática, obtemos ey = 2x±√(−2x)2 − 4(1)(1) 2 = 2x±√4x2 − 4 2 = 2x± 2√x2 − 1 2 = x± √ x2 − 1 Observe que ey > 0, mas x−√x2 − 1 < 0 para x ≥ 1. Assim o sinal menos é inadmissível e temos ey = x+ √ x2 − 1 Consequentemente, y = ln (ey) = ln ( x+ √ x2 − 1 ) 4.1 Derivadas de Funções Hiperbólicas Inversas d dx ( senh −1x) = 1√ 1 + x2 d dx ( cossech −1x) = − 1|x|√x2 + 1 d dx (cosh−1 x) = 1√ x2 − 1 d dx ( sech −1x) = − 1 x √ 1− x2 d dx (tanh−1 x) = 1 1− x2 d dx (coth−1 x) = − 1 1− x2 10 Exemplo 4.2. Demonstre que d dx (tanh−1 x) = 1 1− x2 . Solução: Seja y = tanh−1 x. Então, tanh y = x Se derivamos esta equação implícitamente em relação a x, temos sech 2y dy dx = 1 Uma vez que 1− tanh2 y = sech 2y, temos 1− x2 = sech 2y, logo dy dx = 1 sech 2y = 1 1− x2 Observação 3. Utilizando a expressão em logaritmos tanh−1 x = 1 2 ln ( 1 + x 1− x ) , −1 < x < 1 Derivando em relação a x, temos d dx ( tanh−1 x ) = 1 2 d dx [ln(1 + x)− ln(1− x)] = 1 2 [ d dx ln(1 + x)− d dx ln(1− x) ] = 1 2 [ 1 1 + x d dx (1 + x)− 1 1− x d dx (1− x) ] = 1 2 [ 1 1 + x + 1 1− x ] = 1 2 2 (1 + x)(1− x) Então, d dx ( tanh−1 x ) = 1 1− x2 11 5 Taxas Relacionadas Um problema emvolvendo taxas de variação de variáveis relacionadas é chamado de problema de taxas relacionadas. Exemplo 5.1. Uma escada com 25 unidades de comprimento está apoiada numa parede vertical. Se o pé da escada for puxado horizontalmente, afastando-se da parede a 3 unidades de compri- mento por segundo, qual a velocidade com que a escada está deslizando, quando seu pé está a 15 unidades de comprimento da parede?. Solução: Seja t o tempo decorrido desde que a escada começou a deslizar pela parede, y a distancia do chão ao topo da escada em t e x a distância do pé da escada até a parede em t. Como o pé da escada esta sendo puxado hori- zontalmente, afastando-se da parede a 3 unida- des de comprimento por segundo. dx dt = 3 Queremos encontrar dy dt quando x = 15. Pelo teroema de pitágoras y2 = (25)2 − x2 Como x e y são funções de t, derivando implicitamente ambos lados da equação anterior em relação a t, temos 2y dy dt = −2xdx dt =⇒ dy dt = −x y dx dt Quando x = 15, temos que y = 20. Como dx dt = 3, substituindo dy dt = −15 20 (3) = −9 4 Logo, o topo da escada esta deslizando pela parede a uma taxa de 2, 25 unidades de comprimento por segundo, quando o pé está a 15 unidades de comprimento da parede. Em problemas de taxas relacionadas, as variáveis tem uma relção especi�ca para os valores de t, onde t é a medida do tempo. Essa relação é ussualmente expressa na forma de uma equação. 12 Procedimento. 1. Faça uma �gura, se for possível. 2. De�na as variáveis. Em geral de�na primeiro t, pois as outras variáveis usualmente dependem de t. 3. Escreva todos os fatos numéricos conhecidossobre as variáveis e suas derivadas em relação a t. 4. Obtenha uma equação envolvendo as variáveis que dependem de t. 5. Derive em relação a t ambos membros da equação encontrada. 6. Substituia os valores de quantidades conhecidas na equação e resolva em termos da quanti- dade desejada. Exemplo 5.2. Um tanque tem a forma de um cone invertido com 16 m de taltura e uma base com 4 m de raio. A água "�ui"no tanque a uma taxa de 2 m3/min. Com que velocidade o nível da água estará se elevando quando sua profundidade for de 5 m. Solução: Seja t o tempo medido em minutos decorridos desde que a água começou a �uir dentro do tan- que; h a altura em metros do nível da água em t min; r a medida em metros do raio da su- perfície da água em t min; e V a médida em metros cúbicos, do volume de água no tanque em t min. Em qualquer instante, o volume da água no tan- que pode ser expresso em termos do volume do cone. V = 1 3 pir2h V, r e h são todas funções de t. Como a água esta �uindo no tanque a uma taxa de 2 m3/min, dV dt = 2. Queremos encontrar dh dt quando h = 5. Para expressar r em termos de h, temos, dos triangulos semelhantes r h = 4 16 =⇒ r = 1 4 h 13 Assim o volume �ca expresso como: V = 1 3 pi ( 1 4 h )2 h⇐⇒ V = 1 48 pih3 derivando implicitamente em relação a t esta última equação, temos dV dt = 1 16 pih2 dh dt Substituindo dV dt = 2, e resolvendo, obtemos dh dt = 32 pih2 Logo, dh dt |h=5 = 32 25pi Assim sendo, o nível da água está subindo a uma taxa de 32 25pi m/min quando a profundidade da água é de 5 m. Exemplo 5.3. Um avião voa a 152, 4 m/s paralelamente ao solo, a uma altitude de 1.220 m no sentido oeste, tomando como referência um holofote �xadono solo que o focaliza e que se encontra à esquerda da projeção vertical do avião em relação ao solo. Sabendo-se que a luz do holofote deverá permanecer iluminando o avião, qual deverá ser a velocidade angular (de giro) do holofote, no instante em que a distância horizontal entre ele e a projeção vertical do avião for de 610 m?. Solução: O holofote está no ponto L e num determinado instante o avião está no ponto P . Seja x a distância (em metros) medida hori- zontalmente entre o holofote e a projeção ver- tical do avião em relação ao solo, e α o ân- gulo de elevação (em radianos) do feixe lumi- noso emitido pelo holofote em relação ao solo, neste mesmo instante. Temos dx dt = −152, 4 e queremos encontrar dα dt quando x = 610. Observado o triangulo, temos tgα = 1.220 x 14 Derivando implécitamente em relação a t, obtemos sec2 α dα dt = −1.220 x2 dx dt Substituindo dx dt = −152, 4 e dividindo por sec2 α, temos dα dt = 185.928 x2 sec2 α Quando x = 610, tgα = 2. Como sec2 α = 1+ tg 2α, sec2 α = 5. Substituindo esses valores, temos dα dt = 185.928 (610)25 = 1 10 Concluímos, então, que no instante dado a medida do ângulo está aumentando a uma taxa de 1 10 rad/s e essa é a velocidade com que o holofote está girando. 6 Aproximações Lineares e Diferenciais Sabemos que uma curva �ca muito perto de sua reta tangente nas proximidades do ponto de tan- gência. A ideia é que pode ser fácil calcular um valor f(a), mas difícil (ou impossível) calcular os va- lores de f em pontos próximos. Em outras palavras, usamos a reta tangente em (a, f(a)) como uma aproximação para a curva y = f(x) quando x esta próximo de a. Uma equação dessa reta tangente é y = f(a) + f ′(a)(x− a) e a aproximação f(x) ≈ f(a) + f ′(a)(x− a) é denominada aproximação linear ou aproximação pela reta tangente de f em a. A função linear cujo grá�co é essa reta tangente, isto é, L(x) = f(a) + f ′(a)(x− a) é chamada linearização de f em a. 15 Exemplo 6.1. (Exercício 6, pág 234) Encontre a aproximação linear da função g(x) = 3 √ 1 + x em a = 0 e use-a para aproximar os números 3 √ 0, 95 e 3 √ 1, 1. Solução: A derivada de g(x) = 3 √ 1 + x é g′(x) = 1 3 (1 + x)−2/3 = 1 3 3 √ (1 + x)2 assim temos g(0) = 1 e g′(0) = 1 3 . Então a linearização é dada por L(x) = g(0) + g′(1)(x− 0) = 1 + 1 3 x A aproximação linear correspondente é 3 √ 1 + x = 1 + 1 3 x, (quando x esta proximo de 0) Em particular, temos 3 √ 0, 95 = 1 + 1 3 (−0, 5) = 0, 83 e 3 √ 1, 1 = 1 + 1 3 (0, 1) = 1, 03 6.1 Diferenciais Se y = f(x), onde f é uma função derivável, então a diferencial dx é uma variável independente; isto é, a dx pode ser dado um valor real qualquer. A diferencial dy é então de�nida em termos de dx pela equação dy = f ′(x)dx 6.2 Interpretação Geométrica Seja P (x, f(x)) e Q(x+∆x, f(x+∆x)) pontos sobre o grá�co de f e façamos dx = ∆x. A variação correspondente em y é ∆y = f(x+∆x)− f(x) A inclinação da reta tangente PR é a derivada f ′(x). Assim, a distancia direta de S a R é f ′(x)x = dy. Consequentemente dy representa a distancia que a reta tangente sobe ou desce (a variação na linearização), enquanto ∆y repre- senta a distância que a curva y = f(x) sobe ou desce quando x varia por uma quantidade dx. 16 Exemplo 6.2. (Exercício 13.b, pág 234) Encontre a diferencial da função, y = e−u cosu Solução: Derivando em relação a u, temos dy du = −e−u cosu− e−u senu =⇒ dy = −e−u (cosu+ senu) du Exemplo 6.3. (Exercícios 15 e 17, pág 234) Encontre a diferencial dy, e calcule dy para os valores dados de x e dx. a) y = ex/10, x = 0, dx = 0, 1 b) y = tgx, x = pi 4 , dx = −0, 1 Solução: a) Derivando, temos dy dx = 1 10 ex/10 =⇒ dy = 1 10 ex/10dx Quando x = 0, dx = 0, 1, temos dy = 1 10 e0/10(0, 1) = 0, 01 b) Derivando, dy dx = sec2 x =⇒ dy = sec2 xdx Quando x = pi 4 , dx = −0, 1, temos dy = ( sec pi 4 )2 (−0, 1) = −0, 2 Exemplo 6.4. (Exercícios 19 e 22, pág 234) Calcule os ∆y e dy para os valores dados de x e dx = ∆x a) y = 2x− x2, x = 2, ∆x = −0, 04 b) y = ex, x = 0, ∆x = 0, 5 Solução: a) Derivando, dy dx = 2− 2x =⇒ dy = (2− 2x)dx 17 Quando x = 2, ∆x = −0, 04, temos dy = [2− 2(2)](−0, 04) = 0, 08 por de�nição, ∆y = y(1, 96)− y(2) = [ 2(1, 96)− (1, 96)2]− [2(2)− (2)2] = 0, 0784 b) Derivando, dy dx = ex =⇒ dy = exdx Quando x = 0, ∆x = 0, 5, temos dy = e0(0, 5) = 0, 5 por de�nição, ∆y = y(0, 5)− y(0) = e0,5 − 1 = 0, 6487 Observação 4. A aproximação pela reta tangente é a melhor aproximação de primeiro grau (li- near) para f(x) próximo de x = a, pois f(x) e L(x) têm a mesma taxa de variação (derivada) em a. Exemplo 6.5. Sabe-se que um lado de um triangulo retângulo mede 20 cm de comprimento e o ângulo oposto, foi medico como 30o, com um possível erro de ±1o. Use diferenciais para estimar o erro no cálculo da hipotenusa. Solução: Seja y a hipotenusa e x o ângulo em questão, então y = 20 sen x =⇒ dy = − 20 sen 2x cosxdx Quando x = 30o e dx = ± pi 180 , temos dy = −201 4 √ 3 2 ( ± pi 180 ) = ∓1, 21 O erro máximo no cálculo da hipotenusa é cerca de ∓1, 21 cm. O erro relativo, será ∆y y ≈ dy y = ∓1, 21 40 = ∓0, 03 Então o erro porcentual será 3%. 18 6.3 Polinômios de Taylor Para um melhor aproximação, vamos tentar uma aproximação por polinômios de grau n, Tn(x) = c0 + c1(x− a) + c2(x− a)2 + . . .+ cn(x− a)n Tal que Tn e suas n primeiras derivadas tenham os mesmos valores, em x = a, que f e suas n primeiras derivadas. Então, ck = f (k)(a) k! , k = 0, 1, 2, . . . , n. O polinômio resultante Tn(x) = f(a) + f ′(a)(x− a) + f ′′ (a) 2! (x− a)2 + . . .+ f (n)(a) n! (x− a)n é chamado polinômio de Taylor de grau n de fcentrado em a. Exemplo 6.6. Encontre o polinômio de Taylor de grau n para a função f(x) = sen x em x = 0. S olução: Observe que f(x) = sen x , f(0) = 0 f ′(x) = cosx , f ′(0) = 1 f ′′(x) = − senx , f ′′(0) = 0 f ′′′(x) = − cosx , f ′′′(0) = −1 f (iv)(x) = sen x , f (iv)(0) = 0 f (v)(x) = cosx , f (v)(0) = 1 . . . . . . . . . Então f(x) ≈ x− x 3 3! + x5 5! − . . . = [n−1 2 ]∑ k=0 (−1)k 2k + 1 x2k+1 19 7 Aplicações da Derivada Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coe�ciente angular da reta tangente ao seu grá�co. Vamos explorar este fato e desenvolver técnicas para o uso de derivadas para auxiliar a construção de grá�cos. Estão incluídas, também, as aplicações da derivada a problemas típicos envolvendo máximos e mínimos, taxas de variação e cálculo de limites, que tem aplicações práticas nos mais diversos campos, como geometria, engenharia, física, biologia e economia. Na verdade, podemos resumir tudo isto dizendo que a derivada constitui uma ferramenta poderosa para o estudo e análise de funções. 7.1 Valores Máximo e Mínimo De�nição 7.1. Uma função f tem máximo absoluto em c se f(c) ≥ f(x) para todo x em D. Onde D é o domínio de f . O número f(c) é chamado valor máximo de f em D. Analogamente, f tem um mínimo absoluto em c se f(c) ≤ f(x) para todo x em D, e o número f(c) é denominado valor mínimo de f em D. Valores máximo e mínimo de f são chamados valores extremos de f . De�nição 7.2. Uma função f tem máximo local em c se f(c) ≥ f(x) quando x estiver nas proximidades de c. Analogamente, f tem um mínimo local em c se f(c) ≤ f(x) quando x estiver proximo de c. Exemplo 7.1. 1. A função f(x) = cos x assume seu valor máximo (local e absoluto) 1 e seu valor mínimo (local e absoluto) em −1. 2. Se f(x) = x2, então f(x) ≥ f(0), pois x2 ≥ 0 para todo x. Por tanto f(0) = 0 é o valor mínimo absoluto e local de f . Porém, não há um ponto mais alto sobre a parábola e a função nã tem um valor máximo. 20 3. A função f(x) = x3, gra�camente não tem valores máximo nem mínimo absolutos. De fato ela também não tem nenhum valor extremo local. Teorema 7.1 (O Teorema do Valor Extremo). Se f for continua em um intervalo fechado [a, b], então f assume um valor máximo absoluto f(c) e um valor mínimo absoluto f(d) em certos números c e d em [a, b]. Teorema 7.2 (Teorema de Fermat). Se f tiver um máximo ou mínimo local em c e se f ′(c) existir, então f ′(c) = 0. Exemplo 7.2. 1. Se f(x) = x3, então f ′(x) = 3x2, logo f ′(0) = 0. Porem f não tem máximo nem mínimo em 0. Isto é, o teorema de Fermat só tem condição necessária mas não su�ciente. 2. A função f(x) = |x| tem seu valor mínimo (local e absoluto) em 0; com tudo esse valor não pode ser encontrado tomando f ′(x) = 0, pois f ′(0) não existe. Observação 5. O Teorema de Fermat sugere que devemos começar procurando valores extremos de f nos número c onde f ′(c) = 0 ou onde f ′(c) não existe. Esses números tem um nome especial. De�nição 7.3. Um ponto crítico de uma função f é um número c no domínio de f onde ou f ′(c) = 0 ou f ′(c) não existe. 21 Exemplo 7.3. (Exercícios 30, 35 e 41, pág 259) Encontre os pontos críticos da função da função a) f(x) = x3 + x2 − x b) g(y) = y − 1 y2 − y + 1 c) f(x) = 2 cosx− sen 2x Solução: a) Derivando e igualando f ′(x) = 0, temos f ′(x) = 3x2 + 2x− 1 = 0 =⇒ x = −2± √ 22 − 4(3)(−1) 2(3) = −1± 2 3 assim temos, os pontos críticos x1 = −1 e x2 = 13 . b) Derivando, g′(y) = y2 − y + 1− (2y − 1)(y − 1) (y2 − y + 1)2 = −y(y − 2) (y2 − y + 1)2 Pontanto g′(y) = 0 se y(y− 2) = 0, isto é y = 0 ou y = 2 e f ′(x) sempre existe uma vez que y2 − y + 1 6= 0. c) Fazendo f ′(x) = 0, temos f ′(x) = −2 sen x(1 + cos x) = 0 =⇒ senx = 0, ou cosx = −1 os pontos críticos são então, x = npi e x = (2n+ 1)pi. Observação 6. O teorema de Fermat pode ser reescrito como: "Se f tiver um máximo ou mínimo local em x = c, então c é um ponto crítico de f ." 7.1.1 O Método do Intervalo Fechado Para encontrar os valores máximo e mínimo ab- solutos de uma função contínua f em um inter- valo fechado [a, b]: 1. Encontre os valores de f nos pontos crí- ticos de f em (a, b). 2. Encontre os valores de f nas extremida- des do intervalo. 3. O maior valor entre as etapas 1 e 2 é o valor máximo absoluto e o menor valor é o valor mínimo absoluto. 22 Exemplo 7.4. (Exercícios 50, pág 259) Encontre os valores máximo e mínimo absolutos de f no intervalo dado. f(x) = 18x+ 15x2 − 4x3, [−3, 4] Solução: Uma vez que f é continua em [−3, 4], podemos usar o método do intervalo fechado: f ′(x) = 18 + 30x− 12x2 = 6 (3 + 5x− 2x2) Uma vez que f ′(x) existe para todo x, os únicos números críticos de f ocorrem quando f ′(x) = 0, 3 + 5x− 2x2 = 0 =⇒ x = −5± √ 52 − 4(−2)(3) 2(−2) isto é, x1 = −12 e x2 = 3. Ambos pontos encontram-se no intervalo [−3, 4] e os valores de f nestes pontos são f(−1/2) = 19 4 e f(3) = 81 os valores de f nas extremidades do intervalos são f(−3) = 189 e f(4) = 56 Comparando estes 4 valores vemos que o valor máximo absoluto é f(−3) = 189 e o valor mínimo absoluto é f(−1/2) = 19 4 . 7.2 Teorema do Valor Médio Teorema 7.3 (Teorema de Rolle). Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses: 1. f é continua no intervalo fechado [a, b]. 2. f é derivável no intervalo aberto (a, b). 3. f(a) = f(b) Então existe um número c em (a, b) tal que f ′(c) = 0. Exemplo 7.5. (Exercício 3, pág 267) Veri�que que a função f(x) = √ x− 1 3 x satisfaz as três con- dições de Rolle no intervalo [0, 9]. Então encontre todos os números c que satisfazem a conclusão do teorema de Rolle. Solução: Observe que f(x) está bem de�nida em [0, 9] logo ela é contínua neste intervalo, por outro lado, derivando f ′(x) = 1 2 √ x − 1 3 23 então f(x) é derivavel no intervalo aberto (0, 9). Calculando os valores nos extremos, temos f(0) = f(9) = 0. Uma vez que f(x) satisfaz as condições do Teorema de Rolle, então existe um número c em (0, 9) tal que f ′(c) = 9. Agora para encontrar estes valores fazemos f ′(x) = 0; 1 2 √ x − 1 3 = 0 =⇒ x = 9 4 . Teorema 7.4 (Teorema do Valor Médio). Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipó- teses: 1. f é contínua no intervalo fechado [a, b]. 2. f é derivável no intervalo aberto (a, b). Então existe um número c em (a, b) tal que f ′(c) = f(b)− f(a) b− a ou, de maneira equivalente, f(b)− f(a) = f ′(c)(b− a) Exemplo 7.6. (Exercício 14, pág 267) Veri�que que a função f(x) = x x+2 satisfaz as hipóteses do Teorema de Valor Médio no intervalo [0, 3]. Então, encontre todos os números c que satisfaçam a conclusão do Teorema de Valor Médio. Solução: Note que f(x) esta de�nida em R − {−2}, então no intervalo fechado [0, 3] ela é continua, seguidamente a derivada f ′(x) = 2 (x+ 2)2 , ∀ x ∈ R − {−2} porem, f(x) é derivável em (0, 3). Portanto, pelo Teorema de Valor Médio, existe um número c em (0, 3) tal que f(3)− f(0) = f ′(c)(3− 0) Mas f(3) = 3 5 , f(0) = 0 e a equação �ca, 3 5 = 6 (c+ 2)2 =⇒ c = −2± √ 10 como c deve estar no intervalo (0, 3); logo, c = −2 +√10. 24 Exemplo 7.7. (Exercício 23, pág 267) Se f(1) = 10 e f ′(x) ≥ 2 para 1 ≤ x ≤ 4, quão pequeno pode ser f(4)? Solução: Pelos dados f contínua em [1, 4] e porem derivável em (1, 4), podemos aplicar o Teorema de Valor Médio neste intervalo, então existe um número c tal que f(4)− f(1) = f ′(c)(4− 1) logo, f(4) = f(1) + f ′(c)(4− 1) = 10 + 3f ′(c) ≥ 10 + 3(2) = 16 O menor valor possível para f(4) é 16. Teorema 7.5. Se f ′(x) = 0 para todo x em um intervalo (a, b), então f é constante em (a, b). Corolário 7.1. Se f ′(x) = g′(x) para todox em um intervalo (a, b), então f − g é constante em (a, b); isto é, f(x) = g(x) + constante. Exemplo 7.8. (Exercício 32, pág 268) Demonstre a identidade 2 sen −1x = cos−1(1− 2x2) x ∈ [−1, 1] Solução: Seja f(x) = 2 sen −1x− cos−1(1− 2x2), então f ′(x) = 2√ 1− x2 + 1√ 1− (1− 2x2)2 (−4x) = 0 para todo x no intervalo (−1, 1). Portanto f(x) = C é constante neste intervalo. Para determinar o valor da constante fazemos x = 0, então f(0) = 2 sen −10− cos−1 1 = 0 Assim concluímos com a demonstração. 7.3 Formas Indeterminadas Se tivermos um limite da forma lim x→a f(x) g(x) Quando f(x)→ 0 e g(x)→ 0 quando x→ a, então esse limite pode ou não existir e é denominado forma indeterminada do tipo 0 0 . Analogamente, quando f(x) → ∞ (ou −∞) e g(x) → ∞ (ou −∞) quando x → a, então esse limite pode ou não existir e é denominado forma indeterminada do tipo ∞ ∞ 25 Teorema 7.6 (Regra de L'Hôspital). Suponha que f e g sejam deriváveis e g′(x) 6= 0 num intervalo aberto I que contém a(exceto possivelmente em a). Suponha que lim x→a f(x) = 0 e lim x→a g(x) = 0 ou que lim x→a f(x) = ±∞ e lim x→a g(x) = ±∞ Então, lim x→a f(x) g(x) = lim x→a f ′(x) g′(x) se o limite do lado direito existir (ou for ∞ ou −∞). Exemplo 7.9. (Exercício 6, 10 e 22, Pág 284 e 285) Encontre o limite a) lim x→2 x2 + x− 6 x− 2 b) lim x→0 sen 4x tg 5x c) lim x→0 ex − 1− x− 1 2 x2 x3 Solução: a) Note que temos uma indeterminação do tipo 0 0 , mas para o cálculo deste limite não é preciso aplicar a regra de L'Hôspital lim x→2 x2 + x− 6 x− 2 = limx→2 (x+ 3)(x− 2) x− 2 == limx→2(x+ 3) = 5 Por outro lado se aplicar a regra de L'Hôspital teremos, lim x→2 x2 + x− 6 x− 2 = limx→2 (x2 + x− 6)′ (x− 2)′ = limx→2 2x+ 1 1 = 5 b) Temos uma indeterminação do tipo 0 0 , então pela regra de L'Hôspital lim x→0 sen 4x tg 5x = lim x→0 ( sen 4x)′ ( tg 5x)′ = 4 5 lim x→0 cos 4x sec2 5x = 4 5 c) Mais uma vez uma indeterminação do tipo 0 0 , então pela regra de L'Hôspital lim x→0 ex − 1− x− 1 2 x2 x3 = lim x→0 ( ex − 1− x− 1 2 x2 )′ (x3)′ = lim x→0 ex − 1− x 3x2 26 Novamente aplicando a regra de L'Hôspital lim x→0 ex − 1− x− 1 2 x2 x3 = lim x→0 (ex − 1− x)′ (3x2)′ = lim x→0 ex − 1 6x este último limite é ainda uma indeterminação do tipo 0 0 , aplicando a regra de L'Hôspital mais uma vez temos lim x→0 ex − 1− x− 1 2 x2 x3 = lim x→0 (ex − 1)′ (6x)′ = lim x→0 ex 6 = 1 6 7.3.1 Produtos Indeterminados Se lim x→a f(x) = 0 e lim x→a g(x) =∞ (ou −∞), então não esta claro qual é o valor de lim x→a f(x)g(x), se houver algum. Este tipo de limite é chamada uma forma indeterminada do tipo 0 · ∞. Podemos trabalhar com ela escrevendo o produto como um quaociente fg = f 1/g ou fg = g 1/f Isso converte o limite dado na forma indeterminada do tipo 0 0 ou ∞ ∞ de modo que podemos usar a regra de L'Hôspital. 7.3.2 Diferencias Indeterminadas Se lim x→a f(x) =∞ e lim x→a g(x) =∞, então o limite lim x→a [f(x)− g(x)] é chamado forma indeterminada do tipo ∞ − ∞. Tentamos converter a diferença em um quaciente com um denominador comum ou racionalização. 7.3.3 Potencias Indeterminadas Varias formas indeterminadas surgem do limite lim x→a [f(x)]g(x) 1. lim x→a f(x) = 0 e lim x→a g(x) = 0, tipo 00 2. lim x→a f(x) =∞ e lim x→a g(x) = 0, tipo ∞0 3. lim x→a f(x) = 1 e lim x→a g(x) = ±∞, tipo 1∞ 27 Exemplo 7.10. (Exercicios 43, 59 e 61, pág 285) Encontre o limite. a) lim x→∞ x3e−x 2 b) lim x→∞ x1/x c) lim x→0+ (4x+ 1)ctgx Solução: a) Aqui temos uma indeterminação do tipo 0 · ∞, então podemos escrever lim x→∞ x3e−x 2 = lim x→∞ x3 ex2 Agora temos uma indeterminação do tipo ∞ ∞ , aplicando a Regra de L'Hôspital lim x→∞ x3e−x 2 = lim x→∞ (x3) ′ (ex2) ′ = lim x→∞ 3x2 2xex2 = lim x→∞ 3x 2ex2 Mais uma vez aplicando a Regra de L'Hôspital, lim x→∞ x3e−x 2 = lim x→∞ (3x)′ (2ex2) ′ = lim x→∞ 3 4xex2 = 0 28 7.4 Critérios da Derivada 7.4.1 Critério da Primeira Derivada De�nição 7.4. Uma função f é chamada crescente em um intervalo I se f(x1) < f(x2) sempre que x1 < x2 em I Ela é denominada decrescente em I se f(x1) > f(x2) sempre que x1 < x2 em I Testes Crescente/Decrescente a) Se f ′(x) > 0 em um intervalo, então f é crescente nele. b) Se f ′(x) < 0 em um intervalo, então f é decrescente nele. Exemplo 7.11 (Exercícios 10 e 12, pág 276). Encontre os intervalos nos quais f é crescente ou decrescente. a) f(x) = 5− 3x2 + x3 b) f(x) = x 2 x2 + 3 29 Solução: a) f ′(x) = −6x+ 3x2 = 3x(x− 2) temos assim os pontos críticos 0, 2 e a função esta de�nida em todo R Intervalo 3x x-2 f ′(x) f x<0 - - + crescente x=0 0 0<x<2 + - - decrescente x=2 0 x>2 + + + crescente b) f ′(x) = 2x(x2 + 3)− x2(2x) (x2 + 3)2 = 6x (x2 + 3)2 Então o único ponto crítico é x = 0 e a função esta de�nida em todo R Intervalo f ′(x) f x<0 - decrescente x=0 0 x>0 + crescente Teste da Primeira Derivada : Suponha que c seja um ponto crítico de uma função contínua f . a) Se o sinal de f ′ mudar de positivo para negativo em c, então f tem um máximo local em c. b) Se o sinal de f ′ mudar de negativo para positivo em c, então f tem um mínimo local em c. c) Se o sinal de f ′ não mudar de sinal em c (isto é, se em ambos os lados de c o sinal de f ′ for positivo ou negativo), então f não tem máximo ou mínimo locais em c. 30 Exemplo 7.12 (Exercícios 15 e 16, pág 276). Encontre os valores máximos e mínimos locais de f . a) f(x) = e2x + e−x b) f(x) = x2 lnx Solução: a) f ′(x) = 2e2x − e−x = 2e 3x − 1 ex = 0 =⇒ e3x = 1 2 =⇒ x = −1 3 ln 2 = −0, 2310 Uma vez que a função esta de�nida em todo R , temos Logo f(x) não tem extremos locais. Intervalo ex 2e3x − 1 f ′(x) f x < −1 3 ln 2 + - - decrescente x = −1 3 ln 2 0 x > −1 3 ln 2 + + + crescente b) f ′(x) = 2x lnx+ x = x(2 lnx− 1) = 0 =⇒ lnx = 1 2 =⇒ x = e 12 = 1, 6487 Então o único ponto crítico é x = e 1 2 e a função esta de�nida em todo x > 0 Pelo teste da Intervalo x 2 ln x− 1 f ′(x) f 0 < x < e 1 2 + - - decrescente x = e 1 2 0 x > e 1 2 + + + crescente primeira derivada x = e 1 2 é um mínimo local. 7.4.2 Critério da Segunda Derivada De�nição 7.5. Se o grá�co de f estiver acima de todas as suas tangentes no intervalo I, então ele é dito côncavo para cima em I. Se o grá�co de f estiver abaixo de todas as suas tangentes no intervalo I, é dito côncavo para abaixo em I. 31 Teste da Côncavidade : a) Se f ′′(x) > 0 para todo x em I, então o grá�co de f é côncavo para cima em I. b) Se f ′′(x) < 0 para todo x em I, então o grá�co de f é côncavo para abaixo em I. De�nição 7.6. Um ponto P na curva y = f(x) é chamado ponto de in�exão se f é contínua no ponto e a curva mudar de côncava para cima para côncava para baixo ou vice-versa em P . Exemplo 7.13 (Exercícios 13 e 17, pág 276). Encontre os intervalos de concavidade e os pontos de in�exão. a) f(x) = sen x+ cos x, 0 ≤ x ≤ 2pi b) f(x) = lnx√ x Solução: a) f ′(x) = cos x− sen x = 0 derivando novamente, f ′′(x) = − senx− cosx = 0 =⇒ tgx = −1 =⇒ x = 3pi 4 , 7pi 4 32 Intervalo f ′′(x) f 0 < x < 3pi 4 - côncavo para baixo 3pi 4 < x < 7pi 4 + côncavo para cima 7pi 4 < x < 2pi - côncavo para baixo b) f ′(x) = 2− lnx 2x3/2 derivando novamente, f ′′(x) = −8 + 3 ln x 4x5/2 = 0 =⇒ lnx = 8 3 =⇒ x = e 83 = 14, 3919 Então, Pelo teste da primeiraderivada x = e 1 2 é um mínimo local. Intervalo f ′′(x) f 0 < x < e 8 3 - côncavo para baixo x = e 8 3 0 x > e 8 3 + côncavo para cima Teste da Segunda Derivada : Suponha que f ′′ seja contínua na proximidade de c. a) Se f ′(c) = 0 e f ′′(c) > 0, então f tem um mínimo local em c. b) Se f ′(c) = 0 e f ′′(c) < 0, então f tem um máximo local em c. 33 Exemplo 7.14 (Exercícios 19 e 21, pág 276). Encontre os valores máximo e mínimo local de f usando a teste da segunda derivada a) f(x) = x5 − 5x+ 3, b) f(x) = x+√1− x Solução: a) f ′(x) = 5x4 − 5 = 5(x2 + 1)(x+ 1)(x− 1) = 0 =⇒ x = −1, 1 A segunda derivada é dada por f ′′(x) = 20x3 Logo, f ′′(−1) < 0 −→ f(−1) = 7 é um máximo local f ′′(1) > 0 −→ f(1) = −1 é um mínimo local b) f ′(x) = 1− 1 2 √ 1− x = 0 =⇒ x = 3 4 A segunda derivada é dada por f ′′(x) = − 1 4(1− x)3/2 Logo, f ′′ ( 3 4 ) < 0 −→ f ( 3 4 ) = 5 4 é um máximo local. 34 7.5 Esboço de Curvas A lista a seguir tem como objetivo ser um guia para esboçar uma curva y = f(x). A. Dominio. É util começar determinando o domínio D de f . B. Interseçãoes com os Eixos. A intersseção com o eixo y é f(0). Para achar as intersseções com o eixo x, fazemos y = 0 e isolamos x. (Você pode omitir esta etapa se a equação for di�cil de resolver) C. Simetria. (i) Se f(−x) = f(x) para todo x ∈ D, então, f é uma função par, e a curva é simétrica em relação ao eixo y. (ii) Se f(−x) = −f(x) para todo x ∈ D, então, f é uma função impar, e a curva é simétrica em relação à origem. (iii) Se f(x + p) = f(x) para todo x ∈ D, em que p é uma constante positiva, então f é chamada função periodica, e o menor desses números p é denomidado período. D. Assíntotas. (i) Assíntotas Horizontais. Se lim x→∞ f(x) = L ou lim x→−∞ f(x) = L, então a reta y = L é uma assíntota horizontal da curva y = f(x). Se resultar que lim x→∞ f(x) =∞(ou −∞), então não temos uma assíntota à direita, o que também é uma informação proveitosa no esboço da curva. (ii) Assíntotas Verticais. A reta x = a é uma assíntota vertical se pelo menos uma das seguintes a�rmativas for verdadeira: lim x→a+ f(x) =∞ lim x→a− f(x) =∞ lim x→a+ f(x) = −∞ lim x→a− f(x) = −∞ Para funçõs racionais pode-se localizar as assintotas verticais igualando a zero o deno- minador, após ter cancelado qualquer fator comum. (iii) Assíntotas Oblíquas. Alguma curvas tem assintotas que não são horizontais nem verticais. Se lim x→∞ [f(x)− (mx+ b)] = 0 Então a reta y = mx+ b é chamada assíntota oblícua, pois a distância vertical entre a curva y = f(x) e a reta y = mx+b tende a zero. Para as funções racionais, as assíntotas oblíquas ocorrem quando a �rencia entre os graus do numerador e do denominador é 1. Nesse caso a equação da assántota oblíqua pode ser encontrada por divisão de polinômios. 35 E. Intervalos de Crescimento e Decrescimento. Use o Teste de Crescimento e Decres- cimento. Calcule f ′(x) e encontre os intervalos nos quais ela é positiva e nos quais ela é negativa. F. Valores Maximos mínimos Locais. Encontre os pontos críticos de f , Use então o teste da primeira ou da segunda derivada. G. Concavidade e Ponto de Infexão. Calcule f ′′(x) e use o teste da concavidade. H. Esboço da Curva. Usando as informações anteriores faça o grá�co. Exemplo 7.15 ( Exercicios 13 e 25, pág 293). Esboçe o grá�co das funções a) y = x x2 + 9 b) y = √ 1− x2 x Solução. a) Seguindo o esboço passo a passo: A. O domínio é R = (−∞,∞) B. As interseções com os eixos x e y são ambas 0. C. Visto que f(−x) = −f(x), f é impar e o seu grá�co simétrico em relação à origem. D. Como x2 + 9 6= 0 para todo x ∈ R , não há assíntota vertical. Por outro lado lim x→∞ x x2 + 9 = lim x→∞ 1 x+ 9 x = 0 então x = 0 é uma assíntota horizontal. E. f ′(x) = x2 + 9− x(2x) (x2 + 9)2 = −(x+ 3)(x− 3) (x2 + 9)2 Temos os pontos críticos −3 e 3. Logo Intervalo x− 3 x+ 3 f ′(x) f x < −3 - - - decrescente x = −3 0 −3 < x < 3 - + + crescente x = 3 0 x > 3 + + - decrescente F. Pelo teste da Primeira derivada é possível ver que no ponto x = −3 acontece um mínimo local e no ponto x = 3 acontece um máximo local. 36 G. Calculando a segunda derivada, f ′′(x) = − d dx [ x2 − 9 (x2 + 9)2 ] = −2x(x 2 + 9)2 − 2(x2 − 9)(x2 + 9)(2x) (x2 + 9)4 = −2x[x 2 + 9− 2(x2 − 9)] (x2 + 9)3 = −2x(−x 2 + 27) (x2 + 9)3 = 2x(x− 3√3)(x+ 3√3) (x2 + 9)3 então, f ′′(x) = 0, quando x = −3√3, x = 0 ou x = 3√3 Intervalo 2x x− 3√3 x+ 3√3 f ′′(x) f x < −3√3 - - - - côncava para baixo −3√3 < x < 0 - - + + côncava para cima 0 < x < 3 √ 3 + - + - côncava para baixo x > 3 √ 3 + + + + côncava para cima os pontos de in�exão são (−3√3, f(−3√3)), (0, f(0)) e (3√3, f(3√3). 37 7.5.1 Problemas de Otimização Procedimento • Faça uma �gura apropriada e identi�que as quantidades relevantes ao problema. • Obtenha uma fórmula para a quantidade a sem maximizada ou minimizada. • Usando as condições dadas no problema para eliminar variáveis, expresse a quantidade a sem maximizada ou minimizada como função de uma variável. • Encontre o intervalo de valores possíveis para essa variável a partir das restrições �sicas do problema. • Se aplicável, use os teztes anteriores para obter o máximo ou o mínimo. Exemplo 7.16. Uma caixa aberta deve ser feita de uma folha de papelão medindo 16 por 30 cm, destacando-se quadrados iguais de quatro cantos e dobrando-se os lados. Qual é o tamanho dos quadrados para se obter uma caixa com o mair volume?. Solução. 1. Sejam x = comprimento em cm dos lados dos quadrados a serem cortados V = volume em cm3 da caixa resultante 2. Como estamos removendo quadrados de lado x de cada canto da folha, a caixa resultante terá dimensões 16− 2x por 30− 2x por x. Então, V = (16− 2x)(30− 2x)x = 480x− 92x2 + 4x3 3. Observe que a expresão para o volume já se encontra em termos de umam única variável. 38 4. Como x representa um comprimento, não pode ser negativo e, como a largura do papelão é de 16 cm não podemos cortar quadrados com lados maiores do que 8 cm. Assim 0 ≤ x ≤ 8 5. Derivando dV dt = 480− 184x− 12x2 = 4(x− 12)(3x− 10) temos assim os pontos críticos, x = 10 3 e x = 12 como x = 12 não esta no intervalo [0, 8] o valor máximo de V ocorre no ponto x = 10 3 ou em um dos extremos x = 0 ou x = 8. Calculando os valores nestes pontos, V ( 10 3 ) = 19600 27 ≈ 726, V (0) = 0, V (8) = 0 Então o maior volume possível é V ≈ 726 cm3 Teste da Primeira Derivada para Valores Extremos Absolutos: Suponha que c seja um ponto crítico de uma função continua f de�nida em um certo intervalo. (a) Se f ′(x) > 0 para todo x < c e f ′(x) < 0 para todo x > c, então f(c) é o valor máximo absoluto de f . (b) Se f ′(x) < 0 para todo x < c e f ′(x) > 0 para todo x > c, então f(c) é o valor mínimo absoluto de f . Exemplo 7.17. Encontre o ponto sobre a parábola y2 = 2x mais proximo de (1, 4). Solução. A distancia entre os pontos (1, 4) e (x, y) é d = √ (x− 1)2 + (y − 4)2 Mas como o ponto está sobre a parábola x = y 2 2 , logo d = √( y2 2 − 1 )2 + (y − 4)2 Em vez de d minimizamos seu quadrado, d2 = f(y) = ( y2 2 − 1 )2 + (y − 4)2 39 Derivando obtemos, f ′(y) = 2 ( y2 2 − 1 ) y + 2(y − 4) = y3 − 8 temos o ponto crítico y = 2, observe que f ′(y) < 0, quando y < 2 e f ′(y) > 0, quando y > 2, pelo Teste da Primeira Derivada para Valores Extremos Absolutos, o mínimo absoluto ocorre quando y = 2, então x = 2 e teremos o ponto (2, 2). 8 Integrais 8.1 A Primitiva De�nição 8.1. Uma função F é denominada uma primitiva de f no Intervalo I se F ′(x) = f(x) para todox em I. Teorema 8.1. Se F for uma primitiva de f em um intervalo I, então a primitiva mais geral de f em I é F (x) + C onde C é uma constante arbitrária. Exemplo 8.1. Encontre a primitiva da função f(x) = xn. Solução. Usando a regra da potencia d dx ( xn+1 n+ 1 ) = xn Assim a primitiva de xn é F (x) = xn+1 n+ 1 + C Exemplo 8.2. Encontre a primitiva mais geral de f(x) = 3ex + 7 sec2 x. Solução. Note que d dx ex = ex e d dx tg x = sec2 x, porem a a primitiva mais geral será F (x) = 3ex + 7 tgx+ C 8.2 Movimento Retilíneo Seja s = f(t) a posição de um objeto, então a função velocidade é v(t) = s′(t), isto signi�ca que a função posição é uma primitiva da função velocidade. Da mesma maneira a função aceleração é a(t) = v′(t); logo, a função velocidade é uma primitiva da aceleração. Se a aceleração e os valores iniciais s(0), v(0) forem conhecidos, então a função posição pode ser encontrada encontrando a primitiva duas vezes. 40 Exemplo 8.3. Seja s(t) = t3−6t2 a função posição de uma partícula movendo-se ao longo de um eixo x, onde s esta em metros e t em segundos. Encontre a função aceleração instantânea a(t). Solução. A velocidade instantânea é v(t) = ds dt = 3t2 − 12t logo, a aceleração instantânea é a(t) = dv dt = 6t− 12 Exemplo 8.4. Encontre f , f ′′(t) = 2et + 3 sen t, f(0) = 0, f(pi) = 0 Solução. Note que f ′(t) é a primitiva de f ′′(t), então f ′(t) = 2et − 3 cos t+ C1 do mesmo jeito, f(t) é a primitiva de f ′(t), logo, f(t) = 2et − 3 sen t+ C1t+ C2 Utilizando os dados iniciais, temos f(0) = 0 =⇒ f(0) = 2 + C2 = 0 =⇒ C2 = −2 f(pi) = 0 =⇒ f(pi) = 2epi + C1pi − 2 = 0 =⇒ C1 = 2(1− e pi) pi Por tanto, temos f(t) = 2et − 3 sen t+ 2(1− e pi) pi t− 2 8.3 Areas e Distâncias Problema: Achar a área S que está sob a curva y = f(x) de a até b. 41 Exemplo 8.5. Estime a área sob o gra�co de f(x) = 1 + x2 de x = −1 até x = 2 usando três retângulos aproximantes. Solução. Para n = 3, ∆x = 2−(−1) 3 = 1, logo teremos a soma das areas dos três retângulos de largura ∆x = 1 e comprimentos f(0), f(1) e f(2), i,e. A ≈ f(0) + f(1) + f(2) = 1 + 2 + 5 = 8. De�nição 8.2. A área A da região S que está sob o grá�co de uma função contínua f é o limite da soma das áreas dos retângulos aproximantes: A = lim n→∞ Rn = lim n→∞ [f(x1)∆x+ f(x2)∆x+ . . .+ f(xn)∆x] onde ∆x = b−a n e xn = a+ n∆x. Exemplo 8.6. Use a de�nição anterior para achar a expresão para a área sob o grá�co de f(x) = x cos x, 0 ≤ x ≤ pi 2 como um limite. Não calcule o limite. Solução. Temos ∆x = pi 2 − 0 n = pi 2n Por outro lado xi = i∆x = pii 2n , i = 1, . . . , n, então f(x1) = pi 2n cos ( pi 2n ) , f(x2) = pi n cos (pi n ) , f(x3) = 3pi 2n cos ( 3pi 2n ) , f(x4) = 2pi n cos ( 2pi n ) , f(x5) = 5pi 2n cos ( 5pi 2n ) , . . . f(xn) = pi 2 cos (pi 2 ) Então, A ≈ lim n→∞ [ pi 2n cos ( pi 2n ) + pi n cos (pi n ) + 3pi 2n cos ( 3pi 2n ) + . . .+ pi 2 cos (pi 2 )] pi 2n 42 8.3.1 Problema da Distância Vamos considerar o problema de achar a distancia percorrida por um objeto durante um certo periodo de tempo sendo conhecida a velocidade do objeto em todos os instantes. Se a velocidade permanece constante, então o problema de distância é de facil solução através da fórmula distância = velocidade × tempo Mas se a velocidade variar, não é tão facil determinar a distância percorrida. Exemplo 8.7 (Exercício 11, pág 344). A velocidade de um corredor aumenta regularmente durante os três primeiros segundos de uma corrida. Sua velocidade em intervalos de meio segundo é dada em uma tabela. Ache as estimativas superior e inferior para a distância que ele percorreu durante esses três segundos. t(s) 0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 v (m/s) 0 1,9 3,3 4,5 5,5 5,9 6,2 Solução. Durante o primeiro meio minuto, a distancia percorrida é aproximadamente 0 m/s × 0, 5 s = 0 m no segundo intervalo, 1, 9 m/s × 0, 5 s = 0, 95 m fazendo o mesmo nos outros intervalos obtemos uma estimativa para a distancia inferior percorrida (0 × 0, 5) + (1, 9 × 0, 5) + (3, 3 × 0, 5) + (4, 5 × 0, 5) + (5, 5 × 0, 5) + (5, 9 × 0, 5) = 10, 55 m Analogamente, considerando a maior velocidade em cada subintervalo obtemos uma estimativa para a distancia superior percorrida (1, 9 × 0, 5) + (3, 3 × 0, 5) + (4, 5 × 0, 5) + (5, 5 × 0, 5) + (5, 9 × 0, 5) + (6, 2 × 0, 5) = 13, 65 m 43 8.4 A Integral De�nida De�nição 8.3. Se f é uma função contínua de�nida em [a, b], dividimos o intervalo em n su- bintervalos de comprimentos iguais ∆x = b−a n . Sejam x0 = a, x1, x2, . . . , xn = b as extremidades desses subintervalos, escolhemos os pontos amostrais x∗1, x ∗ 2, . . . , x ∗ n nesses subintervalos, de forma que x∗i esteja no i-ésimo subintervalo [xi−1, xi]. Então a integral de�nida de f de a a b é∫ b a f(x)dx = lim n→∞ n∑ i=1 f(x∗i )∆x desde que este limite exista. Se ele existir, dizemos que f é integrável em [a, b]. A soma n∑ i=1 f(x∗i )∆x é chamada soma de Riemann. O símbolo ∫ foi introduzido por Leibniz e é denomindao sinal de integral. Observação 7. A integral de�nida é um número e não depende de x. Se f for positiva, então a soma de Riemann pode ser interpretada como a soma das áreas dos retângulos aproximantes, então ∫ b a f(x)dx pode ser interpretada como a área sob a curva y = f(x) de a até b. Observação 8. Se f assumir valores positivos e negativos, então a soma de Riemann é a soma das áreas dos retângulos que estão acima do eixo x e do oposto das áreas dos retângulos que estão abaixo do eixo x, isto é, a integral de�nida pode ser interpretada como a diferença das áreas. 44 Teorema 8.2. Se f for contínua em [a, b], ou tiver um número �nito de descontinuidades de saltos, então f é integrável em [a, b]. Teorema 8.3. Se f for integrável em [a, b], então∫ b a f(x)dx = lim n→∞ n∑ i=1 f(xi)∆x onde, ∆x = b−a n e xi = a+ i∆x. 8.5 Cálculo de Integrais Precisamos saber como trabalhar com somas, assim temos, as seguintes fórmulas n∑ i=1 i = n(n+ 1) 2 n∑ i=1 i2 = n(n+ 1)(2n+ 1) 6 n∑ i=1 i3 = [ n(n+ 1) 2 ]2 8.5.1 Propriedades dos Somatórios n∑ i=1 c = nc n∑ i=1 cai = c n∑ i=1 ai n∑ i=1 (ai ± bi) = n∑ i=1 ai ± n∑ i=1 bi Exemplo 8.8 (Exercício ). Se f(x) = ln x−1, 1 ≤ x ≤ 4, calcule a soma de Riemann com n = 6, tomando como pontos amostrais as extremidades esquerdas. Solução. Com n = 6, o comprimento dos intervalos é ∆x = 4− 1 6 = 1 2 e as estremidades esquerdas são x1 = 1, 0, x2 = 1, 5, x3 = 2, 0, x4 = 2, 5, x5 = 3, 0, x6 = 3, 5. 45 Logo a soma de Riemann é R6 = 6∑ i=1 f(xi)∆x = f(1, 0)∆x+ f(1, 5)∆x+ f(2, 0)∆x+ f(2, 5)∆x+ f(3, 0)∆x+ f(3, 5)∆x = 1 2 [−1− 0, 5945− 0, 3069− 0, 0837 + 0, 0986 + 0, 2528] = −0, 81685 Observe que f não é positiva e, por tanto, a soma de Riemann não representa uma soma de área de retângulos. Exemplo 8.9. Calcule ∫ 3 0 (x3 − 6x)dx Solução. Com n subintervalos, temos ∆x = 3− 0 n = 3 n Assim, x0 = 0, x1 = 3 n , x2 = 6 n , , x3 = 9 n e em geral xi = 3i n . Utilizando as extremidades direitas, podemos escrever ∫ 3 0 (x3 − 6x)dx = lim n→∞ n∑ i=1 f ( 3i n ) 3 n = lim n→∞ 3 n n∑ i=1 [( 3i n )3 − 6 ( 3i n )] = lim n→∞ 3 n n∑ i=1 [ 27i3 n3 − 18i n ] = lim n→∞ [ 81 n4 n∑ i=1 i3 − 54 n2 n∑ i=1 i ] = lim n→∞ { 81 n4 [ n(n+ 1) 2 ]2 − 54 n2 n(n+ 1) 2 } = lim n→∞ [ 81 4 ( 1 + 1 n )2− 27 ( 1 + 1 n )] = 81 4 − 27 = −27 4 = −6, 75 46 8.5.2 Regra do Ponto Médio ∫ b a f(x)dx ≈ n∑ i=1 f(xi)∆x onde ∆x = b−a n e xi = xi−1+xi 2 . Exemplo 8.10 (Exercício 11, pág 355). Use a Regra do Ponto Médio com n = 5 para aproximar a integral ∫ 1 0 sen (x2)dx Solução. Primeiramente o comprimento dos subinterválos é ∆x = 1−0 5 = 1 5 . As extremidades dos cinco subintervalos são 0, 1 5 , 2 5 , 3 5 , 4 5 e , 1, portanto, os pontos médios são 1 10 , 3 10 , 1 2 , 7 10 e 9 10 . De modo que a regra do ponto medio dá∫ 1 0 sen (x2)dx ≈ ∆x [ f ( 1 10 ) + f ( 3 10 ) + f ( 1 2 ) + f ( 7 10 ) + f ( 9 10 )] ≈ 1 5 [0, 001 + 0, 090 + 0, 2474 + 0, 4706 + 0, 7243] ≈ 0, 3066 8.5.3 Propriedades da Integral De�nida Da mesma de�nição implicitamente a < b. Mas a de�nição como limite somas de Riemann faz sentido mesmo que a > b. Observe que se invertemos a e b, então ∆x mudará de b−a n para a−b n . Portanto, ∫ a b f(x)dx = − ∫ b a f(x)dx Observação 9. Se a = b, então ∆x = 0, então ∫ b a f(x)dx = 0 Propriedades da Integral 1. ∫ b a cdx = c(b− a) 2. ∫ b a [f(x)± g(x)]dx = ∫ b a f(x)dx± ∫ b a g(x)dx 3. ∫ b a cf(x)dx = c ∫ b a f(x)dx 4. ∫ b a f(x)dx = ∫ c a f(x)dx+ ∫ b c f(x)dx 47 Propriedades Comparativas da Integral 1. Se f(x) ≥ 0 para a ≤ x ≤ b, então ∫ b a f(x)dx ≥ 0. 2. Se f(x) ≥ g(x) para a ≤ x ≤ b, então ∫ b a f(x)dx ≥ ∫ b a g(x)dx. 3. Se m ≤ f(x) ≤M para a ≤ x ≤ b, então m(b− a) ≤ ∫ b a f(x)dx ≤M(b− a) 8.6 O Teorema Fundamental do Cálculo Teorema 8.4 (O Teorema Fundamental do Cálculo Parte I). Se f for contínuaem [a, b], então a função g de�nida por g(x) = ∫ x a f(t)dt, a ≤ x ≤ b é contínua em [a, b] e derivável em (a, b) e g′(x) = f(x). Exemplo 8.11 (Exercício 9, pág 364). Use a parte I do teorema fundamental do cálculo para encontrar a derivada da função g(y) = ∫ y 0 t2 sen tdt Solução. Uma vez que f(t) = t2 sen t é contínua, pelo teorema fundamental do cálculo g′(y) = y2 sen y Exemplo 8.12 (Exercicio 13, pág 364). Ache d dx ∫ 1/x 2 arctan tdt Solução. Aplicando a parte I do teorema fundamental do cálculo e a regra da cadeia temos, d dx ∫ 1/x 2 arctan tdt = arctan ( 1 x ) d dx ( 1 x ) = arctan ( 1 x )( − 1 x2 ) Observação 10. De maneira mais geral o Teorema Fundamental do Cálculo Parte I, diz d dx ∫ α(x) 0 f(t)dt = f(α(x))α′(x) e lembrando da última propriedade da integral temos d dx ∫ β(x) α(x) f(t)dt = f(β(x))β′(x)− f(α(x))α′(x) 48 Teorema 8.5 (O Teorema Fundamental do Cálculo Parte II). Se f for contínua em [a, b], então∫ b a f(x)dx = F (b)− F (a) onde F é qualquer primitiva de f . Exemplo 8.13 (Exercício 40, pág 365). Calcule a integral∫ 2 1 4 + x2 x3 dx Solução. Note que ∫ 2 1 4 + x2 x3 dx = ∫ 2 1 ( 4x−3 + 1 x ) dx e a primitiva de f(x) = 4x−3 + 1 x é F (x) = −2x−2 + ln x, logo∫ 2 1 4 + x2 x3 dx = F (2)− F (1) = −2(2−2) + ln 2− [−2(1−2) + ln 1] = −2−1 + ln 2 + 2 = 3 2 + ln 2 Teorema 8.6 (O Teorema Fundamental do Cálculo). Suponha que f seja contínuaem [a, b] 1. Se g(x) = ∫ x a f(t)dt, então g′(x) = f(x). 2. ∫ b a f(x)dx = F (b)− F (a), quando F for a primitiva de f .
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