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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FORTALEZA DO ESTADO DO CEARÁ. Processo nº... GABRIELA, já qualificada nos autos do processo ás folhas.., que lhe comove o Ministério Público, por sua advogada e bastante procuradora que a esta subscreve, conforme procuração anexada ,vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396A, ambos do Código de Processo Penal apresentar a sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO Pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 1.Dos Fatos A acusada foi denunciada e está sendo processada por infração ao art.155,caput, c/c art.14 inciso II, ambos do Código Penal, porque no dia 24 de dezembro de 2010, oportunidade em que a acusada era menor de 21 anos, e em estado de necessidade ter praticado furto em sua modalidade tentada. 2.Das Preliminares PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA COM FUND NO ART 109, IV C/C 115 AMBOS DO CP Na situação descrita no enunciado, o fato imputado na denúncia foi praticado no dia 24/12/2010, oportunidade em que a acusada era menor de 21 anos. O crime narrado na inicial acusatória e efetivamente imputado pelo Ministério Público foi de furto simples, cuja pena máxima abstratamente prevista é de 4 anos, nos termos do art. 155, caput, do Código Penal. Estabelece o art. 109, IV do CP, que crimes cuja pena máxima não excede quatro anos prescreverão em oito. Todavia, por ser a acusada menos de 21 anos na data dos fatos, os prazos prescricionais deverão ser reduzidos pela metade por força no disposto no art. 115, do CP. Assim sendo, na situação em apreço, no momento da efetiva citação da ré, o crime encontra-se prescrito. Tal prescrição pode ser aferida sabendo-se que a referida peça acusatória foi recebida no dia 18 de janeiro de 2011, e só sendo a ré efetivamente citada em 16 de março de 2015, sendo transcorrido lapso temporal superior a 4 anos. Prazo prescricional cabível na situação em comento. É válido esclarecer que o recebimento da peça acusatória possui natureza de causa interruptiva de prescrição por força do art. 117, inciso I, do CP. Logo, com o recebimento desta peça, a contagem do prazo prescricional foi zerado e reiniciado. Como fica claro pelo constante no enunciado que não houve qualquer suspensão do processo ou da contagem do prazo prescricional ainda que a ré não tenha sido encontrada para ser efetivamente citada, situação por demais benéfica à defesa e que não deve ser questionada, a prescrição da pretensão punitiva ocorreu em janeiro de 2015. É válido destacar que a prescrição possui natureza jurídica de causa extintiva de punibilidade nos termos do art. 107, IV, do CP REJEIÇÃO LIMINAR DA PEÇA ACUSATÓRIA POR AUSÊNCIA DE INTERESSE OU NECESSIDADE DE AGIR NOS TERMOS DO ART 395, II, DO CPP Como na situação é manifesta a inexistia de crime, cabe a arguição de preliminar de que a peça acusatória deveria ter sido liminarmente rejeitada por ausência de interesse ou necessidade de agir nos termos do art. 395, II, do CPP. Não existindo crime, não há porque se buscar uma persecução criminal que, ao seu término, irá resultar em uma mera constatação do que pode ser percebido antecipadamente, a saber: a inexistência de infração penal e, por consequência, a impossibilidade de tutela punitiva com base na premissa fundamental do nullum crimen nulla poena. 3.Do Mérito Inicialmente, cabe destacar a manifestação do furto famélico, visto que a motivação da acusada para subtração da coisa móvel alheia foi atender a uma necessidade proeminente de alimentação do seu filho. Assim é de rigor a absolvição sumaria nos termos do artigo 397,inciso I do Código de Processo Penal, diante do furto famélico como excludente de ilicitude por estado de necessidade, sendo aplicável aqui os ditames do art. 23, inciso I c/c art. 24, ambos do Código Penal. Vale ressaltar que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do lapso temporal do recebimento da denúncia até a intimação da ré, extinguindo-se a punibilidade nos termos do artigo 107, inciso IV, DO Código Penal, pois o prazo foi reduzindo a metade pelo fato da ré ter menos de 21 anos ao tempo do fato, assim de acordo com o artigo 109, inciso IV cominado com o artigo 115, a prescrição se deu em 4 anos, pois o máximo da pena em abstrato era de 2 anos e 8 meses. Ademais pode se requerer o reconhecimento do principio da insignificância, subtrair de uma grande empresa varejista produtos no valor de R$18,00 pode ser considerado como situação provocadora de situação jurídica inexpressiva. Em sendo reconhecida a insignificância, não haverá crime por atipicidade material da conduta conforme do artigo 397,III do Código de Processo Penal. Caso assim não entenda Vossa Excelência, e o feito atinja a fase de instrução, requer que seja ouvida a testemunha constante do rol abaixo. 4- Dos Pedidos Diante de todo exposto, requer – se a Vossa Excelência: a) Absolvição sumária com fundamentos no art. 397, incisos I,III e IV do CPP, em decorrência da possibilidade de arguição do furto famélico (inciso I), insignificância (inciso III) e prescrição (inciso IV). b) Anulação do recebimento da peça acusatória em decorrência da prescrição da pretensão punitiva com fundamento no art. 109, IV c/c 115, ambos do CP e da ausência de necessidade ou interesse para a ação nos termos do art. 395, II do CPP. c) Pedido de arrolamento e intimação da testemunha Maria. Nestes termos, Pede deferimento Fortaleza, 26 de março de 2015. Josefa Monteiro Ferreira Advogada OAB/AL N° X. Rol de testemunhas. 1. Maria
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