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Curso: Administração Pública Disciplina: Ciência Política Polo: Campo Grande Filósofo grego do século IV a. C., nascido na Macedônia, considerado o mais ilustre discípulo de Platão, Aristóteles, com base no interesse em favor do qual o poder é exercido, formulou a tipologia clássica das formas de poder (considerando apenas três elementos – sujeito, objeto e fim, deixando de lado o meio), como segue: Poder Paterno - exercido no interesse do objeto de seu exercício – o filho; Poder Despótico – exercido no interesse do sujeito que o exerce – o senhor; Poder Político – exercido no interesse do sujeito e do objeto – governantes e governados, sendo este a forma de poder exercida no interesse dos dois agentes envolvidos, sem dúvidas, é a forma de poder mais complexa na tipologia clássica. Aristóteles, sabedor de que muitos governos exerciam seu poder de modo opressor, ditatorial, criou outra tipologia – a das formas de governo - cuja finalidade seria o interesse do exercício de poder dos governantes sobre os governados. Essa tipologia foi dividida em três categorias: o governo de um só; o governo de poucos; e o governo de muitos. Nas três categorias, tanto pode ocorrer o bom governo quanto o mau governo, visto que se o governo em questão for orientado a satisfazer o interesse de todos, ou seja, governantes e governados, esse governo será bom. Mas, se for orientado a satisfazer apenas os interesses dos governantes, em detrimento aos governados, esse será um mau governo. Para ambos os casos, independe a categoria da forma de governo. O italiano Norberto Bobbio, historiador do pensamento, filósofo político e escritor, formulou a tipologia moderna das formas de poder. Para ele, essa tipologia era constituída a partir dos meios pelos quais o poder é exercido. São eles: Poder Econômico – tipo de poder exercido por todo aquele que, de posse de determinados bens, necessários ou não, numa situação de escassez, se utiliza da situação para induzir pessoas a determinado tipo de comportamento, inclusive de trabalho. Poder Ideológico – tipo de poder exercido sobre o comportamento dos comandados, com influência sobre suas ideias ou emitido em determinadas circunstâncias, de maneira tal, por pessoa revestida de autoridade, difundindo-o por meios apropriados. Poder Político – tipo de poder exercido pelo uso ou ameaça do uso da força, através das armas de qualquer espécie e grau. Já o alemão Max Weber, sociólogo, político e historiador, considerado um dos fundadores da sociologia, acredita que “o que caracteriza o Estado e o poder político, que é por ele exercido, é o monopólio do uso legítimo da força física sobre os indivíduos que integram uma sociedade” (COELHO, 2010, p.22). Portanto, sempre se fará necessário que haja consentimento dos governados para o uso da força por parte dos governantes, quando falarmos de Estado e exercício do poder político, pois estes são inseparáveis. O Estado possui a legitimidade, além da exclusividade, para utilizar a força física sobre os indivíduos nas sociedades civilizadas, sendo isso o que diferencia o exercício do poder político do uso da força bruta sobre os indivíduos. O Estado exerce força física sobre indivíduos investido de autoridade para fazê- lo, conforme já dissemos, com exclusividade e em última instância. O poder do Estado é legítimo. Nas sociedades onde não exista uma instância que exerça legitimamente tal função, não se pode afirmar da existência de um Estado, e sim, de uma anarquia. Ao mesmo tempo, uma instância que faz uso exclusivo da força, sem ter a legitimidade de seu poder reconhecido pela sociedade, também não se pode dizer da existência de um Estado, e sim, do exercício de uma autoridade arbitrária, tirana, sobre uma população escravizada. REFERÊNCIAS COELHO, Ricardo Corrêa. Ciência Política / Ricardo Corrêa Coelho – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.
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