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MARIA06.02 (1)

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FALC – FACULDADE ALDEIA DE CARAPICUÍBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018
 
 
1 
 
 
 
FALC – FACULDADE ALDEIA DE CARAPICUÍBA 
PEDAGOGIA 
 
 Maria Lúcia Araújo Albuquerque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA NO 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em 
Pedagogia com habilitação em Educação Infantil da 
FALC - Faculdade Aldeia de Carapicuíba, como 
requisito parcial para a obtenção de grau em 
cumprimento as exigências para a obtenção do 
certificado. 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018
1 
 
1 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico este trabalho primeiramente а Deus, 
pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ 
destino, mеυ guia, socorro presente nа hora dа 
angústia. 
 
 
 
2 
 
2 
 
RESUMO 
 
 
A cultura afro-brasileira faz parte da nossa identidade e é dever de o educador levá-
lo a prática em ambientes infantis é intervir no processo de formação e percepção 
crítica das crianças contribuindo, assim, para uma relação de respeito e aceitação 
das diferenças. O presente estudo descreve como identificar a existência de uma 
abordagem da história e da cultura afro-brasileira com referências didático-
pedagógicas alicerçadas na Lei 10.639/03 que obriga o ensino da História e Cultura 
Afro-Brasileira visando incluir na Educação Infantil. 
Conta um pouco da história da luta dos africanos e seus descendentes pela 
liberdade e por direitos, as bases legais que englobam a temática e o incentivo para 
se trabalhar o respeito pelas diferenças na sala de aula, com o intuito de mostrar a 
importância de se conhecer a cultura afro-brasileira no sentido de se ampliar 
conhecimento e aumentar a auto-estima dos alunos. 
 
 
Palavras-chave: Cultura Afro-Brasileira - Educação Infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
3 
 
ABSTRACT 
 
 
Afro-Brazilian culture is part of our identity and it is the duty of the educator to take it 
to practice in children's environments and to intervene in the process of formation 
and critical perception of children, thus contributing to a relationship of respect and 
acceptance of differences. The present study describes how to identify the existence 
of an approach to Afro-Brazilian history and culture with didactic-pedagogical 
references based on Law 10.639 / 03, which obliges the teaching of Afro-Brazilian 
History and Culture to include in Early Childhood Education. 
It tells a little of the history of the struggle of Africans and their descendants for 
freedom and for rights, the legal bases that encompass the theme and the incentive 
to work for respect for differences in the classroom, in order to show the importance 
of knowing each other the Afro-Brazilian culture in the sense of expanding knowledge 
and increasing students' self-esteem. 
 
 
Keywords: Afro-Brazilian Culture - Early Childhood Education 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 05 
2. CULTURA AFRO BRASILEIRA ........................................................................... 07 
2.1. Evolução Histórica ........................................................................................... 07 
2.2. A Influência do Negro na Cultura Brasileira .................................................. 08 
 
3. EDUCAÇÃO ÁFRICA E HISTÓRIA CULTURA AFROBRASILEIRA ................. 12 
4. A LEI 10639/03 – A CONQUISTA POR DIREITOS .............................................. 14 
5. A CULTURA AFROBRASILEIRA NO ÂMBITO ESCOLAR ................................. 18 
 
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÂFICAS ......................................................................... 23 
WEBGRAFIAS .......................................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O negro chegou ao Brasil predestinado unicamente para servir, sem ter em 
troca qualquer lucro, afastados da família, do seu país, da cultura, crenças e valores 
que os moldava. Mesmo diante de tantas fragilidades, os negros não se entregaram 
passivamente à forma de dominação a que foram submetidos, lutando de diversas 
maneiras para conseguir livrar-se da dominação escravocrata e da aculturação. 
A cultura afro-brasileira faz parte da nossa identidade. Este fato em si, já é 
relevante para se estimular o interesse pelo assunto e levá-lo a prática em 
ambientes infantis. 
Sendo os estabelecimentos de ensino multiculturais e raciais, acredita-se que 
diante de currículos e propostas pedagógicas que valorizem a aprendizagem da 
história de povos de todo o mundo e da cultura que cerca a sociedade, ter-se-á uma 
sociedade mais justa, igualitária e comprometida com a disseminação das suas 
raízes culturais. 
A história dos africanos é parte da história do povo brasileiro. Desde quando 
chegaram ao Brasil, os africanos passaram a contribuir para a história do país, suas 
culturas se intercambiaram com a do povo que já habitava aqui, transformando o 
Brasil num país multicultural. Muitos de nós brasileiros praticam dessas culturas 
africanas deixadas e sem saber da sua história ou pelo menos não valorizam. 
Talvez, uma das soluções para superar o racismo seja a iniciativa de começar a 
legitimar a cultura afro-brasileira desde as crianças. 
O objetivo deste estudo é analisar a inclusão da história e da cultura africana 
das turmas de educação infantil como possibilidade de incentivar o respeito à 
diversidade cultural e de combate ao racismo com todo o processo histórico sofrido 
pelo país, a vasta extensão, as diversidades de pensamentos, conhecimentos, 
estilos de vida. 
Diante da importância da presença afro-brasileira no cenário nacional e de se 
ter estudos que abordem a Lei 10.639/03, apresentamos como objetivo deste 
trabalho mostrar a importância da inserção da História e Cultura Afro-Brasileira no 
contexto escolar, considerando o que estabelece a Lei 10.639/03, que tornou 
obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira 
 
 
6 
 
6 
 
Nas palavras de Santos (1987, p. 16): 
 
É importante considerar a diversidade cultural interna à nossa 
sociedade; isso é de fato essencial para compreendermos 
melhor o país em que vivemos. Mesmo porque essa 
diversidade não é só feita de idéias; ela está também 
relacionada com as maneiras de atuar na vida social, é um 
elemento que faz parte das relações sociais no país. A 
diversidade também se constitui de maneiras diferentes de 
viver, cujas razões podem ser estudadas, contribuindo dessa 
forma para eliminar preconceitos e perseguiçõesde que são 
vítimas grupos e categorias de pessoas. 
 
A escola é um dos principais meios de socialização o educador expõe para os 
seus alunos seus conhecimentos culturais isso deve ser feito de maneira que um 
respeite a cultura do outro, e a escola deve assumir este papel, para que seus 
membros transmitam a sua comunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
7 
 
2. CULTURA AFRO-BRASILEIRA 
 
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do 
Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do 
Brasil colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior 
parte, trazida pelos escravos negros na época do tráfico transatlântico de escravos. 
No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia 
(principalmente portuguesa) e indígena, de forma que características de origem 
africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências 
culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados 
aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o 
folclore e as festividades populares. 
Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, 
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais 
influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos 
recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após 
o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste. 
Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, 
os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de 
revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje. 
 
 
2.1. Evolução Histórica 
 
De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz 
cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as 
manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, 
desestimuladas e até proibidas. 
Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram 
frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas 
manifestações folclóricas, como as congadas e o maracatu, assim como expressões 
musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas. 
8 
 
8 
 
Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-
brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites 
brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as 
manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. 
O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser 
admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, no início do 
século XX. 
Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio 
Vargas desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-
brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles 
de escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental através 
da União Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934. 
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era 
considerada própria de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre 
Bimba ao presidente Vargas, que então a chamou de "único esporte 
verdadeiramente nacional". 
A partir da década de 1950 as perseguições às religiões afro-
brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média 
carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser 
celebradas pela elite intelectual branca. 
Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras 
de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura 
afro-brasileira. 
 
2.2. A Influência do Negro na Cultura Brasileira 
 
O interesse pela cultura afro-brasileira manifesta-se pelos muitos estudos nos 
campos da sociologia, antropologia, etnologia, música e linguística, entre outros, 
centrados na expressão e evolução histórica da cultura afro-brasileira. 
A comida que degustamos no nosso dia-a-dia mostra a contribuição dos 
povos africanos e de seus descendentes para a culinária do nosso país, 
9 
 
9 
 
especialmente as culinárias da região Nordeste, onde a maioria da população é afro-
descendente, e conservam características desta cultura. Na culinária deixada pelos 
africanos destacam-se pratos saborosos. 
 
 Culinária 
 
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente 
citada como tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os 
escravos na época colonial. Atualmente, porém, considera-se a feijoada brasileira 
uma adaptação tropical da feijoada portuguesa que não foi servida normalmente aos 
escravos. Apesar disso, a cozinha brasileira regional foi muito influenciada pela 
cozinha africana, mesclada com elementos culinários europeus e indígenas. 
A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus 
pratos típicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados 
com o azeite-de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em 
tempos coloniais. Na Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos 
"afros". Numa, mais simples, as comidas não levam muito tempero e são feita nos 
terreiros de candomblé para serem oferecidas aos orixás. Na outra maneira, 
empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com muito tempero e são 
mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em 
restaurantes e residências. 
Os estudantes podem ser estimulados a pesquisar sobre a culinária afro-
brasileira, e a partir daí resultar no interesse em descobrir mais sobre a cultura 
africana. O educador pode utilizar, também, de exposição de ingredientes da 
culinária afro-brasileira para posteriormente preparar um prato junto com os 
educandos. Por meio de dinâmicas os alunos aprendem de forma prazerosa, 
obtendo maiores interesses no assunto, transmitindo o que aprendeu com suas 
pesquisas e nas aulas práticas a preparar as comidas. 
Em Abramowiz (2006), vê-se o quanto é simples e produtivo, cognitivamente 
falando, a confecção de instrumentos de origem afro-brasileira. 
Ela dá como exemplo 25 situações onde, em sala de aula, o professor pode 
fazer que seus alunos produzam esses instrumentos e assim conheçam a origem 
dos mesmos. O atabaque, por exemplo, pode ser improvisado, em sala de aula, 
utilizando dois vasos plásticos de flores, um bexigão, cola e fita crepe colorida para 
10 
 
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enfeitar da forma que cada um quiser, podendo ser confecciona por crianças de 
quatro a seis anos. Com simples instrumentos, as crianças têm a capacidade de 
tocar com pouca técnica, canções educativas, cativando cada vez mais a 
curiosidade por outros instrumentos e músicas. 
 
 Música e dança 
 
A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a 
África subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, 
ameríndia, que produziu uma grande variedade de estilos. 
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. 
As expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, 
ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê. 
Como aconteceu em toda parte do continente americanoonde houve 
escravos africanos, a música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente 
desprezada e mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do 
século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais. 
Instrumentos afro-brasileiros: 
 Afoxé 
 Agogô 
 Atabaque 
 Berimbau 
 Tambor. 
 
 Religiões 
 
Na África, há muitas religiões diferentes. Antes de vir para cá, cada um 
seguia a religião de sua família, clã, ou grupo. Mas quando chegaram aqui, os 
escravos foram separados de seus parentes e pessoas próximas. Por isso, 
passaram a se reuniar com pessoas de outras etnias para realizarem os cultos 
secretamente. 
Para que todos pudessem participar, essas reuniões eram uma mistura 
de cada religião, com rituais e cultura unidos e partilhados. Daí surgiu o 
11 
 
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Candomblé. A crença nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições 
religiosas afro-brasileiras em geral. 
A Umbanda, que também tem origens africanas, une práticas de várias 
religiões, inclusive a Católica. Ela se originou no Rio de Janeiro, no início do 
século 20. 
 
 Arte 
 
O Alaká africano, conhecido como pano da costa no Brasil é produzido por 
tecelãs do terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador, no espaço 
chamado de Casa do Alaká. Mestre Didi, Alapini (sumo sacerdote) do Culto aos 
Egungun e Assògbá (supremo sacerdote) do culto de Obaluaiyê e Orixás da terra, é 
também escultor e seu trabalho é voltado inteiramente para a mitologia e arte 
yorubana. 
 Na pintura foram muitos os pintores e desenhistas que se dedicaram a 
mostrar a beleza do Candomblé,Umbanda e Batuque em suas telas. Um exemplo é 
o escultor e pintor argentino Carybéque dedicou boa parte de sua vida no Brasil 
esculpindo e pintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes, suas esculturas 
podem ser vistas no Museu Afro-Brasileiro e tem alguns livros publicados do seu 
trabalho. 
Na fotografia o francês Pierre Fatumbi Verger, que em 1946 conheceu 
a Bahia e ficou até o último dia de vida, retratou empreto e branco o povo brasileiro 
e todas as nuances do Candomblé, não satisfeito só em fotografar passou a fazer 
parte da religião, tanto no Brasil como na África onde foi iniciado como babalawo, 
ainda em vida iniciou a Fundação Pierre Verger em Salvador, onde se encontra 
todo seu acervo fotográfico. 
 
 
 
 
 
12 
 
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3. EDUCAÇÃO, ÁFRICA E HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA 
 
Há muito a se aprender sobre o continente africano e os processos de 
recriação de suas culturas, presentes em todos os lugares do mundo para os quais 
as diferentes etnias africanas foram dispersas, seja por processos comerciais, seja 
pela imigração espontânea, seja pelo movimento violento do tráfico negreiro. 
É recorrente a afirmação de que as maiores dificuldades em ensinar 
conteúdos relacionados à história da África se dão em decorrência da escassez de 
materiais didáticos. 
No Brasil, são incontáveis os estudos que afirmam essa presença de 
elementos culturais africanos recriados em nosso contexto histórico, social e cultural. 
É também notório como tal movimento intercontinental, intercultural e 
interétnico permeia a vida, os modos de ser, os conhecimentos, as tecnologias, os 
costumes, a musicalidade e a corporeidade dos outros grupos étnico-raciais que 
conformam a nossa população. 
Por mais que esse processo seja uma realidade, também é fato que ele 
convive, no Brasil, com uma prática e um imaginário racistas. Esse racismo ambíguo 
se faz presente em nossa estrutura de desigualdade, em nossas ações cotidianas e 
na produção do conhecimento. Vários de nós, professores e professoras, temos 
histórias para contar sobre o silenciamento a respeito da África e sobre a questão 
afro-brasileira em nossos cursos de formação inicial. 
Desde muito cedo, podemos aprender e conhecer diferentes realidades e 
compreender que a experiência social do mundo é muito maior do que a nossa 
experiência local, e que esse mesmo mundo é constituído e formado por 
civilizações, histórias, grupos sociais e etnias ou raças diversas. É também bem 
cedo em sua formação que as crianças podem ser reeducadas a lidar com os 
preconceitos aprendidos no ambiente familiar e nas relações sociais mais amplas. 
O Brasil é o segundo país de maior população negra do mundo, sendo que, o 
primeiro é a Nigéria. De acordo com o Censo do IBGE de 2002 constatamos que 
45% da população do País é negra. 
Devemos observar que o Brasil, é um país multi-étnico e pluricultural, portanto 
todos devem ser incluídos, e ter garantido o direito de aprender e de desenvolver 
conhecimentos, sem precisar negar a sua identidade, nem a sua ascendência 
13 
 
13 
 
étnico/racial. 
A história dos africanos é parte da história do povo brasileiro. Desde quando 
chegaram ao Brasil, os africanos passaram a contribuir para a história do país, suas 
culturas se intercambiaram com a do povo que já habitava aqui, transformando o 
Brasil num país multicultural. Partindo deste ponto, acredito ter muita importância um 
brasileiro se desenvolver sem ter uma relação preconceituosa com a sua cultura. 
O Brasil teve como alicerce da formação de seu povo participação de diversas 
culturas, especialmente a portuguesa, as indígenas e as africanas, tornando-se um 
país multicultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
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4. A LEI 10.639/03 A CONQUISTA POR DIREITOS 
 
A abolição da escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888, em torno de 350 
anos após sua inserção no país, não significou liberdade para os negros e seus 
descendentes. Para quem ficava na zona rural, a transferência de senhor barão para 
coronel proprietário impossibilitou o acesso a terra. Já na zona urbana, a situação do 
negro era considerada a mesma de quando era escravo: favores, obrigações. 
Resultado: o preço da liberdade era a miséria. 
Em 1951 foi reconhecida a existência de discriminação étnico-racial no Brasil, 
por meio da Lei Afonso Arinos, aprovada sob o número 1.390/51, defendendo a 
igualdade de tratamentos e direitos comuns independente da cor da pele 
A partir deste momento, toda instituição de ensino ou estabelecimento 
comercial que negue seus serviços a outra pessoa, por motivo da cor da pele, estará 
sujeito a pena de três meses a um ano de reclusão, além de multa. 
Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal, quando 
a prática deste preconceito foi transformada em crime. No artigo 5, da mesma 
Constituição, onde diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindose (...) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade”, mais precisamente no inciso VI, o qual 
defende a inviolabilidade das manifestações culturais, mudando, assim o quadro que 
havia nas Constituições anteriores, onde as manifestações da cultura negra era 
considerado um atentado a “ordem pública” e tirando todo seu valor cultural. 
Em 1970, passou-se praticar atividades voltadas para a valorização da cultura 
africana, a partir de iniciativas de entidades culturais, a exemplo dos blocos afros. 
No que tange à educação infantil, pesquisas realizadas a partir da década de 
1980 têm demonstrado a existência de comportamentos preconceituosos e de 
atitudes discriminatórias em relação às crianças pré-escolares e entre elas, além de 
apontar que o cuidado e a educação destinados às crianças pequenas são 
desiguais, sendo essas desigualdades relacionadas, em sua maioria, aos seus 
pertencimentosétnicos- raciais as posturas discriminatórias se evidenciam pela 
ausência de reconhecimento das diferenças de origem, pelos maus-tratos e 
principalmente pelo silêncio diante de situações de discriminação vivenciadas pelas 
crianças negras no espaço escolar com a educação da primeira infância, quanto 
para os interessados de modo geral em uma educação e em um país justo e 
15 
 
15 
 
igualitário, conteúdos sólidos para a formação e o conhecimento sobre a riqueza, as 
diferenças e a diversidade da história e da cultura africana e suas influências na 
história e na cultura do povo brasileiro, em especial, da população afro-brasileira 
 
é significativo para o desenvolvimento humano, para a 
formação da personalidade e aprendizagem. Nos primeiros 
anos de vida, os espaços coletivos educacionais que a criança 
pequena frequenta são privilegiados para promover a 
eliminação de toda e qualquer forma de preconceito, 
discriminação e racismo. As crianças deverão ser estimuladas 
desde muito pequenas a se envolverem em atividades que 
conheçam, reconheçam e valorizem a importância dos 
diferentes grupos étnico-raciais na construção da história e da 
cultura brasileiras (BRASIL, 2009b). 
 
A Constituição Federal de 1988 contempla a questão dos afro-descendentes 
no Brasil em alguns dos seus Artigos. Por exemplo, quando afirma no Artigo 206 que 
o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
 
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o 
saber; 
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino. 
 
Desta forma, todos têm direito a educação, não importando a etnia, crença, 
classe social entre outros, como mostra o Artigo 210 em que fica explicito que 
“Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a 
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais”. 
No Brasil, a partir da promulgação da Lei nº 10.639/2003 e das Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o 
Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, foi estabelecido um marco 
legal, político e pedagógico de reconhecimento e valorização das influências 
africanas na formação da sociedade brasileira e do protagonismo da população afro-
brasileira na formação social, política e econômica do país. 
16 
 
16 
 
Para que fossem incluídos no sistema escolar conteúdos/atividades 
relacionadas à temática da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, em 09 de 
janeiro de 2003 entrou em vigor a Lei Federal 10.639 que alterou os artigos 26-A e 
79-B, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96 
determinando a obrigatoriedade de estudos relacionados a temática acima, 
passando a vigorar com as seguintes modificações: 
 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e 
médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino 
sobre História e Cultura AfroBrasileira. 
 § 1° O conteúdo programático a que se refere o caput deste 
artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a 
luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro 
na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição 
do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente 
à História do Brasil. 
§ 2° Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-
Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo 
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de 
Literatura e História Brasileiras. Art. 79-B. O calendário escolar 
incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da 
Consciência Negra’ (BRASIL, 2003. n.p.). 
 
Foram criadas, ainda, formas efetivas para o enfrentamento e a eliminação do 
racismo e da discriminação nos contextos educacional e social. 
De acordo com o Plano Nacional de Implementação da Lei n° 10.639/2003, 
 
o papel da educação infantil é significativo para o 
desenvolvimento humano, para a formação da personalidade e 
aprendizagem. Nos primeiros anos de vida, os espaços 
coletivos educacionais os quais a criança pequena frequenta 
são privilegiados para promover a eliminação de toda e 
qualquer forma de preconceito, discriminação e racismo. As 
crianças deverão ser estimuladas desde muito pequenas a se 
envolverem em atividades que conheçam, reconheçam, 
valorizem a importância dos diferentes grupos étnico-raciais na 
construção da história e da cultura brasileiras (BRASIL. MEC, 
2003). 
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O papel da professora e do professor da educação infantil nesse processo é 
importantíssimo. A esses profissionais cabe a realização de práticas pedagógicas 
que objetivem ampliar o universo sociocultural das crianças e introduzi-las em um 
contexto no qual o educar e o cuidar não omitam a diversidade. 
Desde muito cedo, podemos ser educados a reconhecer a diferença como um 
trunfo e a diversidade como algo fascinante em nossa aventura humana aprender e 
conhecer diferentes realidades e compreender que a experiência social do mundo é 
muito maior do que a nossa experiência local, e que esse mesmo mundo é 
constituído e formado por civilizações, histórias, grupos sociais e etnias ou raças 
diversas. É também bem cedo em sua formação que as crianças podem ser 
reeducadas a lidar com os preconceitos aprendidos no ambiente familiar e nas 
relações sociais mais amplas. 
Por meio da Resolução Nº 1, de 17 de junho de 2004, visando instituir tais 
diretrizes. No Art. 2 desta Resolução vê-se que estas Diretrizes trazem 
 
(...) orientações, princípios e fundamentos para o 
planejamento, execução e avaliação da Educação, e têm por 
meta, promover a educação de cidadãos atuantes e 
conscientes no seio da sociedade multicultural e pluriétnica do 
Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas (..) 
 
Também, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/ 90, no 
artigo 58 existe um texto que defende o respeito aos “valores culturais, artísticos e 
históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a 
estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura”. Nesse contexto, os 
preconceitos raciais também são aprendidos e nem sempre são alvo de uma séria 
intervenção pedagógica. Cada vez mais, os profissionais da educação infantil vêm 
percebendo essa situação, observando que a necessidade de superação dessas 
práticas tem sido apontada por pesquisas e reconhecida nos documentos oficiais. 
Porém, ainda se faz presente de forma muito incipiente na formação inicial e 
continuada dos professores. 
É nessa realidade que todos nós somos educados, inclusive as crianças 
pequenas. Sendo assim, “ainda estamos muito distantes de poder dizer que as 
crianças não atribuem valores superiores aos traços físicos de pessoas brancas e, 
inversamente, inferiores, aos dos negros” (TRINIDAD, 2011, p. 164). 
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5. A CULTURA AFROBRASILEIRA NO ÂMBITO ESCOLAR 
 
Os autores Brandão (1996) e Libâneo (2002), ambos conceituam a educação 
e defendem que em todo grupo social ela está relacionada com sua cultura, com 
isso eles querem dizer que os costumes de um povo refletem em sua educação. 
O Brasil em si é um país multicultural, e desta forma se evidencia a 
necessidade de se trabalhar todas as culturas que contribuíram para a formação 
cultural do povo brasileiro nas escolas brasileiras. 
Por estes e outros motivos torna-se necessário trabalhar a multiculturalidade 
na sala de aula, especialmente na educação infantil. 
Numa salade aula onde prevalece um ensino que privilegia diversas culturas, 
incentiva o desenvolvimento da auto-estima dos alunos, fazendo que se percebam 
como parte integrante da história do Brasil. 
Segundo Candau (2002), afirma Numa sala de aula onde prevalece um 
ambiente que favoreça a multiculturalidade, a educação deixa de ser um fator de 
exclusão para ser um fator de coesão. 
O racismo é outro dos paradigmas, abrangidos pela autora; nele se busca 
reduzir o preconceito racial a nível pessoal e institucional no âmbito escolar e na 
sociedade como todo, vindo acontecer por meio de oficinas anti-racistas e cursos 
para professores, por exemplo. Só um ambiente que vise uma cultura 
verdadeiramente cívica, que esteja ao alcance de todos, será capaz de evitar que as 
diferenças existentes entre os indivíduos gerem desigualdades, e as singularidades 
reflitam nas aspirações de inimizades. 
A divisão da humanidade em raças intensifica a prática do racismo, 
negligenciando as diversidades culturais que apresentam muitas riquezas, alem de 
repercutir em alguns grupos culturais se sentirem melhores e mais importantes que 
os outros, acreditando ser portador do direito de menosprezar os valores, crenças, 
fenótipos, entre outros, que não lhes pertencem, podendo resultar na baixa auto-
estima, podendo acarretar na inibição da construção da identidade dos sujeitos. 
Devemos mostrar para nossas crianças que todos nós somos diferentes em 
vários sentidos, seja nas características físicas, no modo de pensar, na 
personalidade, nos gostos entre outros, no entanto, perante as leis do nosso país, e 
da condição que envolve a todos nós, que é a de ser humano, devemos ter os 
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mesmos direitos, sejamos negros ou brancos, ricos ou pobres, homens ou mulheres, 
apesar de não ser o que acontece de fato. 
Para isso devemos estimular as crianças a aprender a conviver, fazendo da 
escola uma mostra do mundo lá fora, mostrando a elas que vivem num país 
diversificado, construído a partir de várias culturas, que é preciso respeitar as 
diferenças. 
É importante que as crianças brasileiras conheçam sobre a história do seu 
país contada pela visão do oprimido, a história dos seus ancestrais desde sua vida 
na África a sua trajetória no Brasil, sua luta, conquistas até os dias atuais assim 
como a herança cultural que nos foi deixada. 
A cultura afro-brasileira é bastante extensa, sendo que ela predomina em todo 
o Brasil, especialmente no estado da Bahia, onde se encontra a maior população 
negra fora da África às heranças culturais deixadas pelos africanos que aqui viveram 
na época da escravidão estão presentes por toda parte da cidade 
Existem diversas formas de trazer a cultura afro-brasileira para a escola. A 
literatura é uma delas. Através da literatura infanto-juvenil podemos oferecer às 
crianças uma gama de conhecimentos e percepções transmitidas através da 
linguagem e das imagens devemos ficar atentos para trazer as artes de forma que 
os educandos possam reconhecer a cultura africana como uma das culturas mais 
antigas e percussora de outras culturas, contribuindo especialmente para a nossa 
formação cultural. 
 Existem modalidades específicas em que podemos trabalhar com a cultura 
afro-brasileira, o respeito às diferenças entre outros assuntos que englobam a 
temática. Entre as modalidades encontram-se o teatro, as artes visuais, a música e a 
dança. 
Para a sala de aula é interessante que sejam realizadas atividades que 
explorem o respeito pelas diferenças, pelas culturas, o reconhecimento da história e 
das culturas africanas e afrobrasileiras, através de encenações que retratem a 
história, a luta, costumes, lendas e outras coisas. As artes visuais são muito 
importantes para a formação das crianças. 
Ao trabalhar as artes visuais, deve-se encaminhar o educando a reconhecer à 
ancestralidade, assim como a atualidade das culturas africanas que fizeram parte da 
nossa formação cultural, a construção da concepção de estética africana. 
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Para isso atividades como confecção de mascarás, desenhos e pinturas 
representando à temática, a exemplo dos estilos de tatuagem, tecidos fora outras 
atividades que podem ser usadas com as crianças desde a Educação Infantil. 
A escolha e o uso dos demais instrumentos seriam ideais que partisse do 
interesse de cada aluno a aprender. 
O ritmo está presente em todas as modalidades da arte africana, seja nas 
pinturas, ou na poesia, na prosa, na música, na dança e em diversas outras 
situações. 
É importante que sejam realizadas atividades que possibilitem aos educandos 
a conhecerem seu próprio corpo, suas capacidades e seus limites, com o objetivo de 
desenvolver os aspectos cognitivos, motores do corpo, assim como estimular a 
criatividade e a aprender a conviver. 
Ter a capoeira como um dos esportes escolares seria um método 
interessante para a estimulação da curiosidade sobre a sua história, e o interesse de 
saber como esta surgiu no Brasil. Também, acredita-se que a inserção do ensino da 
capoeira nas escolas possibilita ao educando um maior interesse pelas aulas de 
educação física. 
A capoeira faz parte da história de construção da cultura do povo brasileiro, e 
por isso não deveria ser descartada do currículo escolar. 
A importância da capoeira como esporte e arte vêm dar um importante 
respaldo no processo histórico de marco cultural, que por muitas vezes encontrasse 
esquecida do nosso sistema educacional, por isso é preciso abrir espaços no 
currículo escolar para a inserção deste esporte, pois é algo que faz parte da nossa 
história e não pode ficar desprezada, pois a capoeira além de uma luta (um esporte) 
é uma arte, e como tal deve ter seu valor respeitado. 
Todas essas manifestações, se levada ao conhecimento das crianças, podem 
aguçar seu interesse pela história de seu país, pelos esportes, pela música, pelas 
artes e outros, educando-as a fim de torná-las cidadãos de boa índole, que 
respeitam as diversidades encontradas na sociedade. 
É papel fundamental da educação, capacitar os indivíduos para compreender 
a si e aos outros, consequentemente respeitando a diversidades, sendo esta a 
condição necessária para a cidadania 
Quando se traz para a sala de aula, frequentemente, temáticas que 
exponham as diversas culturas encontradas no Brasil, dá à criança a idéia de que 
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ela vive num ambiente diversificado, e que ele é diferente, em vários pontos, das 
outras pessoas, e que tanto a cultura que norteia a vida da família dela quanto as 
que os outros vivenciam tem o seu valor, sua beleza e tem de ser respeitadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
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Hoje no Brasil temos uma grande diversidade cultural, rica pelas suas formas, 
cores, texturas, sons e movimentos. Neste sentido, a Arte se faz presente, sendo 
assim necessário que haja uma valorização para com a mesma. E falando em 
cultura, temos ainda diversos estilos brasileiros de Arte, onde destacamos a Arte 
Afro-Brasileira. 
Sendo assim, a cultura negra é também fundamental para formar a identidade 
de nossa nação, motivo pelo qual a cultura afro-brasileira se estabelece em todo 
nosso território. Vale destacar que ela é também o resultado das crenças dos 
indígenas e dos portugueses, que por muitos anos, nos influenciaram com suas 
músicas, culinária e religiões. 
Pela riqueza de suas cores e formas, e principalmente de seu povo, torna-se 
necessário que façamos um trabalho juntamente a escola para que assim crie-se 
uma valorização e uma percepçãoda sua Arte através de oficinas e trabalhos que 
abordem tal temática. 
Porém, a contribuição do negro para a cultura brasileira vai além da povoação 
e da prosperidade econômica através do seu trabalho. Vindos de diversas partes da 
África, os escravos negros trouxeram suas matrizes culturais e transformaram não 
apenas a sua religião, mas todas as suas raízes em uma cultura de resistência 
social. 
De certa maneira, esta será uma das formas de se preparar, tanto docentes 
quanto alunos, para os conteúdos referentes à emudecida História da África e dos 
afro-brasileiros. 
Diante do exposto, podemos inferir que a ação do educador compromissado 
em levar a cultura e a história da África e do afro-brasileiro ao cotidiano escolar é 
fundamental no rompimento com práticas não expressivas, bem como para o avanço 
qualitativo das relações raciais no âmbito educacional. 
 
 
 
 
 
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