Buscar

Ciência Política - AA2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso: Administração Pública 
Disciplina: Ciência Política 
Polo: Campo Grande 
 
Com base na leitura dos capítulos I, II, III, V e VII (O Segundo Tratado, de John 
Locke), discutam a relação entre os seguintes pontos: A distinção entre o estado de 
natureza e a sociedade política; e a questão da igualdade e da liberdade no direito 
natural e no direito político. 
 
- A distinção entre o estado de natureza e a sociedade política. 
 John Locke (1632-1704), filósofo inglês, foi um dos precursores das ideias 
liberais, e dentre as principais obras, destaca-se os Dois Tratados sobre o Governo Civil, 
que tinha como objetivo negar a ordem absolutista e criar uma teoria capaz de conciliar 
liberdade com a manutenção da ordem política. No estado de natureza, situação em que 
segundo a doutrina contratualista o homem ainda não instituiu o governo civil, Locke 
entende que os indivíduos são iguais, independentes e estão plenamente livres para 
decidir suas ações, dispor de seus bens como melhor entenderem e regular os 
semelhantes que possam vir a ofender os seus direitos naturais de acordo com seu 
próprio julgamento, sendo permitido usar de qualquer meio para resguardar suas vidas, 
liberdade, saúde e posses. Vive também em igualdade pelo fato de que criaturas de 
mesma espécie e posição, que nascem com as mesmas vantagens da natureza, possuem, 
por igualdade de condição, o poder e jurisdição, não tendo um nada a mais do que o 
outro. No entanto, a vida neste estado natural, implica na incerteza e insegurança da 
manutenção dos próprios direitos, pois o homem é exposto constantemente à violação 
de sua intimidade e posses, uma vez que todos são reis absolutos em suas decisões e 
julgam de acordo com seus valores, sempre em causa própria, pois sendo o indivíduo o 
julgador e executor destas leis, poderá usá-las de maneira parcial e injusta. Este 
julgamento, ainda que executado de forma correta, não dispõe de nenhum poder 
instituído socialmente que lhe sustente e dê base sólida para a execução de sua sentença, 
podendo trazer desarmonia e injustiças no convívio em comunidade. Face a isso, o 
homem resolve abdicar de sua condição de liberdade pelo aparente contrassenso da 
sujeição e submissão ao domínio de outro poder, formado pelo consenso entre os 
indivíduos, a fim de estabelecer a própria liberdade, formando um pacto social para 
criar uma sociedade politicamente organizada e que traga as respostas e soluções para as 
carências apontadas no estado natural. Locke chama esta sociedade politicamente 
organizada de sociedade política ou civil. Esta sociedade politicamente organizada deve 
ser gerida por uma instituição comum a todos, que supra as carências e deficiências do 
estado de natureza, garantido a conservação de suas propriedades, leis claras e do 
conhecimento de todos, além de uma autoridade imparcial com poder legítimo para 
fazer valer suas sentenças. 
 
 
- A questão da igualdade e da liberdade no direito natural e no direito político. 
 
 No estado de natureza todos os indivíduos são naturalmente iguais e livres e 
carregam consigo dois direitos imutáveis e irrevogáveis: o direito a liberdade e o direito 
a propriedade. São direitos que já nascem com o homem e atendem às suas necessidades 
de conservação da existência, inerentes ao direito natural e ao direito político. O direito 
político é um conjunto de normas estabelecidas pelo pacto social, que visam regular os 
direitos e deveres do estado. É mutável e estabelece normas consensuais de 
comportamento, podendo decidir qual punição, segundo seu julgar, caberá às 
transgressões cometidas dentro desta sociedade, além de poder punir qualquer dano 
cometido a um dos membros dessa sociedade por alguém que não pertença a ela. 
Portanto, a liberdade do homem na sociedade não deve estar edificada sob qualquer 
poder, exceto aquele estabelecido por consentimento da sociedade civil; nem sob o 
domínio de qualquer vontade ou constrangido por qualquer lei, salvo o que o governo 
civil decretar, de acordo com a confiança nele depositada. Para Locke, a união dos 
homens em sociedades políticas e a instituição do governo têm como principal objetivo 
a preservação de suas vidas, liberdades e bens, o que deve ser realizado com a 
superação das carências e debilidades existentes no estado de natureza. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
LOCKE, John. O Segundo Tratado Sobre o Governo / John Locke – Por Roberto Fendt.

Outros materiais

Outros materiais