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Genética Humana Resumo

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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÕES NÃO CLÁSSICOS DE HERANÇA, GENÉTICA DE 
POPULAÇÕES E HEMOGLOBINOPATIAS. 
 
 
 
MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 
BIOMEDICINA 
4º TERMO 
NOTURNO 
 
 
 
2015 
PROFESSOR PAULO 
ITAPETININGA 
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MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA:010718 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÕES NÃO CLÁSSICOS DE HERANÇA, GENÉTICA DE 
POPULAÇÕES E HEMOGLOBINOPATIAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA 
2015 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Genética Humana, do curso de 
Biomedicina, 4º termo, período noturno, 
da Faculdade Sudoeste Paulista. 
 
Orientador: Prof. Paulo 
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SUMÁRIO 
GENÉTICA DE POPULAÇÕES .................................................................................... 4 
Fontes de variação e equilíbrio Handy-Weinberg ........................................ 4 
HEMOGLOBINOPATIAS .............................................................................................. 6 
PADRÕES NÃO CLÁSSICOS DE HERANÇA .............................................................. 8 
Mosaicismo, Dissomia Uniparental e Imprinting ........................................... 8 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 9 
 
 
 
 
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GENÉTICA DE POPULAÇÕES 
Fontes de variação e equilíbrio Handy-Weinberg 
 
População é um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vivem 
em determinado ecossistema e a genética de populações estuda a distribuição 
da variação genética e o que a determina em tal população. Para que isso seja 
possível, é necessário entender qual é a frequência de alelos e genótipos na 
população, quais as consequências dos tipos de cruzamento que ocorrem nela 
e as fontes responsáveis. 
A análise do DNA é usada para identificar quais os padrões de sequência 
que se repetem múltiplas vezes, chamados de motif, e onde ocorre 
polimorfismos de nucleotídeo único (SNP), variação mais simples de todas onde 
apenas um nucleotídeo está substituído por outro em determinado lócus. O SNP 
pode ocorrer em genes com variadas funções, mas quando ocorre em regiões 
codificadoras de proteínas pode ter ação sinônima, quando a mudança não afeta 
a proteína produzida, não sinônima quando o aminoácido formado é diferente e 
sem sentido quando um alelo codificava um códon de parada e o outro codifica 
um aminoácido, assim pode-se associar o SNP a qualquer alteração funcional 
proteica ou no fenótipo e utiliza-lo como marcador nas questões de fluxo gênico 
entre populações, por exemplo. 
As variações que ocorrem nos organismos são consequências de 
processos individuais que atuam para aumentar ou diminuir indivíduos de cada 
genótipo e podem ser estudadas através da frequência genotípica e, com isso, 
a frequência alélica, que se baseia na probabilidade de determinado alelo em 
ser escolhido dentro de um conjunto gênico para a formação de um ovócito ou 
espermatozoide. Esse cálculo é feito através da lei de Handy-Weinberg, que 
determina a frequência genotípica na geração seguinte a partir da frequência 
alélica na geração atual ou a frequência alélica a partir da genotípica em uma 
geração, mas isso corre o risco de não corresponder a realidade pois a lei de 
Handy-Weinberg supõe que o cruzamento é aleatório para o gene em questão, 
também supõe a não mudança na frequência de determinado genótipo pela 
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morte do indivíduo, supõe que a população não ficará isolada parcial ou 
completamente afetando a frequência de novos indivíduos e só se aplica a 
populações grandes, por conta do acaso para a reprodução da geração seguinte 
a amostragem. É importante ressaltar que a lei de Handy-Weinberg afirma que 
a variação genética não é aumentada nem diminuída pela transmissão de um 
gene para as gerações seguintes, associando a população onde esses princípios 
são respeitados a ocorrência do equilíbro Handy-Weinberg, onde a proporção de 
homozigotos e heterozigotos será a mesma nas gerações seguintes, mas como 
esses princípios podem não ocorrer na prática, a lei de Handy-Weinberg sofre 
alterações para compensar. 
Os sistemas de cruzamento são os principais responsáveis por alterações 
nas proporções da lei de Handy-Weinberg, por conta de três tipos de desvios: 
cruzamento preferencial, o isolamento pela distância e o endocruzamento. O 
cruzamento preferencial ocorre pela escolha de parceiros para o acasalamento 
por semelhanças consigo mesmo, sendo positivo quando ocorre em indivíduos 
parecidos, podendo citar como exemplo pessoas altas que escolhem parceiros 
altos para a reprodução, e sendo negativo quando ocorre em indivíduos com 
características opostas. O isolamento pela distância acaba por formar 
subpopulações e com a reprodução dos indivíduos a proporção de homozigotos 
na população como um todo será maior que a expectativa da lei de Handy-
Weinberg por apresentar estrutura populacional. O endocruzamento ocorre pela 
tendência de acasalamento em indivíduos aparentados, que causa o aumento 
na chance de homozigotos na população, aumentando também a chance de 
homozigose para alelos deletérios que alterariam o número final de indivíduos 
na nova geração, resultando em depressão por endocruzamento, porém ainda 
existem vantagens nesse tipo de cruzamento para espécies de plantas que 
fazem autofecundação, pela facilidade maior de reprodução com esse processo. 
Além de alterações na reprodução, existem três fontes de variação para 
determinada população: mutação, recombinação e migração. A mutação é uma 
variação genética já conhecida, mas o que realmente interessa na visão da 
genética de populações é a taxa de mutação, que corresponde a probabilidade 
de uma forma alélica mudar para alguma outra forma em uma geração, podendo 
ser usada para calcular a quanto tempo esse tipo de variação está acontecendo 
na população ao se conhecer a taxa e o número de diferenças com a nova forma 
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alélica. Sem ser por mutação, só podem ocorrer variações em uma população 
através da migração ou fluxo gênico, que corresponde a entrada de novos 
gametas na população vindos de alguma subpopulação que sofria de isolamento 
por distância, gerando uma mistura genética, ou seja, indivíduos com ancestrais 
de mais de uma subpopulação da mesma espécie. A mutação e a recombinação 
trabalham em conjunto para que ocorra a variabilidade da espécie, já que a 
mutação modifica o DNA e a recombinação reúne as partes modificadas de dois 
organismos, ou seja, a mutação cria uma diferença e a recombinação amplifica 
esse efeito por reunir muitas modificações em um único organismo. Apesar de 
toda variação que causam, a recombinação e a migração por si só não são 
origem de variação sozinhos, visto que não adianta ocorrer recombinação sem 
uma mutação ter ocorrido antes e não modifica em nada a migração se todos os 
indivíduos forem homozigotos para determinado alelo, portanto a fonte principal 
e responsável por toda variação é, primeiramente, a mutação. 
 
 
HEMOGLOBINOPATIAS 
 
 As hemoglobinopatias são distúrbios herdados recessivamente, por isso 
os portadores não apresentam nenhum sintoma, mas suas proles podem 
apresentar de doenças assintomáticas à letais, por isso é necessário um trabalho 
especifico de aconselhamento genético após a detecção de pais portadores de 
genes para esses distúrbios. 
A hemoglobina é a proteína mais estudada do ponto de vista fisiológico, 
genético e bioquímico atualmente, por ser responsável pelo transporte de 
oxigênio nas hemácias, com isso sabe-se que existem seis variações normais, 
sendo a mais comum nos adultosa Hb A que possui na sua estrutura duas 
cadeias alfa de proteínas ligadas a duas cadeias beta, cada uma delas com sua 
cadeia polipeptídica globina juntamente com um grupo prostético heme, região 
onde está o ferro que se ligará ao oxigênio. Os outros tipos de hemoglobina 
diferem-se dessa pelo tipo de cadeias que se unem, podendo ser gama e alfa, 
por exemplo. 
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Os genes determinantes das hemoglobinas podem ser divididos em três 
grupos: variantes estruturais, talassemias e persistência hereditária de 
hemoglobina fetal. As variantes estruturais alteram a cadeia polipeptídica globina 
mas sem afetar sua síntese; as talassemias provocam uma diminuição na 
síntese de cadeias de globina, causando uma diferença nas quantidades de 
cadeias alfa e beta; a persistência hereditária de hemoglobina fetal se dá pela 
conversão da síntese de γ-globina para a de β-globina no período perinatal. 
Dentro do grupo das variantes estruturais existem mais três grupos separados 
de acordo com o fenótipo, sendo o primeiro o grupo das variantes que causam 
anemia hemolítica, ou seja, associada a hemólise, que podem apresentar 
hemoglobinas com novas propriedades físicas ou hemoglobinas instáveis, 
ambas gerando doenças. Uma doença muito comum na África Equatorial com 
hemoglobinas apresentando novas propriedades físicas é a Anemia Falciforme, 
causada pela homozigose para essa mutação onde ocorre uma substituição do 
códon do sexto aminoácido da cadeia beta globina, fazendo com que as 
hemácias tenham tendência a tomar um formato anormal diminuindo a tensão 
de oxigênio, além de provocar isquemia local por não poderem se enfileirar nos 
capilares, bloqueando a passagem do sangue. Os heterozigotos para tal doença 
são chamados de portadores do traço falcêmico e não possuem manifestações 
clínicas, apesar de suas hemácias sofrerem afoiçamento à baixa pressão de 
oxigênio in vitro. A ocorrência de hemoglobinas instáveis caracteriza a Hb 
Hammersmith, onde ocorrem mutações responsáveis pela desnaturação do 
tetrâmero da hemoglobina que danificam a membrana das hemácias causando 
hemólise, sendo tal desnaturação feita pela substituição da fenilalanina, 
responsável pela deposição do grupo heme em seu determinado lugar, pela 
serina, aminoácido menor e que deixa espaço não fixando o grupo heme em seu 
devido local. O segundo grupo dentro das variantes estruturais são os mutantes 
com transporte de oxigênio alterado, onde mutações afetam essa capacidade 
sem alterar outras propriedades da molécula. Por último, o terceiro grupo dentro 
das variantes estruturais são as variantes decorrentes de mutações da região 
codificante que causam talassemia, distúrbio monogênico humano causado por 
mutações que afetam a produção ou a estabilidade das cadeias de alfa ou beta 
globina, onde a falta de complemento para tais resulta num excesso da cadeia 
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em produção normal, que precipita e danifica a membrana da célula, causando 
a destruição prematura das hemácias. 
 
 
PADRÕES NÃO CLÁSSICOS DE HERANÇA 
Mosaicismo, Dissomia Uniparental e Imprinting 
 
O modo como indivíduos com hederopatias se distribuem nos 
heredogramas pode demonstrar o padrão de herança a que tal pertence, a 
menos que não pertença a um padrão clássico. Segundo as leis mendelianas, a 
hereditariedade respeita um modelo pré determinado tanto para características 
normais quanto para patologias, sendo elas heranças autossômicas dominantes 
ou recessivas, ligadas ao X ou ao Y e também por problemas cromossômicos 
numéricos ou estruturais, mas quando não seguem uma regra são chamados de 
padrões não clássicos de herança. 
Os tipos não clássicos são Mosaicismo, Dissomia uniparental, Herança 
Mitocondrial e Imprinting genômico. Na herança mitocondrial, o gene 
responsável por determinada característica está presente no DNA mitocondrial 
e é herdado inteiramente da mãe, visto que o citoplasma do espermatozoide não 
entra no ovócito, chamando esse tipo de herança de independente do núcleo. 
No caso do Mosaicismo, tem-se em um organismo duas ou mais 
linhagens celulares geneticamente diferentes descendentes de um único zigoto 
por conta de mutações, visto que quanto antes essas mutações acontecem, mais 
acometido será o organismo como um todo, podendo atingir somente a parte 
somática ou a parte germinativa. Quando ocorre na porção somática do 
organismo, ele apresentará características desse distúrbio e não passará às 
próximas gerações, mas se ocorrer na porção germinativa, o indivíduo não 
sofrerá alterações e todas as suas proles apresentarão tal alteração resultante 
do mosaicismo. A Neurofibromatose Segmentar tipo ll é uma alteração causada 
por mosaicismo somático e a Acondroplasia por mosaicismo germinativo. 
A Dissomia Uniparental se dá pela herança de dois cromossomos de 
determinado par de um único genitor, podendo ocorrer em cromossomos sexuais 
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ou somáticos, gerando mais de um distúrbio autossômico recessivo ou distúrbios 
autossômicos recessivos com anomalias fenotípicas adicionais, sendo a 
síndrome de Beckwith-Wiedemann um exemplo dessa alteração. 
O Imprinting genômico determina qual gene será passado às novas 
gerações fazendo o “desligamento” de um deles de acordo com o sexo do 
genitor. Portanto, um homem que recebeu genes do pai e da mãe terá o materno 
desligado, pois as informações que ali estão não serão utilizados por ele e, aos 
filhos, passará esse gene que recebeu de seu pai. É um tipo de herança 
monoalélica que leva a expressão diferentes de alelos dependendo da origem 
materna ou paterna, por conta de uma metilação que causa silenciamento do 
gene. As alterações mais conhecidas causadas por Imprinting são a Síndrome 
de Prader-Willi e a Síndrome de Angelman. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
LEWONTIN, R. C.; CARROLL, S. B.; GRIFFITHS, A. J. F.; WESSLER, S. R. Introdução 
À Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
PASKULIN, G. A. et al. Importância da análise cromossômica dos fibroblastos em casos 
suspeitos de mosaicismo: experiência de um serviço de Genética Clínica. Rev. paul. 
pediatr. São Paulo , v. 29, n. 1, p. 73-79, Mar. 2011 . Disponível em: 
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Acesso em 05 de Dezembro de 2015. 
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84842000000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 de Dezembro de 2015. 
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
84842000000200007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 de Dezembro de 2015. 
BONINI-DOMINGOS, C. R. et al. Hemoglobinas AS/Alfa talassemia - importância 
diagnóstica. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. v. 22, n. 3, p. 388-394, 2000. 
 
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