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Genética - Aula 7 - Herança multifatorial

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23/10/2014 
1 
GENÉTICA HUMANA 
AULA 7 – HERANÇA MULTIFATORIAL 
 
 
 
Herança poligênica 
 
• Vários pares de genes interagem para determinar uma característica, cada 
um com efeito aditivo sobre o outro (herança quantitativa) 
 
• Existe uma variedade muito grande de genótipos e fenótipos para algumas 
características, saindo de um fenótipo “mínimo” até chegar a um fenótipo 
“máximo”, numa variação contínua. 
 
•A interação desses fenótipos com o meio ambiente aumenta ainda mais essa 
variação, como é o caso, por exemplo, da cor da pele e altura das pessoas 
23/10/2014 
2 
• Segundo Davenport (1913), a cor da pele na espécie humana é resultante da 
ação de dois pares de genes (AaBb), sem dominância. 
 
• Dessa forma, A e B determinam a produção da mesma quantidade do 
pigmento melanina e possuem efeito aditivo. 
 
• Logo, conclui-se que deveria existir cinco tonalidades de cor na pele 
humana, segundo a quantidade de genes A e B. 
Genótipos Fenótipos 
aabb pele clara 
Aabb, aaBb mulato claro 
AAbb, aaBB, AaBb mulato médio 
AABb, AaBB mulato escuro 
AABB pele negra 
AB Ab aB ab 
AB AABB 
Negro 
AABb 
mulato escuro 
AaBB 
mulato escuro 
AaBb 
mulato médio 
Ab AABb 
mulato escuro 
AAbb 
mulato médio 
AaBb 
mulato médio 
Aabb 
mulato claro 
aB AaBB 
mulato escuro 
AaBb 
mulato médio 
aaBB 
mulato médio 
aaBb 
mulato claro 
ab AaBb 
mulato médio 
Aabb 
mulato claro 
aaBb 
mulato claro 
aabb 
Branca 
Fenótipos: 
1/16 branco : 4/16 mulato claro: 6/16 mulato médio: 4/16 mulato escuro : 1/16 negro 
Resultados genotípicos e fenotípicos do cruzamento de 
dois indivíduos mulatos médios, duplo-heterozigotos: 
 
mulato médio X mulato médio 
AaBb AaBb 
• Alelos favoráveis ao traço (produtores de pigmento) agem com igual intensidade e seus 
efeitos são aditivos 
 
• Também dependem de poligenes outros traços morfológicos como peso e extensibilidde 
do polegar; e traços psicológicos, como os determinantes da personalidade e do nível de 
inteligência. 
23/10/2014 
3 
DISTRIBUIÇÃO DOS FENÓTIPOS EM CURVA NORMAL OU DE GAUSS 
 
• Normalmente, os fenótipos extremos são aqueles que se encontram em 
quantidades menores, enquanto os fenótipos intermediários são observados em 
frequências maiores. 
• A distribuição quantitativa desses 
fenótipos estabelece uma curva 
chamada normal (curva de Gauss). 
TRAÇOS QUANTITATIVOS E AMBIENTE 
 
• Praticamente todos os traços poligênicos são também influenciados pelo modo 
de vida e outros fatores ambientais 
 
• Não se herda determinada altura, peso ou cor e sim uma potencialidade 
(predisposição genética) quantitativa, que será desenvolvida em menor ou maior 
grau, pelo ambiente. 
Ex.: 
Altura e peso → dependem da nutrição e do exercício físico 
Pigmentação da pele → depende da exposição ao sol 
 
• Indivíduos com o mesmo genótipo podem ter fenótipos diferentes por conta do 
ambiente. 
 
• Quanto maior o número de pares de genes envolvidos, maior o número de 
fenótipos diferentes. 
 
• A distribuição dos genótipos é descontínua, mas as dos fenótipos fica contínua. 
23/10/2014 
4 
EFEITO DE LIMIAR 
 
• Podemos transformar a distribuição fenotípica em descontínua ao criar classes 
fenotípicas antagônicas. 
 
• Ex: 
Pessoas com mais de 1,90m → gigantes 
Pessoas com menos de 1,90m → não gigantes 
O ponto de ruptura 1,90m é o limiar 
 
•Existem casos em que há um limiar real, que marca, de fato, uma ruptura na 
continuidade fenotípica: 
 
Malformações congênitas multifatoriais poligênicas 
 
 Lábio leporino (acompanhado ou não de palato fendido) 
 Palato fendido sem lábio leporino 
 Defeitos de fechamento de tubo neural 
(espinha bífida, encefalocele e anencefalia) 
O defeito é familial: ocorre mais nos parentes dos afetados do 
que na população geral 
 
• As pessoas normais das famílias que têm afetados variam de suscetibilidade, 
embora ela seja sempre inferior ao limiar, mas em média, elas devem ter maior 
suscetibilidade do que pessoas normais de famílias sem o defeito. 
 
•A predisposição poligênica combinada com infuências ambientais intra-uterinas 
promovem distribuição contínua de suscetibilidades, que só desencadeiam o 
defeito quando ultrapassam o limiar. 
 
• Os sistemas poligênicos, quando íntegros, protegem adequadamente o 
desenvolvimento embrionário contra fatores ambientais nocivos; mas, se vários 
genes deletérios estiverem presentes, tal proteção pode enfraquecer-se a ponto 
de fatores ambientais adversos, banais em condições normais, desencadearem 
defeito congênito. 
 
23/10/2014 
5 
No mecanismo multifatorial existe um limiar de 
predisposição hereditária, que, se for ultrapassado, em 
consequência do acúmulo de poligenes detrimentais, 
torna o indivíduo propenso a desenvolver determinada 
malformação congênita, na dependência da existência da 
fatores ambientais nocivos. 
LÁBIO LEPORINO (fenda labial ou fissura labial) 
 
• Caracteriza-se por fendas parciais ou completas do lábio superior, uni ou 
bilaterais, sempre de posição paramediana 
 
• As fendas podem comprometer a gengiva e considera-se o lábio leporino total 
quando a fenda se prolonga para cima até o nariz e para trás até o canal palatino 
posterior 
• Incidência: 1 a cada 1000 crianças 
 
• Dois terços dos portadores são do sexo 
masculino (o limiar de predisposição 
poligênica é mais elevado em mulheres) 
 
• 10% dos pacientes apresentam 
malformações associadas como pé torto 
congênito, defeitos vertebrais e 
polidactilia 
 
23/10/2014 
6 
• Essa má formação não é uma alteração apenas estética. É a causa de problemas de saúde: 
 
1ª dificuldade dos portadores do lábio leporino: alimentação. A fissura impede a formação do vácuo 
que permite a sucção do leite. 
 
As fissuras palatinas impedem também a fonação normal (dificuldades na fala e na audição) 
 
Problemas respiratórios 
 
Alterações na dentição 
 
Problemas emocionais e de auto-estima 
• As fissuras de lábio devem ser fechadas 
cirurgicamente antes dos três meses de idade. 
Quando ocorrem deformidades do nariz, as 
correções cirúrgicas devem ser feitas aos 4 anos e as 
ósseas aos 12anos. A cirurgia da fenda palatina deve 
ser feita antes que a criança comece a falar, 
geralmente aos 18 meses de idade. 
23/10/2014 
7 
Aspectos genéticos 
 
• É condicionado por mecanismo multifatorial, ou seja, depende de 
predisposição hereditária, de natureza poligênica, associada a influências 
ambientais 
 
• Não se conhece o número de genes que constitui o sistema poligênico nem 
quais são os fatores ambientais capazes de desencadear o defeito (deficiências 
nutricionais e algumas deficiências maternas durante a gravidez, radiação, 
determinados medicamentos, álcool, tabagismo) 
 
• Sabe-se da influência multifatorial devido a estudos que utilizaram o método 
dos gêmeos, onde a taxa de concordância (frequência em que o outro gêmeo 
do par também apresenta o traço) foi de 40% entre gêmeos monozigóticos e de 
5% ente gêmeos dizigóticos 
 
• O aconselhamento genético é feito, então, a partir da avaliação do risco de 
recorrência em indivíduos ligados em grau de parentesco ao portador de lábio 
leporino 
23/10/2014 
8 
DEFEITOS DO TUBO NEURAL 
 
• Nos primeiros dias da gestação a placa neural se fecha, formando o 
tubo neural. 
 
• Os defeitos do fechamento do tubo neural (DFTN) são malformações 
congênitas freqüentes que ocorrem devido a uma falha no fechamento 
adequado do tubo neural embrionário, durante a quarta semana de 
embriogênese. 
 
• Apresentam um espectro clínico variável: 
Fechamento precoce 
 
 
Espinha Bífida 
 Oculta 
Meningocele 
Mielomeningocele 
 Encefalocele 
Fechamento tardioAnencefalia 
(ausência de cérebro) 
ESPINHA BÍFIDA 
 
• A palavra bífida significa dividida 
 
• É uma malformação da coluna vertebral 
 
• A extremidade inferior do tubo neural não se fecha corretamente, causando 
sérios danos medulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Apesar da possível correção cirúrgica, a lesão nervosa é permanente e 
resultam em níveis diversos de paralisia dos membros inferiores, bexiga e 
intestino. Além do comprometimento físico a maior parte dos indivíduos 
afetados também apresenta distúrbios mentais. 
23/10/2014 
9 
Três tipos de espinha bífida: 
 
Oculta - é a forma mais branda da espinha bífida. Em geral apresentam lesões apenas 
nas vértebras. Muitas vezes as pessoas desconhecem que possuem esse tipo de DTN, e 
só são diagnosticadas após exames mais detalhados. Quando as lesões atingem mais de 
uma vértebra, o comprometimento poderá levar a desconforto. Uma indicação desse 
tipo de DTN é o aparecimento de pequenos tufos de cabelo, além de pequenos orifícios 
ou cavidades na pele, ao longo da coluna. 
 
Meningocele - é o tipo mais raro e de menor comprometimento das funções 
neurológicas, pois não compromete o sistema nervoso. As meninges se distendem e 
passam por entre as vértebras que estão abertas. Isso forma um cisto no local formado 
por tecidos da meninge e de líquido cefalorraquidiano. 
 
Mielomeningocele - é o tipo mais comum e de maior gravidade. Além das meninges o 
sistema nervoso fica exposto e o cisto formado, contém, além das meninges e do líquido 
cefalorraquidiano, partes da medula e nervos. As suas seqüelas irão depender do nível 
de comprometimento apresentado. Quanto mais baixa a lesão medular será menor o 
comprometimento dos órgãos.Se as lesões forem mais altas, haverá maior 
comprometimento. As pessoas portadoras desse tipo de DTN podem apresentar 
problemas neurológicos, malformações ortopédicas (pés tortos, luxações de quadril, 
cifoses), dificuldades para controlar a bexiga e intestinos, incluindo-se a hidrocefalia. 
ESPINHA BÍFIDA 
ESPINHA BÍFIDA OCULTA 
MENINGOCELE 
MIELOMENINGOCELE 
23/10/2014 
10 
ENCEFALOCELE 
 
• O cérebro e as meninges herniam-se através de um 
defeito na calota craniana. 
 
• As manifestações clínicas que uma criança com 
encefalocele incluem: 
 
Acúmulo excessivo de líquido no cérebro 
Ausência de forças nos membros superiores e/ou inferiores 
Cabeça muito pequena 
Descoordenação da musculatura esquelética 
Atraso no desenvolvimento mental e físico 
Problemas de visão 
Convulsões 
• A única forma eficaz de tratamento, até o momento, é a cirurgia reparadora, 
que geralmente é feita durante a infância. A extensão da correção fica na 
dependência de cada caso. 
ANENCEFALIA 
 
• Má formação ou ausência do cérebro e/ou 
da calota craniana (os rudimentos de cérebro, 
se existem, não são cobertos por ossos). 
 
• A expectativa de vida de bebês nascidos com anencefalia é muito curta e ela 
é sempre uma patologia letal a curtíssimo prazo. 
 
• É mais comum em fetos femininos e em mães nos extremos da faixa 
reprodutiva, muito jovens ou muito idosas. 
 
• Os fetos anencéfalos podem assumir posições anômalas, dificultando o parto, 
já que o fenômeno físico do parto precisa do crânio. O ombro deles, não se 
sabe o porquê, é maior. E ainda existe o risco de não contração uterina após o 
parto levando a hemorragias no pós-parto, o que pode colocar a vida da 
mulher em risco. 
 
• Não existe cura ou tratamento para a anencefalia. É um diagnóstico 
gravíssimo e muito traumático para os pais. Nos fetos nascidos vivos pode ser 
dado um suporte ventilatório, o que tem efeito apenas paliativo. 
23/10/2014 
11 
Merocrania 
Se caracteriza pela presença de um pouco mais da caixa craniana do que o 
anencéfalo e de uma membrana que reveste o resquício de cérebro e funciona 
como proteção contra infecções. É mais rara e os merocrânicos conseguem ter 
uma sobrevida vegetativa maior, embora também muito breve. 
• Anencefalia e Espinha Bífida são anomalias relacionadas. Famílias que 
apresentam casos de uma delas são mais propensas a apresentar casos da 
outra. 
 
• A incidência dos DFTN, de uma maneira geral, se situa em torno de 1:1.000 
nascimentos vivos . Ocorrem mais em meninas. 
 
• O risco de recorrência em futuras gravidezes de um casal que teve um filho 
com DFTN é cerca de 25 a 50 vezes maior que o risco da população em geral, se 
situando entre 4 e 5% . 
 
• Propõe-se que vários genes estejam envolvidos no fechamento do tubo 
neural. Alguns desses genes podem conferir um forte componente genético, 
enquanto outros podem produzir apenas um pequeno efeito ou interagir com 
outros genes. Os genes candidatos mais estudados são aqueles associados com 
o metabolismo do ácido fólico. 
 
• A suplementação periconcepcional e durante o primeiro trimestre de gravidez 
reduz o risco de ocorrência em cerca de 50 a 70%. 
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12 
Próxima aula: 
 
Estudo dos cromossomos 
 
Caracterização dos cromossomos humanos, cariótipo 
 
Aberrações cromossômicas numéricas: 
Caracterização genética e clínica dos casos mais freqüentes 
Aneuploidias autossômicas: síndromes de Patau, Edwards e Down 
Aneuploidias sexuais: síndromes de Turner e Klinefelter 
 
Leitura: 
OTTO, P. G. ; OTTO, P. A.; FROTA-PESSOA, O. Genética Humana e Clínica. 2ª ed. 
São Paulo: Ed. Roca, 2004.

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