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13. INTERVENC¦ºA¦âO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

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ATUALIZADO EM 17/04/2017
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
Conceito
Em regra o Estado não intervirá na propriedade privada. A intervenção acontece em caráter excepcional. Por ser exceção deve ser sempre bem fundamentada. Quais são os fundamentos? (1) Supremacia do interesse público (2) Prática de uma ilegalidade (exploração de trabalho escravo, plantio de drogas).
Direito de propriedade: significa o direito de usar, gozar, usufruir e reaver. Está nos incisos XXII e XXIII do art. 5º da CF. É exercido em caráter exclusivo (usa sozinho ou com quem deseja), absoluto (é a liberdade sobre aquele bem) e perpétuo 
Na intervenção da propriedade, o Estado vai interferir em um dos caráteres da propriedade.
Faculdade de usar: utilizar a coisa, atendidos os limites dispostos na Constituição Federal e no próprio CC/2002;
Faculdade de gozar (ou fruição): retirar os frutos da coisa, que podem ser naturais, industriais ou civis (rendimentos);
Faculdade de dispor: dispor da coisa, seja por atos inter vivos (ex.: compra e venda, doação) ou causa mortis (ex.: testamento);
Direito de reivindicar: reivindicar a coisa de quem injustamente a detenha, por meio de ação de natureza petitória (mais comum a ação reivindicatória), que é imprescritível (STJ). 
Obs.: Na ação petitória é possível discutir a propriedade; nas ações possessórias não é possível discutir a propriedade.
A concomitância de todos os atributos da propriedade caracterizará a propriedade plena; a titularidade de apenas algum deles poderá caracterizar a posse. 
Características do direito de propriedade
É direito absoluto: o titular do direito da propriedade pode utilizar a coisa como bem entender ou mesmo não utilizá-la;
É direito exclusivo: a coisa pertence a um determinado titular, com exclusividade. O caráter de exclusividade não é retirado pelos institutos do condomínio e da copropriedade. Somente o titular do direito de propriedade (ou coproprietário ou condôminos) é que poderá exercer as faculdades de usar, gozar e dispor, bem como o direito de reivindicar. 
É direito perpétuo: existe independentemente do seu exercício. O direito de propriedade somente se interrompe com a ocorrência de um fato novo. 
É direito elástico: para Orlando Gomes, a propriedade tem variados graus de elasticidade, na medida em que pode sofrer redução nos direitos reais de gozo ou fruição e nos direitos reais de garantia;
É direito complexo: é constituída por quatro atributos, que devem estar presentes para a caracterização da propriedade plena;
É direito fundamental: previsto como direito individual fundamental (Art. 5º, XXII e XXIII, da Constituição Federal), que deve ser observado tanto pelo Estado (eficácia vertical) como pelos particulares (eficácia horizontal). 
Garantias do direito de propriedade
Garantia de conservação: ninguém pode ser privado de seus bens fora das hipóteses previstas na Constituição.
Garantia de compensação: caso privado de seus bens, o proprietário tem o direito de receber a devida indenização equivalente aos prejuízos sofridos.
O conceito constitucional de propriedade transcende à concepção privatista estrita, abarcando outros valores de índole patrimonial, como as pretensões salariais e as participações societárias. O conceito constitucional de propriedade contempla as hipotecas, penhores, depósitos bancários, pretensões salariais, ações, participações societárias, direito de patentes e marcas. Assim, embora integre o conceito de propriedade a definição constante da legislação civil, é certo que a garantia constitucional da propriedade abrange não só os bens móveis ou imóveis, mas também outros valores patrimoniais.
O direito de propriedade deve ceder quando isso for necessário à tutela do interesse público, como ocorre nas hipóteses de desapropriação por interesse público, por utilidade ou necessidade pública, de requisição de bens, etc.
FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO DE PROPRIEDADE
José Afonso da Silva salienta que o caráter absoluto do direito de propriedade evolui de uma concepção individualista constante da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, segundo a qual o exercício do direito de propriedade estaria limitado apenas na medida em que ficasse assegurado aos demais indivíduos o exercício de seus direitos, para uma concepção de propriedade com função social, pela aplicação das teorias do abuso do direito, das limitações negativas e posteriormente de imposições positivas, deveres e ônus, chegando-se ao que se conhece por função social da propriedade, que não se confunde com propriedade socialista, atualmente em crise. 
Celso de Mello
Para José Afonso da Silva, a função social é elemento que compõe o direito de propriedade (e não mera decorrência de limitações impostas pelo poder de polícia do Estado), fazendo parte da sua estrutura, de modo que não existe direito de propriedade sem atendimento da sua função social. Para o referido autor, o direito de propriedade é instituto de direito público, sendo que apenas as relações civis decorrentes do direito de propriedade é que são regidas pela legislação civil (CC/2002).
A função social da propriedade faz com que a propriedade envolva a situação jurídica de mão dupla, ou seja, o proprietário tem direitos e deveres em relação ao não proprietário, que da mesma forma, os tem em relação ao proprietário. Não há definição apriorística da função social da propriedade, ou seja, trata-se de um conceito indeterminado.
Desde a CF/46, fala-se na função social da propriedade (ordem econômica), mas, somente na CF/88 (a primeira na história brasileira a fazer isso) o direito de propriedade foi tratado no artigo 5º, que garante os direitos fundamentais da pessoa humana.
A função social da propriedade está prevista na Constituição Federal nos seguintes termos:
Art. 5º XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
No novo CC/02, o proprietário permanece com as mesmas prerrogativas do CC/16 (que herdou do Código Civil Francês), entretanto, o direito de propriedade está muito diferente. No CC/16 (de concepção burguesa e patrimonialista) garantia-se o direito de propriedade como um direito absoluto, sem a intervenção do Estado; o proprietário tinha todos os direitos e nenhum dever. 
A propriedade continua a dar as mesmas prerrogativas, que sempre deu, mas o conteúdo e o exercício foram modificados desde a CF/88 pela ideia de funcionalização do direito de propriedade, ou seja, é a função social da propriedade que dá o tom de modificação do direito de propriedade.
Vige uma noção moderna de verificação do direito de propriedade, já que deve atender a função social, ou seja, o dono não faz o que quer com a coisa, deve respeitar o interesse da coletividade. Exemplos de Restrição ao Direito de Propriedade: tombamento, desapropriação, usucapião.
O artigo 170, II, fala também da função social da propriedade. 
A propriedade que descumpre a sua função social não tem a mesma proteção da CF.
Na mesma linha, mas acrescentando ainda a função socioambiental da propriedade, em atenção aos preceitos do art. 225 da Constituição Federal, o § 1º do art. 1.228 do CC/2002 dispõe que “O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”.
No caso de PROPRIEDADE RURAL, dispõe o art. 186 da Constituição Federal que a função social é cumprida quando a propriedade ruralatende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
De outro lado, a PROPRIEDADE URBANA cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, § 2º, CF), sendo que, de acordo com o § 1º do art. 182 da CF, o plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes.
Para José Afonso da Silva, o direito de propriedade somente é garantido pela Constituição Federal na medida em que atende a sua função social. Marcelo Novelino, porém, entende que o que varia é o grau de proteção conferido ao direito de propriedade, sendo que mesmo em relação àquelas que não atendam a sua função social, além do da possibilidade de utilização das ações possessórias, é vedada a invasão por movimentos sociais organizados, mesmo sob o pretexto de promover a reforma agrária, bem como a supressão legislativa da propriedade privada e, ainda, a retirada arbitrária do direito de propriedade sem a observância do devido processo legal.
#OUSESABER: A desapropriação de imóvel rural por interesse social para reforma agrária é suspensa quando acontecer invasão motivada por conflito agrário, mesmo que após a realização de vistoria? ERRADA!
Sobre o tema, existe interessante previsão no parágrafo 6o do art 2o da Lei 8629: Art 2o, § 6o: O imóvel rural de domínio público ou particular objeto de esbulho possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, ou no dobro desse prazo, em caso de reincidência; e deverá ser apurada a responsabilidade civil e administrativa de quem concorra com qualquer ato omissivo ou comissivo que propicie o descumprimento dessas vedações. 
Pela dicção legal, pode-se entender, prima facie, que em qualquer momento que ocorrer a invasão devem-se aplicar os efeitos desse artigo. Interpretando tal dispositivo, o STF entende que não se deve entender isso. Para o Pretório Excelso, tal dispositivo possui aplicação apenas nas hipóteses em que a invasão ocorreu antes ou durante a vistoria realizada pelo INCRA, de forma que possa ter afetado o contexto fático relative à produtividade do imóvel. Vejamos: “A invasão do imóvel por integrantes do Movimento dos Sem-Terra ocorreu em período posterior à conclusão das vistorias realizadas pelo INCRA, de modo que não teve o condão de influenciar nos resultados encontrados sobre a produtividade da fazenda. Precedentes. O imóvel rural objeto da futura partilha entre herdeiros continua sendo único até o fim do inventário, embora com mais de um proprietário, formando um condomínio. Ordem denegada.” (STF. MS 25283/DF, DJe 06/03/2009). Não existe, então, suspensão quando essa invasão ocorre depois da vistoria! 
A propriedade rural que não atenda à sua função social está sujeita à desapropriação, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei (art. 184 da Constituição Federal). 
A propriedade urbana não edificada, subutilizada ou não utilizada, ou seja, que não atenda à sua função social (descumprimento das normas do plano diretor), está sujeita a (art. 184, § 4º, da Constituição Federal):
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; extrafiscal.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
A função social da propriedade restringe-lhe o caráter absoluto, vez que o proprietário não poderá utilizá-la da forma como bem entender, mas de acordo com a normatividade prevista para o atendimento da sua função social. 
O proprietário não pode praticar atos que não lhe tragam benefício algum, sob pena de ser aplicada a Teoria do Abuso do Direito (art. 1228, § 2º, CC). Note-se que a Teoria do Abuso do Direito não exige mais o preenchimento do requisito subjetivo, consistente na vontade de prejudicar outrem, trate-se do abuso objetivo, ou seja, basta a configuração do abuso do direito, sem mesmo a intenção de prejudicar outrem. 
Todas essas disposições permitem afirmar que o direito de propriedade está delineado em nossa Constituição como uma típica norma constitucional de eficácia contida, pois pode ser restringida por meio de certos conceitos de larga difusão no direito público: necessidade e utilidade pública, interesse social, perigo público iminente.
Não existe um conceito constitucional fixo, estático de propriedade, afigurando-se, fundamentalmente, legítimas não só as novas definições de conteúdo como a fixação de limites destinados a garantira sua função social. Deve-se reconhecer que a garantia constitucional da propriedade está submetida a um intenso processo de relativização, sendo interpretada de acordo com os parâmetros fixados pela legislação ordinária. Tais limitações devem preservar o direito de propriedade enquanto garantia constitucional, observando o princípio da proporcionalidade, que exige que as restrições sejam adequadas, necessárias e proporcionais. 
O direito de propriedade abrange tanto os bens corpóreos como incorpóreos (propriedade intelectual). A propriedade intelectual abrange os “direitos de autor” e os direitos relativos à “propriedade industrial”, como a proteção de marcas e patentes.
Os direitos autorais têm sua proteção regulamentada na Lei nº 9.610/98, que no artigo 7º define obras intelectuais protegidas como “as criações de espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro” (exs: textos de obras literárias, composições musicais, obras audiovisuais, programas de computador, etc.).
A propriedade industrial é regulamentada na Lei nº 9.279/96, que no seu artigo 2º assegura a “proteção dos direitos relativos à propriedade industrial mediante a concessão de patentes de invenção e concessão de registro de marca e repressão à concorrência desleal”.
A Constituição enumera ainda como direito individual o direito à herança (artigo 5º, XXX), através do qual o proprietário tem a garantia de que o patrimônio que acumulou durante toda a vida poderá ser transmitido conforme sua vontade, não permitindo a apropriação do Estado.
Proteção especial foi conferida à pequena propriedade rural produtiva, pois foi concedido a ela imunidade ao imposto territorial rural, além de impenhorabilidade em relação ao pagamento dos débitos decorrentes de sua atividade produtiva.
Jurisprudência do STF acerca da função social da propriedade
“O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que, descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5º, XXIII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os procedimentos fixados na própria Constituição da República. O acesso à terra, a solução dos conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente constituem elementos de realização da função social da propriedade.” (ADI 2.213-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-4-2002, Plenário, DJ de 23-4-2004.) No mesmo sentido: MS 25.284, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17-6-2010,Plenário, DJE de 13-8-2010.
 “O STF firmou o entendimento – a partir do julgamento do RE 153.771, Pleno, 20-11-1996, Moreira Alves – de que a única hipótese na qual a Constituição admite a progressividade das alíquotas do IPTU é a do art. 182, § 4º, II, destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.” (AI 456.513-ED, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 28-10-2003, Primeira Turma, DJ de 14-11-2003.) No mesmo sentido: RE 192.737, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5-6-1997, Plenário, DJ de 5-9-1997.
“A garantia da função social da propriedade (art. 5º, XXIII, da Constituição) não afeta as normas de composição de conflito de vizinhança insertas no Código Civil (art. 573 e seus parágrafos), para impor, gratuitamente, ao proprietário a ingerência de outro particular em seu poder de uso, pela circunstância de exercer este último atividade reconhecida como de utilidade pública.” (RE 211.385, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 20-4-1999, Primeira Turma, DJ de 24-9-1999.)
“O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade (...).” (RE 178.836, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-6-1999, Segunda Turma, DJ de 20-8-1999.)
“A própria Constituição da República, ao impor ao Poder Público dever de fazer respeitar a integridade do patrimônio ambiental, não o inibe, quando necessária a intervenção estatal na esfera dominial privada, de promover a desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária, especialmente porque um dos instrumentos de realização da função social da propriedade consiste, precisamente, na submissão do domínio à necessidade de o seu titular utilizar adequadamente os recursos naturais disponíveis e de fazer preservar o equilíbrio do meio ambiente (...).” (MS 22.164, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-10-1995, Plenário, DJ de 17-11-1995.)
Competência para legislar sobre direito de propriedade, desapropriação e requisição é da União – art. 22, I, II e III.
Competência para legislar restrições e ordenamento do uso do solo – União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Alguns autores afirmam que a intervenção da propriedade tem como fundamento o poder de polícia, que significa a compatibilização de interesses em prol do bem estar social. Para a maioria dos autores o poder de polícia é fundamento para todas as modalidades, salvo a desapropriação. Hely Lopes Meireles = o poder de polícia é fundamento apenas para a limitação administrativa. 
2. Formas de intervenção
a) Restritivas
Há uma restrição, mas a propriedade continua com o titular inicial. Servidão, tombamento, ocupação, limitação e requisição.
b) Supressiva
A única hipótese supressiva é a desapropriação. O dono perde a propriedade. Obs. Celso Antônio chama a desapropriação de sacrifício de direito.
Obs. por muitas vezes o Estado simula uma intervenção restritiva, quando na verdade se trata de forma supressiva. É uma desapropriação indireta (desapropriação sem procedimento próprio). 
3. Modalidades de intervenção na propriedade
Limitações administrativas
Ocupações temporárias
Requisições
Tombamento
Servidões administrativas
Desapropriação
3.1. Limitação administrativa
- PODER DE POLÍCIA – NÚMERO DE ANDARES
É a atuação do poder público em caráter geral, que atinge proprietário indeterminado e que vai afetar o caráter absoluto (liberdade sobre o bem). Ex. número de andares para construir.
É uma atuação voltada para a garantia do bem-estar social, assim é expressão do poder de polícia.
Conteúdo: Pode ser obrigação de fazer ou de não fazer. Em regra será uma obrigação de não fazer (limite de altura de prédio). Ex. de obrigação de fazer é a instalação de extintores imposta pelo Poder Público.
Conteúdo: Para di Pietro, a diferença está no fato de a servidão ser imposta em favor de determinado bem afetado a fim de utilidade pública, ao passo que a limitação é imposta em face de interesse público genérico.
É uma imposição pela administração, de caráter geral, abstrato, gratuito e unilateral. 
Terão aplicação para o futuro, não atingindo situações pretéritas.
Não há que se falar em indenização. Como todos estarão dividindo a imposição. EXCEPCIONALMENTE, o poder público terá que indenizar, caso determine a demolição para obediência à limitação.
Em regra, o proprietário não tem direito à indenização por conta das limitações administrativas que incidam sobre sua propriedade (a limitação administrativa é gratuita). No entanto, excepcionalmente, a jurisprudência reconhece o direito à indenização quando a limitação administrativa reduzir o valor econômico do bem. O prazo prescricional para que o proprietário busque a indenização por conta das limitações administrativas é de 5 anos. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.317.806-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012 (Info 508).
A limitação administrativa distingue-se da desapropriação, uma vez que nesta há transferência da propriedade individual para o domínio do expropriante, com integral indenização; e naquela há, apenas, restrição ao uso da propriedade imposta genericamente a todos os proprietários, sem qualquer indenização. Não há desapropriação indireta sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público. Desse modo, as restrições ao direito de propriedade impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não constituem desapropriação indireta. A edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade caracteriza uma limitação administrativa, cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de uma ação de direito pessoal, e não de direito real, como é o caso da ação contra a desapropriação indireta. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1359433/MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 12/03/2013).
Poder Judiciário: pode controlar esse ato, mas apenas quanto à legalidade. A imposição pode ser ilegal ou inconstitucional, inclusivo, com avaliação da proporcionalidade e da razoabilidade.
Obs. área de preservação ambiental = geralmente é limitação administrativa. Mas pode ser caso de desapropriação indireta, se a restrição for total.
Obs. Limitação civil = direito de vizinhança (não poder construir janela que impeça a passagem de luz). Aqui há interesse privado.
Características
Atos legislativos ou administrativos de natureza geral, fundamentados em lei;
Tem caráter de definitividade;
Tem como motivos interesses públicos abstratos;
Ausência de indenização;
Incide preferencialmente na propriedade imóvel;
Obriga os particulares, o próprio ente que a instituiu e as demais pessoas políticas.
Questão: O STJ tem entendido que as áreas non aedificandi à beira das rodovias estão sujeitas a limitações administrativas, de modo que não geram direito a indenização. Esse entendimento tem sido adotado especialmente em se tratando de área rural. No caso de área urbana, é necessário verificar-se se a restrição administrativa já existia antes da inclusão da área no perímetro urbano e se implica interdição do uso do imóvel. em caso afirmativo, a indenização é devida.
Por ser unilateral, deve decorrer de lei. EXEMPLOS: PDU – plano diretor urbano (artigo 182, CF/88); lei municipal; competência dos Municípios. 
O Estatuto da Cidade (Lei 10257/01). Nas cidades acima de 20.000 habitantes, o Plano Diretor será obrigatório, sob pena de improbidade administrativa do Prefeito Municipal; da mesma forma, sob pena do mesmo efeito, todas as cidades devem rever seu Plano Diretor no prazo de 10 a 10 anos. Nesse caso específico, há restrição ao aspecto absoluto da propriedade.
3.2. Servidão administrativa
O Estado vai usar o bem para prestar um serviço público. É um direito real (a servidão é perpétua, enquanto durar a vontade do Estado) sobre coisa alheia. Ex. usar terreno para a passagem de tubulação de gás.
Na servidão há a redução da área útil do imóvel. O poder público limita o uso da propriedade para a execução de serviços públicos.
Recai sobre imóvel público ou privado.
COBRANÇADE VALORES PELA CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA PARA INSTALAÇÃO DE POSTES E CABOS AÉREOS Concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. STJ. 1ª Seção. EREsp 985.695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554).
A relação de dominação não é de um bem em relação a outro (como ocorre no direito civil), mas de uma finalidade sobre um bem (finalidade pública sobre a finalidade privada do bem): SERVIÇO DOMINANTE e BEM SERVIENTE.
Conceito: É um ônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular ou pública para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário.
Atinge o caráter exclusivo da propriedade, pois o Estado estará usando o bem juntamente com o particular. É uma obrigação de deixar fazer;
A servidão tem caráter perpétuo.
Cabe indenização? Em regra não. Só haverá indenização no caso de dano efetivo. Ônus cabe ao proprietário. Ela nunca poderá corresponder ao valor do bem. Se houver indenização é anterior.
Há uma relação de dominação de um serviço sobre um bem, diferentemente do que ocorre no direito civil.
Obs. Servidão civil. Imóvel A não tem acesso à via pública, mas B tem. A vai passar um caminho dentro de B. A é o dominante e B é o serviente. A relação de dominação é de um bem sobre o outro. A SERVIDÃO CIVIL é um direito real instituído sobre um prédio estabelecido em favor de outro subserviente (Ex. servidão de passagem). 
Forma de constituição (como surge a servidão):
Previsão legal. Ao invés de a lei somente autorizar, ela já estabelece a servidão; JS não concorda. Considera limitação, em razão da generalidade da lei.
Decisão judicial
Acordo entre as partes
Usucapião: e por usucapião cabe a instituição? MARINELA: discorda.
Obs. a servidão tem que ser registrada (transcrição obrigatória). O registro serve para dar publicidade à servidão e consequentemente proteger o terceiro de boa fé. ATENÇÃO: se a servidão tem como forma de constituição a lei não é necessário dar publicidade, ou seja, não precisa de registro.
A servidão administrativa se estabelece, via de regra, por lei; mas algumas já nascem automaticamente da lei e outras somente com a existência de fato.
Servidão administrativa decorrente de fato: nasce de ato administrativo para colocá-lo em execução, apesar de já prevista em lei. Esse ato tem que ser celebrado em acordo com o proprietário ou decisão judicial; EXEMPLOS: servidão de aqueduto, oleoduto, gasoduto. 
Servidão administrativa decorrente de lei: EXEMPLO: margem de rios não-navegáveis são bens privados mas estão gravadas com a servidão de passagem de agentes públicos para verificações ambientais – 10 m a partir das enchentes ordinárias. Não enseja a indenização (geral). Obs: o Código de Águas, Lei 23643/34 (Primeiro diploma jurídico que tratou do assunto) definiu o que é um rio navegável aquele que comporta qualquer embarcação, inclusive jangadas. Isso deve ser entendido como uma lei de 1934, tempo que ainda não existia um porta-aviões, por exemplo. O Rio São Francisco não comporta tal embarcação, mas não retira a sua condição de rio navegável. Os rios navegáveis e os rios flutuáveis (que permitem o transporte de hastes de lenhas por flutuação, apesar de não serem navegáveis) têm margem que são bens públicos (terrenos marginais – 15 m a partir das enchentes ordinárias). JS considera limitações.
Obs. Diferenças entre servidão civil e administrativa: O interesse, as normas incidentes e a relação de subordinação.
Características comuns a todas as servidões:
Natureza de direito real na coisa alheia;
Situação de sujeição;
O conteúdo da servidão é uma utilidade inerente a coisa;
Permite uso, gozo ou ato de retirar determinados produtos.
Princípios informadores da servidão:
Perpetuidade;
Não se presume;
Uso moderado;
Não se institui sobre coisa própria.
Características da servidão administrativa:
Ônus real;
Incide sobre imóvel (no caso de bem público deve ser observado o princípio da hierarquia federativa e deve contar com autorização legislativa) – U >E>M
Perpetuidade;
Indenização em razão de prejuízos;
Inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui através de acordo ou decisão judicial.
Há muita polêmica sobre a qualificação das modalidades de servidão. Para alguns autores são modalidades de limitação (JS). Rol exemplificativo.
1) Servidão De Terrenos Marginais: 10 m de águas públicas não-navegáveis. Há muitos autores que falam que se trata de uma limitação. Essa é uma questão polêmica.
2) Servidão Ao Lado Do Aeroporto: quem mora próximo ao aeroporto sofre limitação de suas atividades e direito de construir. EXEMPLOS: altura e utilização de radioamador.
3) Servidão De Patrimônio Tombado: as propriedades próximas ao patrimônio tombado ficam obrigadas a respeitar a visibilidade do patrimônio tombado.
4) Servidão De Fortificações Militares: proteção da segurança nacional.
Obs.
	Limitação administrativa
	Servidão administrativa
	Geral e abstrato
	Específico bem determinado
	Não é ônus real
	Ônus real
	Afeta caráter absoluto
	Afeta caráter exclusivo
	Não tem relação de dominação
	Há relação de dominação
	Sem indenização
	Indenização possível
	Obrigação de não fazer
	Obrigação de suportar
Pergunta: A tem fazenda, onde passam torres de alta tensão (diferente da simples passagem de energia elétrica). Ele não pode plantar, criar, reformar. Não pode fazer nada. É mesmo uma servidão? NÃO! A jurisprudência já tem orientação de que no caso de torres de alta tensão que impedem o uso da propriedade o Estado deveria desapropriar. O Estado está então desapropriando sem procedimento próprio – desapropriação indireta.
3.3. Requisição
Em caso de iminente perigo o Estado poderá intervir na propriedade. Art. 5º, XXV. Ex. para socorrer os desabrigados das chuvas.
Ela afeta o caráter da exclusividade da propriedade. Alguém vai usar juntamente com o proprietário.
Irá incidir sobre bens móveis, imóveis e serviços. Ela pode acontecer em época de guerra ou paz.
Em regra não haverá indenização. Só haverá indenização se houver dano efetivo. A indenização será posterior. Ex. Policial requisita carro para perseguir bandido e bate o carro.
O ato é auto executável – não depende do Poder Judiciário, caso não haja acordo de vontades. Diferente do que ocorre com a servidão (acordo ou decisão judicial).
É ato de um lado vinculado (situação de perigo público iminente) e do outro discricionário (a avaliação se se trata de situação de perigo público iminente).
Se o poder público não devolver o bem? O proprietário ajuíza reintegração de posse.
O poder público decidiu requisitar roupas de uma fábrica e frangos de um frigorífico para socorrer desabrigados da chuva. São bens móveis fungíveis, que podem ser devolvidos na mesma quantidade e qualidade. É caso de requisição. CURIOSIDADE: se as roupas forem minhas? É desapropriação. Elas são infungíveis.
	Requisição
	Servidão
	Temporária
	Perpétua
	Sem relação de dominação
	Com relação de dominação
	Depende do iminente perigo
	Independe de perigo
	
	
	Limitação
	Requisição
	Geral e abstrato
	Atuação específica
	Proprietário indeterminado
	Proprietário determinado
	Afeta o caráter absoluto
	Afeta caráter exclusivo
	Não há perigo iminente
	Há perigo iminente
É um ato administrativo unilateral, auto-executório e oneroso, consistente na utilização de bens ou de serviços particulares pela administração para atender a necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo iminente.
É o uso compulsório dobem particular pelo poder público, seu fundamento constitucional está no inciso XXV, do artigo 5º, CF/88: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.
Competência para legislar sobre requisição – União, art. 22, III, CF.
Competência para aplicar a requisição – competência concorrente. 
Para alguns, quando recai sobre bem imóvel se confunde com a ocupação temporária. Tem previsão específica em alguns casos, como instituto complementar da desapropriação (DL 3365/41, art. 36) e como consequência da rescisão unilateral do contrato administrativo (Lei 8666/93, art. 80, II).
Podem ser dos seguintes tipos:
1) MILITAR (guerra);
2) CIVIL (iminente perigo)
Poderá dar direito à indenização, pelo dano e não pelo uso.
A requisição dura enquanto durar o perigo público, não há a especificação de um prazo certo. Enquanto estiver pendente o perigo, há requisição. 
3.4. Ocupação temporária
Ocorre em duas hipóteses:
Imóvel vizinho à obra pública com o objetivo de guardar os materiais da obra. Tem que ser um terreno não edificado. ex: utilizar escolas para eleições.
Para obras públicas vinculadas ao processo de desapropriação. Pesquisa de minérios e arqueológica. Evita a desapropriação desnecessária. Se achar o que procura promove a desapropriação. JS – aqui há indenização, pois a própria lei determina.
Indenização apenas quando houver dano efetivo – em relação à primeira espécie, mas quando falar no geral dizer que não indeniza.
5 anos para exigir a indenização. Termo inicial – a ocupação em si.
Instituição
Afeta o caráter exclusivo da propriedade. Alguém utiliza juntamente com o proprietário.
	Limitação
	Ocupação
	Geral e abstrato
	Atuação específica
	Proprietário indeterminado
	Propriedade determinada
	Afeta o caráter absoluto
	Afeta caráter exclusivo
	Perpétua
	Temporária
	Com relação de dominação
	Sem relação de dominação
3.4. Tombamento (Decreto lei 25/37)
Escorço histórico: O termo vem de tombar, que significa registrar. Vem do direito português, que disciplinava que todos os registros eram feitos nos documentos do rei, que ficavam da torre de tombo. No Brasil, existe o LIVRO DO TOMBO, para registro de um valor cultural, histórico, paisagístico, artístico, arqueológico e arquitetônico – cada um em um livro específico. A sua finalidade é a proteção à coisa. 
Legislação: o Decreto Lei 25/37 disciplina o tombamento (infraconstitucional) e o art. 216, § 1º da CF/88. 
Objeto: o tombamento pode recair sobre bens móveis ou imóveis; públicos ou privados. 
Natureza jurídica
- Celso = servidão administrativa.
- Cretella = limitação
- JS/DI PIETRO = instrumento especial de intervenção. 
Ato de um lado vinculado e de outro discricionário. É ato administrativo, por mais que exija o processo.
a) Conceito
É o instituto para conservação do patrimônio. Tem como objetivo proteger a identidade de um povo.
b) Espécies
O tombamento pode ser histórico, artístico, cultural e paisagístico.
Obs. Se o bem virou museu é porque foi desapropriado. Não pode fazer nada. 	Desapropriação indireta. Se a conservação impede a propriedade é caso de 	desapropriação.
c) Afeta o caráter absoluto. Liberdade de usar a propriedade.
O fundamento é o benefício do interesse coletivo.
d) Instrumentos de proteção do patrimônio tombado (diferentes legitimados e objetos):
Ação popular
Ação civil pública
e) Formalização: Procedimento do tombamento e depois há a inscrição no livro do 	tombo.
Instituição = legislativo ou executivo? Executivo.
#OUSESABER: O tombamento pode ser constituído por lei? Resposta: NÃO. 
Conforme decidido pelo STF, no julgamento da ADI 1.706/DF: “O tombamento é constituído mediante ATO DO PODER EXECUTIVO que, observada a legislação pertinente, estabelece o alcance da limitação ao direito de propriedade, ato emanado do Poder Legislativo não podendo alterar essas restrições. (...)
O ato do Poder Legislativo que efetive o tombamento e, de igual modo, aquele que pretenda alterar as condições de tombamento regularmente instituído pelo Poder Executivo, é INCONSTITUCIONAL, dada a sua incompatibilidade com o princípio da harmonia entre os poderes”.
f) Indenização? Em regra não há indenização. Mas se o Estado instituir uma obrigação de fazer haverá indenização.
g) Competência: 
Legislativa: competência concorrente. Art. 24, VIII. ATENÇÃO!
Material: competência comum. Deve-se observar o interesse. Interesse local, regional ou nacional.
h) Obrigações
I. Conservação = proprietário. Ele deve custear e se não tiver a verba deve comunicar ao poder público. Ele precisa de autorização prévia. Se ele faz sem autorização, pode cometer o crime de dano. Ele tem obrigação de não danificar, demolir ou destruir o bem.
II. Direito de preferência, sob pena de nulidade da venda. Sequestro (no caso de bem móvel determinado) e multa. 
#ATUALIZAÇÃO:
#ALERTA:
#NCPC:
O NCPC revogou o direito de preferência do art. 22 do Decreto 25/37, segundo art. 1072, inciso I, NCPC. Assim, não será mais necessário ofertar o direito preferência à União, ao Estado e aos Municípios do bem particular tombado que será alienado.
III. Tratando-se de tombamento de bem público ele será inalienável
IV. Em caso de furto/extravio o proprietário deve comunicar no prazo de 5 dias.
V. Não cabe exportação. A tentativa de exportação é crime, sujeito a multa e sequestro. 
Obs. ele pode sair do país para fins de intercâmbio (exposição em um museu no exterior).
VI. O proprietário está obrigado a suportar a fiscalização.
VII. Vizinho não pode colocar placas ou cartazes que prejudiquem a visibilidade do patrimônio tombado.
i) Modalidades
I. Quanto à constituição (procedimento)
Tombamento voluntário: a pedido ou com concordância do proprietário
Tombamento de ofício: sem anuência recai sobre bem público
COMPULSÓRIO: Há resistência por parte do proprietário, que se opõe à pretensão de tombar do poder público. A oposição ocorrerá no prazo de 15 dias da notificação de interesse de tombamento do bem. A notificação gera efeitos de um tombamento provisório
II. Quanto à eficácia:
Tombamento provisório – durante o processo administrativo. É gerado pela simples notificação, que tem como efeito a impossibilidade de modificação do bem, em caso de impugnação do proprietário
Tombamento definitivo – final do processo.
III. Quanto aos destinatários
Tombamento geral – bairro todo, rua, cidade. O bem não é determinado
Tombamento individual – bem determinado. Pode ser bem público ou privado. Pode ser bem móvel ou imóvel.
Obs. Para a maioria da doutrina (STJ também) o tombamento não tem ordem de preferência, sendo possível que os entes tombem bens uns dos outros. José dos Santos: Há ordem de preferência. Município não poderia tombar bem do estado e da União e estado não poderia tombar bem da União. Há uma discussão sobre o tombamento de bens públicos, entre os entes públicos, aplica-se a sistemática da desapropriação, em que, por existir previsão expressa para desapropriação, permite-se que o ente maior desaproprie bens dos menores. Não há previsão expressa para o tombamento. Mas alguns doutrinadores adotam essa posição, ou seja, de aplicação da regra de gradação da desapropriação. A posição majoritária, entretanto, afirma que é o interesse que deve prevalecer, sem necessária obediência à hierarquia entre os entes políticos.
Competência para tombar: a competência será definida de acordo com o interesse: NACIONAL (União), REGIONAL (Estado) e LOCAL (Município). Essa é a competência material, ou seja, é uma competência cumulativa de todos os entes políticos. O mesmo bem pode ser tombado nas 03 ordens jurídicas (federal, estadual e municipal)? SIM, quando há interesse de todos os entes, mas, como regra geral, deve-se sempre respeitar a órbita do interesse dos entes políticos.
Se o patrimônio for tombadopelos 03 entes políticos, há preferência da União, depois Estados e dos Municípios. Ou seja, haverá uma gradação de poder sobre o bem, quando houver mais de um ente político.
Procedimento: varia de acordo com a modalidade de tombamento.
Qualquer procedimento se inicia com a notificação do órgão técnico competente. Na esfera federal, esse órgão é o instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN);
Bem público – após a manifestação do órgão técnico a autoridade administrativa competente determina a inscrição do bem no livro do tombo e notifica a pessoa jurídica de direito público interessada;
Tombamento voluntário requerido pelo proprietário: será ouvido também o órgão técnico e, em caso de preencher os requisitos, será determinada a inscrição no Livro do Tombo e a transcrição no RGI, se se tratar de bem imóvel;
Procedimento iniciado pelo Poder público: a) manifestação do órgão técnico; b) notificação do proprietário para anuir ao tombamento dentro de 15 dias; c) caso haja anuência do proprietário à notificação ou ele não impugne, tem-se o tombamento voluntário, com a inscrição no Livro do Tombo; d) havendo impugnação, será dado ao órgão que tomou iniciativa do tombamento 15 dias para sustentar suas razões; e) o IPHAN terá 60 dias para decidir a respeito; f) se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição no Livro do Tombo, se for favorável o processo será arquivado; g) a decisão do Conselho Consultivo terá que ser apreciada pelo Ministro da Cultura, que examinará o procedimento, anulando-o se houver ilegalidade ou revogando a decisão do órgão técnico, se contrária ao interesse público, ou, finalmente, homologando; h) o tombamento se torna definitivo com a inscrição em dos Livros do Tombo, ex: Livro do Tombo das Belas Artes.
Cabimento de recurso - Decreto-Lei nº 3.866/41 – O Presidente da República, atendendo a motivos de interesse público, poderá determinar, de ofício ou em grau de recurso, interposto por qualquer legítimo interessado, que seja cancelado o tombamento.
Efeitos do tombamento:
1) Se recaiu sobre bem imóvel, há a necessidade de averbação no RGI, para garantir mais publicidade. Mesmo sem o registro no RGI, o tombamento é válido, mas não será oponível o direito de preferência do poder público ao terceiro;
2) Inalterabilidade do bem, a não ser que haja anuência do Poder Público;
3) Impõe restrições à alienação do bem: Se público, será inalienável e se privado e a alienação for onerosa;
#ATUALIZAÇÃO:
#ALERTA:
#NCPC:
O NCPC revogou o direito de preferência do art. 22 do Decreto 25/37, segundo art. 1072, inciso I, NCPC. Assim, não será mais necessário ofertar o direito preferência à União, ao Estado e aos Municípios do bem particular tombado que será alienado.
4) Fiscalização pelo Poder Público.
5) Se imóvel, haverá restrição para os vizinhos em relação à visibilidade do bem tombado, nos termos do artigo 18, DL 25/37 (servidão administrativa em favor do bem tombado).
Obrigações do tombamento: podem ser resumidas da seguinte forma:
	OBRIGAÇÕES POSITIVAS
	Conservação do patrimônio que deve ser acompanhado pelo poder público, assim qualquer conserto deve ser comunicado ao poder público, para obtenção de uma autorização (artigo 17, DL 25/37).
Infelizmente, o particular comunica ao poder público por várias vezes e as providências não são adotadas pelo ente político. EXEMPLO: padre da Bahia que comunicou e o teto da igreja estava caindo e o padre mandou consertar sem autorização, porque poderia o teto despencar sobre alguém. Poderia ser-lhe imputada multa de 50% do valor do dano que viesse a causar.
Danificar o patrimônio sem autorização é crime previsto no artigo 165, CP.
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
	
	Bem público tombado é inalienável, ressalvada a possibilidade de transferência entre os entes federados.
	
	
Bem particular tombado pode ser alienado. 
#ATUALIZAÇÃO:
#ALERTA:
#NCPC:
O NCPC revogou o direito de preferência do art. 22 do Decreto 25/37, segundo art. 1072, inciso I, NCPC. Assim, não será mais necessário ofertar o direito preferência à União, ao Estado e aos Municípios do bem particular tombado que será alienado.
	OBRIGAÇÕES NEGATIVAS
	
Decorre do dever positivo de conservar, é a obrigação de não danificar e não mutilar ou destruir a coisa (artigo 17, DL 25).
	
	Não retirar a coisa do país, exceto por curto espaço de tempo, sem transferência de domínio ou propriedade (artigo 14). Em caso de roubo ou furto, o proprietário deve comunicar ao poder público em 05 dias, sob pena de multa.
	OBRIGAÇÃO DE SUPORTAR
	O proprietário tem que suportar a fiscalização do poder público (artigo 20, DL 25/37).
Nos termos do artigo 19, quando o proprietário não tiver condições de arcar com a conservação ou reparação, o poder público deve arcar com os custos.
ATENÇÃO: o fato de ser tombado não impede o proprietário de gravá-lo livremente através de penhor, anticrese ou hipoteca.
Indenização no tombamento: há duas situações:
1) GERAL: não é um bem específico, mas todos que estiverem na mesma situação. Ex. Ouro Preto. Todos suportam as consequências do ato e NÃO ENSEJA indenização.
2) ESPECÍFICO: via de regra não deveria gerar indenização, pois, não há incidência no caráter de exclusividade e nem de perpetuidade da propriedade. Mas caberá indenização em duas situações: 
a) quando o tombamento impede a propriedade deixa de ser tombamento e passa a ser desapropriação, cabendo a indenização;
b) caso o proprietário prove o dano decorrente das restrições impostas (ex: desvalorização do bem) pelo poder público, que consistam em hipóteses de obrigação de fazer que deverá ser arcada pelo poder público.
Controle – administrativo (órgão e Presidente) e judicial (legalidade).
4. Desapropriação
Leituras obrigatórias:
DL 3365/41 (Lei Geral de Desapropriações) 
Lei 4132/62 (desapropriação por interesse social) 
LC 76/93 (desapropriação para fins de reforma agrária) -
Lei 4.593/64 (desapropriação para obras de combate às secas no Nordeste)
MP 700/2015: não foi convertida em lei[1: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Mpv/mpv700.htm]
1. Conceito
Pode ser conceituada como o procedimento, por meio do qual, o Estado, compulsoriamente, retira de alguém certo bem, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social e o adquire, originariamente, para si ou para outrem, de regra, mediante prévia e justa indenização, paga em dinheiro, salvo os casos que a constituição enumera, em que o pagamento é feito com títulos da dívida pública ( art. 182, parágrafo 4º, III) ou da dívida agrária (art. 184).
Forma de intervenção supressiva. Desapropriação é a única modalidade que irá importar na perda da propriedade. 
obs. o bem pode ingressar no patrimônio público de forma definitiva ou provisória (quando será repassado para utilização por terceiro. ex. desapropriação por zona, urbanística, por interesse social, confirsco).
Atinge o caráter perpétuo da propriedade
Celso Antônio chama de sacrifício de direito.
Forma de aquisição originária da propriedade, porque o antigo dono pode concordar ou não a desapropriação ocorrerá da mesma forma (não existe vínculo entre a Administração e o proprietário). A possibilidade de acordo em relação ao preço não afasta a sua característica de forma de aquisição originária da propriedade.
Procedimento: a desapropriação é um procedimento normal, já que conta com uma série ordenada de atos, dentro de uma lógica determinada em lei, com fases específicas.
Competência
Legislativa – União (Art. 22, II, CF)
Material – concorrente. Administração direta (APENAS os entes políticos). Eles podem realizar a fase declaratória e a executiva. Obs. Foge à regra, o DNIT (antigo DNER. Naturezajurídica de autarquia federal), dotado de competência também para emitir declaração expropriatória, mediante portaria de seu Superintendente (DL 512/69) e a ANEEL (autarquia federal), dotada da competência de declarar e promover a desapropriação, no tocante às áreas necessárias à implantação de instalações de concessionários, permissionários e autorizados de energia elétrica.
Competência declaratória – em regra, apenas U, E, M, DF e Território (exceção: DNIT e ANEEL). = competência incondicionada.
Competência expropriatória – administração indireta, concessionárias e permissionárias = competência condicionada.
Obs. art. 3º do Decreto Lei 3365/41 autoriza que os entes delegados (concessionárias, permissionárias) realizem a fase executiva da desapropriação. AUTORIZAÇÃO para desapropriação pela administração indireta e concessionárias ou permissionárias pode ser feita por meio de LEI ou de CONTRATO. 
ATENÇÃO – ATUALIZAÇÃO: ATENÇÃO: MP 700/2015 (Objeto de ADI): DL 3365/41, art. 3º, alterado pela MP 700/2015 (alterou vários artigos com o intuito de atualizar e reduzir certas polêmicas). Essa MP, no entanto, que é de 08/12/15, está sendo objeto da ADI 5446, a qual questiona se caberia MP para o caso. Na realidade, ficamos com duas regras bem definidas na desapropriação. Temos duas etapas nela: a declaratória e a executiva. A administração direta (entes políticos) pode realizar ambas as fases, ou seja, podem realizar todas as etapas da desapropriação. Apesar da redação do art. 3º ter sido alterada, seu texto ficou confuso e não resolve o assunto completamente. Antes da MP700 se dizia que também podem realizar desapropriação os “delegados”, que podiam realizar a fase executiva (alguém decreta e eles podem efetivar a desapropriação). Hoje, o texto traz um detalhamento maior, dizendo que podem realizar essa desapropriação as concessionárias, permissionárias, autorizatárias e arrendatárias de serviço, bem como as entidades públicas (todas), as funções delegadas e, ainda, os contratados pelo poder público para obras e serviços de engenharia, sob regime de empreitada – são esses os delegados que podem realizar a desapropriação. A MP trouxe também uma lista de requisitos para que eles pudessem desapropriar. 
OBS. A MP 700 não foi convertida em lei, permanecendo as regras anteriores.
“Art. 3º  Poderão promover a desapropriação mediante autorização expressa constante de lei ou contrato:
I – os concessionários, inclusive aqueles contratados nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, permissionários, autorizatários e arrendatários;
II – as entidades públicas;
III – as entidades que exerçam funções delegadas do Poder Público; e
IV – o contratado pelo Poder Público para fins de execução de obras e serviços de engenharia sob os regimes de empreitada por preço global, empreitada integral e contratação integrada. 
Parágrafo único.  Na hipótese prevista no inciso IV do caput, o edital deverá prever expressamente:
I – o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
II – o orçamento estimado para sua realização; e
III – a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela variação do custo das desapropriações em relação ao orçamento estimado.” (NR) 
A competência para promover a desapropriação é da: União, Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e concessionárias ou permissionárias de serviços públicos. Por exemplo, na desapropriação para fins de reforma agrária, quem desapropria é a União, mas quem promove é o INCRA. Podem desapropriar, mas não podem declarar o interesse: somente o Chefe do Poder Executivo e o Legislativo (lei de efeitos concretos) podem declarar a desapropriação. O Poder Legislativo pode sozinho realizar a desapropriação em caso específico.
Súmula 157 do STF: “É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica”.
Elementos
Objeto
Bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos (ex. ações de uma empresa). Bens públicos ou privados.
Obs. bem inalienável – pode. Cadáver – há divergência.
Espaço aéreo e subsolo, cessão de créditos, obras e livros, basta a existência de justificativa para tanto.
Obs. se o bem é público há uma ordem de preferência. A União pode desapropriar bens dos estados e municípios. Os estados só podem desapropriar bens dos seus municípios e os municípios apenas a propriedade privada. Se o estado do RN desapropria um bem da União, há um vício de competência? NÃO, e sim um vício de objeto (CESPE). Estado x não pode desapropriar bem municipal do Estado y. 
obs. Quando o bem for público há a necessidade de lei específica. É inviável, nesse caso, a desapropriação apenas por iniciativa do Executivo.
Obs. bem tombado? pode ser desapropriado se o tombamento foi feito por entidade menor e o fim justificar a desapropriação.
Obs. Bem destinado à serviço público? Pode.
ATENÇÃO – também não pode haver a desapropriação de bem particular de Estado x pelo Estado Y. 
Não cabe em relação aos direitos da personalidade, vida, imagem, autorais e alimentos.
 
Q - concessionária da União só pode ser desapropriada pelo Estado com autorização do PR.
Sujeito ativo: competência
Pressupostos: fundamento
A desapropriação exige sempre um fundamento legal para a sua realização. 
Forma de indenizar
Aspecto formal: procedimento. Pode ter desapropriação que se resolve apenas na via administrativa.
Sujeito passivo: é o proprietário que pode ser pessoa física ou jurídica, pública ou privada. O DL 3365 prevê expressamente a supremacia dos entes políticos: União sobre os Estados e Municípios; os Estados sobre os municípios de seus territórios. Há autores que afirmam que essa possibilidade fere a autonomia dos entes públicos (minoritária).
Modalidades de desapropriação
I. Desapropriação comum, ordinária ou geral.
a) Hipóteses
As hipóteses ordinárias urbanísticas são de competência material privativa dos Municípios.
Esses bens podem ter uma destinação específica. Exemplos: (1) desapropriação por zona ou extensiva (desapropria área que será valorizada por obra pública para vender depois que o imóvel estiver valorizado – art. 4º DL 3365. A ideia é substituir a contribuição de melhoria). (2) Desapropriação por industrialização e urbanização – desapropria imóvel residencial em local de industrialização para depois vender para industriais. ATENÇÃO: nessas duas hipóteses o ato desapropriatório já traz a previsão de venda futura do bem com essa finalidade. PERGUNTA: o poder público pode desapropriar para alienar o bem? SIM, o poder público pode alienar o bem que foi desapropriado, desde que expressamente conste no decreto de interesse em desapropriação. Se não declarar isso, a alienação dará direito à retrocessão pelo proprietário. 
Necessidade pública = urgência
Era um pressuposto que estava previsto no CC/16 e consistia em uma necessidade urgente. O DL 3365/41 (Disciplina as desapropriações de utilidade pública) absorveu a necessidade pública dentro das hipóteses de utilidade pública. Há uma única enumeração no decreto constando a necessidade e a utilidade pública.
Utilidade pública = sem urgência
Necessidade e utilidade - A lista é a mesma (art. 5º do DL 3365/41), mudando apenas pelo caráter de urgência. No Decreto Lei NÃO há distinção, é como se fosse uma coisa só: necessidade e utilidade.
DISPENSA DE CITAÇÃO DO CÔNJUGE NA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do imóvel desapropriado dispensa a do respectivo cônjuge. A desapropriação por utilidade pública rege-se pelo Decreto-Lei nº 3.365/41. A ação de desapropriação é uma ação de natureza real, uma vez que tem por objeto (pedido) a propriedade de um bem imóvel. O CPC determina que, nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários, tanto o réu como o seu cônjuge devem ser citados (§ 1º do art. 10). Essa regranão se aplica nas ações de desapropriação por utilidade pública. Se a Fazenda Pública ajuíza ação de desapropriação por utilidade pública contra o proprietário, o seu cônjuge não precisará ser citado. Isso porque o art. 16 do DL 3.365/1941 (Lei das Desapropriações) dispõe que a “citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido dispensa a da mulher”. Logo, não se aplica o § 1º do art. 10 do CPC considerando que esta é norma geral em relação ao art. 16 do DL 3.365/41, que é lei específica. STJ. 2ª Turma. REsp 1.404.085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/8/2014 (Info 547).
VALOR DA INDENIZAÇÃO O art. 26 do Decreto-Lei n. 3.365/41 determina que o valor da indenização será calculado com base no preço do imóvel no momento da perícia (avaliação): “no valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado.” A avaliação de que trata esse artigo é a administrativa ou a judicial? Em outras palavras, o valor da indenização a ser paga será calculado com base no preço do imóvel no momento da avaliação administrativa ou judicial? No momento da avaliação judicial. Nas desapropriações para fins de reforma agrária, o valor da indenização deve ser contemporâneo à avaliação efetivada em juízo, tendo como base o laudo adotado pelo juiz para a fixação do justo preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da avaliação administrativa. De fato, a avaliação efetivada em juízo, ordinariamente, deverá se reportar à época em que for realizada – e não ao passado – para fixar a importância correspondente ao bem objeto da expropriação, haja vista que exigir que esses trabalhos técnicos refiram-se à realidade passada (de anos, muitas vezes) pode prejudicar a qualidade das avaliações e o contraditório. Logo, quando o art. 26 do DL 3.365/41 afirma que a indenização, em regra, deverá corresponder ao valor do imóvel apurado na data da perícia, ela está se referindo à avaliação judicial. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.459.124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, 18/9/2014 (Info 549).
Interesse social: A lista está no art. 2º da Lei 4132/62. O principal foco é a desigualdade social. 
Vai beneficiar de alguma forma as camadas mais baixas da sociedade; o uso não é da Administração Pública, geralmente, não permanece no parâmetro do ente expropriante.
b) Competência = todos os entes.
c) Objeto = todos os bens passíveis de desapropriação
d) Indenização = prévia, justa e em dinheiro. O problema é definir o que seria justo. A solução é a via judicial.
II. Desapropriação extraordinária ou sancionatória
Tem natureza jurídica de penalidade, quando não há a observância da função social da propriedade. A sanção varia a depender se o imóvel é urbano ou rural.
Desapropriação Sancionatória O mesmo fundamento (interesse social ou necessidade ou utilidade pública) pode dar origem à desapropriação comum ou à desapropriação sancionatória, que ocorrerá quando seja hipótese de penalidade. A função social tem elementos objetivos e está prevista na lei, ela é dividida em propriedade imóvel urbana (em razão do PDU – Plano Diretor Urbano, obrigatório para os municípios com mais de 20 mil habitantes) e propriedade imóvel rural. 
II.1. Desapropriação rural para reforma agrária
a) Fundamento
Leis (leitura obrigatória para concurso federal):
Art. 191 CF, 184 CF
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. 
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
LC 76/93
Lei 8629/93
LC 88/96
b) Competência material = União 
c) Objetivo = imóvel rural
d) Indenização = TDA: Título da Dívida Agrária, resgatável em até 20 anos a partir do 2o ano de sua emissão. Obs. em TDA é apenas a terra nua. As benfeitorias são pagas em dinheiro. ; as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro e não em títulos.
e) Função social da propriedade (Lei 8629/93)
Aproveitamento adequado e racional
Preservação do meio ambiente
Respeito às relações de trabalho
Bem estar dos proprietários e trabalhadores
f) Vedação à desapropriação:
Pequena e média propriedade, quando o proprietário não tem outra.
Propriedade produtiva
DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA E ÁREA DE RESERVA LEGAL Não se encontrando averbada no registro imobiliário antes da vistoria, a reserva florestal não poderá ser excluída da área total do imóvel desapropriando para efeito de cálculo da produtividade do imóvel rural. STJ. 2ª Turma. REsp 1.235.220-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/4/2014 (Info 539). O novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) modificou o tratamento legal e passou a dizer que as reservas florestais devem ser registradas no órgão ambiental. Apesar disso, o STJ decidiu recentemente que o Novo Código Florestal manteve inalterada a intenção do legislador de exigir a perfeita identificação da área de reserva legal, modificando apenas o órgão responsável pelo registro e manutenção desses dados, não se justificando a alteração do entendimento jurisprudencial a respeito da matéria. STJ. 2ª Turma. REsp 1297128/BA, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 06/06/2013.
II.2. Desapropriação urbana para o Plano Diretor[2: *A banca FCC, na prova da DPE-BA, em 2016, considerou correta a seguinte alternativa sobre as condições a esse tipo de desapropriação: “O ato administrativo reconhecendo a utilidade e necessidade pública e o interesse social naquele imóvel.”]
a) Fundamento 
Leis (leitura obrigatória)
Art. 182, §4º CF
Lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade PENDENTE
b) Providências para atendimento da função social da propriedade (adequação ao Plano Diretor)
Parcelamento ou edificação compulsórios. Ele tem 1 ano para apresentar o projeto e 2 anos para começar a executar.
IPTU com alíquota progressiva, que pode chegar até 15 % em 5 anos.
Desapropriação urbana
c) Competência material: Município e DF (competência somatória)
d) Objeto: imóvel urbano
e) Indenização: em TDP = Título da dívida pública, resgatável em até 10 anos, a partir do segundo ano.
Obs. nem sempre a desapropriação de imóvel rural é sanção. Pode ocorrer por interesse social (art. 2º da lei 4132), sendo a indenização prévia, justa e em dinheiro. CESPE. Cuidado. JSCF e STF – O Estado membro pode desapropriar o imóvel rural para fins de interesse social, que não a reforma agrária. Se a finalidade for a reforma agrária a competência é exclusiva da União. ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE INTERESSE SOCIAL PARA IMPLANTAÇÃO DE COLÔNIAS OU COOPERATIVAS DE POVOAMENTO E TRABALHO AGRÍCOLA. ESTADO-MEMBRO. COMPETÊNCIA. 1. Qualquer ente da Federação possui competência para efetuar desapropriação de imóvel rural para fins de interesse social, com vistas à implantação de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola, mediante o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro, nos termos do art. 5º, XXIV, da Constituição Federal c/c o art. 2º da Lei n. 4.132/1962. 2. O Supremo Tribunal Federal, em 2 de setembrode 2003, no julgamento da SS n. 2.217/RS, suspendeu os efeitos de acórdão do STJ, entendendo não invadir a competência da União desapropriação efetuada por Estado-Membro cuja finalidade SE ASSEMELHA ÀQUELA DESTINADA À REFORMA AGRÁRIA, tendo em vista que a expropriação prevista no art. 5º, XXIV da Constituição Federal não se confunde com a do art. 184 do mesmo diploma. 3. Recurso ordinário improvido.
III. Desapropriatória confiscatória ou confisco
a) Fundamento
Art. 243 CF, alterado pela EC 81/14 para acrescentar a hipótese de trabalho escravo.
Obs. EC 81 também modificou a destinação dos bens desapropriados nessa hipótese. Ele era revertido para fiscalização ou era utilizado para a recuperação de viciados. Agora há a reversão para o fundo específico com destinação específica na forma da lei.
Lei 8.257/91
b) Hipóteses
Propriedade urbana ou rural utilizada na plantação do psicotrópico proibido = área destinada à reforma agrária e programas de habitação. 
Bem de valor econômico utilizado para o tráfico ilícito de entorpecentes = o bem se reverterá a um fundo especial com destinação específica na forma da lei
Propriedade rural ou urbana utilizada para a exploração do trabalho escravo = área destinada a reforma agrária e programas de habitação.
c) Competência material: União
d) Indenização = não há. Antes da EC 81 no caso de trabalho escravo, havia a indenização em TDA.
*A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). 
IV. Desapropriação indireta
É fato administrativo.
Fundamento = art. 31 da Lei 3365/41.
Equipara-se ao esbulho. É a tomada dos bens pelo poder público sem a observância do procedimento legal. É uma desapropriação sem as formalidades necessárias. O pagamento na via judicial é por meio de precatórios.
a) Requisitos criados pela jurisprudência (STJ) – cumulativos.
Apossamento (fato consumado) do bem pelo Estado sem prévia observância do procedimento legal. (a partir daqui não pode mais o ex proprietário ser cobrado pelo IPTU - STJ).
Afetação do bem – destinação pública
Irreversibilidade da situação fática e tornar eficaz a tutela judicial específica. Mesmo que o Judiciário mande devolver isso é irreversível. 
Obs. a jurisprudência também reconhece como desapropriação indireta o esvaziamento econômico do bem, ou seja, a sua total desvalorização. Ex. tornado área de preservação ambiental (não pode fazer nada).
Obs. Como evitar a desapropriação indireta? Ação de interdito proibitório (ameaça), ação de manutenção de posse (turbação) ou ação de reintegração de posse (esbulho). Se após tudo isso ele incorporou, afetou e é irreversível, já era. Se mesmo assim eu entrar com reintegração de posse será convertida em ação de desapropriação indireta (indenização por precatório).
Obs. Ação judicial
Nomenclatura- ação de indenização por desapropriação indireta.
Obs. não é necessária a participação do MP, como ocorre na ação de desapropriação, pois aqui já houve a perda da propriedade.
Obs. Legitimidade ativa – proprietário, promissário comprador mesmo sem registro no cartório, possuidor. Outorga uxória.
i. Natureza jurídica = Apesar da divergência, a maioria da doutrina entende que a natureza é de ação de direito real, sendo também a posição do STJ. JS – natureza real, mas afirma que o STJ considera real. É uma ação de natureza de direito real, se o patrimônio estiver incorporado pelo poder público o juiz irá condenar à indenização e não à devolução. A incorporação tem sido entendida pela jurisprudência como a simples posse, EXEMPLO: colocar duas máquinas e derrubar uns tijolos. O poder público será condenado.
ii. Competência = Direito real = situação do imóvel. Art. 47, NCPC
iii. Indenização = acontece após a posse. Precatório. Valor? real e atualizado, independentemente de ter ocorrido valorização em razão de obra pública realizada. No entanto, também sofre com eventual desvalorização. O valor é estimativo – juiz pode determinar valor maior.
*#STJ: INDENIZAÇÃO PAGA AO PROMISSÁRIO COMPRADOR NO CASO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. O promissário comprador do imóvel tem direito de receber a indenização no caso deste imóvel ter sofrido desapropriação indireta, ainda que esta promessa não esteja registrada no Cartório de Registro de Imóveis. STJ. 2ª Turma. REsp 1.204.923-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/3/2012 (Info 493).
 
Juros moratórios
- Percentual = até 6% ao ano
- Termo inicial = 1º de janeiro do ano seguinte àquele em que o pagamento deveria ter sido efetuado
- base de cálculo = valor da indenização fixada na sentença somada aos juros compensatórios
Juros compensatórios
- Percentual = até 6% ao ano – suspenso pelo STF. Voltou a 12%.
- Termo inicial = efetiva ocupação
- base de cálculo = valor da indenização fixada na sentença corrigida monetariamente.
Honorários – na desapropriação comum é de 0,5 a 5% sobre a diferença do valor. Aqui não há diferença, então aplica-se o CPC – 10 a 20%.
Despesas processuais – STJ entende que devem ser adiantadas pelo Poder Público.
iv. Prescrição = A MP 2183 trouxe o prazo prescricional de 5 anos para o proprietário ajuizar a ação de desapropriação indireta (art. 10, parágrafo único, DL 3365/41). Esse dispositivo foi objeto da ADI 2260 – o STF, em sede cautelar, suspender a eficácia do dispositivo. A MP foi reeditada várias vezes, pendendo o objeto a ADI. O STJ editou então a súmula 119 “a desapropriação indireta prescreve em 20 anos”. O novo CC alterou o prazo do usucapião extraordinário, que dava base à súmula para 10 anos. O STJ estabeleceu que com o advento do novo CC há alteração para 10 anos. 
STJ no Recurso Repetitivo nº 1300442 determinou que: 1. No contexto no CC/16 vale o prazo de 20 anos. 2. No contexto do Novo CC/02 vale o prazo de 10 anos.
Q - o prazo atual é de 10 ou 15 anos, de acordo com a situação. 
Obs. se a Adm. expede decreto expropriatória admite que a propriedade é do particular e isso interrompe o prazo prescricional – STJ. De igual forma quando cobra tributo do particular em relação ao bem. STJ.
Outras modalidades
V. Desapropriação Florística:
É a desapropriação que ocorre para a proteção ambiental, ou seja, é feita para formação de reserva ambiental. A jurisprudência ultimamente vem dizendo que a pessoa que tenha o patrimônio restringido para proteção ambiental não caracteriza desapropriação, mas simplesmente um ato abstrato geral de limitação administrativa, não consistindo em uma desapropriação porque não há mudança de propriedade. Entretanto, quando o Poder Público vai entrar no bem ou tomar o bem há a desapropriação florística, mas em caso contrário o proprietário terá que suportar a limitação administrativa, sem a configuração de desapropriação. Conclusão: não é qualquer reserva que configura a desapropriação, se o proprietário não é tolhido de sua propriedade, há mera limitação administrativa, sem a obrigatoriedade de indenização;
VI. Desapropriação Por Zona:
É a desapropriação da área necessária para a construção da obra e o seu entorno que será valorizado com a obra. Deve o poder público demonstra que irá desapropriar para depois vender, com a valorização da obra;
VII. Desapropriação Para Industrialização Ou Urbanização:
Serve para garantir a adequação da organização da cidade. Industria e residências separadas em áreas distintas. O poder público deve definir que está desapropriando para depois vender para quem irá cumprir a finalidade da área, ou seja, tem que definir a destinação.
VIII. RESUMO
	DESAPROPRIAÇÃO COMUM/ORDINÁRIA
	DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA
(DL 3365/41 – estatuto base da desapropriação)
	IMÓVEL URBANO HABITADO PELO PROPRIETÁRIO (DL 1075/70)
	
	
	PARA FINS RODOVIÁRIOS (DL 5112/69 uma autarquia pode desapropriar, é a única hipóteseno ordenamento jurídico DNER foi substituído pelo DNIT regulado pela lei 10233/01); são estradas federais, somente essas que são competência da autarquia, as outras do ente público correspondente
	
	
	DESAPROPRIAÇÃO SANÇÃO PARA FINS URBANÍSTICOS (Lei 10257/01)
artigo 182, §4º, CF/88 Estatuto da cidade: Solo não edificado, sub-utilizado ou não utilizado; pode ser de utilização pública ou de interesse social, dependendo da destinação a ser dada ao bem
	
	DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL
	Lei 4132/63
	DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA
	DESAPROPRIAÇÃO PELA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
	DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA 
Reforma agrária (artigos 184 e 191, CF/88); LC 76/93 (aspectos processuais), 
L 8629/93 (aspecto material)
	
	
	DESAPROPRIAÇÃO SANÇÃO PARA FINS URBANÍSTICOS L10257/01 
Artigo 182, §4º, CF/88 Estatuto da cidade: Solo não edificado, sub-utilizado ou não utilizado; pode ser de utilização pública ou de interesse social, dependendo da destinação a ser dada ao bem. Quando se está falando de PDU, trata-se somente de bem imóvel urbano.
Antes da desapropriação é obrigatória a edificação compulsória (projeto em 01 ano e começar a construir em 02 anos).
Depois dessa medida, é cabível o IPTU progressivo ou IPTU com alíquota progressiva. Somente depois dele é que caberá a desapropriação. A progressão da alíquota ocorrerá no período de 05 anos, até alcançar o limite de 15% do bem imóvel. 
Em primeiro lugar, quem pode é o Município. O DF não pode ser dividido em municípios, então tem as competências de municípios, assim, pode desapropriar em decorrência do PDU.
	
	CULTIVO E TRÁFICO DE ENTORPENCENTES
	Psicotrópicos proibidos
DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL DE ÁREAS DE CULTO DE PLANTAS PSICOTRÓPICAS L 8257/93 ARTIGA 243, CF. É confisco não tem indenização.
Expropriação é a desapropriação sem indenização.
A área será utilizada para assentamento de colonos para a plantação de alimentícios ou medicamentosos.
	
	
	Bem de valor econômico usado no tráfico. Mesma regra acima, mas a destinação é outra: o patrimônio ser utilizado no incremento ou implementação da investigação contra o crime de tráfico. Os bens também podem ser utilizados nas casas de recuperação de viciados.
	DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
	O poder público ingressa no patrimônio particular sem obediência às regras legais (formalidades) necessárias a uma desapropriação.
É um ESBULHO ou DESAPOSSAMENTO ADMINISTRATIVO.
Ao particular somente resta a alternativa da via judicial.
	O DL 3365/41 prevê o prazo prescricional de 05 anos para ingresso na via judicial (esse prazo é muito discutido, ver abaixo).
É desapropriação que pode ser praticada por quaisquer dos entes políticos.
Se o bem já estiver incorporado ao patrimônio público (AFETAÇÃO), o juiz somente irá determinar a resolução em perdas e danos.
Essa desapropriação deverá ser feita por meio de precatório, porque resultante de uma decisão judicial.
Procedimento administrativo
A desapropriação pode ser feita por meio administrativo ou por via judicial. A judicial ocorrerá em duas hipóteses:
proprietário desconhecido (para não pagar errado); pode ser feita a desapropriação, mesmo que não exista registro no RGI, porque a desapropriação é forma originária de aquisição da propriedade;
falta de acordo com relação ao valor.
Ele é dividido em fase declaratória e fase executiva.
5.1. Fase declaratória
Tem-se a declaração do motivo pelo qual se desapropria (utilidade pública ou interesse social),
a) Instrumento
- Decreto expropriatório (regra): editado pelo Chefe do Poder Executivo
- Lei de efeitos concretos: previsão nos art. 6º e 8º do DL 3365. Lei com destinatário determinado. Pelo Poder Legislativo (que será regulamentada por atos administrativos praticados pelo Executivo), nos termos do DL. Alguns doutrinadores afirmam que o ideal seria um decreto legislativo, porque seria dispensada a sanção do chefe do Executivo. José dos Santos Carvalho Filho afirma que não deveria ser lei de efeitos concretos, mas sim um decreto legislativo que não depende de qualquer sanção do Executivo, ou seja, ele não pode vetar o decreto, enquanto que a lei pode ser objeto de veto, que evidentemente pode ser derrubado pelo Legislativo. O Legislativo não pode dar seguimento ao processo, ou seja, não pode realizar a fase executiva.
b) Conteúdo do decreto
- Fundamento legal da desapropriação. Não pode ser genérico.
- Identificação do bem. Para saber as benfeitorias já existentes. Para novas precisa de autorização.
- Destinação do bem. Ao final, se a finalidade constante no ato declaratório não for atendida, gerará o direito à retrocessão pela tredestinação.
- Sujeito passivo
- Recurso orçamentário a ser utilizado
INF 540 STJ/ JULHO 2014
A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que o arrendatário objetive ser indenizado pelos prejuízos decorrentes da desapropriação por interesse social, para a reforma agrária, do imóvel arrendado. STJ. 2ª Turma. REsp 1.130.124-PR, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/4/2013 (Info 522).
Se recair sobre bens públicos, é obrigatória a autorização legal (art. 2º, §2º, DL n. 3.365/41).
Uma vez declarada inicia-se um prazo de caducidade para operar a desapropriação, prazo este de 5 anos na Lei Geral das Desapropriações (DL 3365/41) e de 2 anos nas desapropriações por interesse social (Lei 4132/41 e LC 76/93). A ressaltar que na LGD há previsão de um prazo para nova declaração de utilidade quando a primeira caducar, desde que feita em 1 ano; ausente tal previsão nas demais leis não se admite nova declaração.
#OUSESABER: O que é período suspeito nas desapropriações? Como sabemos, as desapropriações dependem de um Decreto Expropriatório. Esse ato normativo, todavia, pode caducar e perder sua força de imperatividade jurídica. A caducidade do decreto, nos casos de desapropriações por necessidade ou utilidade, nos termos do Art. 10 do Decreto-lei 3365, ocorre se a desapropriação não for efetivada mediante acordo ou se não for proposta a devida ação judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto. Já, na desapropriação por interesse social, o prazo de caducidade do Decreto Expropriatório é de dois anos.  Nesses termos, na prática, a Administração Pública possui o prazo de 5 ou 2 anos para, a contar do Decreto, efetivamente desapropriar ou propor a ação de desapropriação e conseguir a citação válida (OBS.: para evitar a caducidade a Administração necessita conseguir a CITAÇÃO VÁLIDA – não basta a propositura da ação – antes de se completarem os 5 ou 2 anos da publicação do decreto). Pois bem, esse período de 5 ou 2 anos é o que se chama de período suspeito, isto é, o espaço de tempo entre a expedição do decreto desapropriatório e a propositura da ação respectiva ou da efetiva realização da desapropriação. O nome é evidente, visto que com o decreto a Administração demonstra o interesse de intervir na propriedade do cidadão, mas isso ainda não significa que, de fato, irá efetivar plenamente tal desiderato, visto, p. ex., a possibilidade de caducidade do decreto. Assim, esse período compreendido entre a declaração de utilidade e a efetiva transmissão do bem ao expropriante é denominado de “período suspeito”. Em nossas pesquisas, o termo remonta ao célebre Seabra Fagundes, apontando tal momento como fase intermediária entre a livre propriedade anterior do indivíduo e a propriedade ulterior da Fazenda Pública, na qual o indivíduo ainda é dono, mas não dispõe integralmente da coisa
A LEGITIMIDADE PARA A AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO É DE REGRA DO PODER EXECUTIVO, PODENDO SER DELEGADA ÀS ENTIDADES MENCIONADAS NO Art. 3o. DA LGD.
Inclusive, 
Tem como requisitos: 
1) sujeito ativo de expropriação; 
2) o fundamento legal da expropriação; 
3) a finalidade da expropriação; 
4) a descrição do bem; 
5) a fonte orçamentária; 
6) a destinação a ser dada ao bem.
Somente haverá via judicial quando não houver acordo

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