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Resumo das Aulas 6 a 11 de Bases da Cultura Ocidental

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Aula 6 – A Grécia e o maravilhoso: o mito (parte 1)
Mito e oralidade – Os poemas homéricos têm sua origem em uma longa e multissecular tradição oral. Os episódios narrados por Homero foram sendo transmitidos durante séculos através da arte da poesia oral. Assim também ocorre com os mitos. Eles são criados e transmitidos oralmente e, por isso mesmo, vários deles estão, naturalmente, incorporados nos poemas homéricos. 
A poesia épica e a mitologia têm uma origem oral comum. 
Funções do mito: O mito se parece com o sonho e poderia ter um papel de inconsciente coletivo de uma determinada civilização. No caso grego, os deuses estavam presentes no cotidiano. Os elementos da natureza seriam controlados pelos deuses, como parte da natureza – montanhas, rios, lagos, bosques, etc., estariam sob a responsabilidade de um deus. O sagrado é visto em todas as partes. O mundo parece estar cheio do sagrado. O mito serviria assim para explicar o mundo, suas dificuldades, sua imprevisibilidade, suas contradições.
MITO DE PERSÉFONE:
O mito de Perséfone procura explicar a realidade do inverno. Durante o inverno, a natureza parece estar morta triste. O mito tenta nos fazer entender essa “tristeza da natureza”. Perséfone, filha de Deméter, deusa da agricultura (que faz as plantas brotarem) é sequestrada por Hades. Deméter, em sua aflição, parte em busca da filha e, assim, as colheitas não crescem mais. Perséfone acaba sendo libertada e volta para sua mãe, mas deve passar três meses por ano com Hades. Durante esse período, Deméter, deusa da agricultura, fica inconsolável e os campos ficam desolados e nada produzem. Assim, o inverno, fenômeno da natureza, é explicado através do mito.
MITO DE PANDORA:
Pandora é criada como um castigo para a humanidade. Ela recebe um jarro repleto de males e ao abrir o jarro, os males espalham-se pelo mundo. Ela fecha o jarro antes que ele se esvazie, mas apenas a esperança fica presa.
A esperança, no mito, parece ser vista como um mal e não como um bem. Ela seria, então, algo enganador. Nós encaramos a esperança como algo bom, pois ela nos mantém abertos para a chegada de um bem, apesar de todas as dificuldades e de toda improbabilidade. No mito, ela pode ser vista como um mal, por alimentar, ilusoriamente, a ideia de que temos algum controle em relação ao futuro, de que podemos modificar nosso destino. Ele seria, então, algo terrível, pois nos cegaria e nos impediria de ver aquilo que está diante de nossos olhos: o destino que nos aguarda e que para nós está reservado. A esperança seria apenas uma ilusão.
Aula 7 – A Grécia e o maravilhoso: o mito (parte 2)
O que é o mito? A palavra vem do grego mýthos. O termo grego significa, primeiramente, “palavra”, discurso. Pode significar uma discussão, uma conversa, um conselho. Mas, só, posteriormente, passou a ser utilizado com o sentido de “lenda” ou “fábula”, significado esse que é o que se reteve para o termo mito.
 relato fantástico de tradição oral;
 narrativa acerca dos tempos heroicos.;
 relato simbólico, passado de geração em geração dentro de um grupo, que narra e explica a origem de determinado fenômeno, ser vivo, acidente geográfico, instituição, costume social, etc.
Características do mito: 
É constituído de coisas admiráveis, isto é, que causam admiração ao homem, que o deixam perplexo, sem saber como explica-las.
 narrativa tradicional;
 transmitida de geração em geração;
 tema são deuses, heróis e seres fantásticos;
 situada em tempo antigo, diverso do tempo histórico;
 mito relaciona-se com a palavra oral e com o discurso;
 transmite valores e conhecimentos de uma determinada cultura.
Funções do mito:
Tem o papel de explicar o universo e seus mistérios, o sol, a lua, a origem de nosso mundo com seus elementos constituintes, a natureza, o bem e o mal. Ele procura apresentar uma causa para essas realidades. O mito, ao buscar uma causa que explique esses diferentes fenômenos, tem uma função etiológica.
O mito é um primeiro passo para a explicação absolutamente racional do universo que nos cerca.
O mito e a filosofia têm uma certa semelhança, pois possuem um objetivo comum que é a busca de uma causa que explique aquilo que o homem não consegue compreender e que o coloca em estado de admiração, de perplexidade.
MITO (no contexto clássico) – é uma narrativa tradicional que tem importância no seio de uma determinada cultura, sendo transmitido de geração em geração e tendo como tema deuses, heróis e seres fantásticos, situando a narrativa mítica em um tempo bem antigo que não se pode determinar no âmbito histórico. Originalmente, é ligado à palavra oral. Nasce e desenvolve-se no âmbito da oralidade. Surge como uma forma de explicar o mundo. O homem por não compreender o sentido de sua existência, os mistérios do universo que o cerca e os conflitos que habitam sua alma, inquieta-se, fica perplexo e busca respostas. Assim, o mito tem a função de aplacar a angústia do homem diante do desconhecido, explicar aquilo que ele não compreende. É a chamada função etiológica.
Aula 8 – Os deuses gregos
Surgimento do Cristianismo X Cultura grega
A visão antropomórfica que os gregos tinham das divindades, certamente, ajudou na aceitação da ideia de que Deus pôde fazer-se homem e nascer de uma mulher, Maria. Se para os judeus, tal ideia poderia ser motivo de escândalos, para os gregos, ela era muito normal, dado o modo como viam suas divindades.
 Platão e Aristóteles vão introduzir na cultura grega, a noção de que há um único deus, aproximando, assim, a cultura grega do monoteísmo judaico-cristão.
 Outro elemento importante é o fato de que o Apóstolo São Paulo era cidadão romano e teve uma educação nos moldes greco-romanos. Ele falava o grego e conhecia a cultura grega. E serve-se da profunda religiosidade grega para anunciar o Cristianismo aos gentios. Quando ele chega a Atenas, encontra o altar sagrado ao deus desconhecido e diz, então, aos atenienses no Aerópago que ele está ali para anunciar esse Deus que para eles é desconhecido, que é o Deus cristão.
Aula 9 – Hesíodo e a poesia didática
Semelhanças e diferenças entre a poesia de Homero e de Hesíodo:
 As semelhanças se dão na forma (ambos utilizam o mesmo tipo de verso, que é o verso épico (hexâmetro datílico) e a mesma língua artificial que é a língua da épica, com suas fórmulas e epítetos.
As diferenças estão na temática. Homero tem como tema o humano em sua dimensão heroica, centrado no eixo deuses-heróis. Hesíodo trata do humano em sua dimensão cotidiana, centrado no eixo deuses-homem comum. O personagem de Homero é o homem herói, o de Hesíodo, o homem-trabalhador. Homero retrata uma sociedade guerreira, idealizada, Hesíodo, uma sociedade camponesa real. Homero transmite valores pela conduta exemplar de seus heróis, Hesíodo o faz através de conselhos, advertências, explicações que caracterizam sua poesia como didática.
Temática dos poemas de Hesíodo:
Os poemas de Hesíodo (Teogonia e Trabalhos e dias) têm um elemento em comum: eles são um canto de louvor a Zeus, seu poder, sua glória e sua justiça.
O poema Teogonia trata dos deuses, de sua origem e genealogias. O poeta organiza o mundo divino, começando dos deuses primordiais, que são identificados com os elementos formadores do mundo (terra, céu, ar, espaço, mares, montanhas, etc.), até chegar a Zeus e demais deuses olímpicos.
O poema Trabalhos e dias tem como tema a justiça e o trabalho, além de trazer uma série de conselhos sobre como viver e como trabalhar. A origem do texto repousa na discórdia que se estabelece entre Hesíodo e seu irmão, Perses, por conta da divisão da herança paterna. Hesíodo procura mostrar a seu irmão que a riqueza obtida pelo roubo será punida por Zeus. A boa riqueza é a que provém do trabalho. O poema traz inúmeros conselhos ao irmão, para que ele emende sua vida e enriqueça com seu próprio trabalho.
Os dois textos de Hesíodo têm, ainda, em comum o fato de trazerem inúmeros mitos como forma de apresentar, didaticamente, os temas abordados pelo autor.
A poesia de Hesíodo tem um caráter didático. O mundo dos deuses, que em Homero aparecia de modo bastante solto e esparso, é organizado por Hesíodo. Ele percorre as diferentes divindades, desde as primordiais que, como vimos, são cosmogômicas, até Zeus e os demais deuses olímpicos.
Homero, com seus poemas, transmite valores, normas, formas de comportamento, inclusive social e religioso, mas o faz através da descrição das ações dos diferentes personagens, apresentando, por assim dizer, exemplos e modelos.
Hesíodo, ao contrário, organiza um código de conduta individual, social, religioso, ao mesmo tempo em que dá indicações sobre o trabalho, servindo-se de Teogonia – organiza o mundo divino; Trabalho e dias – o humano.
Aulas 10 e 11 – A poesia lírica (partes 1 e 2) 
 A lírica – gênero bastante importante no âmbito da poesia antiga. Ela tem pontos em comum com os outros tipos de poesia que circulavam no período arcaico grego. Traz novidades em relação à forma e sobre a temática e ao tom que o poeta impõe às suas composições. 
Características da lírica:
Variedade da forma, do tema e do tom.
De acordo com os exemplos (pág. 213 do módulo), há poemas com rimas e outros não. A métrica pode existir ou ser ausente. Os temas são variados: amor, tristeza, precariedade da vida, bandeira brasileira, sociedade. No entanto, tudo é poesia. Na antiguidade, esses trechos estariam no domínio da lírica. Porque a lírica é pluralidade.
 A pluralidade característica da lírica, pode-se acrescentar sua oposição, como gênero poético, à épica e ao drama (teatro). É lírico o que não é épico nem dramático. É uma classificação por exclusão.
“Eu poético” - Na lírica, encontramos de modo muito claro, o “eu”. Ela introduz, por assim dizer, o “eu” na literatura ocidental com toda a sua força, ainda que esse “eu” possa não ser o do poeta, mas apenas um recurso literário de que ele se serve para compor sua obra. A lírica floresce em diferentes âmbitos da vida grega: em família, em reuniões com amigos e conhecidos ou em festas públicas. Todos esses ambientes possuem algo em comum: a coletividade, o elemento social. A lírica não é, em suas origens, uma atividade individual e solitária, ela é coletiva, social, pública.
A lírica é caracterizada, desde suas origens, pela diversidade temática. Os tons que os poetas abordam um mesmo assunto é também variado.
A lírica grega é contemporânea da épica e da poesia didática. Ela tem uma tradição oral anterior aos registros escritos que a nós chegaram como as outras. A lírica é tudo aquilo que não é épico (e didático) ou dramático. A variedade de forma, de tema e de tons encontrados na lírica não são encontradas na épica e na poesia didática. São muitos os temas abordados na lírica: amor, ódio, vinho, sexo, guerra, heroísmo, tristeza, alegria, juventude, velhice, precariedade da vida, etc.
Semelhanças e diferenças entre a poesia de Safo e a poesia de Catulo: (pág. 254 e 255)
 Safo aborda a temática do amor e do desejo de modo terno e delicado. Mostra toda a força do amor/desejo, como deus Eros se apodera do apaixonado. O poder desse deus é tal que, à simples visão do objeto de seu amor, o apaixonado se descontrola completamente. [...]
 Catulo, abre as portas para um mundo diferente do de Safo. Ele coloca-se sob a inspiração da poetisa grega, mas conta-nos uma história diferente sobre o amor. O amor pode ser terno como o que Safo descreve. A paixão descontrola-nos completamente. [...]

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