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Assinatura Digital X Assinatura Formal NOVA

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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Renato Mendes de Oliveira – T47171-0
ASSINATURA DIGITAL X ASSINATURA FORMAL – Aspectos Positivos e Negativos e os Direitos da Personalidade
Trabalho de atividade prática supervisionada para o cumprimento de adaptação curricular correspondente ao sétimo semestre do curso de Bacharelado em Direito. 
São Paulo
2018
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de tentar levantar as discussões acerca dos aspectos positivos e negativos das duas modalidades de assinatura existentes nos dias atuais, que afetam diretamente o Direito da Personalidade. A Assinatura Digital e a Assinatura Formal têm a mesma eficácia, porém em âmbitos diferentes. O avanço das tecnologias fez com que houvesse a necessidade de se assinar digitalmente, como forma de dar validade às várias condutas que só eram possíveis no mundo real, com a assinatura formal. 
Por outro lado, a mesma tecnologia abriu brechas para que houvesse danos e prejuízos que só agora estão sendo tipificados nas leis penais. Com pouquíssimas teses a respeito, a tendência é que este assunto ainda seja muito explorado nos próximos anos, buscando soluções que não travem o desenvolvimento tecnológico, prejudicando assim a evolução humana.
	Palavras-chave: Direito da Personalidade, Assinatura Digital, Direito Eletrônico.
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 4
2 – O PROJETO DE LEI.................................................................................................. 6
3 – A QUESTÃO DA AUTORIDADE CERTIFICADORA............................................ 7
4 – CRIPTOGRAFIA: O ALGARISMO DA SEGURANÇA.......................................... 9
5 – DIREITO DA PERSONALIDADE NOS MEIOS ELETRÔNICOS........................ 11
6 – CONCLUSÃO........................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 13
1 – INTRODUÇÃO
A discussão das diferenças entre Assinatura Digital e Assinatura Formal e suas implicações referentes ao Direito da Personalidade é um dos assuntos que mais trazem dúvidas do que esclarecimentos nos dias de hoje, já que é um assunto totalmente novo e, por isso, os estudiosos ainda esperam os rumos que a tecnologia irá tomar nos próximos anos. 
Com o avanço da internet, cada vez mais atrelada ao comportamento humano, com as redes sociais tornando-se meios de comunicação importantes e com a “virtualização” de inúmeras condutas antes possíveis apenas na esfera real, presume-se que nossas leis atuais estão completamente atrasadas em relação às tecnologias, propagando-se danos e prejuízos na esfera real por condutas virtuais que ainda seguem atípicas para o atual Direito Penal e sem previsão de regulação em nosso Direito Civil. Algumas leis esparsas tentam regular condutas na web e, dentro delas, está a regulação das assinaturas digitais, meio que simboliza toda e qualquer tomada de decisão no mundo virtual, sendo que afeta diretamente o direito da personalidade se houver algum tipo de fraude, em analogia ao mundo real, equiparada a falsificação de assinatura formal.
A assinatura digital é um tipo de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.
A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração neste, a assinatura se torna invalida. A técnica permite não só verificar a autoria do documento, como estabelece também uma “imutabilidade lógica” do seu conteúdo.
É necessário distinguir assinatura digital da assinatura digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da assinatura autografa como imagem por um equipamento igual ao scanner. Ela não garante a autoria e a integridade do documento eletrônico, uma vez que ela pode ser facilmente copiada e inserida em outro documento.
A assinatura digital tem que seguir alguns tributos: 
a) ser única para cada documento, mesmo que seja o mesmo signatário; 
b) comprovar a autoria do documento eletrônico; 
c)possibilitar a verificação da integridade do documento, ou seja, sempre que houver qualquer alteração, o destinatário terá como saber; 
d) assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento eletrônico, uma vez que, a princípio, o emitente é a única pessoa que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura. 
A assinatura digital garante ao destinatário que o documento não foi alterado ao ser enviado e ainda comprova a autoria do emitente. 
Como dissemos acima, a segurança, que hoje é a maior preocupação de todos aqueles que negociam pelos meios eletrônicos. A credibilidade desses documentos está ligada essencialmente à sua originalidade e à certeza de que ele não foi alterado de alguma maneira pelos caminhos que percorreram até chegar ao destinatário. 
Os fatores de risco podem advir por fatores internos ou externos, sendo que os internos podem acontecer por erro humano ou mesmo falha técnica. O fator externo, e aí está o risco maior, consiste na atuação fraudulenta de estranhos que pode alcançar meios para adentrar no programa enviado e desviar o objetivo do mesmo, em prejuízo das partes envolvidas no negócio.
Então, fomos buscar na Criptologia que é a ciência que estuda a maneira mais segura e secreta para a realização das comunicações virtuais, a solução mais imediata. É composta de Criptografia e Criptoanálise que representam a criação de uma senha e a chave para decifrá-la.
As técnicas de assinatura feitas por meio da Criptografia consistem numa mistura de dados ininteligíveis onde é necessário o uso de duas chaves, a pública e a privada, para que ele possa se tornar legível. É como se fosse um cofre forte que somente para quem tem o seu segredo é acessível.
Essa assinatura é formada por uma série de letras, números e símbolos e é feita em duas etapas. Primeiramente o autor, através de um software que contém um algoritmo próprio, realiza uma operação e fez um tipo de resumo dos dados do documento que quer enviar, também chamado de função hash. Após essa operação ele usa a chave privada que vai “encriptar” este resumo e o resultado desse processo é a assinatura digital.
É por isso que a assinatura eletrônica, diferentemente da assinatura real, se modifica a cada arquivo transformado em documento e o seu autor não poderá repeti-la como faz com as assinaturas apostas nos documentos reais.
A pessoa encarregada de fornecer os pares de chaves é a Autoridade Certificante e é uma entidade independente e legalmente habilitada para exercer as funções de distribuidor das chaves e pode ser consultado a qualquer tempo certificando que determinada pessoa é a titular da assinatura digital, da chave pública e da respectiva chave privada.
Isto quer dizer que quem vai fornecer a forma de alguém assinar um documento digital é outra pessoa e não poderá ser criada pelo próprio usuário.
Portanto este tipo de rubrica difere da assinatura que conhecemos em quase todos os aspectos porque, a assinatura tal qual hoje se reconhece pode ser conceituada como sendo o ato físico por meio do qual alguém coloca em um suporte físico a sua marca ou sinal. A marca é personalíssima e tem eficácia e validade jurídica, podendo ser levada ao tabelião para que este faça o seu reconhecimento por semelhança, já que pode ser conservada em arquivos e periciada por meios grafológicos.
2 - O PROJETO DE LEI
Está no Congresso Nacional o projeto de lei que equipara a assinatura digital àquela formalmente aposta em um suporte físico para que as relações online possam ter a mesma eficácia dos documentos. Estamosde acordo de que a lei vai alavancar o comércio eletrônico e outras transações virtuais com o aumento da segurança e a certeza que em caso de querela judicial, a prova do negócio será feita, sem maiores problemas.
Ocorre que conforme discorremos acima, esta assinatura digital que se apresenta de forma cifrada não é a mesma assinatura que temos conhecimento, já que não guarda com esta as necessárias semelhanças capazes de equipará-las.
Primeiro porque se formos analisar o conceito de assinatura, veremos que a que se faz por meios digitais não é um ato pessoal do assinante, eis que ela é fornecida por outrem; a duas porque ela não se repete a cada mensagem e, portanto, não poderá ser arquivada tal qual foi efetivada no ato do seu envio; prosseguindo, ela não está ligada a um meio físico capaz de poder ser submetida a um processo de reconhecimento por semelhança ou periciada por meios grafológicos e por fim não apresenta a marca pessoal de quem está firmando o documento, eis que está representada por uma série de letras, números e símbolos embaralhados de forma ininteligíveis. 
Para complementar diríamos que a Assinatura Digital é transferível, bastando que o seu proprietário a ceda a alguém e a Assinatura formal é intransferível por estar ela indelevelmente ligada ao seu autor. 
Por estes motivos é que afirmamos que a Assinatura Digital não tem a mesma natureza da Assinatura Formal, essa que conhecemos e usamos no dia a dia. Podemos dar o nome que quisermos e este termo, Assinatura Digital, que foi traduzido do inglês Digital Signature porque o sistema que a cifrou por meio da criptografia foi criado em terras norte-americanas. Porém a verdade é que não se trata de um sinal personalíssimo capaz de identificar o seu autor.
Suponhamos que alguém possua um par de chaves criptografadas para usar em seus negócios e sendo estas de sua propriedade as empreste para que alguém use. O negócio está feito e a prova do empréstimo será uma questão de outra prova a ser feita em juízo. Mas cabe a pergunta: como alguém pode ceder a outra pessoa a sua assinatura, a sua marca, o seu sinal pessoal? O direito civil apenas admite a representação por meio da procuração pública ou privada e a assinatura, que é representativa da vontade, pode ser substituída pela firma do procurador, mas este não pode assinar como o seu representado o faria. 
Aí está a diferença e por isso dissemos que elas não são a mesma coisa.
3 - A QUESTÃO DA AUTORIDADE CERTIFICADORA
Diz o artigo 236 da Carta Magna que: "Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público" e a Lei de Registros Públicos dá aos Notários a atribuição exclusiva para o reconhecimento de firmas.
Entendemos que a firma é a assinatura que pode ser arquivada nos Cartórios e comprovada por meios grafológicos e não uma simbologia que não possui as características de uma marca pessoal aposta em um documento físico. 
Mesmo que a doutrina estrangeira tenha dado o nome de Digital Signature, no Direito vale o fundo sobre a forma, isto é, a natureza jurídica e a essência do instituto que vão determinar a que ramo ela pertence e não a roupagem que veste.
Sem levarmos em consideração o fato de que os mestres em direito e os juristas não tem formação acadêmica em matemática ou análise de sistemas, o que ocorre é que não haverá inconstitucionalidade alguma em uma lei que não conceda aos tabeliães os “cyber-cartórios”, por tudo o que foi exposto e porque qualquer argumento neste sentido cairia por terra pela divergência dos objetos do pedido. 
Se os notários argumentam que a sua função detém a exclusividade legal para o reconhecimento de firmas, evidentemente que o seu pedido seria deferido por qualquer magistrado, se por acaso aquele emaranhado de símbolos fosse à verdade uma assinatura, um sinal personalíssimo de alguém. Mas como não é, pois se trata de uma simbologia criada apenas para assegurar uma negociação e dar validade jurídica ao ato, não há como equiparar os dados encriptados a assinatura formal.
Assinatura é ato pessoal, físico e intransferível. Dado codificado digital é uma sequência de bits, representativos de um fato, registrados em um programa de computador. (BRASIL, Ângela B.) A palavra documento origina-se da palavra latina “docere”, que significa ensinar. O documento destina-se, pois, a mostrar algum fato juridicamente relevante a alguém. Ele é a representação do fato jurídico que se quer demonstrar, tanto que o art. 212, inc. II, do Código Civil dispõe que os fatos jurídicos se provam pelo documento, podendo esse ser suprido por outras provas de caráter legal.
Os problemas fundamentais relativos à viabilidade da adoção de um conceito de documento eletrônico se faz necessário para outorgar-se força probante à relação jurídica nele representada, que é imprescindível para a viabilização do comércio eletrônico, estando basicamente ligados a três requisitos: autenticidade, integridade e perenidade do conteúdo, além de uma evidente função probatória. 
A autenticidade se refere à possibilidade de identificar, com elevado grau de certeza, a autoria da manifestação de vontade representada no documento digital, ou a qualidade do que é confirmado por ato de autoridade, de coisa, documento ou declaração de verdadeiros. Integridade significa a certeza de que o documento eletrônico não foi adulterado no caminho entre o emitente e o receptor ou por uma dessas partes e, em caso de haver adulteração, que essa seja identificável. A perenidade diz respeito à sua validade ao longo do tempo. 
Alguns doutrinadores entendem que, quando assegurados os quatro requisitos acima expostos, é legalmente possível, onde não forem exigidas formalidades legais específicas, atribuir-se validade jurídica ao documento eletrônico independentemente de estar ele digitalmente assinado. 
Segundo os ensinamentos da Maristela Basso, “todas as técnicas modernas de autenticação são, em princípio, admissíveis na determinação da autoria das mensagens e da existência mesmo do contrato, porque em todos os ordenamentos jurídicos analisados, admite-se, em regra, a liberdade de prova em matéria de contratos (...) cabe ao juiz, portanto, em razão ao princípio da liberdade da prova, o poder de apreciar e julgar a força probante da técnica de autenticação empregada, segundo o seu ordenamento jurídico. Logo, de nada servirá às partes a técnica de autenticação caso os tribunais não lhe concedam valor legal”. Atualmente, após a edição da Medida Provisória n 2.200-2/01, a validade da técnica da autenticação nela descrita decorre de expressa disposição legal, o que lhe garante a aceitação jurisprudencial. 
Por isso, um documento eletrônico instrumentado por meio de uma técnica, cuja eficácia e segurança possam ser comprovadas, capaz de conferir segurança e integridade, além de atestar a sua autenticidade, dentro do contexto de liberdade probatória, deve ser aceito como válido e, assim, obrigar as partes a ele relacionadas. A Medida Provisória 2.200-2/01 e a assinatura digital de chave pública vieram para facilitar o reconhecimento da legalidade desse tipo de documento, liberando as partes de recorrerem a meios externos e excepcionais para fazer a prova da sua validade.
4 - CRIPTOGRAFIA: O ALGARISMO DA SEGURANÇA
Podemos dizer que, historicamente, segurança eletrônica significava confinamento de dados. Entretanto, confinamento é uma antítese da Internet. Por isso, nos dias de hoje, a ênfase é dirigida para buscar a tecnologia capaz de garantir a integridade, a autenticidade e a disponibilidade da informação quando necessária. E isso é possível graças ao desenvolvimento da criptografia.
Podemos definir criptografia, como a técnica utilizada para garantir o sigilo das comunicações em ambientes inseguros ou em situações conflituosas. Atualmente, sua aplicação se expandiu para além do mero sigilo, tornando-se um elemento essencial na formação de uma infraestrutura para o comércio eletrônico e a trocade informações. 
O mecanismo funciona pela aplicação de um padrão secreto de substituição dos caracteres, de maneira que a mensagem se torne ininteligível para quem não conheça o padrão criptográfico utilizado. 
A sua origem, veio das necessidades militares, razão pela qual o seu uso é, até hoje, fortemente regulamento em diversos países.
A criptografia moderna utiliza conceitos matemáticos avançados e abstratos, que servem como padrão para a cifragem das mensagens: os algoritmos. Na computação, os algoritmos são utilizados não para embaralhar as palavras das frases, ou as letras das palavras, mas os próprios bits do documento digital. 
Nos dias de hoje, para que um sistema criptográfico seja considerado seguro e completo, ele tem que atender a três parâmetros: 
a) identificação/ autenticação: verificação da identidade do remetente da mensagem, garantido que ele é realmente quem diz ser; 
b) impedimento de rejeição: que garante que o remetente não poderá negar o envio da mensagem e; 
c) privacidade que é a capacidade de o sistema ocultar o conteúdo da mensagem de todos que não sejam o destinatário dela. 
Em princípio, todo algoritmo criptográfico pode ser decifrado, mas o custo e o tempo para fazê-lo tornam a empreitada impraticável. O padrão criptográfico utilizado para cifrar ou decifrar mensagens, é também denominado chave. Quando a mesma chave é utilizada para cifrar e decifrar a mensagem é porque o sistema usado é de criptografia simétrica. 
É muito utilizada a técnica da criptografia simétrica para a assinatura de documentos eletrônicos. Também conhecida como “criptografia de chave privada”, esse tipo de assinatura eletrônica exige que o destinatário da mensagem conheça o algoritmo utilizado para assinar a mensagem, caso contrário, não poderá reconhecer a assinatura, invalidando o seu conteúdo. Para que a criptografia simétrica funcione, o destinatário deve possuir a chave usada pelo remetente. Caso contrário, este terá de preocupar-se em enviar-lhe uma cópia do algoritmo. 
A chave privada, quando utilizada para assinar o documento eletrônico, faz incluir um código numérico do documento. Esse código numérico é a própria assinatura digital e consiste no resultado da aplicação de um algoritmo matemático ao texto do documento. Somente a chave pública relacionada à chave privada que criou o código numérico pode decifra-lo, o que garante a origem do documento, desde que se garanta a total preservação da chave privada, chamado de Autoridade Certificadora. É importante que, as chaves sejam matematicamente independentes, ou seja, partindo-se de uma deve ser matematicamente impossível deduzir a outra. 
A assinatura do documento eletrônico mediante o uso da criptografia de chave pública denomina-se de assinatura digital, em contraposição às demais técnicas, que são chamadas de assinaturas eletrônicas. 
Em relação à segurança jurídica das assinaturas eletrônicas, somente no ano de 2001 foi promulgado o já referido marco regulatório das assinaturas eletrônicas e, conseguintemente, dos documentos em forma eletrônica. A Medida Provisória 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, instituiu a “Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil”, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos de forma eletrônica. A ICP-Brasil, é composta por uma unidade estatal, gestora da política de certificação, e por uma cadeia de autoridades certificadoras, subordinada à primeira; é composta também, por uma estrutura de autoridades certificadoras hierarquicamente dispostas, onde a autoridade suprema é o Comitê Gestor da ICP-Brasil, órgão deliberativo com poder para definir as políticas e normas técnicas que garantem o pleno funcionamento da ICP-Brasil.
5 – DIREITOS DA PERSONALIDADE NOS MEIOS ELETRÔNICOS
A personalidade é atributo inerente à pessoa, física ou jurídica, que indica os que possuem capacidade de direito e de exercício de direito, além de possuir obrigações. É definido no Código Civil, artigo 1º, que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. “Mesmo que o indivíduo não tenha consciência da realidade, é dotado de personalidade, pelo simples fato de ser pessoa” (PEREIRA, 2001, p. 142). 
Podemos definir que personalidade é o conjunto de atributos de uma pessoa. A proteção à personalidade é crucial para o exercício dos direitos e deveres a que cada pessoa é incumbida. Portanto, desde que o princípio da dignidade da pessoa humana passou a ser cláusula pétrea na nossa Carta Magna e teve sua valoração em detrimento ao patrimônio, houve a necessidade de que os direitos da personalidade fossem de caráter absoluto e indisponíveis. Sendo de tal magnitude dentro de nosso ordenamento jurídico, é inadmissível que existem mecanismos que possam feri-la e que sejam de tão fácil acesso como é possível acontecer nos meios eletrônicos.
Desta feita, a assinatura digital surge como uma forma de dar segurança às transações ocorridas em meio eletrônico. A forma de criptografia e o controle feito pelas agências reguladoras são garantias de que o direito da personalidade não será ferido, sendo de difícil acesso a utilização de terceiros indevidamente. 
É forma de prova documental a apresentação de transações geradas em meio eletrônico, tanto de seus protocolos como até mesmo os contratos assinados digitalmente. Portanto, a segurança de que a transação realizada foi feita realmente por quem se diz parte do negócio jurídico é imprescindível para dar a valoração necessária de prova documental nos imbróglios, lides ou simplesmente necessidades de se opor direitos perante terceiros na forma eletrônica. 
A tendência do fim do uso do papel pelo homem passa diretamente pelo avanço tecnológico de substituição de formas de documentos palpáveis e “reais” para documentos eletrônicos e “virtuais”. Esta tendência também se expande no mundo jurídico, tanto nas petições eletrônicas como pela sistematização e automatização dos processos nos tribunais, passando tudo para o meio eletrônico. Para isso, o advogado deverá ter sua certificação digital reconhecida para acessar os autos. A proteção ao direito de personalidade se estende a todas as formas que antes eram formais e passam a ser digitais.
Com o uso da criptografia, aumenta-se a segurança de forma que o usuário comum do meio eletrônico fica impedido de alterar qualquer documento, para não prejudicar sua forma original e, consequentemente, transforma-lo a ponto de não mais ter sua validade reconhecida. A alteração configura violação ao direito de personalidade, pois a pessoa que está com sua assinatura naquele documento se torna vítima de uma fraude, assinando uma coisa que ela não reconhece. 
Analogicamente, remetemos o fato à falsificação de assinatura, modalidade de crime de falsificação documental, que se não por meios formais, mas sim digitais, faz com que a conduta deva ser tipificada como crime, em tese.
6 - CONCLUSÃO
Os aspectos enunciados neste trabalho sobre os aspectos positivos e negativos da Assinatura Digital nos mostram que o caminho que o legislador terá que seguir é árduo, visto que, sem o apoio dos especialistas em segurança eletrônica, é impossível criar leis que possam trazer segurança jurídica para todas as condutas amealhadas e cada vez mais introduzidas às transações virtuais.
Contudo, a tecnologia não pode deixar de avançar, privando-nos de simplificar ainda mais ações que hoje são totalmente viáveis de se fazer online, impensável para gerações anteriores que sequer imaginariam a existência de aparelhos como os smartphones, que cremos que seja o maior representativo de tecnologia existente nos dias atuais, em se tratando de seu fácil acesso pela maioria da população.
A solução que resta ao legislador é admitir que nossas leis ultrapassadas precisam de uma renovação para que o Direito da Personalidade seja protegido dos males tecnológicos que nós leigos somos ainda incapazes de imaginar o que ainda pode ser criado para ferir este dispositivo.O caminho da certificação digital ainda caminha a passos lentos e segue inacessível a boa parte da população, o que deixa essa discussão ainda engatinhando em relação a temas mais urgentes. Porém, os malefícios já são sentidos em algumas áreas, o que torna imprescindível maior rapidez na elaboração de leis que protejam a pessoa humana das mazelas de se ter uma assinatura digital falsificada.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução, 4. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.
BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
SOUSA, R. Capelo de. O Direito Geral de Personalidade. Coimbra: Coimbra Editora, 1995.
ZANINI, Leonardo E .de A. Direitos da Personalidade. Saraiva: São Paulo, 2011.
LUCCA, Newton de; SIMÃO FILHO, Adalberto. Direito & Internet: Aspectos Jurídicos Relevantes, 2. Ed. Quartier Latin.
REALE, Miguel. Os Direitos da Personalidade. Disponível em <http://www.miguelreale.com.br/artigos/dirpers.htm>. Acesso em 20.nov.2017.
BRASIL, Ângela B. Assinatura Digital não é Assinatura Formal. 2000. Disponível em <http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/3002-2996-1-PB.htm>. Acesso em 20.dez.2017.
LANDO, Giorge A. O Documento Eletrônico para Alcançar a Verdade. Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8342>. Acesso em 20.dez.2017.
GOMES, Daniela V. Algumas Considerações Sobre os Direitos de Personalidade. Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8264 >. Acesso em 20.dez.2017.

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