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Contabilidade Instrumental para Peritos

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REMO DALLA ZANNA
CONTABILIDADE 
INSTRUMENTAL 
PARA PERITOS
• Avaliação de empresas para fins judiciais
• Balanço especial
• Balanço de determinação
• Avaliação de aquestos
• Avaliação de ativos intangíveis (fundo de 
comércio)
• Apuração de haveres
• Avaliação de perdas, danos emercentes e lucros 
cessantes
• Recuperação de empresas e falência
• As fraudes e a contabilidade
• Análise de investimentos
JUSTIFICATIVA e 
AGRADECIMENTOS
Os trabalhos periciais que exigem do Perito Contador a elaboração de 
Balanço Especial, de Balanço de Determinação e de outras demonstrações 
financeiras especiais justificam, de pronto, o interesse pela atualização 
deste livro.
Desde que foi apresentada a primeira edição, muitas coisas muda-
ram em nossa vida profissional: (i) os avanços da escrituração eletrônica 
conforme os vários Sped; (ii) a Lei nº 11.638, de 28.12.2007 e suas con-
sequências na escrituração dos fatos econômico-contábeis; (iii) as novas 
Normas Brasileiras de Contabilidade; (iv) as novas orientações do Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis; (v) o novo Código de Processo Civil; 
(vi) etc. Tudo isso vis-à-vis com a praxe forense que é, a seu tempo, algo 
vivo e em permanente aperfeiçoamento. Estas atualizações de normas 
e leis exigiram a adequação desta obra e, por isso, disponibilizamos ao 
profissional esta 2ª edição que vem a lume seis anos depois da primeira.
Aproveitou-se, então, para corrigir alguns equívocos de revisão ob-
servados na primeira e ampliar alguns temas segundo as recomendações 
de nossos leitores. Agradecemos a todos os leitores e, particularmente, 
aos nossos alunos a distância (Internet) que questionaram alguns pontos 
polêmicos e nos enviaram observações com as quais foi possível enriquecer 
esta segunda edição.
8
 REMO DALLA ZANNA
O nosso escopo continua sendo o de apresentar, de forma didática, 
o que observamos em processos que exigiram, mercê de quesitos e/ou de 
comandos judiciais, a avaliação de aquestos, a avaliação de ativos intangíveis 
não contabilizados, a avaliação de perdas, de danos emergentes e de lucros 
cessantes, bem como a elaboração de balanço de determinação e outras de-
monstrações financeiras específicas, segundo o caso, inclusive, a avaliação de 
empresa com contabilidade lacunosa ou mesmo sem contabilidade alguma.
Sabemos que este compêndio não esgota os temas propostos e que 
a dinâmica judicial e a contábil acompanham as mudanças da sociedade. 
Por isso mesmo, de tempos em tempos, surgem novas normas, novos 
códigos e novos procedimentos. Conforta-nos saber que contribuímos 
com os colegas, com os professores e com os operadores do Direito ofe-
recendo-lhes um instrumento para consultas, pesquisas e estudos sobre 
os temas abordados neste livro.
Tomando por base a filosofia de trabalho já expressada em nossas 
aulas, em palestras e em contatos que mantemos com os nossos colegas, 
qual seja: que devemos manter absoluta equidistância das partes e apre-
sentar um bom e completo trabalho técnico, confirmamos nossa opinião 
no sentido de que o relatório pericial, seja na forma de laudo ou de parecer 
pericial contábil, deve atender às partes segundo os quesitos apresentados à 
perícia, mas, principalmente, deve atender à necessidade de conhecimento 
do magistrado. É certo que o adequado atendimento das necessidades de 
conhecimento depende, basicamente, de dois elementos fundamentais 
que são: a) a precisão e a suficiência das provas documentais e contábeis 
juntadas aos autos do processo e/ou fornecidas ao perito judicial; e b) a 
inteligência aplicada aos quesitos formulados nos autos. Sobre a qualidade 
das provas e a adequacidade dos quesitos, pede-se a gentileza de ler estes 
temas no nosso livro Prática de Perícia Contábil, 5ª edição.
Assim procedendo, o profissional prestará bons serviços à Justiça, 
pois dará a conhecer os valores objeto de avaliação e fornecerá subsídios 
técnicos, de forma clara e completa, para que o ilustre magistrado ou o 
distinto árbitro possam decidir o que for de direito.
9
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
Por outro lado, caso se aperceba de que as respostas dadas aos que-
sitos, como redigidos pelas partes e apresentados nos autos, não sejam 
suficientes para que o julgador tenha todas as informações de que neces-
sita para prolatar uma sentença fundamentada, o profissional, por meio 
de um capítulo que podemos chamar de “Conclusões Técnicas”, deverá 
se manisfestar sobre os pontos até então não revelados. Não o fazendo, 
poderá, ainda que involuntariamente, contribuir para que uma sentença 
imprecisa venha a ser prolatada. Nesta tarefa, tomará cuidado para não 
extrapolar os limites de sua função, o que aconteceria se passasse a emitir 
opiniões ou conceitos éticos, morais e até financeiros, procurando induzir 
o leitor a uma determinada conclusão.
APRESENTAÇÃO
Este livro, o terceiro de autoria do professor Remo Dalla Zanna, se 
destina a vários usuários, com destaque para: (a) alunos e professores de 
pós-graduação; (b) estudiosos da perícia contábil aplicada à avaliação de 
empresas, à avaliação de Fundo de Comércio e/ou goodwill, à elaboração de 
Balanços Especiais e de Balanços de Determinação, à Apuração de Haveres, 
à Avaliação de Perdas, Danos Emergentes e Lucros Cessantes, à Avaliação 
de Aquestos, à Recuperação Judicial de Empresas, à Apuração de Fraudes e 
demais temas relacionados com a dissolução parcial ou total de sociedade, 
afastamento de sócios e controvérsias sobre o valor das quotas de Capital 
de sociedades limitadas e de ações de sociedades anônimas, principalmente 
aquelas de capital acionário fechado, inclusive a investigação contábil e 
o famigerado caixa dois. Este livro será útil aos profissionais que atuam 
em bancos comerciais e de investimento, corretoras, distribuidoras e para 
executivos que fazem parte do mercado bolsistico.
Os Peritos Contadores, os Economistas e os demais leitores en-
contrarão, para cada tema e de maneira organizada, quase tudo de que 
necessitam para seu trabalho como: confeccionar laudos em processos 
judiciais e extrajudiciais; preparar aulas e palestras; preparar o temário 
para grupos de debates e reflexão; montar monografias e teses; etc.
Para atender às várias necessidades dos usuários, o autor organizou 
os capítulos, de forma didática e numa sequência de assuntos que permi-
tem um conhecimento crescente e cumulativo. Porém, caso necessitem, 
encontrarão orientação pontual para cada um dos temas de forma que esta 
12
 REMO DALLA ZANNA
obra sirva como fonte privilegiada para consultas. O leitor encontrará, 
no decorrer dos dez capítulos, orientações para atuar como perito judi-
cial, como assistente técnico, como consultor e como professor nas áreas 
capituladas neste livro. Cada capítulo aborda um tema ou um conjunto 
de temas correlatos. Quando necessário apresenta, para cada capítulo, 
um ou mais exemplos de laudos relacionados com o tema e respectivas 
planilhas de cálculo. 
Os capítulos abordam, lato sensu, os seguintes temas: 
01 – VALOR CONTÁBIL DA EMPRESA: Conceito de Valor Contábil da 
Empresa, Conceitos de: Patrimônio e de Patrimônio Líquido, A Contabilida-
de como Única Fonte Legal e Tecnicamente Confiável para Conhecer o Valor 
Contábil da Empresa, Critérios Contábeis Usados para Avaliar Direitos, Bens 
e Obrigações., Conceito e Exemplos de Ajustes Contábeis, Identificação e 
Fundamentação e Registro dos Ajustes; Exemplo de Balanço Patrimonial e 
ajustes para conhecer o valor do Patrimônio Líquido Ajustado.
02 – AVALIAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS: Conceito de bens 
intangíveis, Bens Intangíveis normalmente contabilizados no grupo do 
Ativo Permanente. Bens Intangíveis e o Perito Judicial, O valor de uma 
marca, Como avaliar o Ativo Intangível, Como avaliar “luvas” ou “ponto 
comercial”.
03 – COMO CALCULAR O FUNDODE COMÉRCIO: Fundo de Co-
mércio; Conceitos, Critérios e alguns Cálculos de Avaliação de Fundo de 
Comércio; Contabilização do Fundo de Comércio; O lucro como elemento 
determinante para avaliar o Fundo de Comércio da empresa.
04 – AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PARA FINS JUDICIAIS: Introdução, 
A Figura do Perito Contador Avaliador, Conceito de Valor Monetário, 
Como Conhecer o Valor de Mercado da Empresa, Fontes de Informação 
para o Trabalho Pericial. Demonstrações Contábeis Especiais: Balanço Es-
pecial e Balanço de Determinação, A questão dos Ajustes Necessários para 
apurar o Balanço de Determinação, Os cuidados do Perito Judicial com as 
Fraudes Perpetradas na Elaboração do Balancete de Verificação ou do Ba-
13
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
lanço Especial, Três Formas Usadas para avaliar uma empresa: (I) Sistema 
Americano EBIT = (Erning before interest and taxes) = Resultado (lucros) 
antes de Juros e Impostos; (II) Sistema de Capitalização de Resultados 
(lucros) Líquidos Futuros; (III) Sistema dos Resultados (lucros) Líquidos 
Passados mais Publicidade. Exemplo de Laudo em caso de avaliação de 
empresa para fins judiciais com cálculo do valor do Fundo de Comércio.
05 – AVALIAÇÃO DE EMPRESAS SEM CONTABILIDADE ou com 
CONTABILIDADE LACUNOSA: Ausência Total de Contabilidade Socie-
tária, Uso da Contabilidade Fiscal, de Informações Trabalhistas e outras 
para Avaliar a Empresa, Balanço de Abertura Aplicável à Avaliação de 
Empresas sem Contabilidade, A Escrituração Contábil Revela apenas Parte 
das Operações da Empresa. Exemplo de Laudo Pericial Contábil que, em 
face da ausência de contabilidade societária, foi elaborado usando outras 
fontes de informação. Exemplo de Laudo Pericial Contábil elaborado em 
face da escrituração contábil lacunosa.
06 – APURAÇÃO DE HAVERES: Fundamentos Legais da Apuração de 
Haveres, Conceito de Apuração de Haveres, O Balanço de Determinação 
na Apuração de Haveres, Os Haveres dos Sócios com Base no Balanço 
Especial e no Balanço de Determinação, A Apuração de Haveres, Balanço 
de Determinação e o Caixa Dois, A Investigação Contábil e Caixa Dois. 
Exemplo de Laudo Pericial Contábil em caso de Apuração de Haveres e 
respectivo Balanço de Determinação; Outro exemplo de Laudo Pericial 
Contábil em caso de Apuração de Haveres e críticas apresentadas pelo 
Perito Contador Assistente.
07 – AVALIAÇÃO de PERDAS, DANOS EMERGENTES e LUCROS 
CESSANTES: Perdas e Danos Emergentes, Lucros Cessantes, Indenização 
de Lucros Cessantes pela Lei Ferrari, Indenização em Casos de Expro-
priação a Bem do Serviço Público, Resumo. Exemplo de laudo contendo 
Perdas, Danos Emergentes e Lucros Cessantes.
08 – RECUPERAÇÃO de EMPRESAS e FALÊNCIA: Pontos de Interesse 
Pericial na Nova Lei de Falências ou Lei de Recuperação de Empresas (Lei 
nº 11.101/2005); Livros e Documentos Contábeis e Econômicos, Atua-
14
 REMO DALLA ZANNA
ção do Perito em Casos de Recuperação Extrajudicial, Atuação do Perito 
Contador como Auxiliar do Administrador Judicial; Estrutura do Laudo 
Pericial Contábil em Casos de Falência e Recuperação Extra ou Judicial, 
Simulação de Laudo em Casos de Pedidos de Recuperação e de Falência 
de Empresas, Recuperação Judicial Convertida em Falência.
09 – AS FRAUDES E A CONTABILIDADE: Fraudes e Erros, Víti-
mas mais comuns de fraudes, As fraudes e o contador, Incongruências 
Contábeis, As Fontes de Prova em Contabilidade, Indícios de Fraudes 
Cometidas pelos Administradores e seus Colaboradores, Fraudes Corpo-
rativas, Fraudes com a Ajuda da Informática, Fraudes em Documentos, A 
importância da Perícia Contábil na Detecção de Fraudes Administrativas. 
Exemplo de laudo que trata de fraude contra marca registrada. Exemplo 
de laudo que trata de fraude em livros contábeis.
10 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS: Conceito 
de Valor Econômico de Empreendimentos, Orçamento de Capital, Im-
portância das Decisões de Orçamento de Capital, Fases do Processo de 
Orçamento de Capital, Quando são Usadas as Técnicas de Orçamento de 
Capital ou Análise de Investimentos? Classificação dos Investimentos ou 
Tipos de Projetos, O que se entende por Fluxo de Caixa? Métodos Utili-
zados para Avaliar Investimentos de Empresa Usando o Fluxo de Caixa 
como Parâmetro, Roteiro Básico para examinar o Valor Atual ou a Taxa 
Interna de Retorno (TIR) de um projeto, Valor Perpétuo de uma Empresa. 
Exemplos de estudo de viabilidade de projetos de investimento.
A sequência dos assuntos propostos, num crescente de interesse 
técnico, visa mostrar a importância social do trabalho do Perito para a 
solução de controvérsias e facilitação de acordos e de decisões judiciais. 
O autor espera que a leitura seja fascinante. Ele está confiante de que esta 
obra dará mais segurança para o profissional.
Por outro lado, este livro não cuida de assunto novo; muito pelo 
contrário. Muitos autores e muitos profissionais já contribuíram com 
trabalhos de alto valor técnico e científico para esclarecer os temas nele 
15
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
abordados. A bibliografia é extensa e a que foi mencionada pelo autor é 
apenas uma parte dela. Logo, a vantagem deste compêndio está em resumir, 
atualizar e reunir, em um só volume, os conhecimentos esparsos, por ele 
encontrados, de forma que o autor não pretendeu esgotar este assunto e 
está aberto às críticas e complementações que possibilitem a ampliação e 
o enriquecimento deste livro de maneira a ser sempre útil e atual para o 
profissional que se dedica às atividades de investigação contábil. 
A EDITORA.
INTRODUÇÃO
Na parte teórica, o presente trabalho é uma singela revisão da litera-
tura técnica produzida por vários estudiosos sobre os temas abordados e, 
na parte prática, é o resultado do estudo de processos judiciais em que o 
autor exerceu a função de Perito Contador ou a de Perito Contador Assis-
tente. Por tratar, este livro, de temas polêmicos e por abordar um amplo 
espectro de situações, tem apenas o propósito de dar subsídios aos colegas 
de profissão, aos professores, aos alunos em nível de pós-graduação e aos 
operadores do direito. Desde já, o autor agradece as críticas e sugestões 
que podem ser enviadas para <contatos@rdzpericias.com.br>.
Prof. Remo Dalla Zanna (MS)
Maio de 2016.
Sumário
CAPÍTULO 1 
VALOR CONTÁBIL DA EMPRESA
1. Conceito de Valor Contábil da Empresa .......................................................... 25
2. Conceitos de: Patrimônio e Patrimônio Líquido ............................................. 28
3. A Contabilidade como única fonte legal e tecnicamente confiável para co-
nhecer o Valor Contábil da Empresa ............................................................... 29
4. Critérios Contábeis usados para avaliar direitos, bens e obrigações ............... 31
4.1. Contas do Ativo (Ativo Circulante e Ativo Não Circulante) ................ 31
4.2. Contas do Passivo (Passivo Circulante e Passivo Não Circulante) ....... 41
4.3. Contas do Patrimônio Líquido (Passivo Não Exigível) ........................ 45
5. Conceito e Exemplos de ajustes contábeis. ..................................................... 46
5.1. Conceito de Ajuste Contábil ................................................................. 46
5.2. Alguns Exemplos de Situações que Requerem a Aplicação de Ajustes 
Contábeis .............................................................................................. 48
6. Identificação, fundamentação e Registro dos Ajustes ...................................... 53
7. Exemplo de Balanço Patrimonial e Ajustes para conhecer o valor do Patri-
mônio Líquido Ajustado .................................................................................. 55
CAPÍTULO 2 
AVALIAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS 
1. Conceito de bens intangíveis ........................................................................... 602. Bens Intangíveis normalmente contabilizados no grupo do Ativo Não Circu-
lante ................................................................................................................. 67
3. Bens Intangíveis e o Perito Judicial ................................................................. 68
20
 REMO DALLA ZANNA
4. O valor de uma marca ...................................................................................... 70
5. Como avaliar o Intangível................................................................................ 74
5.1. A Respeito de Marcas, Patentes e Direitos Autorais. ............................. 75
5.2. Sobre a Ausência de Critérios Preestabelecidos para Avaliar Bens In-
tangíveis ................................................................................................ 78
5.2.1. Regra Geral para Avaliar o Conjunto de Bens Intangíveis ........ 79
6. Como avaliar “luvas” ou “ponto comercial” .................................................... 80
CAPÍTULO 3
COMO CALCULAR O FUNDO DE COMÉRCIO 
1. Fundo de Comércio ......................................................................................... 85
1.1. Conceitos de Fundo de Comércio ........................................................ 85
1.2. Explicitação do que o Fundo de Comércio Representa ........................ 88
1.3. Contabilização do Fundo de Comércio ................................................ 89
1.4. Dificuldades para conhecer o valor do Fundo de Comércio e juros 
compensatórios ..................................................................................... 90
2. Conceitos, critérios e alguns cálculos de Avaliação de Fundo de Comércio ... 93
2.1. Outros exemplos de Cálculo do Valor do Fundo de Comércio ............ 103
2.2. O Valor do Fundo de Comércio de uma Sociedade Anônima de Capi-
tal Aberto .............................................................................................. 109
2.3. O Valor do Fundo de Comércio de Empresas Limitadas, Empresas de 
Pequeno Porte e Microempresas como Farmácias, Padarias, Postos de 
Gasolina, Mercadinhos, Pizzarias etc. ................................................... 111
3. O lucro como elemento determinante para avaliar o Fundo de Comércio da 
empresa ............................................................................................................ 112
CAPÍTULO 4
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PARA FINS JUDICIAIS
1. Introdução ....................................................................................................... 115
2. A figura do Perito Contador avaliador ............................................................. 117
3. Conceito de Valor Monetário ........................................................................... 121
4. Como conhecer o valor de mercado da empresa ............................................. 123
4.1 O Valor de Mercado de Companhias Abertas ....................................... 125
4.2. O Valor de Mercado de Companhias Fechadas .................................... 127
4.3. O Valor de Mercado de Empresas Limitadas ........................................ 128
5. Fontes de Informação para o trabalho pericial. ............................................... 129
21
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
6. Demonstrações Contábeis Especiais ................................................................ 130
6.1. Balanço Especial ................................................................................... 130
6.2. Balanço de Determinação ..................................................................... 131
7. A questão dos ajustes necessários para apurar o Balanço de Determinação .... 133
8. Os cuidados do Perito Judicial com as fraudes perpetradas na elaboração do 
Balancete de Verificação ou do Balanço Especial ............................................. 139
9. Três formas usadas para avaliar uma empresa ................................................. 140
9.1. Sistema Americano EBIT (Erning before interest and taxes) = Resulta-
do (lucros) antes de Juros e Impostos. ................................................. 142
9.2. Sistema de Capitalização de Resultados (Lucros) Líquidos Futuros .... 143
9.3. Sistema dos Resultados (lucros) Líquidos passados mais Publicidade . 144
10. Exemplo de Laudo em caso de avaliação da empresa para fins judiciais com 
cálculo de Fundo de Comércio ........................................................................ 145
CAPÍTULO 5
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS SEM CONTABILIDADE 
OU COM CONTABILIDADE LACUNOSA
1. Ausência total de contabilidade societária ....................................................... 169
2. Uso da contabilidade fiscal, de informações trabalhistas e outras para avaliar 
a empresa ......................................................................................................... 173
2.1. O Livro de Movimentação Financeira é Diferente do Livro Caixa ....... 173
3. Balanço de Abertura aplicável à avaliação de empresas sem contabilidade ..... 174
4. A escrituração contábil revela apenas parte das operações da empresa ........... 177
5. Exemplo de Laudo Pericial Contábil elaborado sem o uso da contabilidade 
societária .......................................................................................................... 178
6. Exemplo de Laudo Pericial Contábil que, devido à ausência de contabilida-
de societária, foi elaborado usando outras fontes de informação .................... 187
7. Exemplo de Laudo Pericial Contábil elaborado em face da escrituração con-
tábil lacunosa ................................................................................................... 207
CAPÍTULO 6
APURAÇÃO DE HAVERES
1. Fundamentos Legais da Apuração de Haveres ................................................ 239
2. Conceito de Apuração de Haveres ................................................................... 243
3. O Balanço de Determinação na Apuração de Haveres ..................................... 246
22
 REMO DALLA ZANNA
4. Os Haveres dos sócios com base no Balanço Especial e no Balanço de Deter-
minação ........................................................................................................... 247
5. A Apuração de Haveres, Balanço de Determinação e o Caixa Dois ................. 248
6. A Investigação Contábil e Caixa Dois .............................................................. 252
7. Exemplo de Laudo Pericial Contábil em caso de Apuração de Haveres e 
respectivo Balanço de Determinação ............................................................... 255
8. Outro exemplo de Laudo Pericial Contábil em caso de Apuração de Haveres 
e críticas apresentadas pelo Perito Contador Assistente .................................. 317
CAPÍTULO 7
AVALIAÇÃO DE PERDAS, DANOS EMERGENTES E 
LUCROS CESSANTES
1. Perdas e Danos Emergentes ............................................................................. 339
1.1. Conceito de Perdas e Danos Emergentes .............................................. 339
1.2. Indenização por Perdas e Danos Emergentes ....................................... 341
1.3. Conceito de Danos Morais ou à Imagem .............................................. 347
1.4. Indenização por Danos Morais ............................................................. 349
2. Lucros Cessantes ............................................................................................. 353
2.1. Conceito de Lucros Cessantes .............................................................. 353
2.2. Indenização de Lucros Cessantes ......................................................... 356
2.3. Exemplos de Cálculos Feitos para Avaliar os Lucros Cessantes ........... 358
3. Indenização de Lucros Cessantes pela Lei Ferrari ...........................................371
3.1. Conceito, Critérios e Legislação ........................................................... 371
4. Indenização em casos de expropriação a bem do serviço público ................... 379
5. Resumo ............................................................................................................ 382
6. Exemplo de laudo contendo Perdas, Danos Emergentes e Lucros Cessantes . 383
CAPÍTULO 8
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIA
1. Pontos de interesse pericial na Nova Lei de Falências ou Lei de Recuperação 
de Empresas. Lei nº 11.101, de 09.02.2005 ..................................................... 411
2. Livros e Documentos Contábeis e Econômicos ............................................... 423
3. Atuação do Perito em casos de Recuperação Extrajudicial ............................. 425
4. Atuação do Perito em casos de Recuperação Judicial ...................................... 427
4.1. Tratamento Diferenciado para as Empresas Enquadradas como Micro 
e de Pequeno Porte ............................................................................... 429
23
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
5. Atuação do Perito em casos de Falência .......................................................... 430
6. Atuação do perito contador como auxiliar do Administrador Judicial ........... 431
6.1. Contabilização dos Atos do Administrador Judicial ............................. 433
6.2. Crimes Falimentares ............................................................................. 434
7. Estrutura do Laudo Pericial Contábil em casos de Falência e Recuperação 
Extra ou Judicial .............................................................................................. 439
7.1. Requisitos Extrínsecos .......................................................................... 439
7.2. Requisitos Intrínsecos ........................................................................... 441
7.3. Juntada de Anexos e Apêndices ............................................................ 445
7.4. Índice ou Pró-memória de Temas para o Laudo ................................... 445
7.5. Perguntas que o Perito Judicial Deve se Fazer para Bem Conduzir seu 
Trabalho ................................................................................................ 447
8. Simulação de Laudo em casos de Pedidos de Recuperação e de Falência de 
empresas. Recuperação Judicial convertida em Falência ................................. 450
CAPÍTULO 9
AS FRAUDES E A CONTABILIDADE
1. Fraudes e Erros ................................................................................................ 473
1.1. Conceitos de fraude e erro .................................................................... 473
1.1.1. Vítimas mais comuns de fraudes .............................................. 476
1.1.2. O erro contábil .......................................................................... 476
1.2. As Fraudes e o Contador ...................................................................... 477
1.3. Fraudes e Escrituração Contábil ........................................................... 478
1.4. As fraudes Administrativas Segundo a Visão do Investigador .............. 482
2. Incongruências contábeis ................................................................................ 484
2.1. A Omissão de Receita ........................................................................... 484
2.2. Conceitos Populares de “Receita Real” ou “Faturamento Real”, “Lu-
cro Real” e “Caixa Dois” ....................................................................... 486
2.3. A Real Possibilidade de o Perito Conhecer as Receitas Registradas no 
Caixa Dois ou “Não Contabilizadas” .................................................... 487
3. As fontes de prova em Contabilidade .............................................................. 491
3.1. Conceitos a Respeito da Verdade Contábil Revelada (ou não) pelas 
Fontes de Prova Pesquisadas ................................................................ 493
4. Indícios de fraudes cometidas pelos administradores e seus colaboradores ... 498
4.1. Fraudes Corporativas ............................................................................ 501
5. Fraudes com a ajuda da informática ................................................................ 502
24
 REMO DALLA ZANNA
6. Fraudes em documentos .................................................................................. 506
7. A importância da perícia contábil na detecção de fraudes administrativas ..... 506
8. Exemplo de laudo que trata de fraude contra marca registrada ...................... 509
9. Exemplo de laudo que trata de fraude em livros contábeis ............................. 517
CAPÍTULO 10
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 
1. Conceito de Valor Econômico de Empreendimentos ...................................... 523
2. Orçamento de Capital ...................................................................................... 525
3. Importância das Decisões de Orçamento de Capital ....................................... 526
4. Fases do Processo de Orçamento de Capital ................................................... 527
5. Quando são usadas as técnicas de Orçamento de Capital ou Análise de In-
vestimentos? .................................................................................................... 527
6. Classificação dos Investimentos ou Tipos de Projetos..................................... 528
7. O que se entende por Fluxo de Caixa? ............................................................ 529
7.1. Fluxo de Caixa Convencional .............................................................. 529
7.2. Fluxo de Caixa Não Convencional ....................................................... 529
7.3. O que deve ser considerado no Fluxo de Caixa? .................................. 530
7.4. O Capital de Giro e o Fluxo de Caixa ................................................... 531
8. Métodos utilizados para avaliar investimentos e empresa usando o Fluxo de 
Caixa como parâmetro ..................................................................................... 533
9. Roteiro básico para examinar o Valor Atual ou a PARTIR de um projeto ....... 543
10. Valor perpétuo de uma empresa ...................................................................... 544
11. Exemplos de estudo de viabilidade de projetos de investimento .................... 547
11.1. Primeiro Exemplo ................................................................................... 547
11.2. Segundo Exemplo ................................................................................... 552
11.3. Terceiro Exemplo .................................................................................... 556
11.4. Um Exemplo mais Trabalhado .............................................................. 557
Bibliografia ............................................................................................................ 561
CAPÍTULO 1
VALOR CONTÁBIL 
DA EMPRESA
Esclarecimento inicial: Nos Capítulos 1 a 6 cuidaremos de avalia-
ção de empresas em pleno funcionamento – avaliação conforme 
conceito de “continuidade”. A avaliação de empresas para liqui-
dação – avaliação para encerramento das atividades e extinção da 
empresa com baixa do CNPJ; será abordada no capítulo 8.
1. CONCEITO DE VALOR CONTÁBIL DA EMPRESA
O Valor Contábil de uma Empresa se obtém pela aplicação, à es-
crituração dos Fatos Administrativos1, de Princípios Fundamentais de 
 1 Fatos Administrativos são os que, quando gerados, alteram a situação patrimonial 
líquida.
 Pergunta: o Patrimônio Líquido pode ser alterado independentemente da ação inten-
cional do administrador?
 Resposta: Sim. Isto acontece por motivos sobre osquais o administrador não tem 
nenhum ou quase nenhum poder de controle, tais como: (i) planos econômicos; 
(ii) leis que restringem ou protegem as atividades no ramo em que a empresa opera; 
(iii) furtos, roubos, assaltos e incêndios; (iv) catástrofes naturais como inundações, 
incêndios florestais, inundação de minas e explosões vulcânicas, vendavais, ciclones 
e tufões; (v) danos provocados aos recursos naturais (águas, ar, terras, florestas, agri-
cultura, etc.) por ação ou por descaso da administração pública com a privada; (v) 
obsolescência tecnológica e/ou física; etc.
 Estes fatos que alteram o valor do Patrimônio Líquido de uma empresa, seja pela ação 
ou pela vontade do administrador ou em face de casos fortuitos, são chamados, em 
Contabilidade, de Fatos Contábeis.
26
 REMO DALLA ZANNA
Contabilidade e de Normas Brasileiras de Contabilidade. São os prin-
cípios, as convenções e as normas que regem a escrituração, tanto no 
Livro Diário como no Livro Razão e também dos demais livros fiscais e 
auxiliares que, ao fim de um determinado período, geralmente um ano 
civil, permitem a apuração das Demonstrações Contábeis. Dentre as De-
monstrações, a que mais interessa para conhecer o Valor Contábil da 
Empresa é o Balanço Patrimonial. No final, a avaliação dos bens, direitos 
e obrigações, um a um, resumida no Balanço Patrimonial, dá a conhecer 
o Valor do Patrimônio Líquido e, será esse, o Valor Contábil da Empresa.
A Lei nº 11.638, de 28.12.2007, introduziu alguns conceitos eco-
nômicos modernizadores e alinhados com os conceitos de avaliação pa-
trimonial que prevalecem fora de nosso país.
Para avaliar uma empresa, seja por meio do Balanço Patrimonial 
ou do Balanço Especial ou, ainda, do Balanço de Determinação quando 
 Os Fatos Contábeis dividem-se em:
 - Fatos Permutativos: são os que NÃO alteram o valor do Patrimônio Líquido. Sua 
escrituração serve para registrar mudanças de natureza dos bens que compõem esse 
patrimônio. Exemplos: (i) compra de mercadoria à vista: esta operação gera uma saída 
de dinheiro contabilizável no Disponível, podendo ser a conta Caixa ou a conta Bancos 
Conta-Movimento e uma entrada na conta Almoxarifado, de igual valor e ambas são 
contas do Ativo; (ii) pagamento de uma dívida: reduz o total do Passivo ao mesmo 
tempo que reduz o total do Ativo da empresa, pelo mesmo valor; (iii) recebimento 
de uma duplicata de vendas a prazo: gera um aumento no Disponível pela entrada 
de dinheiro ao mesmo tempo que provoca uma diminuição do Realizável, de valor 
igual; ambos os grupos pertencentes ao Ativo Circulante;
 - Fatos Modificativos: estes são os que alteram o valor do Patrimônio Líquido. Sua escri-
turação serve para registrar aumentos (lucros ou superávits) ou diminuições (prejuízos 
ou déficits) no patrimônio da empresa. Exemplos: (i) recebimento de aluguéis e de 
juros: aumenta o saldo do Disponível e aumenta a Receita Bruta, por igual valor; (ii) 
pagamento de uma despesa qualquer: diminui o saldo do Disponível e aumenta as 
Despesas, por igual valor. Como se vê, sempre que a contrapartida estiver entre Contas 
Patrimoniais (ativos e passivos) não ocorrerá alteração no valor do Patrimônio Líquido, 
mas, quando as contrapartidas forem Contas de Resultado também chamadas de Contas 
Diferenciais, sempre ocorrerá modificação no total do Patrimônio Líquido da empresa; e
 - Fatos Mistos: a teoria classifica como tais os registros que, a um só tempo, alteram 
contas patrimoniais e contas de resultado. Exemplo: o recebimento de uma duplicata 
com juros em face da data atrasada de seu pagamento gera um aumento no Disponível 
pela entrada de dinheiro ao mesmo tempo que provoca dois efeitos, um permutativo 
com contrapartida à conta de Duplicatas a Receber, no grupo do Ativo Circulante e 
outro modificativo, no Resultado, pelo um aumento da receita na conta de Juros Ativos.
27
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
essas diferentes demonstrações contábeis forem necessárias, há que se 
considerar que ocorrerão “ajustes” com algum grau de arbitramento. To-
davia, qualquer arbitramento será feito por critério técnico e fundamen-
tado. Logo, a avaliação de uma empresa é um ato que requer, preferen-
cialmente, a concordância e o apoio dos interessados em sua avaliação. 
O perito contador usará critérios matemáticos, mas o saldo de algumas 
contas poderá receber ajustes que resultam da aplicação de conceitos de 
risco, de oportunidade, de materialidade e outros. Seja como for, todo 
e qualquer “ajuste” deverá ser fundamentado e ter o critério utilizado 
adequadamente explicitado.
O mais relevante é aplicação do conceito econômico de “valor de 
mercado” para avaliar os direitos fiduciários resultantes de aplicações fi-
nanceiras e investimentos em derivativos classificáveis, segundo sua reali-
zação, no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo. Estes direi-
tos terão, quando for relevante, seu valor de compra ajustado para que 
figurem, no fechamento do Balanço Patrimonial, pelo seu “valor atual” 
ou “valor presente”.
Portanto, qualquer critério adotado conduzirá a uma estimativa do 
valor da empresa e jamais ao seu valor exato segundo conceitos do que 
seja exatidão científica. Sabe-se, também, que a Ciência Contábil, con-
siderada a “filha mais nova da matemática”, é uma ciência social e, como 
tal, oferece informações influenciadas pelas circunstâncias. Dentre as 
circunstâncias que, mais comumente, afetam as informações contábeis 
temos: (I) a qualidade da documentação disponibilizada para a escritu-
ração das operações; (II) a oportunidade em que estas informações são 
disponibilizadas para que a escrituração seja feita; e (III) a capacidade 
profissional de quem processa tanto a escrituração como as demonstra-
ções contábeis delas decorrentes.
A nova legislação e as consequentes normas da Comissão de Va-
lores Mobiliários e do Conselho Federal de Contabilidade produziram 
uma integração entre os conceitos de “Valor Patrimonial” e de “Valor 
Econômico” da empresa que, neste livro chamaremos, preferencialmen-
te, de “Valor Contábil da Empresa”. Mesmo sabendo que ainda não é 
28
 REMO DALLA ZANNA
possível contabilizar no Livro Diário o valor do “Fundo de Comércio” e 
fazer com que este valor conste no Balanço Patrimonial, não é possível 
pensar no Valor da Empresa como sendo somente a expressão de seu 
valor patrimonial sem que lhe seja agregado, ainda que extracontabil-
mente, o valor que decorre de seu potencial de gerar lucro futuros; ou 
seja: o valor de seu goodwill.
2. CONCEITOS DE: PATRIMÔNIO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Entende-se por Patrimônio o conjunto de bens e direitos identifi-
cados em nome de uma pessoa física ou jurídica. Este é o conceito ge-
ralmente intuído por qualquer pessoa. Em Contabilidade, o conceito é 
mais afinado no sentido de incluir as dívidas da pessoa e, por isso, leva 
o adjetivo Líquido. Logo, Patrimônio Líquido é a parte do patrimônio 
pertencente aos proprietários, sócios ou acionistas, depois de satisfazer os 
direitos de terceiros, seus credores. Como visto acima, a peça contábil que 
revela o valor do Patrimônio Líquido é o Balanço Patrimonial. Em traba-
lhos de perícia contábil, todavia, o profissional depara-se com as seguintes 
nomenclaturas: Balanço Especial, Balanço de Determinação e Apuração 
de Haveres. As diferenças conceituais entre o Balanço Patrimonial e os 
Balanços: Especial e de Determinação, elaborados para atender necessida-
des judiciais e apurar haveres, são relevantes. A avaliação da Empresa para 
Fins Judiciais requer a elaboração de Balanço Especial como previsto em 
cláusula do contrato social ou em algum artigo dos estatutos da sociedade 
ou da entidade econômica e, muito comumente, requer a elaboração do 
Balanço de Determinação também. A confecção do primeiro é tarefa do 
contabilista que atende à escrituração contábil da empresa e o segundoé 
tarefa do perito judicial. A apuração de haveres se fará com base no Ba-
lanço de Determinação. Esta peça contábil terá como ponto de partida o 
Balanço Especial, ou, na falta deste o Balancete de Verificação. Os valores 
destas peças contábeis, de uma ou de outra, para gerarem o Balanço de 
Determinação, serão objeto de revisão e ajustes.
Nota 1: O tema “Avaliação de Empresas para Fins Judiciais” é objeto do Capítulo 
4 enquanto que o assunto “Apuração de Haveres” será tratado no Capítulo 6.
29
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
Nota 2: Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são encontrados nas Re-
soluções CFC nos 750/1993, 774/1994 e 900/2001. Veja também a atualização 
decorrente da Resolução CFC 1262/2009, de 24.12.2009 com a qual foi divulga-
da a Interpretação Técnica (IT) 09.
Nota 3: As Convenções Contábeis mencionadas na literatura especializada e 
objeto de ensino nos cursos superiores de contabilidade, são:
• Convenção do Conservadorismo ou da Prudência;
• Convenção da Uniformidade ou da Consistência;
• Convenção da Objetividade;
• Convenção da Materialidade.
Estas convenções estão todas contempladas nos textos que explicitam o signi-
ficado e o funcionamento dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Para 
mais informações, pede-se consultar as Resoluções nos 750/1993 e 900/2001, 
acima citadas, mesmo porque a polêmica científica para se conhecer as efetivas 
diferenças entre o que sejam e quais seriam convenções contábeis não são objeto 
deste texto.
3. A CONTABILIDADE COMO ÚNICA FONTE LEGAL E 
TECNICAMENTE CONFIÁVEL PARA CONHECER O 
VALOR CONTÁBIL DA EMPRESA
Afigura-se óbvio que, em se tratando de conhecer o Valor Contábil 
de uma Empresa, o único caminho com o qual é possível alcançar este 
conhecimento é a Contabilidade. Surgem, a partir deste conceito, várias 
situações, como, por exemplo:
 I – ausência total de escrituração contábil: neste caso, é certo que 
jamais se conseguirá conhecer o valor contábil da empresa com 
base nos Princípios Fundamentais e nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade; todavia, em trabalhos periciais com o escopo 
de atender necessidades judiciais e cumprir o mandado que 
nomeou o profissional para tal fim, é necessário que se dê, ao 
magistrado, o Valor Contábil da Empresa que, em face das cir-
cunstâncias, será calculado por estimativa, aplicando-se, neste 
caso, as técnicas normalmente usadas para confeccionar um 
Balanço de Abertura. Cuidaremos, em detalhes, desta situação, 
30
 REMO DALLA ZANNA
no Capítulo 5: Avaliação de Empresa sem Contabilidade ou com 
Contabilidade Lacunosa;
 II – a escrituração contábil não é merecedora de credibilidade porque 
não foi feita em conformidade com os Princípios e com as Nor-
mas que padronizam as melhores técnicas para se conhecer o 
valor do Patrimônio Líquido: neste caso, dependendo da quan-
tidade de defeitos e de sua repetição na escrituração do Livro 
Diário, onde são encontradas, por exemplo, apenas parte das 
operações da empresa, com classificações sempre equivocadas 
etc. o profissional procederá aos ajustes extracontábeis necessá-
rios e possíveis. No final, apresentará um Balanço Patrimonial 
Ajustado, ou, caso isto seja totalmente impraticável, considerará 
a escrituração contábil apresentada como sendo imprestável 
para servir de base para calcular o Valor Contábil da Empresa 
ou inapta para servir de prova no âmbito do Poder Judiciário. 
Poderá, em seguida, agir conforme item (I) acima e apresentar 
um Balanço de Abertura;
III – a escrituração contábil é merecedora de credibilidade; todavia, há 
necessidade de ajustes em face dos equívocos escriturais cometi-
dos e, em sendo, esses equívocos relativamente raros, o profissio-
nal procederá aos ajustes extracontábeis de maneira a apresentar 
um Balanço Patrimonial Ajustado que represente, com elevado 
grau de assertividade, o Valor Contábil da Empresa;
IV – por fim o profissional pode estar trabalhando com Demonstrações 
Contábeis auditadas por Auditores Independentes, devidamente 
inscritos no Conselho Regional de Contabilidade e na Comissão 
de Valores Mobiliários e, dessa forma, o Patrimônio Líquido da 
empresa, conforme Balanço Patrimonial auditado e publicado 
será merecedor de credibilidade. Mesmo assim, diante da pe-
culiar situação de ter que apresentar o Valor Contábil da Em-
presa, procederá aos exames (reconciliação de contas e revisão 
dos critérios usados para escriturar os Fatos Contábeis) para 
certificar-se de que, efetivamente, o Patrimônio Líquido não 
31
CONTABILIDADE INSTRUMENTAL PARA PERITOS
necessita de ajustes ou, então, se necessário for, procederá aos 
ajustes pertinentes e, aí sim, apresentará o Valor Contábil da 
Empresa.
4. CRITÉRIOS CONTÁBEIS USADOS PARA AVALIAR DIREITOS, 
BENS E OBRIGAÇÕES
Apesar de a Contabilidade ver a empresa com um organismo vivo, 
em movimento, com passado, presente e futuro, no momento de se le-
vantar o Balanço Patrimonial e apurar o valor do Patrimônio Líquido, 
equivale fazer uma fotografia do estado econômico da empresa, naque-
le instante, geralmente, no dia 31 de dezembro de cada ano. Quando, 
então, se trata de examinar o Balanço Patrimonial com o propósito de 
conhecer o Valor Contábil da Empresa, esta condição estática afigura-se 
altamente relevante a ponto de ser descartado o Princípio da Continui-
dade que rege a escrituração dos Fatos Modificativos e/ou Permutativos 
da sustância patrimonial. Então, os critérios descritos a seguir, apesar de 
pautarem-se nos Princípios e nas Normas Contábeis, consideram a pe-
culiar situação em que se busca conhecer o Valor Contábil da Empresa 
com o propósito de negociá-la, total ou parcialmente, seja por vontade 
dos interessados ou para atender determinação judicial em ações de apu-
ração de haveres.
Seguindo a ordem dos grupos de contas conforme apresentação 
legal do Balanço Patrimonial, temos:
4.1. Contas do Ativo (Ativo Circulante e Ativo Não Circulante) 
1. ATIVO 
1.1. Ativo Circulante
1.1.1. Disponível
Nas contas que fazem parte deste grupo (Caixa, Banco Conta- 
-Movimento, Aplicações Financeiras de curtíssimo prazo, Aplicações em 
ouro-financeiro e outras formas de investimento com resgate em D + 0),

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