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DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 1 OS: 0021/11/17-Gil DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS MÓDULO 1 Profa. Giovanna Carranza Acesse nosso site e confira diversos outros materiais gratuitos www.concurseiroprime.com.br DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 2 OS: 0021/11/17-Gil CONCURSO: ASSUNTO: Mudança e Desenvolvimento Organizacional MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL O medo do desconhecido é inerente ao ser humano, podendo ser associado como perda ou oportunidade. Em uma organização a capacidade de adaptar-se as inovações está diretamente relacionada à sua produtividade e competitividade no mercado. Na década de sessenta um grupo de cientistas sociais dedicou-se a estudar a possibilidade de se implantar programas de mudança de forma planejada que reduzissem seus impactos e reflexos negativos na organização. Deste estudo resultou a Teoria do DO –Desenvolvimento Organizacional. A velocidade com que ocorrem as mudanças na era atual, exige das organizações maturidade suficiente para reagir e adaptar-se a essas mudanças. Neste contexto, surgem indagações do tipo: - Como lidar com um processo de mudança organizacional? - Quais os estudos científicos que podem contribuir para a compreensão dos aspectos comportamentais inerentes ao processo de mudança? - Existe algum estudo que comprove a possibilidade de se implantar um processo de mudança planejada, que minimize os impactos causados na produtividade organizacional relacionados ao comportamento humano? De acordo com Handy ( 1992) as empresas de hoje, necessitam se transformar de forma consciente em empresas de aprendizagem, locais onde a mudança seja uma oportunidade, onde as pessoas possam crescer à medida que trabalham. Essa transformação citada pelo autor, tem relação com a capacidade da organização permanecer competitiva em suas diversas fases no mercado em que atua, assim como diante das exigências que lhe são impostas, tanto pelas forças endógenas (internas da organização), quanto pelas forças exógenas (externas da organização). Na década de sessenta um grupo de cientistas sociais nos Estados Unidos, realizou pesquisas que resultaram na definição de procedimentos para implantação de um processo de mudança nas organizações. Este estudo foi conceituado de D.O – Desenvolvimento Organizacional, tendo como pressuposto básico que toda mudança dentro das empresas, seja de natureza pública ou privada, deve ocorrer de forma planejada. French e Bell citados por Chiavenato ( 2003,pág. 450) definem DO como esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de problemas. Os modelos de D. O. veem a organização como um sistema social que interage entre si, e que para ocorrer mudança não basta mexer na estrutura é necessário considerar quatro variáveis básicas: ambiente, organização, grupo e individuo e exploram a interdependência dessas variáveis para alcançar objetivos. A origem do DO - Desenvolvimento Organizacional é atribuído, segundo Chiavenato (2003, pág. 440 e 441)) entre outros fatores, a necessidade em se estabelecer um programa coerente de mudança que abrangesse toda a organização; aos estudos sobre motivação que apontaram que os objetivos individuais nem sempre se conjugam com o da organização, muitas vezes causando no individuo alienação e distancia dos objetivos organizacionais e a pluralidade de mudanças, como transformações rápidas e inesperadas. Conforme Araújo (2000) trabalhar o processo de mudança organizacional é uma alteração significativa que deve atingir os componentes comportamental estrutural e tecnológico, afirma que na implantação de um programa que tem por objetivo mudança organizacional, são essenciais: suporte da alta administração; consciência sobre o impacto do processo de mudança; não expectativa por resultados plenos e imediatos; congruência entre os objetivos da mudança e os valores da empresa e controle dos resultados. Segundo Marras (2000, pág.300) o desenvolvimento organizacional de uma empresa deve estar sustentado na análise dos seguintes fatores: 1- Interação de interesses ( individuais/organizacionais) 2- Saúde organizacional ( no sentido macro) 3- Momento organizacional 4- A análise e o gerenciamento das mudanças. Para Chiavenato (2003) a grande invenção do final do século XXI foi a inovação , que passou a modificar a vida da sociedade, das organizações, do homem e da sua visão de mundo e que D.O veio como resposta às mudanças e a inovação, tendo como tarefa básica mudar a cultura e o clima da organização. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 3 OS: 0021/11/17-Gil Para Raymundo (1982) DO, surge com a idéia de intervir na organização, em busca de uma melhoria no rendimento do trabalho grupal associado com a perspectiva de uma elevação do nível de qualidade de vida nesse ambiente. DO se encaixa na organização que apresenta um cenário carente de mudanças, incapaz de se auto diagnosticar e formular um programa de renovação, abre suas portas para um agente de mudanças, que atue como um “facilitador” dessas mudanças necessárias e que essa figura é a do consultor. Kotter, citado por Chiavenato (2003) relata que são necessárias oito etapas para a implantação do programa específico de DO, que resumidamente podem ser assim definidas: 1 – Decisão da alta direção em utilizar DO e a escolha de consultor externo para coordenar o processo; 2 – Diagnostico inicial onde a direção da organização reúne-se com o consultor externo para definir o programa ou modelo de DO adequado; 3 – Levantamento de dados ; 4 – Retroação de dados e confrontação; 5 – Planejamento de ação e solução dos problemas; 6 – Desenvolvimento de equipes; 7 – Desenvolvimento intergrupal; 8 – Avaliação e acompanhamento. Entretanto, Castilho (1999) alerta que não basta falar de mudança, é preciso levar o grupo que compõe a organização a estruturar seu caminho, de modo a se ter uma visão compartilhada e articulada, para que isto se reverta em um ambiente em que as pessoas sintam que estão fazendo as mudanças acontecerem. DO tem como tarefa básica mudar a cultura e o clima da organização. O clima da organização é um conjunto de valores e atitudes que refletem o relacionamento e o comportamento das pessoas em determinado grupo. Já a cultura organizacional de uma organização está relacionada a sua historicidade, baseada nas crenças formadas no convívio diário, na aceitação dos padrões de resoluções de conflitos e problemas, nas normas e padrões de comportamentos aceitos pelo grupo. Segundo Moscovici (2003) para compor a cultura e o clima de uma organização as pessoas que compõem o grupo trazem seus valores, sua filosofia e orientação de vida e que a interação permite conhecimento mútuo e identificação de alguns pontos comuns que servirão de base para a elaboração de normas coletivas, tácitas e explicitas, na interação do grupo. A cultura do grupo pode ser associada a um iceberg, onde a parte visível pode ser identificada como as normas formais da organização, como o desenho da estrutura, as normas e manuaisde procedimentos, já a parte não visível deste iceberg é o que deve merecer atenção mais detalhada , pois nela podem estar ocultos os componentes informais que direcionam e influenciam o comportamento do grupo. O clima de grupo, por sua vez, conforme Moscovici (2003).tem uma relação circular com os componentes do funcionamento e da cultura grupal, influenciando-se e sendo por eles influenciados constantemente. Como afirma Chiavenato ( 2003), a organização é um sistema com características próprias típicas da sua cultura e clima organizacional, precisando ter capacidade inovadora como: adaptabilidade; senso de identidade; perspectiva exata do meio ambiente e integração entre seus participantes. Como afirma Nadler (1993) num processo de mudança o estado de espírito, atitudes e valores básicos da organização, estão em jogo. Se esses aspectos menos concretos não forem explorados, o progresso desejado pode não ser alcançado. Para Souza (1978) a análise do conjunto da cultura e do clima organizacional fornecem indícios que podem discernir sobre quais as técnicas e abordagens adequadas a serem aplicadas de acordo com o momento em que vive a organização. Kotter (1997) alerta que as atitudes de resistência às mudanças podem estar localizadas de forma individual, mas que isto é, muitas vezes mais provável de se encontrar nos grupos, ou seja as resistências podem estar localizadas em departamentos ou grupos de pessoas que temem perder status ou poder. As atitudes a que se refere Kotter, podem ser analisadas através do conhecimento dos estudos realizados por Schutz, citado por Moscovici (2003) e Castilho (1999) podendo ser aplicado nas organizações. Os estudos de Shultz consideram que o grupo passa por três fases: inclusão, controle e afeição Este estudo pode contribuir para facilitar a aplicação de um programa de DO. As três fases podem ser assim identificadas: 1-) Fase de Inclusão: Nesta fase, cada membro procura seu lugar, através de tentativas para encontrar e estabelecer os limites de sua participação, o quanto vai dar de si, o quanto espera receber, como se mostrará ou que papel desempenhará primordialmente, para o alcance dos objetivos propostos; 2-) Fase de Controle: Encontrando o seu lugar, cada membro passa a interessar-se pelos procedimentos que levam às decisões, ou seja pela distribuição do poder no grupo e controle das atividades. É uma fase de jogo de forças, competição por liderança, discussões sobre metas e métodos, atuação no DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 4 OS: 0021/11/17-Gil grupo e formulação de normas de conduta dentro do grupo. Cada um busca atingir um lugar satisfatório às suas necessidades de controle, influência e responsabilidade. Esta pode ser uma fase de grandes conflitos, momentos de tensão, divergência de valores, medo de perda de status. Essas situações tendem a reduzir quando os membros do grupo começam a compreender, de fato e de direito, seu papel e sua responsabilidade para o alcance dos objetivos que justificam a existência deste grupo. Se nesta fase o grupo não chegar a um equilíbrio de valores pode evoluir para a entropia, ou seja, para o desgaste e até sua extinção. 3-) Fase de Afeição : Uma vez estabelecido, razoavelmente as normas de controle, os participantes começam a expressar e buscar integrações emocionais. Cada um procura conhecer as possibilidades de intercâmbio emocional, comprometimento com resultados produtivos e eficazes. Essas três fases, nem sempre são nitidamente distintas, pois os membros do grupo não estão necessariamente no mesmo estágio. Cada um tem seu ritmo próprio em um processo de integração, cabendo ao consultor/facilitador e aos demais membros do grupo o cuidado em promover condições satisfatórias para que todos sintam-se valorizados e importantes em seu papel como integrante deste grupo. Chanlat (1996, p.125-126) comenta que certamente não se pode transformar tudo de uma só vez e sem algum embaraço. Mudar para muitos pode significar novas oportunidades, assim como para outros pode significar o medo do desconhecido. Magalhães, (1997) descreve os vários estados que se pode refletir através do comportamento em um processo de mudança: insatisfação; inquietação; curiosidade; aprendizagem; inovação; atuação; renovação. Ainda para Magalhães, na mesma obra, as características básicas para pessoas aptas a lidar com mudanças são: positiva: focada; flexível, organizada, proativa. O processo de mudança comportamental aplicado em DO, segue os estudos de Kurt Lewin, psicólogo social, citado por Chiavenato (1998) onde refere que este processo ocorre em um campo dinâmico de forças que atua em vários sentidos, e que para acontecer mudança, passamos por quatro tipos de aprendizagem: mudança na estrutura cognitiva (conhecimento); mudança na motivação( gostar ou não gostar de ); mudança na ideologia, caracterizada pela afiliação de diferentes grupos controle da musculatura ( controle dos movimentos corporais). Kurt Lewin, na mesma obra, afirma que o desenvolvimento do processo pode ser evidenciado, por qualquer mudança para melhor, por menor que seja, detonada por uma força interna ou externa à pessoa, ou seja, a passagem de uma situação A para outra situação B, e que para ocorrer mudança comportamental nas pessoas deve-se considerar três fases: 1- descongelamento : momento de desequilíbrio, dúvidas e incertezas diante do novo, da introdução de novas ideias; 2- Incorporação: aceitação de novas ideias e conceitos, mudança de percepção, exteriorização da aceitação de novas ideias através de atitudes; 3- Congelamento: nesta fase o equilíbrio é reestabelecido, as novas atitudes prevalecem às atitudes anteriores. Durante esta fase as novas atitudes devem ser constantemente exercitadas, para que atitudes anteriores não venham a se manifestar novamente. De acordo com Chiavenato (1999) algumas técnicas são utilizadas para promover o DO. As principais delas são: treinamento interpessoal – consiste em reunir grupos de treinamento que são orientados por um líder treinado para aumentar a sua sensibilidade quanto às suas habilidades e dificuldades de relacionamento interpessoal, o que resulta em maior criatividade, menor hostilidade e maior flexibilidade; análise transacional – técnica utilizada para o autodiagostico das relações interpessoais e tem como objetivo reduzir os hábitos destrutivos de comunicação; desenvolvimento de equipes – técnica de alteração comportamental, onde várias pessoas de vários níveis da organização se reúnem sob a orientação de um líder e criticam-se mutuamente para encontrar um ponto de equilíbrio e melhorar os relacionamentos; consultoria de procedimentos – técnica em que cada equipe é coordenada por um consultor, que busca tornar a equipe mais sensível aos processos internos de estabelecer metas e objetivos, de participação, de sentimentos, de liderança, de tomada de decisões, confiança e criatividade; reunião de confrontação – técnica comportamental, que utiliza a confrontação de grupos em conflito, como meio para auto-avaliação. Os grupos avaliam o comportamento um do outro como se estivessem em frente a um espelho e iniciam uma discussão para DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 5 OS: 0021/11/17-Gil chegar a uma compreensão e entendimento recíprocos; retroação de dados – técnica de mudança comportamental que proporciona aprendizagem de novos dados a respeito de si mesmo, dos outros , dos processos grupais ou da dinâmica de todaa organização. Mobiliza toda a organização e requer intensa comunicação e um fluxo adequado de informações VEJA DE ACORDO COM OUTROS AUTORES: Técnicas de DO O DO utiliza uma variada tecnologia. As principais técnicas de DO são: 1- Treinamento da sensitividade: ou treinamento da sensibilidade, constitui a técnica mais antiga e ampla de DO. Consiste em reunir grupos chamados T- groups (grupos de treinamento) e que são orientados por um líder treinado para aumentar a sua sensibilidade quanto às suas habilidades e dificuldades de relacionamento interpessoal. O resultado consiste em maior criatividade (menos temor dos outros e menos posição de defesa), menor hostilidade quanto aos outros (devido à melhor compreensão dos outros) e maior sensitividade às influências sociais e psicológicas sobre o comportamento no trabalho. Isto favorece a flexibilidade do comportamento das pessoas em relação aos outros. Geralmente é aplicado de cima para baixo, começando na cúpula da organização e descendo até os níveis mais baixos. 2- Análise transacional (AT):é uma técnica que visa ao autodiagnóstico das relações interpessoais. As relações interpessoais ocorrem através de transações. Uma transação significa qualquer forma de comunicação, mensagem ou de relação com os demais. A AT é uma técnica destinada a indivíduos e não a grupos, pois se concentra nos estilos e conteúdos das comunicações entre as pessoas. Ela ensina as pessoas a enviar mensagens que sejam claras e ágeis e a dar respostas que sejam naturais e razoáveis. O objetivo é reduzir os hábitos destrutivos de comunicação os chamados "jogos" - nos quais a intenção ou o significado das comunicações fica obscuro ou distorcido. A AT assemelha-se a uma terapia psicológica para melhorar o relacionamento interpessoal, permitindo a cada indivíduo autodiagnosticar sua inter-relação com os outros para modificá-la e melhorá-la gradativamente. 3. Desenvolvimento de equipes: é uma técnica de alteração comportamental na qual várias pessoas de vários níveis e áreas da organização se reúnem sob a coordenação de um consultor ou líder e criticam-se mutuamente, procurando um ponto de encontro em que a colaboração seja mais frutífera, eliminando-se as barreiras interpessoais de comunicação pelo esclarecimento e compreensão de suas causas. Ao final, a equipe auto-avalia o seu comportamento através de determinadas variáveis descritas na Figura abaixo. A ideia básica é construir equipes através da abertura de mentalidade e de ação das pessoas. No trabalho em equipe são eliminadas as diferenças hierárquicas e os interesses específicos de cada departamento ou especialidade, proporcionando uma predisposição sadia para a interação e, consequentemente, para a criatividade e inovação. Muitas organizações estão transformando a sua estrutura organizacional baseada na departamentalização funcional em redes integradas de equipes na busca de flexibilização, inovação e mudança. Para tanto, equipes eficazes requerem a definição clara da filosofia e missão da organização, uma estrutura organizacional flexível e participativa, sistemas organizacionais adequados, políticas organizacionais que permitam o comprometimento das pessoas e funcionários treinados com habilidades técnicas e interpessoais. 4. Consultoria de procedimentos: é uma técnica em que cada equipe é coordenada por um consultor, cuja atuação varia enormemente. A coordenação permite certas intervenções para tornar a equipe mais sensível aos seus processos internos de estabelecer metas e objetivos, de participação, de sentimentos, de liderança, de tomada de decisões, confiança e criatividade. O consultor trabalha com os membros da equipe para ajudá-los a compreender a dinâmica de suas relações de trabalho em situações de grupo e ajudar os membros da equipe a desenvolver o diagnóstico de barreiras e as habilidades de solução de problemas para fortalecer o senso de unidade entre seus membros, incrementar as relações interpessoais, melhorar o cumprimento das tarefas e aumentar a sua eficácia. 5. Reunião de confrontação: é uma técnica de alteração comportamental com a ajuda de um consultor interno ou externo (denominado terceira DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 6 OS: 0021/11/17-Gil parte). Dois grupos antagônicos em conflito (desconfiança recíproca, discordância, antagonismo, hostilidade etc.) podem ser tratados através de uma reunião de confrontação que dura um dia, na qual cada grupo se auto-avalia, bem como avalia o comportamento do outro, como se fosse colocado diante de um espelho. Nessa reunião, cada grupo apresenta ao outro os resultados daquelas avaliações e é interrogado no que se refere a suas percepções. Segue-se uma discussão, inicialmente acalorada, tendendo a uma posição de compreensão e de entendimento recíprocos quanto ao comportamento das partes envolvidas. O consultor facilita a confrontação, com total isenção de ânimo, ponderando as críticas, moderando os trabalhos, orientando a discussão para a solução construtiva do conflito e eliminando as barreiras intergrupais. A reunião de confrontação é uma técnica de enfoque sócio-terapêutico para melhorar a saúde da organização, incrementando as comunicações e relações entre diferentes departamentos ou equipes e planejar ações corretivas ou profiláticas. 6. Retroação de dados (feedback de dados): é uma técnica de mudança de comportamento que parte do princípio de que quanto mais dados cognitivos o indivíduo recebe, tanto maior será a sua possibilidade de organizar os dados e agir criativamente. A retroação de dados proporciona aprendizagem de novos dados a respeito de si mesmo, dos outros, dos processos grupais ou da dinâmica de toda a organização - dados que nem sempre são levados em consideração. A retroação refere-se às atividades e processos que refletem e espelham a maneira pela qual uma pessoa é percebida ou visualizada pelas demais pessoas. Requer intensa comunicação e um fluxo adequado de informações dentro da organização para atualizar os membros e permitir que eles próprios possam conscientizar-se das mudanças e explorar as oportunidades que geralmente se encontram encobertas dentro da organização. As técnicas de DO são geralmente aplicadas em uma seqüência definida conforme a figura abaixo. O ponto de partida é melhorar inicialmente a sensibilidade intrapessoal para posteriormente melhorar e incentivar os seus relacionamentos interpessoais. A seguir, inicia-se a formação e desenvolvimento de equipes com técnicas intragrupais, às quais se seguem as técnicas intergrupais necessárias para integrar as diferentes equipes entre si e, mais adiante, as técnicas intraorganizacionais para definir os objetivos organizacionais a serem alcançados mediante o trabalho conjunto e coordenado das diferentes equipes envolvidas. As evidências mostram que as mudanças que enfatizam as pessoas e a organização como um todo são mais profundas e eficazes. No fundo, o DO representa um verdadeiro mutirão de esforços conjuntos para mudar a organização através da mudança de atitudes e comportamentos das pessoas que nela trabalham. Uma verdadeira mudança de mentalidade como o meio mais eficaz de mudar a organização inteira. As aplicações do DO A variedade de aplicações do DO - também chamadas de intervenções ou técnicas de DO aumentou nos últimos anos. O DO começou com intervenções em processos humanos para ajudar as pessoas a compreender melhor e modificar suas próprias atitudes, valores, crenças e, consequentemente, melhorar a organização. Atualmente, a amplitude de aplicações do DO é impressionanteem função da variedade das mudanças necessárias. Todas elas estão voltadas para proporcionar aos funcionários a coleta de dados, a fim de criar e implementar as soluções necessárias, e a retroação, para criar condições de auto-avaliação do progresso efetuado. O DO está intimamente relacionado com mudanças que buscam agregar valor ao negócio da organização, às pessoas e aos clientes. No fundo, o DO pode ser utilizado para uma reavaliação da estrutura organizacional, dos processos e tecnologias utilizados, dos produtos e serviços produzidos e da cultura organizacional. Além do mais, o DO tem um enorme potencial para complementar e incentivar os programas de qualidade total nas organizações, já que ambos têm vários aspectos em comum. Além dos fatores já apontados, os programas de qualidade total devem incluir alguns fatores que melhoram a competência individual dos funcionários, tais como: 1. Educação e treinamento; 2. Um processo seletivo capaz de alinhar personalidade, educação, conhecimentos e experiência com os requisitos do cargo; 3. Métodos de trabalho estabelecidos para assegurar o melhor uso dos recursos; 4. Oportunidades para trabalhar em cargos multifuncionais e desenvolver novas habilidades; 5. Condições de trabalho com segurança e estabilidade; DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS | Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza www.concurseiroprime.com.br 7 OS: 0021/11/17-Gil 6. Sistema de promoções e progressão profissional bem definido; 7. Supervisão e liderança desenhados para desenvolver os talentos de cada pessoa. Nada melhor do que conjugar os aspectos positivos do DO e da qualidade total. A melhoria da qualidade gera as seguintes consequências: 1. Mudanças no ambiente dos funcionários: Pessoas mais educadas em todos os níveis organizacionais; Capacidade e desejo de envolvimento no tomada de decisões; Expectativas de tornar o trabalho mais agradável; Aumento da importância dos fatores ambientais. 2. Mudanças no ambiente dos clientes / consumidores: Necessidade de melhor qualidade, confiabilidade e responsabilidade; Custos e valor agregado como considerações primárias; Maior competitividade da organização. 3. Mudanças no ambiente da organização: Resultados incrementados pela melhoria da qualidade; Aumento da competição em termos de tempo e dinheiro; Redução de perdas devido à consciência de custos. As limitações do DO Embora seja um forte impulsionador da mudança e da inovação organizacional, o DO apresenta algumas limitações, como: 1. A eficácia dos programas de DO é difícil de ser avaliada. 2. Os programas de DO demandam muito tempo. 3. Os objetivos de DO são geralmente muito vagos. 4. Os custos totais de um programa de DO são difíceis de avaliar. 5. Os programas de DO são geralmente muito caros. Essas limitações não significam que se deve eliminar os esforços de DO. Apenas indicam as áreas em que o programa precisa ser aperfeiçoado. Os administradores podem melhorar a qualidade dos esforços de DO através das seguintes providências: 1. Ajustar sistematicamente os programas de DO às necessidades específicas da organização. 2. Demonstrar como as pessoas podem mudar seus comportamentos como parte do programa organizacional. 3. Modificar os sistemas de recompensas da organização para premiar os membros que mudam seu comportamento de acordo com o programa. Sem dúvida, o papel da ARH e dos gerentes de linha pode ser amplamente alavancado através de esforços de DO. O DO representa um dos mais promissores campos de atuação na melhoria das organizações e no desenvolvimento das pessoas. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Luis César Gonçalves. 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