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PC1-Aula 1-Competencia-folha alunos-parte 1

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COMPETÊNCIA – parte 1
						Segundo ELPÍDIO DONIZETTI
 CONCEITO
Por questão relativa à DIVISÃO DO TRABALHO, o legislador, levando em conta diversos critérios, distribuiu A FUNÇÃO JURISDICIONAL ENTRE VÁRIOS ÓRGÃOS.
Exs.: 1) ação que verse sobre direito pessoal – no foro do domicílio do réu (art. 94);
	2) ação de direito real sobre imóveis – no foro da situação da coisa (art. 95);
	3) mandado de segurança contra o Presidente da República é julgado pelo STF, etc.
A essa limitação da atuação de cada órgão jurisdicional, foro, vara, tribunal, dá-se o nome de COMPETÊNCIA.
COMPETÊNCIA é a demarcação dos limites em que cada juízo pode atuar.
É a medida da jurisdição.
A COMPETÊNCIA é requisito processual de validade (PRESSUPOSTO PROCESSUAL), pois, sendo absolutamente incompetente o juízo, a relação processual estará viciada, com a consequente nulidade dos atos decisórios (art. 113, § 2°). 
 COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Os arts. 88 a 90, apesar do nome “Da competência internacional” dado ao capítulo no qual estão inseridos, traçam os limites da JURISDIÇÃO NACIONAL, ou seja, a competência da Justiça brasileira.
A autoridade judiciária brasileira só dirime conflitos nas seguintes hipóteses:
1) se o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
2) se no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação objeto da demanda; 
3) quando a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil;
4) se versar a ação sobre imóveis situados no Brasil;
5) quando se tratar de inventário e partilha de bens situados no Brasil.
Hipóteses 1, 2 e 3 – COMPETÊNCIA CONCORRENTE ou CUMULATIVA (art. 88): a ação pode ser ajuizada tanto no BRASIL como no ESTRANGEIRO, ou em ambos os lugares ao mesmo tempo.
O ajuizamento de ação perante tribunal estrangeiro não induz LITISPENDÊNCIA (art. 90).
A sentença estrangeira, devidamente homologada, tem eficácia no Brasil.
Hipóteses 4 e 5 – COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (art. 89).
Nesses casos, a sentença estrangeira não pode ser homologada, portanto, não produz efeito no Brasil.
CRITÉRIOS DETERMINATIVOS DA COMPETÊNCIA
Para determinação da competência INTERNA, o CPC leva em conta os seguintes critérios: 
o VALOR DA CAUSA;
a MATÉRIA;
o critério FUNCIONAL;
o TERRITÓRIO.
A doutrina inclui, ainda, o critério EM RAZÃO DA PESSOA.
COMPETÊNCIA em razão do VALOR DA CAUSA
Esse critério NÃO é adotado pelo CPC para fixação de competência.
Entretanto, uma vez fixada a competência de foro, EM RAZÃO DO TERRITÓRIO, podem as normas de organização judiciária, segundo art. 91, utilizar-se o critério VALOR DA CAUSA para a criação de juízos privativos.
Em MG, a competência das diversas varas NÃO leva em conta o valor da causa, mas sim a MATÉRIA (varas de família, de sucessões, de falências e concordatas), as PESSOAS (varas de Fazenda Pública) e a MATÉRIA RESIDUAL (vara cível).
Mas não há óbice legal para que a divisão do trabalho seja estabelecida em função do valor da causa.
Pelo CPC, o VALOR DA CAUSA constitui um dos critérios para definir o PROCEDIMENTO a ser adotado, o que nada tem a ver com competência.
Ex.: o rito sumário é observado nas causas cujo valor não exceder a 60 salários mínimos.
A LEI 9.099/95 impôs a criação de um órgão jurisdicional denominado JUIZADO ESPECIAL.
Um dos critérios para estabelecer a sua COMPETÊNCIA e, consequentemente, o PROCEDIMENTO a ser adotado, é o VALOR DA CAUSA.
Trata-se competência RELATIVA.
Exceção: no JEsp, quando o valor da causa exceder a 40 salários mínimos, ele é ABSOLUTAMENTE incompetente.
COMPETÊNCIA em razão da MATÉRIA e em razão da PESSOA
Trata-se de competência ABSOLUTA. 
Tal como o VALOR DA CAUSA, também a MATÉRIA e a qualidade das PESSOAS envolvidas no litígio não são utilizadas pelo CPC para definir competência (art. 91).
Aliás, o Código sequer menciona a qualidade das PESSOAS, mas a CF e as LEIS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA utilizam-se de AMBOS OS CRITÉRIOS para estabelecimento de COMPETÊNCIA.
NA JUSTIÇA ESTADUAL, em regra, a natureza da relação jurídica material (a MATÉRIA) e a qualidade das PESSOAS servem de critério para especialização.
Em outras palavras, estabelecida qual a justiça competente (FEDERAL ou ESTADUAL) e em qual foro deva a ação ser proposta, é a MATÉRIA ou a QUALIDADE DAS PESSOAS - nada impede que seja o VALOR DA CAUSA – que vai determinar qual a vara (juízo) competente para julgar a demanda.
O CPC relega para as normas de organização judiciária a fixação de COMPETÊNCIA em razão do VALOR DA CAUSA e da MATÉRIA.
OBS. COMPETÊNCIA da JUSTIÇA FEDERAL
A CF adota 02 critérios (CRITÉRIO MISTO) para definir a competência civil da JF:
	- Em razão da MATÉRIA (ratione materiae)– art. 109, III e X;
	- Em razão da PESSOA (ratione personae)- art. 109, I, II e VIII.
A norma de organização judiciária da JF pode especializar varas em razão da MATÉRIA ou do VALOR DA CAUSA.
OBS: COMPETÊNCIA dos JEsp
Também a competência do JEsp é definida a partir de um CRITÉRIO MISTO, que leva em conta a MATÉRIA ou o VALOR DA CAUSA (art. 3º da Lei 9.099/95).
A competência do Juizado Especial Federal Cível é estabelecida pelo art. 3º da Lei 10.259/01, o qual dispõe que "compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças". Essa é a competência em relação ao VALOR DA CAUSA: 60 SM.
COMPETÊNCIA FUNCIONAL
Trata-se competência ABSOLUTA.
O critério FUNCIONAL leva em conta a função de cada órgão jurisdicional para praticar atos do processo ou o grau de jurisdição.
O primeiro caso (COMPETÊNCIA FUNCIONAL pelas FASES DO PROCEDIMENTO), é regulado pelo CPC (vide exemplos da p. 166).
O segundo, referente à COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA e RECURSAL dos tribunais (COMPETÊNCIA HIERÁRQUICA), é regido pela CF, pelas CE e pelas normas de organização judiciária (vide exemplos da p. 166).

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