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COMPETÊNCIA – parte 3
						Segundo ELPÍDIO DONIZETTI
MODIFICAÇÃO ou PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Dá-se o nome de MODIFICAÇÃO ou PRORROGAÇÃO da competência ao fenômeno processual que CONSISTE em atribuir competência a um juízo que originariamente não a possuía.
A distribuição do serviço judiciário entre os diversos órgãos (fixação da competência) é feita tendo em vista o INTERESSE PÚBLICO ou PRIVADO. 
Quando a atribuição de competência é determinada pelo INTERESSE PRIVADO, em geral, pode ser modificada, ocorrendo, então, a PRORROGAÇÃO da competência.
A competência será RELATIVA, ou seja, PASSÍVEL de MODIFICAÇÃO ou PRORROGAÇÃO, quando determinada em razão do TERRITÓRIO ou do VALOR DA CAUSA. 
Será ABSOLUTA, IMODIFICÁVEL, quando fixada em razão da MATÉRIA, da PESSOA e do critério FUNCIONAL.
A PRORROGAÇÃO de competência RELATIVA ocorre por DISPOSIÇÃO LEGAL, nas hipóteses de CONEXÃO e CONTINÊNCIA (arts. 102 a 104), ou por VONTADE DAS PARTES, que podem ELEGER FORO para dirimir eventual litígio (art. 111) ou DEIXAR DE EXCEPCIONAR O FORO INCOMPETENTE (art. 114). 
CONEXÃO ou CONTINÊNCIA como determinantes legais de MODIFICAÇÃO da competência
Reputam-se CONEXAS duas ou mais ações quando lhes for comum o OBJETO ou a CAUSA DE PEDIR (art. 103).
Dá-se a CONTINÊNCIA entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às PARTES e à CAUSA DE PEDIR, mas o OBJETO de uma, por ser mais amplo, abrange o da outra (art. 104). 
Havendo CONEXÃO ou CONTINÊNCIA de uma demanda a ser ajuizada, com uma anteriormente proposta, a DISTRIBUIÇÃO será feita POR DEPENDÊNCIA.
As ações CONEXAS ou CONTINENTES serão distribuídas por dependência ao juízo da causa anterior (juízo prevento), ocorrendo prévia PRORROGAÇÃO da competência. 
Caso as ações CONEXAS ou CONTINENTES já estejam em curso, e sendo RELATIVA a competência, o JUIZ, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ORDENAR A REUNIÃO de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente no juízo prevento (arts. 105 e 106). 
Com relação à CONTINÊNCIA, cabem, entretanto, as seguintes ressalvas:
	- Se a causa mais AMPLA foi proposta DEPOIS da causa mais RESTRITA, deve se apensar os autos, para julgamento simultâneo, uma vez que nenhuma lesão de direitos pode ser subtraída da apreciação do Judiciário (princípio da inafastabilidade);
	- Se a causa MENOR foi proposta DEPOIS da CONTINENTE, não há que se falar em apensamento, uma vez que acerca dessa demanda (a menor) já havia litispendência, o que determina a extinção do processo (relativamente à causa menor) sem resolução do mérito. 
A jurisprudência NÃO leva ao pé da letra o conceito de CONEXÃO e CONTINÊNCIA. 
Basta que haja a mera POSSIBILIDADE de julgamentos conflitantes para determinar a REUNIÃO DE AÇÕES. 
ELEIÇÃO DE FORO e FALTA DE EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA: causas voluntárias de MODIFICAÇÃO da competência.
A ELEIÇÃO DE FORO dá-se por meio de cláusula constante de contrato escrito celebrado entre as partes, aludindo expressamente a determinado negócio jurídico.
Observações
Obs1. Pelo CDC, em se tratando de RELAÇÃO DE CONSUMO, deve o juiz proceder à revisão, de ofício, de cláusula eletiva de foro, desde que dificulte a defesa do consumidor. 
Obs2. Pelo parágrafo único do art. 112 do CPC, é INEFICAZ a cláusula de eleição de foro em CONTRATO DE ADESÃO, quando abusiva. 
CONTRATO DE ADESÃO é aquele cujas cláusulas NÃO decorrem da livre discussão e manifestação das partes.
Suas cláusulas e condições são previamente estabelecidas por uma das partes, que às impõe à outra. 
Assim, de acordo com o parágrafo único do art. 112, desde que inserida em CONTRATO DE ADESÃO, a NULIDADE da cláusula abusiva de eleição de foro pode ser declarada de ofício pelo juiz que declinará da competência para o juízo do domicílio do réu (foro geral). 
O momento para revisão, de ofício, da cláusula de eleição de foro nas hipóteses mencionadas, e a remessa dos autos ao juízo do foro do domicílio do réu é o da análise preliminar da petição inicial, antes do ato citatório. 
Caso o juiz não o faça, caberá ao RÉU, no prazo de resposta, opor EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (arts. 304 a 311), arguindo a abusividade da cláusula de eleição de foro e indicando o foro para o qual se deve declinar a competência. 
PRORROGAR-SE-Á a competência do foro eleito por cláusula abusiva se dela o juiz não declinar de ofício ou o réu não opuser exceção de incompetência nos casos e prazos legais.
Caso NÃO se oponha a EXCEÇÃO, no prazo de resposta, arguindo a incompetência relativa, a faculdade conferida ao réu fica PRECLUSA, ocorrendo, por consequência, a PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA.
Afora os casos de eleição de foro por meio de cláusula presumidamente abusiva (relação de consumo e contrato de adesão), ao juiz NÃO é lícito declarar de ofício a INCOMPETÊNCIA RELATIVA. 
PREVENÇÃO
Significa definição prévia de competência de determinado órgão jurisdicional (vara ou tribunal) em razão de circunstâncias relativas à demanda ou a recurso. 
Decorre do primeiro conhecimento da causa (DE PLÁCIDO E SILVA). 
JUÍZO PREVENTO: aquele perante o qual se requereu em primeiro lugar, com exclusão dos demais juízos, igualmente competentes (DE PLÁCIDO E SILVA). 
A PREVENÇÃO tem 02 consequências práticas: 
Define o juízo para o qual serão distribuídas, por dependência, novas ações, unidas à demanda anteriormente ajuizada (art. 253);
 Determina o juízo que terá sua competência prorrogada em razão da conexão ou continência (arts. 105 e 106). 
Correndo em separado AÇÕES CONEXAS perante juízes que têm a mesma competência territorial (juízes da mesma comarca), considera-se PREVENTO aquele que DESPACHOU em primeiro lugar (art. 106).
Sendo diferente a competência territorial (comarcas distintas), a PREVENÇÃO decorrerá da CITAÇÃO (art. 219). 
Por fim, a PREVENÇÃO é utilizada também como critério de MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA quando a ação versar sobre imóvel situado em mais de um estado ou comarca, hipótese em que será competente o juízo prevento.

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