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PROCESSO – parte 4
					Segundo Elpídio Donizetti
Requisitos processuais SUBJETIVOS de VALIDADE
COMPETÊNCIA do órgão jurisdicional
Para que seja VÁLIDO o processo, é necessário que o órgão jurisdicional que o presidirá e proferirá o julgamento seja COMPETENTE para tanto.
O julgamento por órgão competente é DIREITO FUNDAMENTAL do indivíduo, e decorre da garantia ao JUÍZO NATURAL.
Apenas a COMPETÊNCIA ABSOLUTA (de regra fixada em razão da matéria, da pessoa e do critério funcional) é que constitui REQUISITO PROCESSUAL DE VALIDADE.
Assim, a INCOMPETÊNCIA conduz ao deslocamento do processo ao ÓRGÃO COMPETENTE (EXCETO nos JEsp, onde a incompetência territorial conduz à extinção sem resolução do mérito – art. 51, III, da Lei 9.099/95).
2. IMPARCIALIDADE do juízo
Além da COMPETÊNCIA para julgar a causa, é necessário que alguns agentes que integram o juízo (JUIZ, PROMOTOR, ESCRIVÃO, PERITO…) sejam IMPARCIAIS.
A EXCEÇÃO fica por conta dos ADVOGADOS, PARCIAIS por excelência.
Tal qual a COMPETÊNCIA, a IMPARCIALIDADE deriva da garantia constitucional ao JUÍZO NATURAL.
O JUÍZO ao qual for distribuída a causa deve oferecer às partes garantia de IMPARCIALIDADE.
NÃO basta que o JUIZ seja imparcial.
A parcialidade do JUIZ não acarreta a extinção do processo, mas a remessa dos autos ao substituto legal.
MOTIVOS que podem caracterizar a PARCIALIDADE DO JUÍZO:
Os IMPEDIMENTOS (art. 134) – de cunho OBJETIVO, peremptório;
A SUSPEIÇÃO (art. 135) – de cunho SUBJETIVO e cujo reconhecimento demanda PROVA, se não declarado de ofício pelo juiz.
Obs. Vejam art. 138 do CPC.
Apenas a INEXISTÊNCIA DE IMPEDIMENTO é que constitui REQUISITO PROCESSUAL DE VALIDADE.
Os IMPEDIMENTOS obstaculizam o exercício da jurisdição contenciosa ou voluntária, podendo ser arguidos no processo a QUALQUER TEMPO (art. 267, IV, § 3°), podendo inclusive ser objeto ação rescisória (art. 485, II).
A SUSPEIÇÃO, ao contrário, se não arguida NO MOMENTO OPORTUNO, restará acobertada pela PRECLUSÃO e, por isso, NÃO pode ser considerada requisito de validade processual.
3. CAPACIDADE PROCESSUAL (capacidade para estar em juízo)
É REQUISITO processual que se relaciona com a CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO, com a aptidão para praticar atos processuais independentemente de ASSISTÊNCIA ou REPRESENTAÇÃO.
A CAPACIDADE PROCESSUAL pressupõe a CAPACIDADE DE SER PARTE, mas a recíproca não é verdadeira.
Ex. As pessoas ABSOLUTAMENTE incapazes são detentoras de CAPACIDADE DE SER PARTE, MAS, em juízo (e em todos os atos da vida civil), devem estar REPRESENTADAS por seus pais, tutores ou curadores. 
Há, ainda, a INCAPACIDADE puramente PARA O PROCESSO.
É o caso do RÉU PRESO, bem como O REVEL citado por edital ou com hora certa.
Apesar de materialmente capazes, entendeu o legislador que, para o processo, a capacidade dessas pessoas necessita ser COMPLEMENTADA, em razão da posição de fragilidade em que se encontram.
Por isso, exige-se a nomeação de um CURADOR ESPECIAL a elas, sob pena de NULIDADE DO FEITO. 
As PESSOAS CASADAS têm CAPACIDADE DE SER PARTE e, em regra, CAPACIDADE PROCESSUAL plena.
No entanto, em algumas hipóteses, a lei mitiga esta CAPACIDADE PROCESSUAL.
Ex. Para ajuizar ações que versem sobre direitos reais imobiliários (ação reivindicatória, de usucapião, divisória, etc), o cônjuge necessita do consentimento do outro consorte (art. 10, caput), exceto se casado sob o regime de separação absoluta (legal ou convencional) de bens. 
O cônjuge preterido poderá ingressar no processo e pedir a ANULAÇÃO dos atos até então praticados.
Se já houver trânsito em julgado da sentença de mérito, poderá ajuizar AÇÃO RESCISÓRIA, fundada na violação à literal disposição de lei.
Se a hipótese era de LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO, a ausência de citação configura VÍCIO TRANSRESCISÓRIO, que pode ser decretado independentemente de AÇÃO RESCISÓRIA, via IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (art. 475-L, I), EMBARGOS À EXECUÇÃO (art. 741, I) ou, a qualquer tempo, em AÇÃO DECLARATÓRIA AUTÔNOMA ABSOLUTA (querella nullitatis). 
4. CAPACIDADE POSTULATÓRIA
Consiste na APTIDÃO para INTERVIR no processo, praticando ATOS POSTULATÓRIOS, seja na condição de AUTOR ou RÉU.
A CAPACIDADE PROCESSUAL permite que a parte FIGURE sozinha em juízo, sem necessidade de ASSISTÊNCIA ou REPRESENTAÇÃO.
No entanto, para a prática de alguns atos processuais (ATOS POSTULATÓRIOS), a lei exige aptidão técnica especial do sujeito, sem a qual o ato é inválido.
Essa APTIDÃO TÉCNICA é a CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
NELSON NERY JUNIOR diz que “por capacidade postulatória entende-se a aptidão para promover ações judiciais e elaborar defesa em juízo”. 
Os ADVOGADOS regularmente inscritos na OAB (privados e vinculados a entidades públicas) e os integrantes do MP são os que gozam de CAPACIDADE POSTULATÓRIA.
Em alguns casos, no entanto, a lei confere CAPACIDADE POSTULATÓRIA a pessoas que NÃO são advogados e nem integram o MP: 
Art. 36 CPC – admite a postulação pela PRÓPRIA PARTE “no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver”;
Art. 27 da Lei Maria da Penha – permite que a MULHER vítima de violência doméstica formule direitamente medidas protetivas de urgência contra o ofensor;
Art. 9° da Lei 9.099/95 – dispensa a representação por advogado nas causas de até 20 salários mínimos perante os JEsp.
A capacidade para POSTULAR em nome de outrem é comprovada pelo ADVOGADO, mediante a apresentação de MANDATO.
Sem instrumento de MANDATO, o ADVOGADO não será admitido em juízo, podendo apenas praticar, em nome da parte, ATOS URGENTES.
Nesses casos, o ADVOGADO estará obrigado a apresentar o instrumento de MANDATO no prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual período mediante despacho do juiz (art. 37). 
A ausência de CAPACIDADE POSTULATÓRIA é passível de SANEAMENTO no prazo a ser fixado pelo juiz (art. 13).
Tal qual a INCAPACIDADE PROCESSUAL, se não sanado o vício relativo à INCAPACIDADE POSTULATÓRIA, o juiz declarará a nulidade do processo, se a providência couber ao autor; se ao réu, reputá-lo-á revel; se ao terceiro, o excluirá da lide (art. 13).

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