Buscar

Caso Concreto 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caso Concreto 01 – Direito Civil V
Reflexos da decisão do STF que acolheu a socioafetividade e a multiparentalidade? Às portas da primavera o Supremo Tribunal Federal aprovou uma relevante tese sobre direito de família, delineando alguns contornos da parentalidade no atual cenário jurídico brasileiro. A manifestação do STF contribui para a tradução contemporânea das categorias da filiação e parentesco, sendo um paradigmático leading case na temática. 
O tema de Repercussão Geral 622, de Relatoria do Ministro Luiz Fux, envolvia a análise de uma eventual ?prevalência da paternidade socioafetiva em detrimento da paternidade biológica?. Ao deliberar sobre o mérito da questão, o STF optou por não afirmar nenhuma prevalência entre as referidas modalidades de vínculo parental, apontando para a possibilidade de coexistência de ambas as paternidades. 
Esses noveis conflitos familiares refletem alguns dos desafios que as múltiplas relações interpessoais apresentam aos juristas. No complexo, fragmentado e líquido cenário da atualidade, a possibilidade de pluralidade de vínculos parentais é uma realidade fática que exige uma acomodação jurídica. 
A tese aprovada em repercussão geral 
Ao apreciar a temática subjacente à referida repercussão geral o plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, houve por bem em aprovar uma diretriz que servirá de parâmetro para casos semelhantes. 
A tese aprovada tem o seguinte teor: ?A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios". 
O texto foi proposto pelo Min. Relator Luiz Fux, tendo sido aprovado por ampla maioria, restando vencidos apenas os Ministros Dias Toffoli e Marco Aurélio, que discordavam parcialmente da redação final sugerida. 
A tese é explícita em afirmar a possibilidade de cumulação de uma paternidade socioafetiva concomitantemente com uma paternidade biológica, mantendo-se ambas em determinado caso concreto, admitindo, com isso, a possibilidade da existência jurídica de dois pais. 
Ao prever expressamente a possibilidade jurídica da pluralidade de vínculos familiares nossa Corte Suprema consagra um importante avanço: o reconhecimento da multiparentalidade, um dos novíssimos temas do direito de família. (fonte: Site do IBDFAM, 26/09/2016, retirado do http://www.conjur.com.br/2016-set-25/processo-familiar-reflexos-decisao-stf-acolher-socioafetividade-multiparentalidade) 
Pergunta-se: Da análise do artigo acima citado, conforme os princípios do Direito de Família, quais as bases da família que estão sendo valorizadas? Conceitue os referidos princípios citados, justificando com base na lei em vigor. 
Resposta: No caso exposto, estão sendo valorizados os princípios da dignidade da pessoa humana, da afetividade, do melhor interesse do menor e da não intervenção na comunhão da vida em família.
Partindo para a conceituação dos princípios, começando pelo o da dignidade da pessoa (art. 1º, III, da CF), pode-se extrair do caso em tela, que o reconhecimento da paternidade socioafetiva assegura o direito do pai adotivo, mesmo que não seja legalmente declarado como adotante, mas que tenha permanecido no seio familiar da criança, acompanhando seu crescimento e fortificando laços de amor e companheirismo recíprocos, tenha a possibilidade de ser declarado como pai daquele de quem ama como se seu verdadeiro filho fosse. Afinal, é digno de toda pessoa em seu âmago ter a oportunidade de se ter um filho, um descendente, e de um filho de se ter um pai, mesmo que seja aquele que o cria.
Acerca do princípio da afetividade, talvez o principal fundamento das relações familiares, pode-se dizer que decorre da valorização contínua da dignidade da pessoa humana, e da valorização do afeto que se impera na relação entre familiares, a proximidade, o respeito mútuo de natural de pai e filho, sobrepondo-se ao caráter biológico, qual seja a parentalidade socioafetiva, baseada na posse do estado de filho.
No tocante ao tema, destaca-se a solidificação da parentalidade socioafetiva na jurisprudência pátria exposta no enunciado nº 108 da I Jornada de Direito Civil, que prevê: \u201cNo fato jurídico do nascimento, mencionado no art. 1.603, compreende-se à luz do disposto no art. 1.593, a filiação consangüínea e também a socioafetiva\u201d e na III Jornada de Direito Civil, idealizada pelo mesmo STJ e promovida em dezembro de 2004, aprovando o Enunciado nº 256, a qual dispõe: \u201ca posse de estado de filho (parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil\u201d.
Sobre o princípio do melhor interesse do menor, pode-se discorrer acerca da supremacia da vontade da pessoa menor de idade, é ele, pois, que deve escolher quando, e com quem deseja permanecer, chamar de pai, a vista de que, somente ele, ninguém mais, sente o grau de afetividade, de amor paterno e os demais sentimentos que nutre por aquele seu parente que o chamam de socioafetivo.
Destaca-se o que expressa o artigo 227, caput da nossa constituição federal que assim prevê:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (CF)
E por último, mas não menos importante, passa-se a discorre sobre o princípio da não intervenção na comunhão da vida em família, este, pode-se dizer que é uma decorrência do princípio da autonomia privada, no sentido de que as próprias partes podem se manifestar as suas próprias vontades, estabelecendo o conteúdo e a disciplina da relação jurídicas em que participam. No âmbito da relação familiar, tal preceito nos traz a ideia de que o estado não deve intervir na relação de comunhão da vida em família, na relação conjugal e tanto menos na paternidade estabelecida, e não poderia ser entendido de outro modo, afinal, não se pode conceber a ideia de um Estado mandamental, que impõe modelos de família, ditando regras de comportamento e afetividade, tal reflexão de imposição estatal resta-se alocada entre a linha tênue do absurdo e a insanidade.
Pois bem, pode-se concluir que a família, por ser a célula máter da sociedade humana, não pode sofrer qualquer intervenção no seio da comunhão entre pais e filhos, pois esta, possui em seu âmago a independência sobre as suas relações familiares estabelecidas, a afetividade deve reinar de maneira independente nesta pequena sociedade, manifestada por vontades, atitudes e sentimentos recíprocos que só fortalecem o convívio no seio familiar.
Questão objetiva
São inovações do Direito de Família, exceto:
a) A substituição da Família Matrimonial hierarquizada pelo modelo de cogestão que assegura a isonomia dos cônjuges na sociedade conjugal;
b) A dignificação humana reconhecida nas uniões homoafetivas, possibilitando o casamento entre pessoas do mesmo sexo;
Xc) O reconhecimento do casamento como única fonte de família e a união estável como realidade periférica; Errado.
d) A valorização do afeto e da estabilidade como padrão mínimo para o reconhecimento da entidade familiar como modelo eudemônico.

Outros materiais